Diversos
fatores do dia-a-dia podem levar à surdez; veja os conselhos de uma
fonoaudióloga
Já se constata que a
perda auditiva está começando a surgir cada vez mais cedo entre moradores de
grandes cidades. Porém, apenas 40% das pessoas com problemas de audição
reconhecem que ouvem mal. Muitas vezes a falta de informação e o preconceito
fazem com que a maioria demore, em média, seis anos para tomar uma providência.
Mas você sabia que é possível criar hábitos saudáveis, desde os primeiros dias
de vida de um bebê, para manter uma boa saúde auditiva?
A fonoaudióloga Isabela Papera, da Telex Soluções Auditivas,
analisa os problemas causados pela poluição sonora e lista algumas medidas
importantes:
1 - Em uma
sociedade onde TV, rádio, aparelhos de som, fones para ouvir música e jogos de
videogame fazem parte do dia-a-dia, as ameaças aos ouvidos estão em toda a
parte. O nível de barulho em nossa casa também tem grande impacto na audição.
Respeitar os limites de decibéis recomendados por especialistas é importante,
não só em respeito aos vizinhos, mas em benefício da própria saúde. A exposição
contínua a ruídos superiores a 50 decibéis pode causar perda progressiva da
audição.
2 - O grave problema da
poluição sonora piora a cada dia. O trânsito é um dos grandes vilões. Além de
incômodo, o barulho afeta a saúde física e psicológica, gerando estresse,
ansiedade, aumento da pressão sanguínea. Quando o ruído é intenso e prolongado,
pode causar também perda de audição. Enquanto as autoridades ainda falham na
fiscalização a ônibus, carros e caminhões, uma das soluções mais baratas e
inteligentes é usar protetores de ouvido.
3 – Assim que um bebê
nasce, os pais sabem que é preciso fazer o teste do pezinho, mas e o da
orelhinha? Tão importante quanto o primeiro exame, o teste da orelhinha é
realizado para detectar problemas de audição do bebê. É rápido, indolor, não
machuca a orelha do bebê e deve ser realizado após as primeiras 24 horas
de vida da criança, na própria maternidade. Quanto mais cedo forem
diagnosticados problemas de audição e mais rápido for a intervenção, melhor
será o prognóstico.
4 - Existem evidências
de que a perda de audição seja a deficiência mais comum em crianças infectadas
congenitamente pela rubéola. A busca de tratamento deve ocorrer rapidamente. É
necessário realizar teste auditivo e outros exames médicos. A partir daí,
avalia-se o tipo de tratamento a ser utilizado e que deve estar adaptado às
necessidades específicas de cada criança. Procure seu médico a qualquer sinal de
anormalidade.
5 - Nem sempre um
estudante desatento nas aulas é desinteressado. Essa criança pode simplesmente
apresentar problemas de audição. Com dificuldades para ouvir, não consegue
aprender direito, costuma ter conflitos de relacionamento e apresentar
distúrbios de comportamento, como falta de concentração ou retraimento em
excesso. Está comprovado que alunos com problemas de audição têm um rendimento
escolar inferior.
6 – Se você quer
pilotar embalado pelo ronco de sua moto por muitos e muitos anos, vale a pena
proteger seus ouvidos. O excesso de barulho do motor pode afetar a saúde
auditiva. Estudo do Instituto Nacional de Surdez e Outras Doenças de
Comunicação, dos EUA, constatou que uma moto emite ruídos em torno de 95
decibéis (dB). Especialistas alertam que ruídos acima de 85 dB podem causar
alterações na estrutura interna do ouvido e perda permanente de audição. O
problema é mais agudo quanto maior for o barulho e o tempo de exposição do
piloto ao excesso de ruído. O melhor é usar protetores auriculares.
7 – Muitas pessoas
experimentam algum grau de perda auditiva a partir dos 40 anos, por causa do
envelhecimento natural do corpo, mas muitos não admitem a surdez. Trazer à tona
o problema é a melhor coisa a fazer. Familiares e amigos devem oferecer apoio
importante. O tratamento da perda auditiva, em muitos casos, pode ser feito com
o uso de aparelhos auditivos, resultando em melhora significativa na qualidade
de vida do indivíduo tratado.
8 – Ao desconfiar que
seu filho ou você mesmo sente alguma dificuldade para ouvir, consulte logo um
médico otorrinolaringologista, que irá avaliar a causa, o tipo e o grau da
perda de audição. A partir do resultado de testes como o de audiometria,
realizado por um fonoaudiólogo, pode ser indicado o tratamento mais adequado.
Muitas vezes, o uso de aparelho auditivo resolve o problema. A audição é muito
importante em nossas relações, em nosso dia-a-dia, e atualmente os aparelhos
são minúsculos, discretos, não ofendem a vaidade de quem os usa. Então, por que
não pensar no assunto e fazer logo um exame?
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