Assistente
social do CRESS-SP conta que vigilância precisa ser constante e intensificada
no período de folia
A Secretaria de
Direitos Humanos e o Ministério do Turismo reforçarão o canal de denúncias
Disque 100 para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes durante
o carnaval. O serviço, que já funciona 24 horas por dia, terá o número de
atendentes reforçado em 20% para o período em que o País recebe grande fluxo de
turistas. Para a assistente social e diretora do Conselho Regional de Serviço
Social do Estado de São Paulo (CRESS-SP), Kelly Melatti, a medida é positiva,
mas apenas um dos pontos-chave para o enfrentamento do problema. “É fundamental
que o Estado proporcione, por meio de políticas sociais efetivas, estratégias
de prevenção, atendimento e proteção às crianças e adolescentes e suas
famílias”, afirma.
Ela explica que
todos os atores envolvidos na proteção de crianças e adolescentes precisam
trabalhar na perspectiva da responsabilidade coletiva e da importância de ações
conjuntas de proteção. Apenas um trabalho unificado envolvendo campanhas de
sensibilização e métodos de denúncia efetivos pode mudar o panorama atual, em
que o Brasil é visto como foco de turismo sexual.
“O combate
efetivo a esse tipo de violência perpassa por uma mudança na concepção de
mundo. Não podemos compactuar com uma sociedade em que o corpo de mulheres,
crianças e adolescentes é visto e tratado como mercadoria. Atuar no
enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes é, portanto, atuar
para a alteração dessa lógica perversa de dominação.”, comenta a assistente
social.
Proteção em foco
Para o carnaval
deste ano, o Governo traz a campanha “Não desvie o olhar. Fique atento.
Denuncie. Proteja nossas crianças e adolescentes da violência”, com ações
como divulgação de peças, somadas ao Disque 100, que recebeu um total de de
80,4 mil denúncias em 2015 relacionados a essa população. Para a diretora do
CRESS-SP, todos os esforços nesta época do ano são importantes, na medida em
que realizar a denúncia já é ter um olhar sensível aos direitos de crianças e
adolescentes.
“Dar publicidade
à essa temática e expor a problemática vivenciada pelo país a toda sociedade e
principalmente aos profissionais que trabalham com turismo, como taxistas,
garçons e funcionários do setor hoteleiro, é fundamental para colaborar nas
estratégias de proteção de crianças e adolescentes”, finaliza Kelly.
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