A escola como conhecemos hoje
está fadada a deixar de existir. As recentes reformas, projetos e estudos
realizados na área da educação buscam apenas uma coisa: encontrar um modelo
escolar que atenda ao século XXI. Ainda tratamos o ensino no Brasil como se a
demanda por cidadãos qualificados fosse a de um indivíduo do século XIX. Nossas
escolas preparam alunos para um mundo que já não existe mais.
Assim como ocorreu com a
Revolução Industrial, quando o modelo de aprendizado era o de Mestre-Aprendiz e
passou a ser o modelo de Escola Industrial, formando operários eficientes e não
mais artesãos, mais uma vez o mundo demanda uma mudança de postura. Conforme
muda o comportamento do consumidor e o do produtor, muda a demanda de mão de
obra, e o conhecimento social demandado.
A mudança nunca parte da
academia, mas vem de algo que transforma a sociedade. No nosso caso atual, esse
“algo” é a internet. O compartilhamento de informação e a prática da
coletividade, conexão e instantaneidade, alterarão como o jovem se porta e
aprende. Consequentemente, muda a forma como ele pensa na hora de procurar um
emprego. Vivemos a era do empreendedorismo, e estar estagnado na educação é um
passo para trás.
Recentemente, no dia 6 de
dezembro, foi divulgado o estudo PISA (Programa Internacional de Avaliação de
Alunos). Considerado o mais importante estudo educacional do mundo, ele avalia
estudantes de 15 anos em 70 países, em seus conhecimentos e aprendizado, em
contraponto aos investimentos em educação realizados. Comparando os dados
atuais com os da sua última edição, de 2012, o Brasil deu um salto de 10% nos
valores investidos em educação. Entretanto, os resultados de aprendizado foram
piores do que daquela época.
A pergunta que vem à mente é
como ainda estamos para trás se o governo investe mais na educação do que
investia antes? A resposta está acima. Ainda não houve uma mudança de paradigma
no ensino. Não são só os números de investimentos que contam. Deve-se investir
bem, com foco coerente com o que o mercado e a sociedade demandam. Além disso,
é preciso observar como essas mudanças afetaram o comportamento de aprendizado
do aluno.
A conectividade e a constante
presença digital do jovem fazem com que cada vez mais alunos mostrem excelente
adequação a educação à distância, e até ao aprendizado autodidata. A informação
já é consumida, os alunos estão o tempo todo conectados, o mobile já tomou o
lugar dos PCs, e se aprende até sem querer, apenas por estar conectado.
Não estou dizendo que ensinar
à distância é a solução final para as escolas. Apenas que o modelo que
considera a internet como chave para o aprofundamento do ensino é algo que
melhor representa uma adequação educativa à capacidade de aprendizado atual dos
alunos. A internet é, assim como os livros, um repositório de conhecimento, uma
ferramenta. Como tal, ela deve ser usada da maneira que levará a uma obra
positiva.
É preciso que os modelos de
ensino se adequem, que busquem atender à demanda e que possibilitem evolução.
Há a necessidade de reciclagem profissional por parte dos professores e o
aumento de incentivos aos cargos. Há se se melhorar a infraestrutura. Mas,
acima de tudo, precisamos alterar o mindset, o DNA industrial da nossa
educação. Incluir a internet no cenário, ouvir o aluno e reconhecer seu
potencial são os primeiros passos para elaborar um modelo que funcione de
verdade.
Há 35 anos, a Finlândia sofria
desse mal, e decidiram mudar. Hoje são o maior exemplo de educação mundial. Já
estamos quase 40 anos atrasados, mas podemos fazer a diferença e estar prontos
para nos adequar a essa mudança, além de estar pronto para a próxima grande
revolução. Basta se mexer.
Ricardo
Althoff - CEO da Seu Professor Empreendedor &
Negócios.
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