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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Violência contra idosos é mais comum dentro de casa



 
Aqueles que precisam de mais cuidados costumam ser as principais vítimas

Injustiça, brutalidade e grande violação dos direitos humanos, a violência contra idosos faz vítimas todos os dias. No Brasil, são 23.5 milhões de pessoas acima de 65 anos, o que representa mais de 11% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Os números impressionam e têm crescido, só nos quatro primeiros meses de 2016, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, responsável pelo recebimento de denúncias de violações de direitos, registrou mais de 12 mil denúncias de violência contra a pessoa idosa.

As pesquisas ainda mostraram que a maior parte das violações ocorre dentro da casa das vítimas, cometida por familiares. Não à toa, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 15 de junho como o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra Idosos. “A possibilidade de denunciar esses crimes permitiu grandes avanços no combate à violência, mas falta muito para uma queda significativa desses números”, lamenta o advogado Luiz Fernando Valladão.  

De acordo com ele, é comum que as vítimas se recusem a procurar ajuda, seja por desconhecimento do que está ocorrendo, medo de sofrerem ainda mais abuso ou por estarem muito abaladas física ou psicologicamente. “A realidade no Brasil é triste, em especial, no que diz respeito a abandono e negligência. Outra dificuldade de se combater os casos é que, quando não cometida por parentes, as agressões partem de profissionais de confiança da família”. 

E, se a violência física pode ser mais visível aos olhos, há outras modalidades difíceis de ser atestadas. “Há problema em comprovar o crime. A violência psicológica, por exemplo, mesmo é algo que não deixa vestígios”, pondera Valladão. Para ele, nessa faixa etária, não são raros, ainda, os casos de violência econômico-financeira e do patrimônio. “Trata-se das situações em que terceiros usufruem de suas aposentadorias para benefício próprio, se apropriando ou desviando bens e rendimentos do idoso”, explica o advogado.


Como denunciar

Ainda que seja algo difícil para as vítimas, a denúncia é a melhor forma de combate. “Ao identificarmos aumento no registro de denúncias, não significa, necessariamente, que o índice de violência tem crescido. Esses dados, de forma geral, representam que cada vez mais pessoas têm procurado ajuda”, pondera.
A denúncia não precisa ser feita em delegacias especializadas, que ainda não existem em todas as cidades, basta fazer boletim de ocorrência junto à polícia ou pelo Disque 100, serviço do Ministério de Direitos Humanos. Por telefone, é possível manter o anonimato. 




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