Pesquisar no Blog

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Câncer de pulmão em não fumantes: saiba os fatores de risco

Apesar de, na maioria dos casos, a doença estar relacionada ao tabagismo, há outras atividades que podem aumentar o desenvolvimento de câncer de pulmão

 

O principal fator para surgimento de câncer de pulmão é o tabagismo, sendo responsável por 85% dos casos. Contudo, apesar de os fumantes terem cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença, o câncer de pulmão também atinge não fumantes. Segundo o oncologista torácico Carlos Gil Ferreira, além do fumo, há outros fatores de risco importantes que influenciam o surgimento da doença em não fumantes e que devem ser evitados, sempre que possível. 

 

“O fumo passivo, a poluição, inalação de gases tóxicos e contatos com elementos radioativos e metais pesados são alguns fatores que podem influenciar no desenvolvimento de células cancerígenas no pulmão”, explica Carlos Gil, presidente do Instituto Oncoclínicas. 

   

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) ainda acrescenta que infecções pulmonares frequentes e doenças como enfisema e bronquite crônica, fatores genéticos e histórico familiar de câncer no pulmão, assim como idade avançada, são pontos importantes que podem favorecer o surgimento da doença. 

 

Segundo informações do Ministério da Saúde, há profissões que podem aumentar o risco de câncer de pulmão, devido às exposições ocupacionais. Entre elas estão as atividades de pavimentação, fabricação de borracha, pinturas e varreduras de chaminé. As profissões “bombeiro hidráulico, encanador, eletricista, mecânico de automóvel, mineiro, pintor, soldador, trabalho com isolamento, trabalho em navios e docas, trabalho na conservação do couro, soprador de vidro, limpeza e manutenção e mecânico também estão na lista de fatores de risco para câncer de pulmão.

 

Assim como atividades de trabalhadores rurais que fazem uso de agrotóxicos, profissinais da construção, cortume, fundição de metais (cobre, ferro e aço), colaboradores de indústrias (alumínio, borracha, cimento e gesso, gráfica e de papel, têxtil, metalúrgica, de metal pesado, indústria nuclear, de eletroeletrônicos, de aeronaves e de aparelhos médicos, de vidro), produtores de fertilizantes, coque e negro de fumo, mineração, fábrica de baterias, produção de pigmentos também estão mais suscetíveis à doença no pulmão, segundo o relatório do INCA de diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho.

No caso desses profissionais, a orientação é sempre utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e redobrar a atenção à saúde e consultas médicas caso o trabalhador seja fumante ou ex-fumante . “Os EPIs devem ser usados sempre, pois colaboram para distanciar o profissional de agentes tóxicos, dificultando assim a inalação e contato com substâncias nocivas ao pulmão“, enfatiza o oncologista. 


 

Sintomas e tratamentos de câncer de pulmão


De acordo com Carlos Gil Ferreira, em muitos casos o câncer de pulmão é silencioso e a maior parte dos sintomas surge somente em fases mais avançadas da doença. Por isso, é preciso atenção e consultas médicas regulares em caso de exposição a fatores de risco. “O câncer de pulmão apresenta os mesmos sintomas, seja em pacientes fumantes ou não fumantes. Tosse persistente por mais de 1 mês, seguida de sangue ou piora progressiva, dor torácica que não relacionada à traumas, dificuldade para respirar e perda de peso inexplicada são alguns dos mais comuns”, explica o médico presidente do Instituto Oncoclínicas, reforçando que quanto mais rápido for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de obter tratamentos mais eficazes e de cura.

 

O tratamento do câncer de pulmão é multidisciplinar e pode variar de acordo com a fase da doença, localização do tumor e saúde do paciente. Entre as ações, o especialista pode recomendar cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo. “É importante destacar que o Brasil tem avançado muito, tanto nas ações de controle ao tabagismo, importante para fumantes e não fumantes, quanto no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e menos agressivos À saúde do paciente”, finaliza Carlos Gil. 

 

 Dr. Carlos Gil Ferreira - graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1992) e doutorado em Oncologia Experimental - Free University of Amsterdam (2001). Foi pesquisador Sênior da Coordenação de Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) entre 2002 e 2015, onde exerceu as seguintes atividades: Chefe da Divisão de Pesquisa Clínica, Chefe do Programa Científico de Pesquisa Clínica, Idealizador e Pesquisador Principal do Banco Nacional de Tumores e DNA (BNT), Coordenador da Rede Nacional de Desenvolvimento de Fármacos Anticâncer (REDEFAC/SCTIE/MS) e Coordenador da Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer (RNPCC/SCTIE/MS). Desde 2018 é Presidente do Instituto Oncoclínicas e Diretor Científico do Grupo Oncoclínicas. No âmbito nacional e internacional foi Membro Titular da Comissão Científica (CCVISA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No âmbito internacional é membro do Board, Career Development and Fellowship Committee e do Bylaws Committee da International Association for the Research and Treatment of Lung Cancer (IALSC);Diretor no Brasil da International Network for Cancer Treatment and Research (INCTR); Membro do Board da Americas Health Foundation (AHF). Editor do Livro Oncologia Molecular (ganhador do Prêmio Jabuti em 2005) e Editor Geral da Série Câncer da Editora Atheneu. Já publicou mais de 120 artigos em revistas internacionais. Em 2020, recebeu o Partners in Progress Award da American Society of Clinical Oncology. Presidente Eleito da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica para o período 2023-2025


terça-feira, 6 de junho de 2023

Aumento de acidentes relacionados a fogos de artifício durante as festas juninas preocupa especialistas

Divulgação
A maioria dos ferimentos ocorre por manuseio inadequado de produtos. Os cuidados devem ser imediatos


Nos meses de junho e julho, o Brasil celebra a tradicional festa de São João, um evento repleto de fogos de artifício, fogueiras e balões, muitas vezes manuseados sem orientação adequada. Observa-se um aumento significativo nos índices de atendimento por queimaduras em todo o país durante este período. 

Estima-se que o Brasil registre aproximadamente 1 milhão de acidentes com queimaduras anualmente. Desses, 100 mil vítimas procuram assistência hospitalar e cerca de 2,5 mil acabam falecendo, direta ou indiretamente, em decorrência das lesões.

Segundo Antônio Rangel, enfermeiro da Vuelo Pharma e especialista no tratamento de queimaduras e lesões de pele, a maioria dos acidentes ocorre por manuseio inadequado de produtos que causam queimaduras. 

"É preciso máxima atenção ao lidar com fogo, fogos de artifício e alimentos quentes, principalmente na presença de crianças. Inúmeros são os casos de crianças e bebês que se queimam com líquidos quentes, como o quentão e a canjica. Estas queimaduras podem ser profundas e extremamente dolorosas", ele adverte.

Divulgação
Quando se trata de fogos de artifício e produtos químicos, a especialista enfatiza a importância da leitura das instruções. "É crucial seguir as recomendações do fabricante, pois os produtos químicos podem causar queimaduras severas, explosões e até levar à morte", destaca Rangel. 

Em caso de queimaduras, sua orientação é lavar o ferimento com água corrente, evitar cobrir a área afetada, não aplicar nada além de água e procurar assistência médica para casos mais sérios. "A aplicação de pomadas, pasta de dente, ervas e similares não é recomendada, pois pode agravar a queimadura", ressalta.

Para o tratamento pós-queimadura, Rangel recomenda o uso de um curativo à base de celulose que atua isolando as terminações nervosas e minimizando a dor. "A Membracel, produto de tecnologia 100% nacional, desenvolvida pela Vuelo Pharma, é de fácil acesso, disponível online e em farmácias. Além de oferecer um ótimo custo-benefício, o produto acelera a regeneração da pele. É considerado o curativo do futuro pela sua alta eficácia no tratamento de queimaduras", afirma ele. 


20% das crianças e adolescentes brasileiros sofrem com asma

O agravamento das crises de asma durante as estações
mais geladas é causado pelo contato do ar frio e
seco com os brônquios, o que pode irritar o epitélio -
tapete que reveste o pulmão

Crédito: Envato
Temperaturas frias podem agravar quadros e sintomas da doença



As mudanças climáticas características das estações mais frias – outono e inverno -, somadas ao ar gelado e seco dessa época do ano, são os principais fatores desencadeantes para o desenvolvimento e/ou agravamento de doenças respiratórias, como a asma, que, de acordo com o órgão regulatório de saúde estadunidense CDC (Centers for Disease Control and Prevention), é a doença crônica mais comum em crianças de todo o mundo. Somente no Brasil, cerca de 20% das crianças e adolescentes do país sofrem com o problema, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

Esse agravamento da condição durante as estações mais geladas é causado pelo contato do ar frio e seco com os brônquios, o que pode irritar o epitélio - tapete que reveste o pulmão - e provocar crises de asma, detalha a pneumologista pediátrica, alergista e professora de Pediatria do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), Laura Maria Lacerda Araujo. “A permanência prolongada em ambientes fechados por conta do frio facilita um maior contato com aeroalérgenos, como os ácaros da poeira e mofos, que podem levar a sintomas respiratórios em crianças sensibilizadas”, explica a especialista, ressaltando também a sazonalidade dos vírus respiratórios nesse período, que levam a resfriados e gripes e podem agravar a asma das crianças.

A médica revela que os principais sintomas que crianças com asma apresentam envolvem tosse seca, falta de ar, aperto e chiado no peito, que podem durar dias e ser recorrentes, além de limitações durante as atividades físicas. “Dependendo da gravidade da doença, pode haver também sono irregular, com despertares noturnos por dificuldade respiratória, além de absenteísmo escolar. São restrições que atrapalham a qualidade de vida não somente da criança asmática, mas de toda a família”, aponta.

Segundo Laura, o diagnóstico de asma na infância é essencialmente clínico, pois exames de função pulmonar são difíceis de serem executados em crianças, principalmente nas menores de 6 anos. Entretanto, alguns elementos podem ajudar a não confundir outras condições respiratórias com asma. “Esse problema pode ser identificado se há também a presença de outras doenças alérgicas, como rinite, dermatite atópica ou alergia alimentar, assim como um histórico de familiares com asma”, alerta a médica pediatra, indicando que testes alérgicos podem direcionar para um tratamento mais específico e controle ambiental, além da espirometria, que pode ser solicitada para crianças mais velhas, pois ajuda a diagnosticar a asma ao apresentar uma melhora dos parâmetros respiratórios após a medicação broncodilatadora, que é um dos principais tratamentos da crise de asma.

Entretanto, a alergista ressalta a importância de compreender que a asma se manifesta de maneiras diferentes em cada criança, pois é uma doença heterogênea na sua causa, apresentando uma variedade de sintomas, que também podem se manifestar de formas diversas. “Algumas crianças têm mais queixas nas crises, enquanto outras experimentam sintomas durante atividades físicas, sono ou situações de ansiedade e estresse. Em bebês, o chiado pode ser um sintoma isolado; já em crianças que estão em idade escolar, o aperto no peito chama mais atenção”, detalha Laura, que finaliza com dicas que podem evitar as crises asmáticas tão comuns nos meses mais frios do ano. “A vacinação contra a gripe e covid-19 é fundamental, tendo em vista que, dentre os principais desencadeantes de sintomas respiratórios nas crianças asmáticas, encontram-se as infecções virais. Além disso, manter os ambientes limpos, livres e arejados, mesmo durante o frio, para evitar acúmulo de mofo, ácaros, vírus e bactérias circulantes”, recomenda a especialista, destacando a importância do acompanhamento médico para as crianças, com um tratamento individualizado que lhes permita adquirir um controle satisfatório da doença, para que possam levar uma vida absolutamente normal.

 

Universidade Positivo
up.edu.br/

 

A mudança na vida de pessoas que trocaram as dores por próteses articulares

As dores articulares são uma das principais causas que afetam a qualidade de vida das pessoas após os 60 anos, principalmente devido a artrose – uma doença das articulações que se caracteriza por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.


80 a 90% das pessoas após os 40 anos já mostram sinais de osteoartrite (ou artrose), mas os sintomas de dor e limitação de movimentos começam mesmo com a idade. Com o aumento da expectativa de vida no país, esse avanço da artrose parece não apresentar um bom quadro para o futuro da sociedade.

Hoje, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem de artrose e a tendência é que esse número aumente na medida que a população vive mais. Mas não é só a população sênior que vai sofrer. O desgaste de articulações pode estar ligado à vários fatores, outras doenças, estilo de vida e traumas.

Atletas podem ter problemas articulares graves devido ao stress que impõem aos seus corpos. Acidentes e fraturas, mesmo na infância, podem levar a um desgaste precoce e condições como a diabetes e a obesidade, o mesmo.

E, nos casos extremos, onde a dor limita a vida do indivíduo, independente de sua idade, a solução mais indicada é a troca da articulação prejudicada por uma prótese articular. As mais populares são as de joelho e quadril, mas todas as articulações afetadas podem ser substituídas por uma peça que emula os movimentos com perfeição, geralmente produzidas com titânio, plásticos de alta performance e/ou porcelana e que se adaptam perfeitamente à anatomia da pessoa.

Infelizmente, no Brasil, muitas pessoas estão perdendo dias de vida bem vividos por não conseguirem, ou não tomarem a decisão bem aconselhada, de se submeterem à uma cirurgia de implante de prótese articular. O SUS tem implantado 4 próteses de joelho por 100 mil habitantes e 8 próteses de quadril a cada 100 mil habitantes. Os números internacionais são, respectivamente de 142,8 por 100 mil e 191,8 por 100 mil.1

A realidade, mesmo na medicina suplementar, é um pensamento antiquado de que a prótese não vai melhorar a vida do paciente, ou que a durabilidade será de poucos anos – pensamentos reforçados por históricos muito antigos, já que nos últimos 15 anos, a indústria médica revolucionou a história, com instrumentais customizados em impressoras 3D, softwares de alinhamento, próteses personalizadas e únicas até seu próprio robô cirúrgico – caso do ROSA.

A criação do Instituto da Mobilidade do Hospital Moriah se dá justamente para a mudança total desse paradigma, reunindo equipes altamente especializadas – no Brasil e fora – em cirurgias de substituição de articulações de joelho, ombro e quadril.

A intenção da reunião do grupo é oferecer, em um só lugar, o que há de mais moderno no mundo em termos de mobilidade humana, reunindo tecnologia, conhecimento e olhar individualizado – e, por que não, carinhoso – para o paciente.
O Instituto oferece equipes focadas nos mais diferentes tipos de lesões, tanto as causadas pela idade e degeneração natural, quanto os causado por esportes de alto impacto ou traumas.

As equipes que coordenam o Instituto da Mobilidade são:

Joelho – dr. Marco Demange – graduado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), possui mestrado em técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, doutorado em técnicas de navegação cirúrgica computadorizadas e pós-doutorado nas Universidades de Harvard e Cornell (EUA). Atua também como professor no departamento de ortopedia e traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Quadril - dr. Marco Aurélio Silvério Neves - possui graduação pela Universidade de São Paulo e estudou na Alemanha, França, Bélgica e Estados Unidos, locais em que ampliou a sua experiência com fraturas de alta complexidade e próteses.

Ombro – dr. José Carlos Garcia Junior - graduação pela Universidade Federal de São Paulo, ampliou os seus estudos na Mayo Clinic e em Princeton (ambas nos EUA), concluiu seu mestrado na Universidade de Liverpool (Inglaterra), doutorado pela Universidade de São Paulo e é certificado em cirurgia robótica pela École Européenne de Chirurgie, de Paris. Também estudou robótica e microcirurgia (Fellow Research) no IRCAD da Universidade de Estrasburgo (França), onde participou de uma série de trabalhos sobre microcirurgia robô-assistida. E dr. Paulo Muzy - formado em medicina e especialista em ortopedia e traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É professor titular de ciências do exercício da Escola Paulista de Ciências Médicas, médico da IFBB (International Federation of Bodybuilding and Fitness) e, desde 2007, trabalha com desempenho esportivo. 



1) Márcio de Castro Ferreira et al. Artroplastia total de joelho e quadril: a preocupante realidade assistencial do Sistema Único de Saúde brasileiro. Revista Brasileira de Ortopedia, 2018. 
 


Cardiopatia Congênita: diagnóstico precoce e cirurgias realizadas ainda no período neonatal melhoram o prognóstico e evitam mortes

Todos os anos, aproximadamente 21 mil bebês precisarão de alguma intervenção cirúrgica para correção das malformações cardíacas, que estão entre as que mais matam na infância. Ecocardiograma fetal é o principal exame para o diagnóstico precoce da condição.


A cardiopatia congênita é uma doença que consiste na anormalidade na estrutura ou função do coração e uma das principais causas de morte neonatal no País. Segundo dados do Ministério da Saúde, um a cada 100 nascidos vivos no Brasil tem alguma cardiopatia: aproximadamente 21 mil bebês precisarão de algum tipo de intervenção cirúrgica para sobreviver e 6% morrem antes de completar um ano de vida. Para alertar sobre a enfermidade durante o período gestacional e os meios de diagnosticá-la precocemente, 12 de junho é marcado como o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita.

O Hospital e Maternidade Santa Joana, com grande expertise no atendimento às gestantes, neonatos e saúde da mulher há mais de 75 anos, é referência no País em cuidados de malformações cardíacas. O Centro de Cardiopatia Fetal da Instituição oferece os mais variados exames, com profissionais altamente especializados, desde o diagnóstico até o tratamento na UTI Neonatal. Desde 2012, mais de 550 procedimentos foram realizados em recém-nascidos. “Temos obtido sucesso em mais de 90% das cirurgias para correção de cardiopatias congênitas no período neonatal”, afirma Dr. José Cícero Stocco Guilhen, especialista em cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Santa Joana.

Estatísticas mundiais apontam que menos de 50% dos casos cirúrgicos são descobertos no pré-natal, o que é muito importante para reduzir a mortalidade e melhorar o desfecho clínico. Alguns casos de cardiopatias congênitas podem ser diagnosticados no ultrassom morfológico. No entanto, o exame mais indicado, já que detecta de 70% a 90% dos casos, é o ecocardiograma fetal, que deve ser realizado entre a 24ª e 28ª semana de gestação.

Na maioria das cardiopatias congênitas a causa não é identificada, pois podem incluir vários fatores: genéticos, uso de medicamentos e drogas, doenças maternas - diabetes e lúpus -, e infecções virais. Também são considerados mais susceptíveis às cardiopatias congênitas os bebês que têm diagnóstico de  doenças cromossômicas, como a síndrome de Down. Essas enfermidades podem interferir no momento da formação do coração fetal, que ocorre nas primeiras oito semanas de gravidez.

Entre as malformações mais comuns estão as comunicações interatriais e as comunicações interventriculares, além de defeitos mais complexos como a tetralogia de Fallot e a transposição das grandes artérias. Os sintomas são falta de ar, cansaço, ponta dos dedos e lábios azulados, modificações no formato do tórax, sudorese e, no caso dos bebês, cansaço entre as mamadas, sudorese e queda do teor de oxigenio na circulação.  “Essas malformações ocorrem devido a falhas no desenvolvimento embrionário de uma estrutura cardíaca normal. Com isso, o desenvolvimento estrutural e funcional do restante do sistema circulatório pode ficar comprometido”, afirma Dr. Guilhen.

 

Diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce das cardiopatias congênitas pode ser feito ainda na vida fetal. Os exames de ultrassom morfológico realizados rotineiramente nos primeiro e segundo trimestres gestacionais fazem o rastreamento da malformação no coração do bebê. Se existir suspeita de alguma anormalidade, o segundo passo será realizar um ecocardiograma do coração do feto. “O melhor período para realização do exame é entre 24ª e 28ª semana de gestação, mas se houver algum fator de risco mais importante, como anomalia cromossômica já detectada, pode ser realizado antes, por exemplo, com 16 semanas”, destaca Dra. Marina M Zamith, cardiologista pediátrica responsável pelo setor de Ecocardiografia Fetal e Neonatal do Hospital e Maternidade Santa.

Por isso, é fundamental acompanhar a saúde do bebê antes mesmo dele nascer, como propõe o Centro de Medicina Fetal do Santa Joana. Neste serviço, uma equipe multiprofissional especializada realiza desde consultas de acompanhamento de rotina até os mais sofisticados exames. “Diante da descoberta de qualquer problema, como uma cardiopatia congênita, o acompanhamento da gestação será mais intenso para que a saúde e o bem-estar do bebê e da mãe sejam preservados com o máximo de segurança possível”, afirma Dr. Guilhen.


Hospital e Maternidade Santa Joana
www.santajoana.com.br


Rh negativo ainda é crítico no Banco de Sangue do HSPE. Campanha Junho Vermelho busca garantir estoques para o inverno

Em Hospital de SP, estoque dos tipos de sangue AB-, O- e B- estão em situação crítica

 

O Banco de Sangue do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual) abre a campanha Junho Vermelho 2023 para estimular a doação espontânea e garantir os níveis ideais dos estoques na chegada do inverno, período que geralmente, há queda na demanda de doadores.

Todos os tipos sanguíneos, O, A, B e AB são importantes, embora os Rh negativos sejam os mais necessários para a reposição e manutenção dos estoques.

Com o slogan: “Não Pule a Fogueira, nem a Doação” a campanha deste Junho Vermelho faz uma associação com as tradições das festas juninas e a importância desse ato que salva vidas. A alegria é o ponto de união entre os dois momentos, celebrados pelas famílias tanto nos festejos como na recuperação de pacientes que recebem a doação de sangue.

“Nosso objetivo é manter em todos os meses do ano o mesmo patamar de coleta para garantir a autossuficiência do Banco de Sangue. E todos os tipos sanguíneos são bem-vindos”, destaca Fábio Lino, diretor do Serviço de Hematologia do Hospital do Servidor Público Estadual (Iamspe).


Estoque sazonal               

Após enfrentar sérias dificuldades nos últimos dois anos, o Banco de Sangue do HSPE busca manter o equilíbrio sazonal dos estoques com ações de busca ativa por doadores nos primeiros meses deste ano.

A chegada do inverno, no entanto, acende o alerta para a necessidade de ampliar a coleta durante a chamada “baixa estação”. O frio e o período de férias no meio do ano costumam afastar os doadores dos bancos de sangue.

“É uma realidade que estamos mudando aos poucos, estimulando os servidores que freqüentam o HSPE e seus familiares, e também o público em geral a esquentar a solidariedade nesta época do ano. Vai “pular a fogueira”, dá um pulo no Banco de Sangue e faz sua doação”.

Vale lembrar que cada doação de aproximadamente 450 ml de sangue salva até quatro vidas.

O doador de sangue tipo O positivo, por exemplo, pode atender à necessidade de receptores igualmente do tipo O+, além do A+, B+ e AB+. Já o O negativo supre a necessidade todos os demais tipos, sejam eles Rh positivo ou negativo. É o chamado doador universal.

Um doador de sangue tipo AB positivo atende apenas pacientes do mesmo tipo e fator sanguíneo. O AB negativo pode ser doado para receptores do mesmo tipo, tanto nos fatores positivo como negativo.

O tipo A positivo pode ser doado para pessoas com o mesmo tipo e fator Rh e para quem tem sangue AB+. Já o A negativo pode ser doado tanto para A como para AB, ambos de Rh positivo ou negativo.

O tipo B positivo atende a necessidade de pessoas com tipos sanguíneos B+ e AB+. Já o tipo B negativo pode ser doado para pessoas tanto do tipo B como AB, de ambos os fatores Rh.

O Banco de Sangue do HSPE funciona de 2ª a 6ª feira, das 9h às 16h, e aos sábados, das 8h às 16h.

Fica na Rua Pedro de Toledo, 1.800, São Paulo-SP.

 

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – Iamspe


Dia Mundial do Transplante : três avanços na medicina que podem salvar mais vidas

Como novas tecnologias e medicamentos podem aumentar o número de transplantes.


Com muita frequência, as pessoas que estão esperando por transplantes de órgãos que salvam vidas não conseguem realizar o procedimento. Um dos maiores desafios é a falta de órgãos doados em condições viáveis. Avanços médicos promissores trazem novas possibilidades para a realização de mais transplantes e assim salvar mais vidas, afirma o Dr. Mauricio Villavicencio, diretor cirúrgico de transplante cardíaco e pulmonar na Mayo Clinic em Rochester.

“A insuficiência cardíaca é uma epidemia em todo o mundo. Um transplante cardíaco representa o padrão-ouro para o tratamento avançado desse distúrbio. Mas o número de pessoas que morrem na lista de espera permanece elevado. Com o uso desses avanços médicos, esperamos mudar essa situação”, afirma o Dr. Villavicencio.

Aqui estão três avanços que podem expandir o conjunto de doação de órgãos e assim salvar mais vidas:


1. Mais doações após morte circulatória:

Tradicionalmente, as doações de órgãos vêm principalmente de doadores que sofrem morte cerebral enquanto os corações ainda permanecem batendo. Cada vez mais, os órgãos doados vêm de doadores que morrem depois que o coração para de bater. No passado, corações e pulmões vindos dessas mortes eram normalmente descartados. Os avanços médicos agora permitem que especialistas em transplante usem esses órgãos. Os especialistas em transplante podem ressuscitar o coração em uma máquina de circulação extracorpórea ou em um dispositivo de perfusão fora do corpo para se tornar um doador. Aproximadamente 20 a 30 por cento de todas as doações de órgãos estão vindo desses doadores.


2. Sistemas de perfusão de órgãos:

A criação de sistemas de perfusão de órgãos (dispositivos mecânicos que ajudam os órgãos a permanecerem viáveis fora do corpo) está mudando os transplantes de órgãos. Um exemplo disso é a tecnologia “Heart in a box” (coração em uma caixa), um dispositivo portátil que ressuscita um coração que havia parado de bater e o mantém batendo até que possa ser transplantado.

“Essa tecnologia permite o transplante cardíaco a longa distância. Quando um coração é colocado em uma caixa térmica, ele deve ser transplantado em até quatro horas. A tecnologia “Heart in a box” dobra o tempo em pelo menos oito horas”, comenta o Dr. Villavicencio.

Um sistema de perfusão de órgãos semelhante e disponível para pulmões é chamado de perfusão pulmonar ex vivo. Ele preserva o pulmão doado em uma máquina fora do corpo. Os pulmões também podem ser restaurados para uma condição adequada para transplante.


3. Órgãos de doadores com hepatite C:

Atualmente, órgãos de doadores com hepatite C podem ser transplantados com segurança para pacientes na lista de espera. Essa mudança é possível graças à nova geração de medicamentos antivirais altamente eficientes. Depois que os órgãos são transplantados, os pacientes iniciam o tratamento antiviral que normalmente elimina o vírus do corpo em sete dias, diz o Dr. Villavicencio. No passado, esses possíveis doadores de órgãos teriam sido desconsiderados.

 

Mayo Clinic


“Gestão de alergias em meio às mudanças ambientais” é tema de campanha mundial

De 18 a 24 de junho de 2023 é lembrada a Semana Mundial da Alergia


“As alergias respiratórias, entre elas asma e rinite, são as mais susceptíveis às mudanças climáticas. Além destas, as alergias oculares costumam sofrer um impacto negativo no seu controle. Por isso essa Semana Mundial da Alergia é importante, para criar conscientização sobre as alergias e suas relações com o meio ambiente”, comenta Dr. Clóvis Galvão, médico alergista e imunologista pela USP.

 

Este ano o foco da a Semana Mundial da Alergia está na gestão de doenças alérgicas em meio às mudanças ambientais. Abaixo o especialista, que também é diretor da Clínica Croce, centro de vacinação e infusão de imunobiológicos com especialistas das áreas de Alergia, Imunologia Clínica (doenças autoimunes, autoinflamatórias e imunodeficiências) e Endocrinologia, comenta sobre o tema da campanha.

 

Quais estratégias de gestão de doenças alérgicas são mais eficazes diante de mudanças ambientais significativas?

Ter uma boa aderência ao tratamento já prescrito pelo médico ajuda a manter a alergia sobre controle, o que minimiza os efeitos de mudanças ambientais. Neste contexto, é primordial uma boa aderência às medidas de controle ambiental também.

 

Quais medidas preventivas podem ser adotadas para minimizar os efeitos das mudanças ambientais nas doenças alérgicas?

As medidas preventivas de controle ambiental são importantes, não apenas para diminuir a exposição ao alérgenos causadores, mas para minimizar também os impactos das mudanças ambientais - estas medidas devem ser individualizadas, mas algumas são de orientação geral como deixar o lugar mais arejado, evitar ambientes hermeticamente fechados e promover a umidificação e/ou hidratação das vias aéreas e conjuntiva ocular.

 

Quais são os desafios clínicos enfrentados no diagnóstico e tratamento de doenças alérgicas em um ambiente em constante mudança?

A baixa umidade do ar e a grande amplitude térmica estão entre os maiores desafios. Além disso, dependendo do local geográfico, as mudanças ambientais promovem menor dispersão de poluentes, o que acaba agredindo as vias aéreas, provocando sintomas e agravando as crises alérgicas.

 

Quais são as principais recomendações para médicos no acompanhamento e tratamento de pacientes com doenças alérgicas em meio a mudanças ambientais?

As principais recomendações no acompanhamento são assegurar a adesão do paciente ao controle ambiental e tratamento farmacológico, manter hidratação das vias aéreas e conjuntiva ocular, orientar seguimento com especialista e uso de vacinas para prevenir doenças respiratórias e/ou infecciosas graves.

 

Clínica Croce
www.clinicacroce.com.br
https://www.facebook.com/clinicacroce/
https://www.instagram.com/croceclinica/
https://www.youtube.com/clinicacroce


Teste do Pezinho ampliado pode ajudar a detectar 100 casos de doenças muito graves por ano e mais 250 mil casos de outras imunodeficiências primárias

 Diagnóstico ao nascimento pode poupar R$ 3 milhões por caso aos cofres públicos, verba suficiente para mais 30 mil testes


No dia 6 de junho, comemora-se o Dia Nacional do Teste do Pezinho. Disponibilizado no SUS (Sistema Único de Saúde) e realizado ainda na maternidade, o teste gratuito pode diagnosticar, ao nascimento, seis imunodeficiências primárias, que são doenças de origem genética que afetam o desenvolvimento do sistema imunológico. A Lei nº 14.154, de 2021, prevê a ampliação para 53 tipos de doenças. Além de salvar vidas, a implantação da nova legislação vai gerar uma economia de R$ 3 milhões para cada caso diagnosticado precocemente, o suficiente para a compra de outros 30 mil novos testes.

No Brasil, são registrados 2,5 milhões de nascimentos por ano, com uma estimativa de 100 novos casos de SCID (Imunodeficiência Combinada Grave) e 250 mil casos de outras imunodeficiências menos graves por ano, mas que requerem tratamento. “A SCID, quando tratada e transplantada precocemente, por volta de três a seis meses de idade, pode custar até R$ 1 milhão. Quando não diagnosticada, o paciente morre no primeiro ano de vida, com um custo de R$ 4 milhões. Se diagnosticar precocemente (com o Teste do Pezinho Ampliado), conseguimos poupar R$ 3 milhões para cada caso e, com esse dinheiro, pagar mais 30 mil testes e encontrar o próximo paciente para ser salvo”, explica o imunologista e diretor científico da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), Dr. Antonio Condino Neto.

O governo tem quatro anos para implantar a nova lei, a contar de 2021. No entanto, a cidade de São Paulo, o Distrito Federal e o Estado de Minas Gerais já fizeram a ampliação. “Embora todos os demais ainda estejam no prazo, seria muito interessante se outros locais também antecipassem a implantação da triagem neonatal. Vamos ampliar muito o leque de possibilidades diagnósticas e salvar muito mais crianças”, destaca o médico.

As imunodefiências primárias são um conjunto de aproximadamente 450 doenças de origem genética que afetam o desenvolvimento do sistema imunológico. “São problemas de nascença. Esses pacientes podem apresentar uma susceptibilidade para ter infecções por repetição, formas graves de alergia, formas graves de doenças autoimunes e autoinflamatórias e também susceptibilidade a câncer. A incidência delas na população é de cerca de 1 para 10.000, e elas são classificadas em dez grupos. No Brasil, a população estimada de pessoas com imunodeficiências primárias é de 20 mil pessoas”, explica Dr. Condino. “A triagem neonatal visa a detecção precoce, logo ao nascimento, de doenças que são assintomáticas e que, em pouco tempo, terão uma evolução catastrófica, com elevada gravidade, morbidade, sequelas e mortalidade, se não forem diagnosticadas e tratadas da maneira correta”, completa. 

De acordo com Dr. Condino, pelo fato de as imunodeficiências primárias serem uma área relativamente nova na medicina, muitos médicos não conhecem essas doenças, e as famílias, muito menos. “Vamos lembrar que o médico só diagnostica aquilo que conhece”, afirma. “O diagnóstico tardio vai chegar em um momento em que já se instalaram várias sequelas. Quem tem pneumonia por repetição, por exemplo, vai ter sequelas no pulmão, bronquiectasia; a pessoa pode ter uma meningite e ficar com uma deficiência intelectual; pode ter infecções de ouvido de repetição e ficar surda; desnutrição devido ao quadro de diarreia crônica; infecções de pele com muitas cicatrizes, e por aí vai. A lista de problemas é numerosa. Então a ideia é diagnosticar cedo, precocemente, e começar o tratamento para justamente evitar essas complicações que vão acontecer”, reforça. 

Os sinais de alerta para as imunodeficiências primárias, segundo a Fundação Jeffrey Modell: 

– Duas ou mais novas infecções de ouvido em um ano

– Duas ou mais novas infecções sinusais em 1 ano, na ausência de alergia

– Uma pneumonia por ano por mais de 1 ano

– Diarreia crônica com perda de peso

– Infecções virais recorrentes (resfriados, herpes, verrugas, condilomas)

– Necessidade recorrente de antibióticos intravenosos para eliminar infecções

– Abscessos profundos e recorrentes da pele ou órgãos internos

– Aftas persistentes ou infecção fúngica na pele ou em outro lugar

– Infecção por bactérias semelhantes à tuberculose normalmente inofensivas

– História familiar de Imunodeficiências Primárias

 

Alimentos para crianças disponíveis no mercado: açúcar em excesso e nutrientes em falta, alerta estudo

Embalagens coloridas e marketing direcionado às crianças escondem alimentos com baixa qualidade nutricional

 

Você já parou para observar as embalagens de alimentos e bebidas voltados para crianças? São coloridas, repletas de personagens adoráveis e parecem verdadeiros convites para os pequenos. Essa estratégia de marketing cria a ilusão de que esses produtos são saudáveis. No entanto, por trás dessas embalagens, escondem-se alimentos que são verdadeiros vilões da saúde infantil. Estudos revelam que grande parte possuem poucos nutrientes e são ricos em calorias, açúcares e aditivos. A médica Lorena Balestra   afirma que essa descoberta alarmante traz à tona  a necessidade de uma mudança no panorama alimentar. 

Um estudo publicado na revista PLOS One, analisou cerca de 6.000 produtos embalados para examinar o impacto das estratégias de marketing direcionadas às crianças e suas informações nutricionais. Os resultados são claros: alimentos e bebidas com apelos infantis contêm altos níveis de açúcares e menos nutrientes essenciais. "Infelizmente, esses produtos, promovidos para crianças, são prejudiciais à saúde e apresentam qualidade nutricional inferior", explica a Dra. Balestra. 

Embora o estudo tenha sido conduzido no Canadá, esse é um problema global, e a Dra. Lorena destaca que as crianças são expostas a esses produtos de várias maneiras, incluindo nas mídias sociais, convívio com amigos e até mesmo na escola. “A promoção direcionada às crianças é uma estratégia poderosa para as empresas, pois as crianças tendem a se tornar adultos leais à marca", ressalta a profissional. 

É crucial compreender o impacto dessa influência mercadológica na alimentação das crianças, pois os hábitos alimentares adquiridos durante a infância têm repercussões ao longo da vida. "Os alimentos consumidos nas fases iniciais afetam diretamente a forma como as pessoas se alimentam na vida adulta,  os hábitos alimentares desenvolvidos nessa fase podem comprometer sua saúde no futuro", adverte a Dra. Balestra. 

Mas ainda sim há medidas que podemos tomar em casa para promover uma alimentação mais saudável. “Podemos começar cozinhando mais em casa, permitindo um controle maior sobre a quantidade de gordura, açúcar e sal presente nas refeições das crianças. Cozinhar e comer em família também traz benefícios para a saúde mental e emocional”, afirma.

 Uma opção é tornar a preparação dos alimentos mais atrativa, utilizando formas de animais e acessórios decorativos que estimulem o interesse dos pequenos. Além disso, é essencial envolver as crianças nas atividades culinárias, permitindo que participem na escolha e no preparo dos alimentos. Isso ajuda a desenvolver habilidades e criar uma conexão com a comida. Também é importante envolvê-las nas compras do supermercado, ensinando-as a escolher ingredientes “Dessa forma, estamos construindo bases sólidas para que as crianças aprendam a escolher, preparar e desfrutar de alimentos saudáveis e saborosos ao longo de suas vidas”, salienta a especialista. 

É importante ressaltar que introduzir hábitos alimentares mais saudáveis nem sempre é um processo fácil, pois cada criança é única e suas preferências podem variar. Nem todas estão dispostas a experimentar novos alimentos ou aceitar mudanças de imediato. No entanto, é fundamental lembrar que cada pequena mudança em direção a uma alimentação mais saudável faz diferença. Ao persistir e oferecer boas opções de maneira criativa e gradual, estamos proporcionando às crianças a oportunidade de descobrir novos sabores e texturas. “É um processo contínuo de educação alimentar, no qual a paciência e a persistência são essenciais. Cada pequena vitória, seja uma escolha mais saudável em uma refeição ou o entusiasmo em experimentar um novo alimento, é um passo importante na construção de uma base sólida para uma vida saudável”, finaliza Lorena.

  

Dra. Lorena Balestra - médica pós-graduada em nutrologia e endocrinologia. Em 2013 fez um workshop de biologia molecular na Michigan State University, em Michigan.

 

Saiba o que os especialistas dizem sobre as cápsulas mastigáveis que prometem facilitar a higiene bucal

As cápsulas mastigáveis veganas são umas das novidades do mercado destinadas à saúde bucal. De acordo com o fabricante, as cápsulas facilitam a higienização e respeitam o meio ambiente no processo de produção. Ainda de acordo com o fabricante, um tablete tem a quantidade ideal para escovação dos dentes. Ao mastigar, em contato com a saliva, a cápsula forma uma espuma. Em seguida, a orientação é para que se escove os dentes normalmente ou enxágue.

O tablete também promete ação de enxaguante bucal, caso a pessoa não tenha escova por perto. A indicação é mastigar e fazer bochechos com água. 

Embora, por enquanto, só possa ser adquirido pelo e-commerce, o uso do produto já está no radar do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), pois a escovação desempenha um papel fundamental na higienização da boca.

Afinal, as cápsulas ou tabletes mastigáveis são ou não indicadas?

A orientação fornecida pelo professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Odontologia da Universidade Santo Amaro - UNISA/SP e membro da Câmara Técnica de Periodontia do CROSP, Dr. Caio V. G. Roman Torres, é não usar as cápsulas, pois os produtos foram lançados sem os devidos testes e pesquisas. Além disso, segundo ele, não há ação comprovada e sua composição tem substâncias que podem ser nocivas.

O especialista alerta que as cápsulas mastigáveis não substituem a pasta de dentes e a escovação e cita alguns motivos:

- A única substância que pode combater a cárie é o flúor e as cápsulas não têm.

- Sem a escovação, nem mesmo o flúor tem alguma ação.

- Não existem pesquisas que provem que o uso das cápsulas pode substituir a pasta de dentes;

- As substâncias presentes nas cápsulas não possuem ação comprovada na proteção e combate às bactérias que atuam na cárie e na gengivite.

- Bochechos com a cápsula terão efeito placebo, pois as substâncias presentes não têm a ação de um enxaguatório bucal.

“As cápsulas mastigáveis não possuem nenhuma ação de proteção aos dentes, não há testes e pesquisas que confirmam sua ação benéfica e os fabricantes apelam para o cuidado com o meio ambiente afirmando que os tubos de plástico das pastas são prejudiciais. E é nesse apelo que ganham adeptos”.

Dr. Caio esclarece, ainda, que se a composição tiver substâncias que efetivamente protejam os dentes (flúor) e pesquisas forem realizadas no intuito de mostrar os benefícios das cápsulas frente às pastas de dentes, o cenário pode mudar. “Enquanto isso não acontecer, cápsulas mastigáveis não são indicadas”.

O especialista orienta que as pessoas procurem sempre o Cirurgião-Dentista antes de utilizar produtos diversos na higienização dos dentes, especialmente como esses.

 

CROSP - Conselho Regional de Odontologia de São Paulo



Dicas do Dr. Bactéria para o Dia dos Namorados

Amar é lindo, né? Mas quando se está apaixonada, a pessoa é capaz de cometer tantos equívocos, que considera “muito fofo”, mas não sabe que é pura negligência e pode comprometer a sua saúde.


O casalzinho "só love" começa a conviver, querer ficar cada vez mais tempo juntos, passar a noite na casa do outro e acha até uma evolução do relacionamento compartilhar, não só suas intimidades, mas objetos pessoais, roupas, calçados, meias e material de higiene também!

Há pessoas que consideram um simbolismo de incrível cumplicidade usar a mesma escova dental, mesma toalha, comer no mesmo prato, até que aparecem os primeiros sinais dessa troca nada romântica.
Assim, para mostrar o quanto você ama seu parceiro(a), fique de olho nas dicas do biomédico Roberto Martins Figueiredo, o querido Dr. Bactéria, e aprenda a compartilhar somente o que é saudável!



Trocar chiclete e bala com a boca


Pode parecer divertido, mas pensando bem, qual o benefício que você tem em trocar balas ou chicletes mascados pela boca do outro? Quer saber: as bactérias da saliva, misturadas aos resíduos dos doces que ficam nos dentes, podem transmitir desde bactérias resistentes como a Helicobacter pylori, que causa infecções como a gastrite e úlcera, mononucleose, herpes labial e gripes. Quer mais?

Juntar as escovas de dentes
Pode parecer romântico, mas juntar as escovas só deve acontecer mesmo na metáfora, por favor. E entenda que compartilhar a mesma escova não é demonstração de amor, mas um convite ao contágio!
Sabe-se que em uma gota de saliva há cerca de 2 bilhões de microrganismos que se multiplicam rapidamente na escova.

Fazer xixi dentro do box
Tomar banho junto é gostoso, mas fazer xixi dentro do box não é nada romântico, não concorda? Além de que você pode ter contato com algumas bactérias para lá de indesejadas.


Usar a mesma toalha de banho
Falando em banho, nada de usar a mesma toalha, mesmo que pareça limpinha. Os micro-organismos não são visíveis, mas transmitem desde ácaros até doenças infecciosas como o HPV! Vai arriscar?

Uso de objetos de higiene e pessoais
“Micoses e infecções de pele são facilmente transmitidas quando a pessoa contaminada compartilha objetos do outro. Então, é bom lembrar que lâminas, cortadores de unhas e alicates são de uso exclusivo e pessoal e não devem ser compartilhados! O mesmo vale para copos e talheres: cada um que use o seu! Aproveitem e façam um brinde à vida, celebrando com muito carinho, admiração, confiança, gentilezas, respeitando sempre as individualidades e demonstrando todo seu amor”, finaliza Dr. Bactéria.



Ambientes saudáveis geram produtividade nas indústrias

Preocupação com a salubridade das plantas industriais, considerando responsabilidade ambiental e custo reduzido, agrega climatizadores evaporativos para melhorar a qualidade do ar nos espaços internos


Com 23,9% de participação no PIB e responsável pela geração de 21,2% dos empregos formais no País, o setor industrial brasileiro se desafia constantemente a ampliar seus resultados. A contribuição para o Brasil em investimentos destinados a pesquisa e desenvolvimento, de acordo com perfil divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ultrapassa 66%. Mas é também na manutenção e na aplicação de soluções para o ambiente físico das empresas que a produtividade encontra espaço para crescimento. “Hoje em dia, há uma grande preocupação com a salubridade nas plantas industriais agregada à produtividade”, afirma Carlos Gusmão, gerente de Projetos e Engenharia da Ecobrisa. Neste ponto, observa o engenheiro, a qualidade do ar que circula em linhas de produção, galpões e locais de armazenamento deve ser tratada como prioridade.

Ambiente saudável e produtividade, combinação desejável não só nas empresas brasileiras, mas também em corporações ao redor do mundo, dependem da implementação de equipamentos adequados, que unam cultura de segurança e sistemas econômicos e ecologicamente corretos.

Nas plantas industriais, são muitos os desafios para a manutenção da qualidade, filtragem e renovação do ar, assim como do aumento da umidade relativa em grandes espaços físicos. “Sem dúvida, condições internas ideais contribuem para a saúde dos colaboradores e, consequentemente, para bons resultados nos negócios”, ressalta Gusmão.

Referência nacional, a Ecobrisa se destaca em soluções de resfriamento evaporativo para ambientes empresariais. “Antes de finalizar a venda de qualquer um dos climatizadores evaporativos que consolidam a participação da Ecobrisa no mercado brasileiro, nossas ações são direcionadas a avaliações criteriosas dos ambientes industriais, para averiguar condições técnicas e necessidades de cada organização”, diz.

A opção pelo sistema evaporativo em ambientes industriais traz uma série de vantagens. Por não utilizarem fluidos refrigerantes químicos, como nos sistemas de ar-condicionado com compressores, e dependerem principalmente da evaporação da água, os climatizadores reduzem consideravelmente as emissões de gases prejudiciais.

Mas ainda há outros benefícios. “Os sistemas evaporativos são duráveis, confiáveis, de fácil instalação e não possuem refrigerantes químicos que necessitem ser gerenciados”, pontua Carlos Gusmão. De acordo com o engenheiro, isso simplifica a gestão de resíduos e elimina o risco de vazamentos prejudiciais. Em termos de design e manutenção, são mais simples que os sistemas de ar-condicionado convencionais. Com menor número de componentes mecânicos requerem menos manutenção e oferecem custos reduzidos de reparo. “Além disso, os climatizadores evaporativos Ecobrisa geralmente possuem recursos e métodos para controle e até mesmo automação, permitindo o monitoramento fácil e eficiente do desempenho”, complementa.

O consumo de energia, segundo o engenheiro, é outro ponto a ser destacado. Reconhecidos pela alta eficiência energética, os climatizadores evaporativos reduzem o consumo na conta de energia, pois dependem do princípio natural da evaporação da água para resfriar o ambiente.

Para Carlos Gusmão, uma característica bastante desejável desses sistemas é a capacidade de adaptação a condições climáticas variáveis. “Os climatizadores evaporativos podem fornecer resfriamento eficiente em ambientes com temperaturas mais altas e baixa umidade, o que os torna ideais para regiões com climas quentes. Também são capazes de fornecer umidificação do ar em climas muito secos”, finaliza.


Em El Geneina, no Sudão, conflitos mantêm pessoas encurraladas e dificultam sobrevivência

"A situação é insuportável e requer intervenção urgente", diz profissional de MSF na cidade


Em árabe, El Geneina significa "o jardim". Mas o significado não está alinhado à difícil realidade que as pessoas têm enfrentado na cidade do Sudão. Estima-se que pelo menos 500 pessoas tenham sido mortas em El Geneina desde o início dos conflitos e que um número semelhante de feridos permaneça preso na cidade, sem condições de acessar tratamentos de saúde. Ninguém pode entrar na cidade para ajudá-los e ninguém pode tirá-los de lá. Médicos Sem Fronteiras (MSF) tem uma equipe cirúrgica esperando em Adré, cidade no Chade, país vizinho, mas a evacuação dos pacientes em El Geneina é atualmente impossível devido aos conflitos.  

Moussa Ibrahim, supervisor de logística de MSF em El Geneina, viajou para Adré, no Chade, por alguns dias para supervisionar as atividades com as equipes no país e avaliar possível apoio logístico para Darfur Ocidental. Ibrahim fez um relato do que vivenciou na cidade sudanesa.  

“Desde julho de 2021, sou supervisor de logística de MSF e moro em El Geneina. Minha visita ao Chade foi necessária devido ao apagão que temos vivido, por causa das interrupções de internet e meios de comunicação. Também teve como objetivo estabelecer uma coordenação com as equipes de MSF baseadas em Adré, que estiveram de prontidão para apoiar iniciativas locais sempre que possível.   

O caminho de El Geneina para o Chade está cheio de perigos, pois grupos armados muitas vezes patrulham a rota e podem impedir o trajeto. Não há garantia de segurança. As consequências da escalada do conflito são devastadoras, com ataques a organizações humanitárias e a locais civis, além de armas roubadas em um quartel da polícia.  

Nessas circunstâncias angustiantes, o hospital que apoiamos em El Geneina também foi saqueado. Todos os materiais médicos foram levados, e partes do hospital foram destruídas. Como um profissional humanitário de logística, é de partir o coração ver o trabalho de anos destroçado. Durante anos, MSF forneceu assistência médica a comunidades em Darfur Ocidental que, devido a distúrbios violentos, de outra forma não teriam acesso a cuidados de saúde. 

No Hospital Universitário El Geneina, MSF administrou os setores de internação pediátrica e nutricional, medidas de controle de prevenção de infecções e os serviços de água e saneamento.   

Atualmente, ninguém na cidade se arrisca a ir longe de casa, devido ao risco de tiroteios, franco-atiradores e roubos de veículos. Muitas vezes é perigoso tentar acessar necessidades básicas, como água. E recuperar corpos de pessoas das ruas tornou-se impossível. Durante os primeiros dias dos conflitos, o Crescente Vermelho conseguiu recolher os corpos mas, à medida que a situação piorou, os corpos não puderam mais ser recolhidos. Cinco dias atrás, o acesso a esses lugares foi finalmente obtido, mas a essa altura os corpos haviam se decomposto a ponto de não poderem mais ser removidos. Agora, o melhor que pode ser feito é reunir os corpos em um único local. 

A situação na cidade é insuportável e requer intervenção urgente. As negociações entre os líderes comunitários e as partes em conflito devem ser asseguradas para pôr fim a essa situação horrível. A maioria das ONGs foi embora mas, a fim de facilitar as operações humanitárias por aqueles que conseguiram permanecer em diferentes partes do Sudão, incluindo nossas equipes, é um imperativo garantir a segurança do pessoal médico e das instalações de saúde.  

Apesar das circunstâncias na cidade, minha estadia no Chade foi breve, pois eu precisava voltar para a minha família em El Geneina. No entanto, a situação continua terrível e é necessária uma ação urgente para garantir a segurança do povo e dos profissionais de saúde de El Geneina”. 

El Geneina é a capital do Estado de Darfur Ocidental e enfrenta décadas de violência e deslocamento de pessoas. Nos primeiros dias do atual conflito no Sudão, El Geneina permaneceu calma. No entanto, em 24 de abril, intensos combates eclodiram entre as partes em conflito, além de jovens de diferentes comunidades que pegaram em armas para se defender. Isso resultou em confrontos e roubo de recursos. El Geneina rapidamente se tornou um lugar de intensos combates e frequentes saques. 

Seus moradores se viram presos em uma onda de violência e insegurança. Suas vidas estão ameaçadas não só pela violência, mas também pela impossibilidade de acessar cuidados de saúde. A situação afeta pessoas de diversas faixas etárias e condições de saúde: mulheres grávidas, crianças e qualquer pessoa que procure atendimento médico.   

Nos últimos anos, nossas equipes apoiaram o Hospital Universitário de El Geneina, a principal unidade de saúde no estado de Darfur Ocidental. Em 26 de abril, o hospital foi saqueado e está atualmente fora de serviço, incluindo os setores apoiados por MSF.  

 

Posts mais acessados