Projeções
da Abinpet mostram 6,7% de aumento no faturamento neste ano, contra 7,6% em
2015
De acordo com previsões da Associação Brasileira da
Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o setor pet no
Brasil deverá atingir um faturamento de R$19,2 bilhões até o final de 2016.
Trata-se de um crescimento de 6,7% em comparação a 2015. Aparentemente
positivo, ele mostra uma queda, uma vez que em 2015 essa taxa foi de 7,6%.
Dados da Abinpet também revelam exportações realizadas da ordem de US$ FOB 47
milhões e importações de pet food de US$ FOB 734 mil no primeiro trimestre de
2016.
A entidade projeta um aumento em 2016 de 2,5% no
volume de pet food produzido em relação ao ano passado, ou seja, um montante de
2,59 milhões de toneladas, considerando a fabricação de 600 mil toneladas no
primeiro trimestre deste ano. Novamente, verifica-se uma retração em relação ao
ano passado, uma vez que de 2014 para 2015, esse número foi de 2,7%. Em 2015,
foram produzidas 2,53 milhões de toneladas de pet food no País. Os três estados
mais representativos foram São Paulo, com mais de 700 mil toneladas; Paraná,
com mais de 650 mil toneladas e Minas Gerais, com mais de 380 mil toneladas.
O leve aumento esperado não revela um cenário
positivo, considerando o potencial brasileiro de produção de 7,35 milhões de
toneladas por ano. “É preciso que o Governo brasileiro entenda a importância do
setor pet para a economia e diminua os tributos, para incentivar o consumo e,
por consequência, os investimentos da indústria. Em paralelo, a Abinpet
trabalha para divulgar os benefícios do alimento processado, o único que
garante com segurança todos os nutrientes e minerais diários necessários para o
animal”, afirma o presidente executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França.
Tributação
Apesar da estimativa positiva, a entidade considera
que não há desenvolvimento real do mercado. O aumento do preço das
matérias-primas agropecuárias (milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves,
bovinos e peixes), que compõem 95% do alimento pet, impacta o custo final,
atingindo o consumidor. Em cada alimento embalado incidem 51,2% de impostos -
entre IPI, ICMS-ST, Pis/Cofins. Portanto, a cada R$ 1 gasto com alimento
completo, R$ 0,51 são de impostos.
Desse modo, a carga tributária continua sendo um
dos maiores entraves para o setor. Sabe-se que aproximadamente 60% do
faturamento está no consumo das classes C, D e E, altamente sensíveis aos
preços. Existe uma desaceleração em função do cenário econômico atual. Outro
fator agravante foi o aumento da alíquota do IPI em 10% a partir de maio deste
ano. “Hoje, no Brasil, estamos quase atingindo a proporção de um animal por
duas pessoas. A alimentação adequada dessa população de pets é fundamental,
como é a do ser humano”, afirma José Edson Galvão de França,
presidente-executivo da entidade.
Vale ressaltar que essa tributação é devida à
percepção do setor como supérfluo. Isso não condiz com o entendimento e
reconhecimento dos benefícios mútuos da interação entre homens e animais para a
saúde e bem-estar pela sociedade. Os pets são membros da família. Além disso,
estudos já mostram que os animais trazem excelentes resultados em tratamentos
terapêuticos e em políticas de inclusão social.
Posição no mercado mundial
De acordo com dados da consultoria de pesquisa de
mercado Euromonitor, em 2015 o Brasil foi o terceiro maior mercado pet do
mundo, representando 5,3% do volume total de faturamento, que chegou a US$
102,2 bilhões. Os Estados Unidos foram os líderes, com 42%, e o Reino Unido foi
o segundo colocado, com 6,7%.
Para 2016, as projeções para o mercado mundial
apontam uma alta de 1,5%. Com esse cálculo, o faturamento total chegaria a US$
103,7 bilhões.
Como se dividirá o Mercado Pet brasileiro
A divisão do mercado seguirá a tendência
observada em 2015. O setor de Pet food continuará a ser o grande responsável
pelo faturamento das empresas do setor (67,5%, versus 67,3% em, 2015). O segmento de Pet Serv
vem em segundo lugar (16,2%, contra 17% em 2015), acompanhado por Pet Care
(8,1% versus 8,0%)
e Pet Vet (8,1% contra 7,7%).
Sobre a Associação Brasileira da Indústria de
Produtos para Animais de Estimação
A Associação Brasileira da Indústria de Produtos
para Animais de Estimação (Abinpet) representa a indústria Pet, que congrega os
segmentos Pet Food (alimento e ingredientes), Pet Vet (medicamentos
veterinários) e Pet Care (equipamentos, acessórios e produtos para higiene e
beleza). A entidade fortalece o setor por meio de ações que contribuem para o
desenvolvimento de seus associados e também para aumentar a percepção de que os
benefícios da relação entre seres humanos e animais de estimação se estendem a
toda a sociedade.
A Abinpet desenvolveu a ferramenta de coleta de
dados mais confiável do mercado: o Painel Pet, que é mantido atualizado por
dados e informações enviados pelos integrantes do setor. Em 2015, o faturamento
da Indústria Pet chegou aos R$ 18 bilhões e em 2016, atingirá a marca de R$19,2
bilhões. É cada vez maior a participação desse setor na economia nacional e,
por isso, é parte relevante do agronegócio: cerca de 67,3% do faturamento de
2015 veio dos produtos para nutrição animal, cuja composição é 95%
agropecuária, com ingredientes como milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves,
bovinos e peixes.
Todos os produtos da indústria de alimentos e
medicamentos veterinários são fiscalizados pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), na Secretaria de Defesa Agropecuária (DFIP,
DIPOA e Vigiagro).
A
Associação é referência técnica para o setor e publica há nove anos o Manual
Pet Food Brasil, adotado pelas principais fabricantes de alimento como guia de
boas práticas. O Manual contém informações sobre os padrões técnicos e de
qualidade de matérias-primas, parâmetros nutricionais, metodologias analíticas
aplicáveis e condições ideais de produção para garantir alimentos seguros aos
mercados nacional e internacional. Sua atualização ocorre a cada dois anos,
considerando o desenvolvimento do setor.
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