A queda
de temperatura eleva o valor da conta de energia elétrica no fim do mês. A
época de inverno é considera vilã da economia de energia, pois o uso de
aquecedores, chuveiro e secador de cabelo se intensifica. Mas, segundo o
diretor do Núcleo de Ciências Tecnológicas e Exatas da Universidade Positivo
(UP), Luciano Carstens, com dicas simples, é possível economizar e até reduzir
a fatura no fim do mês:
- Micro-ondas, fornos elétricos, televisores, receptores de TV a cabo, internet, computadores, impressoras, máquinas de lavar, aparelhos de DVD, vídeo games, home theaters são equipamentos consumidores silenciosos de energia. Por isso, eles devem ser retirados da tomada quando não estão em uso.
- O chuveiro representa entre 25% e 35% da conta de luz de uma família. É um dos campeões de consumo de energia. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na posição “inverno”, o consumo do aparelho fica entre 4,5 e 6 quilowatts-hora (kWh). Já na posição “verão”, com a água fria, ele cai para 3,5 kWH. Por isso, um minuto a menos, todos os dias, já faz bastante diferença.
- Não reaproveite resistências dos chuveiros elétricos. Elas aumentam o consumo e, quando em mau estado, oferecem riscos de curto-circuito.
- O ferro de passar roupas eleva o custo da conta nesse período porque gasta mais tempo para aquecer. O ideal é passar o maior volume de roupas de uma única vez e ainda deixar as roupas mais leves por último, passando-as com o aparelho desligado.
- Para aparelhos relacionados, como TV, DVD, modem de TV a cabo ou satélite, a dica é ligá-los todos a uma só régua de tomadas, assim, à noite, basta desligar a régua para economizar.
- Para aproveitar ao máximo a luz do dia, o ideal é manter as cortinas e janelas abertas, dispensando o uso das lâmpadas.
- A geladeira responde por cerca de 30% do total gasto em energia elétrica. Por isso, durante o período de inverno, é possível ajustar o termostato para uma potência menor e diminuir consideravelmente o consumo no fim do mês. Evite colocar comida quente na geladeira ou deixa-la aberta por um longo período. O aparelho também não deve ser utilizado para secar roupas - isso aumenta o consumo de energia e prejudica o rendimento do refrigerador.
- Celulares, tablets, notebooks e carregadores podem se tornar os vilões da conta. Mesmo quando não estão efetuando a recarga, os acessórios consomem energia, se plugados na parede. O ideal é sempre desconectá-los da tomada.
- É possível economizar também na hora de secar os cabelos. Antes de sair do chuveiro, retire a água apertando para remover o excesso. Depois, aperte os fios com a toalha e penteie com os dedos para que as mechas se separem, o que ajudará a secar mais rápido e evitará o uso prolongado do secador.
- Evite o uso prolongado de aquecedores. Procure aquecer o corpo com comidas e bebidas quentes, como sopas e chás – e não dispense casacos e cobertas.
Água
que vai para o ralo
Com
a chegada do frio, ninguém tem coragem de entrar no banho antes de a água do
chuveiro esquentar. Isso pode levar de 5 segundos a 2 minutos, em média. Nesse
tempo, a água que cai acaba indo para o ralo, sem nenhum aproveitamento. Se
cada pessoa fizer isso por um minuto, uma vez por dia, são 54 bilhões de litros
de água desperdiçados por mês, no Brasil. O número equivale a um dia inteiro de
vasão na Itaipu Binacional em sua capacidade máxima ou 21,6 mil piscinas
olímpicas cheias. Pensando nisso, os alunos Mateus Pizzatto Fagundes e Paulo
Guilherme Araujo dos Santos Giffhorn, da 1° série do Ensino Médico do Colégio
Positivo – Ângelo Sampaio, de Curitiba, desenvolveram um sistema de aquecimento
inteligente capaz de evitar que aquela água inicial do chuveiro de aquecimento
a gás, bastante fria, não tivesse a única função de ir para o ralo.
O projeto
foi desenvolvido para chuveiros que funcionam com aquecedores a gás, que
precisam de água corrente para serem acionados. Por meio de um sensor criado
pelos estudantes para medir a temperatura, a água é retida na tubulação e
desviada para um receptor semelhante a uma caixa de água, podendo assim ser
reutilizada depois. “A ideia é inovadora. O usuário programa a temperatura da
água, por exemplo, a 30 graus. Enquanto a água não atingir essa temperatura,
ela é desviada para o reservatório”, afirma o estudante Paulo. O projeto
recebeu a orientação do professor Fernando Dimas Souza.
“Às
vezes, as pessoas não fazem ideia do quanto um minuto com o chuveiro ligado
pode significar”, afirma o estudante Mateus. Para chegar ao protótipo, os
autores também foram a campo para entender a realidade que pretendem mudar.
Eles realizaram uma pesquisa com moradores do bairro Bigorrilho, em Curitiba,
para saber como são os hábitos de banho e o tempo médio gasto para aquecer o
chuveiro a gás. Eles visitaram também empresas fabricantes de aquecedores e
falaram com especialistas da área de Física para compreender o tamanho do
desperdício que agora têm condições de evitar.
Enquanto
o projeto não é viável comercialmente, a professora do Programa de
Pós-Graduação em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP), Patrícia
Bilotta, aconselha captar a água fria do chuveiro em baldes, para ser utilizada
nas descargas e na limpeza da casa. “Também é possível aproveitar a água que
sai da máquina de lavar roupa - basta direcionar o cano de despejo para um
balde”, aconselha.
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