O
neurologista Francinaldo Gomes explica como a alimentação pode influenciar a
causa e o tratamento da dor
A
enxaqueca é pode ser classificada uma cefaleia primária, ou seja, sem
causa conhecida. Se manifesta através de dores de cabeça, com intensidade,
frequência e duração variáveis, usualmente unilaterais, pulsáteis e
frequentemente acompanhadas de náuseas, vômitos, fonofobia e fotofobia. A causa
da enxaqueca ainda não é conhecida, mas sabe-se que existe predisposição
genética associada a fatores do ambiente tais como o estrese, jejum prolongado,
alteração do sono, alterações de temperatura, odores fortes, esforço físico
exagerado, abusos de determinados medicamentos, principalmente dos analgésicos,
alterações hormonais e também consumo de determinados alimentos e
bebidas. Os alimentos não apenas estão relacionados com a causa, mas podem
também alguns auxiliar na prevenção e no controle das crises. Abaixo
seguem alguns deles:
Selênio - É um mineral que está presente nas amêndoas, castanha do Brasil,
noz, amendoim, farelo de trigo, óleo de fígado e no salmão. Ele ajuda a
eliminar os radicais livres, substâncias tóxicas que se depositam no
organismo e causam, dentre outras doenças, alguns dos sintomas da enxaqueca.
A ingestão diária do equivalente a uma castanha é suficiente para repor
este nutriente.no organismo.
Magnésio - A concentração de magnésio no organismo afeta os receptores
envolvidos nos sintomas da enxaqueca, tais como os receptores de serotonina, a
qual é responsável por regular a forma como percebemos a dor. Além disso, o
magnésio exerce efeito relaxante. Ele está presente no feijão, espinafre, caju,
pistache e semente de abóbora.
Ômega3 - Um dos mecanismos que desencadeiam a dor de cabeça é a dilatação
dos vasos sanguíneos cerebrais provocada por substâncias inflamatórias. O
ômega3 apresenta atividade anti-inflamatória, ajudando no combate à enxaqueca.
As principais fontes de ômega3 são os peixes (salmão, sardinha, atum, arenque)
e sementes de linhaça.
Vitamina B12 - Esta vitamina é essencial tanto para o sangue quanto para o bom
funcionamento do cérebro, principalmente para controle da sensibilidade
corporal. A vitamina B12 ajuda na condução dos impulsos nervosos pelo organismo
e, quando está em falta, a transmissão nervosa fica alterada, favorecendo o
surgimento de sintomas dolorosos.
Alimentos antioxidantes - Durante o funcionamento normal do nosso corpo são
produzidas várias substâncias antioxidantes que facilitam o surgimento de
várias doenças, inclusive da enxaqueca. Os alimentos antioxidantes ajudam a
remover estas substâncias tóxicas e, assim, ajudam a amenizar os sintomas da
enxaqueca. Os antioxidantes estão presentes em frutas vermelhas, verduras e
legumes.
Carboidratos. Os carboidratos constituem a principal fonte de energia para o
nosso corpo mas também estão relacionados com o surgimento de várias doenças,
tanto quando estão em excesso como quando estão em falta. O aconselhável é que
a dieta seja equilibrada em carboidratos, principalmente pães e massas
integrais porque também funcionam como fonte de fibras.
Cafeína e derivados - Sabe-se que a cafeína pode desencadear crises de
enxaqueca em muitos pacientes. Isto porque ela é uma substância que ajuda a
dilatar os vasos sanguíneos. Ela está presente no café, chocolate e derivados
do guaraná (refrigerantes de cola, chás e bebidas estimulantes). Deve-se evitar
o consumo para ajudar no controle da enxaqueca.
Outro fator importante quando se fala em dores crônicas, é o intervalo
entre as refeições. Comer a cada três horas evita que ocorra falta de açúcar e
demais nutrientes no organismo, ajudando no combate á enxaqueca, portanto
deve-se evitar o jejum prolongado. A orientação principal é sempre manter
uma dieta equilibrada e rica em frutas, verduras e legumes, comer regularmente,
dar preferencia a alimentos naturais e evitar alimentos industrializados.
Dr. Francinaldo Gomes - Formado pela Universidade
Federal do Pará e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), o Dr.
Francinaldo Lobato Gomes é mestre em neurociências e neurocirurgião
especialista em neurocirurgia de epilepsia e distúrbios de movimento pela
Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM),
com atuação nas áreas de cirurgia para epilepsia, dor e doença de Parkinson.
Faz parte do CENEPE (Centro de Neurocirurgia Pediátrica) em São Paulo e do
Neurogenesis – Instituto de Neurociências, em Belém (Pará).
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