Segundo
infectologista do HCor, pacientes que fazem tratamento com substâncias
anticoagulantes ou antiagregantes podem até sofrer hemorragias, caso não
procurem orientações adequadas, ao contraírem a doença
Assim
como os seres humanos, o Aedes aegypti aguarda ansiosamente pela chegada do
verão. Isso porque as condições climáticas encontradas durante a estação
aceleram o ciclo de reprodução do mosquito. Consequentemente, o número de casos
de dengue registrado no país costuma aumentar consideravelmente nessa época do
ano. “Diante disso, portadores de cardiopatias precisam ter cuidado
redobrado!”, alerta o infectologista do HCor – Hospital do Coração, Guilherme
Furtado.
O
médico explica que, além de febre, mal-estar, dor no corpo e fraqueza, a doença
provoca, entre outras alterações, distúrbios que podem ser relevantes para
pacientes cardiopatas, como plaquetopenia (queda no número de plaquetas) e mais
raramente miocardite (inflamação no músculo cardíaco). Porém, com o
acompanhamento adequado, essas alterações podem ser controladas. No caso dos
portadores de doenças coronarianas ou portadores de doenças valvulares, manter
a saúde cardíaca, depois de contrair dengue, já não é tão simples. “Pacientes
com esse perfil costumam tomar antiagregantes, como AAS e aspirina, ou
anticoagulantes, como Marevan, principalmente, quando utilizam próteses
valvares ou sofrem de arritmias cardíacas específicas, como a fibrilação
atrial”, explica o infectologista do HCor.
Risco
de hemorragia
Segundo
ele, o uso de tais medicamentos em pacientes com dengue acentua o risco de
hemorragias, já que a doença compromete diretamente as plaquetas responsáveis
pela coagulação sanguínea. Portanto, a ação da dengue associada ao efeito dos
remédios diminui bastante o volume plaquetário do sangue, o que pode ocasionar
graves sangramentos. “Por isso, pacientes cardiopatas em uso dessas medicações
precisam procurar assistência médica, caso venham a contrair dengue, para uma
avaliação do quadro clinico e análise do hemograma com dosagem de plaquetas”,
alerta o médico. “Com isso, é possível definir o acompanhamento do caso e, se
for necessário, também efetuar um acompanhamento seriado da dosagem de
plaquetas, a cada 24 ou 48 horas, por exemplo. Vale lembrar que a supervisão de
pacientes desse tipo em conjunto com um cardiologista é fundamental”, afirma o
Dr. Furtado.
Alternativas
de tratamento
Para
o cardiologista também do HCor, Dr. Abrão Cury, a busca por orientação médica
nesse tipo de situação também é importante pelo fato de que nem todas as
pessoas podem simplesmente suspender os medicamentos que utilizam, a partir do
momento em que contraem dengue. "Ao interromper o uso dos anticoagulantes,
por exemplo, o paciente corre o risco de ter trombose, infarto ou mesmo um AVC.
Por isso, é fundamental que cada caso seja analisado cuidadosamente para que
possamos eleger as melhores alternativas de tratamento", revela o
médico. “De qualquer forma, é fundamental conscientizar a população sobre
este risco para que os atendimentos possam ser prestados o quanto antes!”, conclui
o cardiologista do HCor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário