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domingo, 2 de julho de 2017

Fisioterapeuta Pélvica explica caso da atleta que defecou em luta de MMA



A incontinência fecal está relacionada à funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico


O episódio da lutadora que evacuou durante uma luta de MMA vem chamando atenção. Justine Kish não conseguiu segurar as fezes após realizar um grande esforço para se livrar de um golpe de sua oponente, a lutadora Felice Herring. Mas, esse não foi um caso isolado. Segunda a fisioterapeuta, especializada em Saúde da Mulher, Eliana do Nascimento, da clínica Athali Fisioterapia Pélvica Funcional, atletas de alto rendimento têm sido protagonistas de cenas como essa em diferentes modalidades. “Isso ocorre devido à um aumento exagerado da pressão intra-abdominal que sobrecarrega os músculos do assoalho pélvico. O caso já ocorreu em outros atletas como corredores, halterofilistas e judocas. Esses músculos são responsáveis por manter a continência, tanto urinária, quanto fecal”, diz.

É comum associar a incontinência à fraqueza muscular. Então, por que um atleta, que possui músculos fortes e bem definidos, apresentaria incontinência? A resposta é simples, nem sempre uma musculatura forte é funcional. “Quando falamos que um músculo é funcional, queremos dizer que ele está desempenhando sua função de forma correta e trabalhando em sinergia perfeita com outros músculos e estruturas. No caso do assoalho pélvico, essa sinergia deve ocorrer entre a musculatura profunda abdominal e o diafragma respiratório, mantendo assim a estabilidade e contendo a pressão intra-abdominal, para que não haja sobrecarga”, explica Eliana. 

Em atividades de alto impacto os músculos do assoalho pélvico precisam ser trabalhados na mesma proporção dos grandes grupos musculares para que não ocorra falha na ativação dessa musculatura, predispondo a incontinência urinária ou fecal.

Existem diversos recursos fisioterapêuticos que podem auxiliar na melhora da perda fecal em atletas, como exercícios terapêuticos específicos, eletroestimulação, biofeedback, entre outros. Portanto, prestar atenção na musculatura profunda estabilizadora é fundamental nas atividades de grande impacto e o auxílio de um profissional especializado evita a piora do caso.





Perda da visão no trabalho dispara



Relatórios da Previdência mostram que em cinco anos a  visão subnormal e cegueira cresceram mais de 5 vezes nas empresas. Saiba como prevenir.


O serralheiro José Márcio Anchieta (62) não cabe em si de contentamento por ter recuperado a visão em recente cirurgia de catarata realizada pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier. 

 "A cegueira fez meu mundo ficar pequeno. Tive de parar de dirigir, trabalhar e até visitar os amigos. Quando o curativo foi retirado do olho fiquei maravilhado com a nitidez da minha visão. Enxergar não tem preço. Agora posso retomar minha vida", diz emocionado. 

Queiroz Neto afirma que a catarata já tinha deixado o cristalino de Anchieta completamente branco. Por isso, não era possível avaliar o fundo de olho por fundoscopia para checar se a retina estava saudável. Decidiu operar assim mesmo porque a cirurgia que substitui o cristalino opaco pelo implante de uma lente é o único tratamento. Sem a operação, o serralheiro estaria condenado à cegueira permanente e passando por ela poderia voltar a enxerga,r como aconteceu.


Acidentes no trabalho

Anchieta conta que além da catarata no olho operado,  uma perfuração com chave de fenda fez com que ficasse definitivamente cego do outro. Este tipo de intercorrência é mais comum do que se possa imaginar. As estatísticas anuais da Previdência mostram que em 2015, último levantamento divulgado, 56% dos acidentes oculares no trabalho foram causados por corpo estranho. 

Os acidentes ocupacionais na região dos olhos teve um crescimento de 36% de 2010 para 2015. A comparação entre os relatórios dos dois anos também mostra que a visão subnormal e a cegueira aumentaram em mais de 5 vezes neste período. Passaram de 0,75% dos acidentes registrados em 2010 para 3,8% em 2015.

De acordo com Queiroz Neto, nem sempre uma perfuração leva à perda da visão. Depende das lesões que causa. "Quando atinge o fundo do olho aplicamos laser para estancar o sangramento e evitar a cegueira. Mas, se a lesão atingir a mácula, parte central da retina, causa visão subnormal ou cegueira irreversível",  explica. Para ele que não conhecia Anchieta na época do acidente, deve ter sido isso que aconteceu quando o olho dele foi atingido pela chave de fenda. 

Prevenção de acidentes
O oftalmologista afirma que o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) evita 90% dos acidentes oculares. A escolha dos óculos de proteção leva em conta a atividade e o ambiente de trabalho. As principais dicas do médico são:

Proteção lateral total  - Óculos indicado para impedir partículas multidirecionais e penetração de radiação UV (Ultravioleta) 

Protetor com perfuração – Permite a ventilação e é ideal para não embaçar a lente em ambientes quentes. 

Protetor fixado em tela de aço – Indicado para evitar perfuração ocular por partículas mais pesadas.

Proteção lateral fixa - Para atividade de baixo risco como supervisores e dentistas que precisam manter boa visão periférica.


Como adiar a catarata

Queiroz Neto ressalta que ninguém escapa da catarata - turvamento do cristalino provocado, na maioria dos casos, pelo envelhecimento dos olhos. Mas,  recomenda não deixar amadurecer demais para que a cirurgia seja mais segura. 

Os primeiros sinais da catarata elencados pelo médico são: mudança frequente do grau dos óculos, perda da visão de contraste, dificuldade de enxergar à noite ou em ambientes escuros e aumento da fotofobia (aversão à luz).

As dicas do oftalmologista para adiar a doença são:

• Usar óculos de segurança no trabalho e na prática de esportes que evitam em 90% os traumas oculares  

• Fazer exercícios físicos para diminuir o estresse.

• Usar óculos com lentes que filtrem 100% da radiação UV emitida pelo sol mesmo em dias nublados, lembrando que as lentes transparentes dos óculos de grau também podem ter esta proteção.

• Não fumar,  já que o hábito provoca o envelhecimento precoce inclusive dos olhos.

  Manter o diabetes sob controle. Oscilações daglicemia favoreçam a aglomeração de proteínas no cristalino.

• Dar preferência â pílula anticoncepcional com baixa dosagem de hormônio 







Doença renal crônica: soluções para o panorama brasileiro



Situação da Doença Renal Crônica no Brasil


O mundo enfrenta uma epidemia da doença renal crônica (DRC)1. O número de pacientes em estágio terminal da doença renal (DRCT) no mundo está crescendo e o maior potencial de crescimento encontra-se nos países em desenvolvimento2, como o Brasil.

Ambas as modalidades de diálise crônica, hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP), são disponibilizadas pelo sistema de saúde. Deve-se mencionar que a vasta maioria dos pacientes que recebe tratamento crônico de diálise origina-se de atendimentos de emergência em hospitais públicos ou clínicas pré-diálise do sistema público de saúde. A partir daí, estes pacientes são redirecionados para o centro de diálise mais próximo às suas residências; em muitos casos, após terem iniciado um tratamento dialítico como pacientes internados. Uma pequena fração é encaminhada individualmente dos consultórios médicos.


Números de pacientes no Brasil

A doença renal crônica atinge 10% da população mundial e afeta pessoas de todas as idades e raças. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que 122 mil pessoas fazem diálise no Brasil. Atualmente, existem 750 unidades cadastradas no País, sendo 35 apenas na cidade de São Paulo. Os números mostram ainda que 70% dos pacientes que fazem diálise descobrem a doença tardiamente. A taxa de mortalidade para quem enfrenta o tratamento é 15%.


O impacto da doença renal crônica terminal (DRCT) no Brasil

•             A DRCT é subdiagnosticada no Brasil: a prevalência de pacientes em terapia renal substitutiva (TRS) no Brasil é inferior à observada em países desenvolvidos (metade da observada na Europa e 1/3 da registrada nos Estados Unidos), e mesmo em comparação a outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Uruguai3-5. 

•             O fato acima, aliado aos dados de prevalência de fatores de risco para doença renal observados no Brasil6, indica que a IRCT é subdiagnosticada em nosso país. 

•             A atual estrutura de clínicas e equipamentos de diálise não tem sido suficiente para atender à demanda: enquanto o número de pacientes em TRS aumentou em 4,5% ao ano entre 2000 e 2009, o número de unidades dialíticas aumentou apenas 1,2% no mesmo período. 

•             Dados recentes do IBGE mostram que menos de 500 cidades no Brasil têm atendimento adequado aos pacientes realizando diálise. A cobertura de tratamento em municípios menores abaixo de 200.000 habitantes é de apenas 5%. 

•             Outro dado preocupante é a queda do percentual de pacientes em Diálise Peritoneal entre 2014 e 2015 tanto no SUS (de 9% para 7%), quanto entre os pacientes de operadoras de saúde (de 12% para 8%), segundo o Censo de 2015 da SBN. 



A importância da Diálise Peritoneal (DP) no Brasil 


•             A importância da implantação de programas de DP não reside, apenas, nas observações de que mais de 90% dos pacientes incidentes em TRS não apresentam contraindicação médica para realização de PD de acordo com diretrizes recém-publicadas, mas, também, no fato de que aproximadamente 15% dos pacientes em HD necessitarão, ao longo do tempo, de transferência para DP por falha da técnica, especialmente por problemas de acesso vascular e hipotensão pós-diálise. Outro aspecto reforça a necessidade de manter programas regulares de DP nas unidades de diálise: a observação recorrente na literatura de que um maior volume de pacientes tratados sob DP assegura ao serviço de TRS uma maior qualidade e adequação no uso da técnica, refletindo na melhor evolução clínica dos pacientes assistidos.7-9

•             A DP proporciona uma maior capacidade de absorção de pacientes com necessidade de TRS em um cenário de provável aumento da prevalência de pacientes com IRCT bem como consiste em uma opção viável para expandir o acesso aos pacientes em áreas remotas, sendo uma solução adequada e economicamente atrativa de cuidado sem necessidade de instalação de novas unidades de tratamento e com menor necessidade de recursos humanos adicionais. 


Portaria do Ministério da Saúde

•             A Portaria de número 389 de 13 de março de 2014, publicada pelo Ministério da Saúde, que define os critérios para a organização da linha de cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica (DRC) e institui incentivo financeiro de custeio destinado ao cuidado ambulatorial pré-dialítico, estabelece como meta que, em dois anos após a implementação da política, haja um paciente em DP para cada 4 pacientes em HD, ou seja, uma participação de 20% da DP no total de pacientes em terapia renal substitutiva. Atualmente, segundo o Censo de 2014 da SBN, este número é de apenas 8,4% no Sistema Público de Saúde (SUS).





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