A catarata é uma doença ocular muito
comum, acometendo mais da metade da população de idosos – embora o problema
possa surgir muito antes disso, até mesmo na faixa dos 40 anos. Ninguém sabe ao
certo, ainda, por que o cristalino (lente natural e transparente) vai oxidando
e se tornando esbranquiçado até que a pessoa não enxergue mais nada, perdendo
completamente sua autonomia. De acordo com Renato Neves,
diretor-presidente do Eye Care Hospital
de Olhos,
em São Paulo, além do envelhecimento, outros possíveis fatores incluem: fumo,
excesso álcool, radiação solar (ultravioleta), diabetes, hipertensão,
obesidade, uso prolongado de determinados medicamentos, histórico de
inflamações oculares frequentes, alto grau de miopia e histórico de catarata na
família. O problema, até recentemente, é que muitos pacientes ainda dependiam
do uso de óculos mesmo depois de fazer a cirurgia de catarata. Mas isso está
mudando.
“A cirurgia de catarata passou pelos
maiores avanços nos últimos 20 anos. Mas só recentemente alcançou um nível de
excelência, oferecendo mais segurança para o cirurgião e resultados muito
melhores para os pacientes. Com o auxílio de um equipamento chamado Lensx
Laser, as etapas da cirurgia ganharam muita precisão. Praticamente tudo é
programado no computador, sendo que o laser faz a incisão, a capsulotomia, a
incisão de astigmatismo, e ainda dissolve a catarata. Cabe ao cirurgião aspirar
e implantar a lente intraocular – que dispensa do uso de óculos para
longe e para perto na maior parte dos casos”, detalha o especialista.
Neves explica que, apesar de bastante
simples, logo após a cirurgia de catarata o paciente deve utilizar corretamente
os colírios anti-inflamatórios e antibióticos que seu médico prescrever. “Quase
todos os pacientes podem voltar às atividades normais pouco tempo depois da
cirurgia, mas recomendamos um tempo de adaptação para que a pessoa se adapte à
sua nova visão. Afinal, para quem estava enxergando pouco, voltar a ver tudo
com clareza de detalhes pode causar alguma insegurança nos primeiros dias. Até
por isso recomendamos que o paciente não dirija nem pratique atividades de
risco por uma semana, até ser reavaliado pelo oftalmologista”.
Na opinião do especialista, é bobagem
pensar que se deve deixar a catarata evoluir bastante para só então optar pela
cirurgia. “Primeiramente, trata-se de uma perda visual gradativa e que muitas
vezes passa despercebida logo no início. Por outro lado, esse tipo de cegueira
reversível é tão limitante para o paciente, impactando sua autoestima e seu
relacionamento familiar e pessoal, que não vale a pena deixar o problema se
agravar desse jeito. Caso haja sintomas, é importante que médico e paciente
acompanhem a progressão da doença e decidam o momento mais apropriado para a
remoção da catarata”. Os sintomas mais comuns são: perda gradual da visão;
objetos passam a ser vistos de forma embaçada, amarelada; à noite ou em
ambientes mal iluminados, o paciente sente ainda mais dificuldade para
enxergar; percepção de halos ao redor de luzes; ofuscamento e sensação de
mal-estar em ambientes muito iluminados.
Prof. Dr.
Renato Augusto Neves - cirurgião-oftalmologista e
diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP) – www.eyecare.com.br
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