A
artrose é uma doença degenerativa crônica, que provoca o desgaste das
cartilagens dos ossos. Trata-se da degeneração da cartilagem articular, com uma
mudança subsequente nas superfícies articulares ósseas. Isso gera o
desenvolvimento de osteófitos (conhecidos como “bicos de
papagaio”)
e de sinovite moderada (inflamação da membrana sinovial, uma fina camada de
tecido conjuntivo que reveste estruturas como tendões musculares).
De
acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), há 10
milhões de casos registrados no Brasil. A doença é considerada pelo Ministério
da Previdência Social e do Instituto Nacional de Seguro Social do Governo
Federal, a terceira causa de afastamento de trabalho no País. A estimativa do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é que o excesso de
exercícios físicos será a causa de 45% dos casos de artrose no futuro, assim
como o sobrepeso, que atinge quase 60% dos brasileiros.
As
áreas mais afetadas são as articulações que suportam peso, como mãos, coluna,
quadris e joelhos. A artrose está relacionada com a idade, se desenvolvendo com
mais frequência após os 35 anos, e atingindo quase todas as pessoas acima dos
60. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, pelos 75 anos, 85% das
pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30 a 50%
dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor
crônica.
A
doença acomete tanto homens como mulheres, com exceção da artrose das
articulações interfalângicas da mão, que é visto 10 vezes mais em mulheres. Nos
homens, afeta mais a articulação coxofemoral (do fêmur com a bacia).
Causas
A
principal causa da artrose pode ser o desvio entre o esforço mecânico na
superfície articular da cartilagem e a capacidade do tecido cartilaginoso para
resistir a esta pressão.
Portanto,
a artrose se desenvolve com mais facilidade em pessoas que realizam trabalho
físico pesado, com esforço excessivo das articulações durante os movimentos
estereotipados frequentemente repetidos, além de atingir os atletas, é claro.
O
trabalho que exige ação prolongada de agachamento ou a necessidade de ficar
ajoelhado constantemente também contribui para o surgimento da artrose. Quando
há obesidade, a carga de pressão sobre a articulação do joelho é especialmente
aumentada. Outra causa é a genética, que também pode ser responsável pela
doença.
Sintomas
O
principal sintoma da artrose é a dor, com inchaço no local, resultando na
dificuldade de movimentação. O paciente pode sentir incômodo durante o esforço
físico, em repouso, durante a noite ou até mesmo tocando a articulação.
Outros
sintomas importantes são a rigidez matinal na articulação afetada ou dor que
não dura mais do que meia hora, e aparece depois de algum descanso, gerando instabilidade
no movimento da articulação.
Tratamento
Há
medicamentos capazes de retardar o processo e amenizar seus sintomas, como
anti-inflamatórios, analgésicos, opióides, e também a glucosamina, a
condroitina e a diacereina, medicamentos que podem interferir na evolução da
artrose.
Não
podemos esquecer a infiltração com ácido hialurônico, que proporciona ótimos
benefícios. Importantíssimo lembrar que a mudança do estilo de vida, com a
redução de peso, o fortalecimento da musculatura, a atividade física regular e
o tratamento fisioterapêutico são excelentes formas de combater a doença. Em
casos mais graves, a cirurgia pode ser aconselhada.
Dr.
Sérgio Costa, Ortopedista com Especialização em Cirurgia de Joelho, Artroscopia
e Próteses pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); Pós-Graduado pela
Faculdade de Medicina da USP em Ortopedia e Traumatologia; Mestre pela USP; e
Coordenador da Equipe Médica do Hospital São Luiz, unidade Itaim
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