Com o país fora de estudos internacionais e as dificuldades em
cooperar com entidades estrangeiras, características da população brasileira
deixam de ser contemplada na busca por tratamentos inovadores: ‘Vivemos
situação perigosa’, alerta especialista
O Brasil teria mais fôlego e eficiência no combate ao zika vírus se não fossem pelos entraves que hoje são impostos à pesquisa clínica no Brasil. Por conta da elevada burocracia, falta de regras claras e alinhadas aos países mais desenvolvidos, o país perde a oportunidade de participar de muitos dos estudos clínicos realizados mundialmente, entre eles aqueles que buscam novos medicamentos e vacinas. Mais do que restringir o acesso de pacientes aos frutos desses estudos, isso significa que as características da população brasileira deixam de ser levadas em consideração no desenvolvimento desses tratamentos.
“Vivemos uma situação perigosa. Utilizaremos no futuro medicamentos que foram testados em outros povos, com genética e hábitos de vida diversos dos nossos”, alerta o oncologista Fábio Franke, presidente da Aliança Pesquisa Clínica Brasil, entidade empenhada em promover a pesquisa clínica no Brasil e trabalhar pela criação de um marco legal para o setor.
Hoje, a aprovação de um estudo clínico no Brasil chega a se arrastar por mais de um ano, um processo concluído em poucos meses em outros países. Entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015, foram registrados 68.489 estudos clínicos em todo o mundo. Só 1.545 vieram para o Brasil, ou seja, 2,2%. O Brasil ficou fora da imensa maioria dos estudos realizados sobre dengue e microcefalia, por exemplo. Foram registrados 41 protocolos sobre dengue em todo o mundo nesses três anos. O Brasil só participou de 2. Sobre microcefalia, foram 4 no mundo, nenhum no Brasil. Há muitas barreiras para a cooperação estrangeira, o que só torna mais lento o desenvolvimento de uma vacina contra o zika.
Os dados foram coletados em 2 de fevereiro, na plataforma internacional de registros de estudos clínicos Clinicaltrials.gov.
Sobre a Aliança Pesquisa Clínica Brasil
Embora tenha características propícias para figurar entre os principais centros mundiais em pesquisa clínica, o Brasil segue perdendo posições no ranking global há duas décadas, devido à ineficiência do sistema regulatório. Para reverter esse quadro desfavorável, um grupo de especialistas e de organizações envolvidas com o tema criou a Aliança Pesquisa Clínica Brasil.
A iniciativa já conta com a adesão de mais de 30 associações de pacientes, centros de pesquisa e demais organizações responsáveis pela condução de projetos de pesquisa clínica, além de dezenas de profissionais. A entidade também visa conscientizar e engajar toda a sociedade sobre a importância dos estudos clínicos para a saúde pública, mostrando seu impacto significativo na melhoria da qualidade de vida dos milhares de pacientes e na produtividade científica do país.
O Brasil teria mais fôlego e eficiência no combate ao zika vírus se não fossem pelos entraves que hoje são impostos à pesquisa clínica no Brasil. Por conta da elevada burocracia, falta de regras claras e alinhadas aos países mais desenvolvidos, o país perde a oportunidade de participar de muitos dos estudos clínicos realizados mundialmente, entre eles aqueles que buscam novos medicamentos e vacinas. Mais do que restringir o acesso de pacientes aos frutos desses estudos, isso significa que as características da população brasileira deixam de ser levadas em consideração no desenvolvimento desses tratamentos.
“Vivemos uma situação perigosa. Utilizaremos no futuro medicamentos que foram testados em outros povos, com genética e hábitos de vida diversos dos nossos”, alerta o oncologista Fábio Franke, presidente da Aliança Pesquisa Clínica Brasil, entidade empenhada em promover a pesquisa clínica no Brasil e trabalhar pela criação de um marco legal para o setor.
Hoje, a aprovação de um estudo clínico no Brasil chega a se arrastar por mais de um ano, um processo concluído em poucos meses em outros países. Entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015, foram registrados 68.489 estudos clínicos em todo o mundo. Só 1.545 vieram para o Brasil, ou seja, 2,2%. O Brasil ficou fora da imensa maioria dos estudos realizados sobre dengue e microcefalia, por exemplo. Foram registrados 41 protocolos sobre dengue em todo o mundo nesses três anos. O Brasil só participou de 2. Sobre microcefalia, foram 4 no mundo, nenhum no Brasil. Há muitas barreiras para a cooperação estrangeira, o que só torna mais lento o desenvolvimento de uma vacina contra o zika.
Os dados foram coletados em 2 de fevereiro, na plataforma internacional de registros de estudos clínicos Clinicaltrials.gov.
Sobre a Aliança Pesquisa Clínica Brasil
Embora tenha características propícias para figurar entre os principais centros mundiais em pesquisa clínica, o Brasil segue perdendo posições no ranking global há duas décadas, devido à ineficiência do sistema regulatório. Para reverter esse quadro desfavorável, um grupo de especialistas e de organizações envolvidas com o tema criou a Aliança Pesquisa Clínica Brasil.
A iniciativa já conta com a adesão de mais de 30 associações de pacientes, centros de pesquisa e demais organizações responsáveis pela condução de projetos de pesquisa clínica, além de dezenas de profissionais. A entidade também visa conscientizar e engajar toda a sociedade sobre a importância dos estudos clínicos para a saúde pública, mostrando seu impacto significativo na melhoria da qualidade de vida dos milhares de pacientes e na produtividade científica do país.
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