Apesar de uma média pequena de amamentação, no
Brasil, as mulheres amamentam cerca de 52 dias, nosso país é um dos mais
interessados nos estudos científicos ligados aos benefícios da amamentação para
o desenvolvimento do bebê, tanto que o estado do Rio Grande do Sul, mais
precisamente em Pelotas, há um estudo que atesta a importância desse leite para
as crianças.
Uma amostra acompanhada por 30 anos mostrou que
os bebês que mamaram até os dois anos tiveram melhores desempenhos intelectuais
e emocionais do que a amostra que mamou um tempo mais restrito.
Além da parte científica e a comprovação dos
benefícios do leite materno, dar de mamar é uma ligação intensa entre mãe e
filho. Sempre vale a pena, afinal, ver e saber que os pequenos estão se
desenvolvendo adequadamente é um prazer para os pais.
Já que a média de amamentação no país é pequena
para uma boa formação do bebê, recentemente a exigência do leite materno se
estendeu para no mínimo dois anos de idade da criança. Apesar de entrar com
outros alimentos e bebidas, como suco natural e papinhas, a regra agora
determina mais tempo, justamente porque foi comprovado que o leite materno é
essencial para o bom desenvolvimento dos pequenos.
Muitas pessoas faziam relação da amamentação
com a classe sócio econômica, isso não condiz com a realidade, até porque está
constatado cientificamente que amamentar só tem vantagens intelectuais e
emocionais.
Segundo a Dra. Thalita Feitosa, pediatra e
puericulturista, a amamentação é uma das mais completas alimentações e ideal
para prevenção de diversas doenças do filho e da mãe. Para a especialista, a
exigência do prolongamento da amamentação resultará em crianças mais saudáveis
e adultos bem desenvolvidos.
Abaixo alguns itens benéficos da amamentação
para ressaltar essa defesa ao leite materno:
1. O leite materno é um alimento completo e equilibrado, pois atende todas as necessidades de nutrientes e sais minerais da criança até os seis meses de idade;
2. É fácil de ser digerido, provocando menos cólicas nos bebês;
3. Auxilia na formação do sistema imunológico da criança, prevenindo alergias, obesidade e intolerância ao glúten;
4. Contém uma molécula chamada PSTI, responsável por proteger e reparar o intestino delicado dos recém-nascidos;
5. O momento da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho, colaborando para a estabilidade emocional da criança, com isso se relacionam melhor com as outras pessoas;
6. Previne anemia;
7. A sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê;
8. Quando o ômega 3 está presente no leite materno, o que varia de mulher para mulher de acordo com sua alimentação, ele ajuda no desenvolvimento e crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida;
9. Ajuda no desprendimento da placenta, contribuindo para a volta do útero ao tamanho normal. Com isso, também evita o sangramento excessivo e, consequentemente, a mãe sofre de anemia;
10. Protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário;
11. Estudos científicos comprovam que a amamentação reduz o risco da mulher desenvolver síndrome metabólica (doenças cardíacas e diabetes) após a gravidez, inclusive para aquelas que tiveram diabetes gestacional;
12. A amamentação dá às mães as sensações de bem-estar, de realização, e também ajuda a emagrecer, pois consome até 800 calorias por dia;
13. É gratuito, genuinamente natural, prático e não desperdiça recursos naturais;
14. É prático para dar e sair de casa com o bebê, afinal, está sempre pronto para ser ingerido;
15. Protege a mãe contra doenças cardiovasculares, segundo estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Para a pesquisa, foram analisadas 140 mil mulheres no período pós-menopausa, ou seja, com média de 63 anos, e o resultado mostrou que aquelas que amamentaram por mais de um ano tiveram 10% menos risco de sofrer com essas doenças, se comparado com aquelas que nunca amamentaram;
16. Bebês que mamam exclusivamente no peito até os seis meses têm menos risco de desenvolver asma e artrite reumatoide e recebem uma proteína que combate vírus e bactérias do trato gastrointestinal.
Dra. Thalita Feitosa - pediatra e
puericulturista, formada pela UNIFESP, desenvolveu além de toda a filosofia
pediátrica, a puericultura, uma das vertentes da saúde infantil ainda pouco
explorada, que tem como objetivo tratar o indivíduo de forma integral e
assegurar um bom desenvolvimento físico e mental.
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