Pisada torta pode estar
relacionada com problemas relacionados a alterações no quadril, nos joelhos ou
em toda a parte inferior do corpo
Sabe aquela dor nas
pernas que surge no final do dia? Pode estar relacionada com o jeito como você
pisa ao andar. Aparentemente inofensiva, a pisada torta pode levar a problemas
mais graves, como alterações no quadril, nos joelhos ou na estrutura
musculoesquelética de toda a parte inferior do corpo. Por meio da análise da
pisada é possível identificar quadros de alterações na postura e na mecânica da
marcha, movimento realizado durante a caminhada e a corrida.
“A
avaliação da pisada analisa duas características: o tipo de pisada e o tipo de
aterrissagem dos pés no solo. O conhecimento do tipo
de pisada permite elaborar estratégias para corrigir desvios no movimento
dos pés e limitar a sobrecarga nas articulações do pé e tornozelo, enquanto que
a análise do tipo de aterrissagem permite atuar no controle do impacto que o
exercício provoca sobre o corpo”, explica o médico do esporte do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Dr.
Luiz Augusto Riani Costa.
Tipos de pisada
Os
principais tipos de pisada são a pisada pronada (rotação excessiva para dentro
forçando a porção medial do pé), a supinada (rotação insuficiente para dentro ou
até rotação para fora forçando a porção lateral do pé) e a neutra (ligeira
rotação para dentro – ação normal que promove distribuição equilibrada das
forças pelo pé). Já em relação à aterrissagem, o retorno ao solo pode acontecer
pela parte anterior ou posterior do pé.
Em
casa, uma das formas de identificar qual é o tipo da sua pisada é observar a
sola do calçado depois de bastante usado. Ela estará mais gasta no local onde o
pé faz mais pressão ao pisar.
Análise da pisada
“A
identificação dos tipos de pisada e de aterrissagem pode ser
realizada por meio da filmagem do movimento de caminhada ou corrida, assim como
pela análise em plataformas de força específicas, que avaliam as porções do pé
que tocam o solo e a força exercida durante a marcha”, detalha Dr. Luiz Riani.
A principal função da análise da pisada, de acordo com ele, é proteger o
sistema esquelético e muscular contra o desgaste excessivo e reduzir a
incidência de lesões.
Para
as pessoas que já apresentam queixas específicas em relação à movimentação dos
pés, o acompanhamento por um especialista para tratar das lesões é fundamental.
Caso não seja feito o tratamento adequado, pode ocorrer degeneração do aparelho
muscular e esquelético, além de desgastes nas articulações, fraturas por
estresse e tendinites. Vale lembrar que a análise da pisada deve fazer parte de
uma avaliação mais ampla do comportamento musculoesquelético do organismo, e o
trabalho para prevenção de lesões também envolve exercícios de fortalecimento,
flexibilidade e equilíbrio.
Qual é o melhor calçado?
A
escolha do calçado pode interferir nesses mecanismos. O principal aspecto que
deve ser observado é o conforto que o tênis ou sapato proporciona aos pés.
“Apenas o uso contínuo do calçado pode confirmar se a escolha foi correta. Além
da discussão sobre o tipo de pisada, outras questões devem ser consideradas
como as variações no sistema de amortecimento dos calçados e de estabilização
da pisada, sendo que mais recentemente surgiu uma onda em direção ao uso de
tênis minimalistas, mas essa indicação deve ser avaliada com muito cuidado”,
alerta o especialista.
A
escolha também deve buscar o controle de desvios e proteção do pé, mas precisa
ser acompanhada por uma orientação bem mais completa e complexa, incluindo a
correção da pisada e um trabalho específico sobre as estruturas
envolvidas nos movimentos dos pés, do quadril e de todo o membro inferior.
Lavoisier - www.lavoisier.com.br
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