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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

VOLTA ÀS AULAS


Dispositivos móveis nas escolas: o dilema entre desconectar alunos e trazer inovação à sala de aula


No Brasil, cerca de 50 escolas encontram alternativas para garantir que os dispositivos móveis em sala de aula sejam instrumentos pedagógicos. Ao adotar o Geekie One - plataforma que conversa com a preocupação da exposição de crianças e adolescentes aos riscos apresentados pela conectividade - a escola passa a ter acesso, entre os conteúdos didáticos, à Educação Digital. A disciplina tem por finalidade auxiliar jovens a lidar com as oportunidades, os riscos e os desafios de estarem conectados. O conteúdo da disciplina prepara os alunos para entender a complexidade da vida digital. Habilidades como a argumentação, a empatia, o pensamento crítico e a autorreflexão são parte importante desse conteúdo.


 Na volta às aulas um antigo dilema se apresenta: o uso desmartphones, que tem sido, nos últimos anos, alvo de debates entre alunos, pais e educadores não apenas no Brasil. A conectividade, que reinventou a forma de adquirirmos informação e a capacidade de transformá-la em conhecimento, está em xeque à medida que se questiona o quanto o celular rouba a atenção do estudante. Em contrapartida, como prática educacional e no cenário escolar, o uso do aparelho – aliado à intencionalidade pedagógica – pode ser um importante instrumento de inovação educacional. Mais aceito e menos questionado do que os celulares, outros dispositivos como tabletse notebooks tem se sobressaído como alternativa para unir os recursos digitais à conteúdos didáticos conectados com as demandas educacionais do século XXI, sobretudo para educar cidadãos em um contexto no qual a tecnologia avança de maneira exponencial e é difícil prever as profissões que surgirão na próxima década.

No Brasil, embora a questão da proibição de smartphonesnão seja regulada por políticas educacionais, o tema preocupa a comunidade escolar que, como na França – que optou pela proibição de celulares –, está dividida entre os que têm medo e os que adotam uma atitude inovadora perante os desafios da tecnologia e das redes sociais. Na contramão de uma postura conservadora, cerca de 50 escolas brasileiras adotaram o Geekie One, plataforma que lança mão de dispositivos digitais (smartphones, Chromebook e iPads), que passam a contribuir com o aprendizado dentro e fora da sala de aula - explorando o que cada um tem de melhor. Enquanto os Chromebooks permitem ações efetivas que ajudam a administrar o fator distração em sala de aula, os smartphones, por sua vez – pela mobilidade e por já fazerem parte do dia a dia do estudante – contribuem para que o acesso ao conhecimento possa extrapolar as paredes da escola.

Segundo Claudio Sassaki, mestre em Educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie – referência em educação com apoio de inovação no Brasil e no mundo – a empresa se aliou a escolas que estão prontas para um próximo passo, que compartilham a busca pela formação de um cidadão ativo e engajado. “Queremos desenvolver habilidades para que os jovens tenham sucesso no aprendizado, no trabalho e na vida; jovens capazes de não somente enfrentar os desafios do futuro, mas transformá-lo com o exercício pleno da cidadania e os recursos tecnológicos disponíveis. E a internet é parte importante dessa equação”, afirma, acrescentando que essa visão vai além da “liberação” do uso de dispositivos digitais.

Pesquisador independente de Educação e empreendedor, Sassaki defende que a tecnologia deve estar próxima da linguagem do estudante, gerando identificação e motivação. Na prática, a tecnologia não é mais um diferencial para os jovens; diferente é o fato de a escola ser o único lugar onde a tecnologia fica de lado na vida deles. “A escola e a família precisam ensinar os jovens a lidar com as oportunidades, os riscos e os desafios de estarem conectados. Uma pesquisa da TIC Kids Online demonstra que quando desafiados a julgar as próprias habilidades na internet, 76% dos jovens brasileiros acreditam saberem mais do que os pais; 71% afirmam conhecer muito sobre como usar a rede. No entanto, da teoria à prática, em um experimento da mesma organização, 30% dos jovens não souberam verificar se uma informação na internet estava correta.Esse dado é relevante, porque prova que o nativo digital precisa de orientação; da mediação de professores”, avalia Sassaki.

O empreendedor ressalta que a Geekie adota o modelo híbrido, no qual o uso de dispositivos – como computadores, celulares e tablets – preenche, no máximo, 20% da aula. "Não investimos em uma solução 100% digital. Acreditamos em um modelo híbrido com uso de lousa, caderno, conteúdo significativo e a mediação do professor; um modelo que representa inovação ao colocar o humano, professor e aluno, no centro do processo educacional", comenta.

Na percepção do especialista – que é pai de quatro crianças – a proibição demanda, na prática, um grau de vigilância impossível para a família e destoa de uma demanda muito pertinente e expressa na Base Nacional Comum Curricular (BNCC): auxiliar o estudante a desenvolver autonomia. "Devemos preparar os nossos filhos para a tomada de decisão; para ter autonomia e a proibição vai contra o exercício dessa autonomia. Do ponto de vista dos pais e educadores, vale fazer a distinção entre o uso recreativo da internet e a utilização pedagógica, na sala de aula. Essa diferenciação é essencial para entender a questão", salienta.

A iniciativa também apoia a conscientização, autogestão e responsabilidade – pilares que a Geekie busca desenvolver ao longo da trajetória escolar. "Em vez do caráter proibitivo, trabalhamos com todas as turmas a Educação Digital, disciplina regular na grade horária com uma aula por semana. Nesses encontros, professores e turma debatem e experimentam os riscos, desafios e oportunidades do ambiente digital, abordando temas como autoimagem, privacidade, fake news, saúde e bem-estar, cyberbullyinge relacionamentos online", detalha Sassaki.


Educação Digital: modos de uso

Alinhado a essa forma de pensar, uma novidade da Geekie é o Geekie One –que conversa a preocupação da exposição de crianças e adolescentes aos riscos apresentados pela conectividade. A plataforma tem, entre os conteúdos didáticos, a disciplina de Educação Digital,que tem por finalidade auxiliar jovens a lidar com as oportunidades, os riscos e os desafios de estarem conectados. O conteúdo prepara os alunos para lidar com a complexidade da vida digital. Habilidades como a argumentação, a empatia, o pensamento crítico e a autorreflexão são parte importante desse conteúdo. Lançada em 2018, o Geekie Onerepresenta a mais completa iniciativa de personalização da aprendizagem; resulta da experiência de uma empresa que alcançou mais de 5 mil escolas públicas e privadas de todo país, impactando cerca de 12 milhões de estudantes.

De acordo com Sassaki, a disciplina Educação Digitalestá pautada no tripé oportunidades, riscos e desafios que o mundo digital proporciona. A condução ocorre dentro de um processo de aprendizagem significativa que leva para a sala de aula casos reais e próximos da vida de cada estudante. Com metodologias ativas, abre-se espaço para discussões sobre fatos reais – casos que agregam valor não apenas ao que é aprendido, mas que impulsionam o desenvolvimento da autonomia do aluno para criar um ambiente de aprendizagem colaborativa dentro da sala de aula. Como resultado, torna-se possível desenvolver competências bastante relevantes para a formação de estudantes, alinhadas inclusive à BNCC. “O aluno exercita, na sala de aula, a empatia, o diálogo, o desenvolvimento do pensamento crítico, a cooperação e a capacidade de resolução de problemas. Essa capacitação tem o potencial incrível de formar cidadãos com escuta ativa e sensibilidade para as questões coletivas”, ressalta Sassaki.


O caso francês

Como o presidente Emmanuel Macron havia prometido em campanha eleitoral, os 12 milhões de estudantes de escolas públicas francesas – do ensino básico e collèges, que atendem adolescentes de até 15 anos – voltaram às aulas, no início de setembro, com uma legislação que proíbe os aparelhos em salas de aula.

Aprovada pelo parlamento francês, a medida dividiu pais, alunos e educadores entre os que defendem o uso da tecnologia pelo potencial pedagógico e os que apoiam a decisão, alegando o enorme potencial de dispersão e cyberbullyingpropiciado pelos celulares. Na França, a cada 10 jovens com idade entre 13 e 19 anos, nove têm smartphone. Classificada pelo governo como “medida de desintoxicação”, a lei restringe não apenas os celulares como tablets– exceto os pedagógicos, devidamente aprovados pela instituição no regulamento interno.

De acordo com Jean-Michel Blanquer, ministro francês da Educação, a lei envia uma mensagem à sociedade francesa e ao exterior – outros países interessados, segundo ele – por apresentar uma “abordagem moderna das tecnologias”, caracterizada pelo “discernimento”. O político acredita que estar aberto a tecnologias do futuro não significa que temos que aceitar todos os seus usos. 

Com a medida, as autoridades francesas almejam criar um marco jurídicovoltado à proteção de crianças e adolescentes de conteúdos perigosos online, violência, pornografia e cyberbullying.




Geekie



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