Infectologista reforça o papel da prevenção
para evitar a contaminação do vírus HIV
As mudanças nas relações interpessoais e a
maior disponibilidade de tratamentos e taxas de sobrevida para pacientes
diagnosticados com a AIDS são, para o infectologista Frank James Ferraz da
Silva, os principais fatores que contribuem para a propagação da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida. No ano passado, o Rio Grande do Sul ficou em
primeiro lugar do ranking de taxa de mortalidade pela doença no Brasil, com 9,6
óbitos por 100 mil habitantes.
- No primeiro momento, tivemos aquele “boom”
da descoberta e do medo de uma patologia que matava a pessoa de repente. Neste
período, ficou muito mais direcionado à homossexualidade e não à atividade
sexual ou outros meios de contágio. Posteriormente, mudaram os comportamentos
dos jovens, que começaram a “ficar” com outras pessoas e, percebendo que a
doença já não era mais uma sentença de morte, aquele medo reduziu – explica o
médico, que também é sócio da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS).
Embora a AIDS, hoje, seja considerada uma
doença tratável, o infectologista afirma que a prevenção ainda exerce um papel
fundamental para garantir uma vida mais saudável.
- Não é porque o prognóstico melhorou e o
acesso aos medicamentos está mais fácil que se deve ignorar a existência da
doença. É preciso ter consciência que a AIDS ainda mata e faz sofrer, criando,
no mínimo, uma nova rotina e restrições às condutas diárias. Acredito que um
caminho possível é falar a linguagem do jovem de hoje – sugere o especialista.
A AIDS é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV) que pode ser transmitido na relação sexual, no compartilhamento de
seringas e objetos que furam ou cortam ou durante a gestação e amamentação.
Desta forma, o uso de preservativo e cuidados básicos de higiene são as
principais atitudes para evitar a doença ou outras infecções que afetam o
sistema imunológico.
Embora o Rio Grande do Sul esteja na
liderança das estatísticas, o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde,
divulgado no início de dezembro, afirma que a taxa de detecção está caindo
gradativamente nos dez últimos anos, no Brasil. Na Região Sul, houve uma queda
de 19,3% nos casos.
Dezembro é lembrado como o mês da Luta Contra
a AIDS. O objetivo é promover troca de informações e experiências sobre o tema.
O assunto faz parte da campanha institucional da AMRIGS, “Saúde preventiva:
Pratique esta ideia!”.
Francine Malessa