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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Gravidez no Carnaval




Além da pílula, ginecologista destaca quais são as opções para não engravidar


Segundo estudo da Universidade Federal de Fluminense, a ideia de que as mulheres brasileiras fiquem grávidas em taxas mais elevadas durante o carnaval é mito, assim como a promiscuidade neste período não é verdade. Em contrapartida há um aumento de 30% na venda de preservativos durante os dias de folia, e um aumento de 15% na venda de testes de gravidez depois do carnaval.

De acordo com o ginecologista e obstetra, Alberto Guimarães, autor do livro Parto Sem Medo, quem não está preparada para conceber um filho seja por questões financeiras ou psicológicas existem diversas opções de métodos contraceptivos não só para evitar uma gestação como prevenir doenças sexualmente transmissíveis.

Segundo Guimarães, é necessário a busca de orientação médica para que seja utilizado o melhor método contraceptivo que se adeque ao organismo e necessidade da mulher.

Conheça alguns dos métodos e saiba se prevenir:



Pílulas Anticoncepcionais

O acesso às pílulas anticoncepcionais é muito fácil. A pílula impede a ovulação, enquanto a mulher tomar a pílula, ela não consegue engravidar. O anticoncepcional deve ser receitado pelo ginecologista, o uso de medicação indevida pode provocar diversos efeitos colaterais como, dores de cabeça, náuseas, tonturas, aumento ou redução de peso.


Preservativo Masculino

É o método de barreira mais difundido no mundo. Consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual. O esperma ejaculado pelo homem fica retido na camisinha, assim os espermatozoides não entram no corpo da (o) parceira (o).


Preservativo Feminino

É um método contraceptivo de barreira feito de plástico fino, macio e resistente com uma extremidade aberta e a outra fechada, contendo dois anéis flexíveis também de plástico. Ele age impedindo a entrada dos espermatozoides no corpo da mulher. Pode ser colocado na vagina imediatamente antes da penetração ou até oito horas antes da relação sexual. O produto já vem lubrificado e deve ser utilizado uma única vez.


Diafragma

É um método de uso feminino que consiste em uma capinha de silicone ou látex, macia e com aro de metal flexível. É colocada pela própria mulher no fundo da vagina para cobrir o colo do útero. Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo necessária a medição por um profissional de saúde treinado, para determinar o tamanho adequado a cada mulher. Pode ser usado junto com espermicida (produto capaz de matar os espermatozoides) para aumentar a eficácia.

O diafragma impede a entrada dos espermatozoides dentro do útero. Ele deve ser colocado em todas as relações sexuais, antes de qualquer contato entre o pênis e a vagina. Pode ser colocado em minutos ou horas antes da relação sexual, e só deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação sexual, que é o tempo suficiente para que os espermatozoides que ficam na vagina morram. Após a retirada do diafragma, deve-se lavá-lo com água e sabão neutro, secá-lo bem e guardá-lo em um estojo próprio, em lugar seco e fresco, não expondo à luz solar. Pode ser fervido periodicamente para desinfecção. A vida média útil é de cerca de três anos, se observadas às recomendações.


Pílula do Dia Seguinte

É conhecida popularmente como "pílula do dia seguinte". Este método é utilizado para evitar uma gravidez indesejada, após uma relação sexual desprotegida ou falha de outro método, como por exemplo, a ruptura do preservativo. A anticoncepção de emergência age impedindo ou retardando a ovulação e diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo. Ela não é abortiva, pois não compromete a continuidade de uma gravidez já em andamento. Utilizam-se tomando os dois comprimidos de uma só vez ou em duas doses: a primeira dose até três dias após a relação sexual (quanto mais rápido tomar as pílulas maiores são as chances de evitar a gravidez) e a segunda pílula doze horas após a primeira.

A pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como método anticoncepcional de rotina, ou seja, substituindo outro método anticoncepcional. Devem ser utilizadas somente em casos emergenciais, porque a dose de hormônio é grande.


Implante Subdérmico

São pequenas cápsulas ou hastes plásticas, cada uma do tamanho aproximado de um palito de fósforo, que liberam um hormônio semelhante ao produzido pelos ovários da mulher (progesterona). Um profissional devidamente treinado para este fim realiza um pequeno procedimento cirúrgico para inserir os implantes sob a pele do braço, acima do cotovelo da mulher.

Age inibindo a ovulação, aumentando o espessamento do muco cervical e diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo. O implante subdérmico possui ação prolongada, agindo por até 03 anos, com baixas doses de hormônio sendo liberados continuamente na corrente sanguínea, proporcionam o efeito anticoncepcional. Só deve ser utilizado por mulheres que não desejem menstruar, já que com o tempo suspende a menstruação.


Anel Vaginal

É um anel flexível e transparente que deverá ser colocado no canal vaginal de forma que o anel cubra todo o colo do útero. O anel deve ser retirado a cada 03 semanas, mas se ocorrer um esquecimento ele poderá permanecer no canal vaginal sem nenhum prejuízo até 04 semanas.

Ele apresenta o mecanismo de ação semelhante aos dos anticoncepcionais orais. Seu efeito contraceptivo mais importante é a inibição da ovulação, mas, também interfere no espessamento do muco cervical diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo.


Adesivo Transdérmico

É um adesivo fino, colocado sobre a pele, que libera hormônios semelhantes aos produzidos pelo ovário. Previne a gravidez de forma semelhante aos anticoncepcionais hormonais orais. Seu efeito contraceptivo mais importante é a inibição da ovulação, mas, também interfere no espessamento do muco cervical diminuindo a capacidade dos espermatozoides de fecundarem o óvulo.

É um método de uso semanal. O adesivo deve ser colocado durante 3 semanas, no mesmo dia e horário. Na quarta semana não deve ser colocado, mas mesmo assim a mulher estará protegida. Na quinta semana deve reiniciar seu uso. O adesivo precisa estar bem aderido à pele para que sua ação seja efetiva. Os locais de aplicação são: nádegas, abdômen e parte superior externa do braço.

Este método não deve ser utilizado por mulheres que estejam amamentando, pois pode prejudicar a produção do leite materno e é contraindicado para mulheres com mais de 35 anos e fumantes.


Anticoncepcionais Injetáveis Hormonais

São anticoncepcionais injetáveis contendo uma associação de dois tipos de hormônios semelhantes aos que existem no corpo da mulher: estrogênio e progesterona. Como a dosagem de hormônios é alta, o efeito é mais prolongado no organismo. Existem 2 tipos: o mensal com a combinação de dois hormônios (estrogênio e progesterona) e o trimestral com apenas um tipo de hormônio (progesterona).

Ele age impedindo a liberação de óvulos pelos ovários (ovulação) e tornando o muco cervical espesso, impedindo a passagem dos espermatozoides. É aplicado em forma de injeção por via intramuscular. O injetável mensal deve ser aplicado uma vez por mês, entre o 7º e o 10º dia do ciclo, de preferência no 8º dia. O injetável trimestral deve ser aplicado a cada três meses e a primeira dose deve ser aplicada entre o 5º e o 7º dia do ciclo.


Dispositivo Intra- Uterino- DIU

São dispositivos de plástico flexível (polietileno) aos quais são adicionados cobre ou hormônios (levonorgestrel) que, inseridos no útero, exercem sua função de prevenir a gravidez. A escolha e a colocação do DIU no interior do útero devem ser feitas por um profissional de saúde treinado.

O DIU diminui a capacidade do espermatozoide de se movimentar dificultando seu acesso ao óvulo e também interfere nas características do muco cervical e no endométrio, dificultando a implantação de um possível óvulo fecundado. Deve ser introduzido de preferência no período menstrual, quando o colo uterino está mais aberto e também para garantir a ausência de gravidez.




Alberto Guimarães - Formado pela Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ) e mestre pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), o médico atualmente encabeça a difusão do “Parto Sem Medo”, novo modelo de assistência à parturiente que realça o parto natural como um evento de máxima feminilidade, onde a mulher e o bebê devem ser os protagonistas. Atuou no cargo de gerente médico para humanização do parto e nascimento do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, CEJAM, em maternidades municipais de São Paulo e na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.





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