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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Como nosso intestino influencia em casos de depressão e ansiedade

De acordo dados da OMS o Brasil é um dos países que mais vem sofrendo com transtornos mentais

 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo, com 9,3% da população relatando sofrer da condição. Já os casos de depressão afetam cerca de 15,5% dos brasileiros. Mas você sabia que seu intestino pode estar agravando esses sintomas?

O intestino é conhecido como nosso “segundo cérebro” devido ao sistema nervoso entérico, uma rede de neurônios que se comunica diretamente com o cérebro por meio do nervo vago e da corrente sanguínea. Além disso, o intestino é responsável pela produção de neurotransmissores essenciais, como a serotonina, que é responsável por até 90% da produção do "hormônio da felicidade". Quando ocorre um desequilíbrio na microbiota intestinal — as bactérias boas que habitam o intestino — o eixo intestino-cérebro pode ser afetado, contribuindo para alterações de humor, irritabilidade, ansiedade e depressão.

“A microbiota desequilibrada pode impactar diretamente o humor e agravar sintomas de outras doenças. Esse ciclo de desequilíbrio entre o intestino e o cérebro prejudica a digestão, altera as bactérias boas da microbiota e intensifica sintomas emocionais. Além disso, a inflamação de baixo grau, causada por estresse, dieta inadequada e sedentarismo, contribui para o processo, estando associada a condições como depressão, ansiedade, doenças cardíacas e neurodegenerativas”, explica Aline Quissak, nutricionista, pesquisadora e CEO do Scanner da Saúde.

Uma das estratégias para equilibrar o eixo intestino-cérebro é o consumo de psicobióticos — microrganismos vivos que, em quantidades adequadas, têm impacto positivo na saúde mental. “As Bifidobactérias e os Lactobacillus, por exemplo, são potentes moduladores desse eixo, ajudando a reduzir sintomas de ansiedade, depressão e estresse”, complementa Aline.

Pesquisas recentes destacam o papel de bactérias como Faecalibacterium prausnitzii, Lactobacillus e Bifidobacterium na prevenção e alívio de sintomas emocionais. Confira algumas dicas da nutricionista para começar 2025 com mais saúde:

  1. Faecalibacterium prausnitzii e o Controle da Inflamação

A Faecalibacterium prausnitzii é uma bactéria marcadora de saúde intestinal responsável pela produção de butirato, um ácido graxo que fortalece a barreira intestinal, reduz inflamações e melhora o sistema imunológico. Como a inflamação crônica está frequentemente associada a transtornos como a depressão, aumentar a presença dessa bactéria pode ajudar a regular o humor.

Benefício para a mente: o butirato produzido pela Faecalibacterium prausnitzii melhora a comunicação entre o intestino e o cérebro, reduzindo inflamações e o risco de alterações de humor.


Alimentos para fortalecer Faecalibacterium prausnitzii:

  • Leguminosas: consuma cerca de 1 concha média (100 g) de grão-de-bico, lentilha, feijão ou ervilha. Essas fontes são ricas em fibras que estimulam o crescimento da bactéria.
  • Diminua a gordura da dieta: opte por carnes magras, evite frituras e reduza a quantidade de gordura nas preparações. Modere o consumo de queijos muito maturados, como parmesão, muçarela, prato e coalho.
  • Chá verde (2x ao dia): consuma o chá no meio da manhã e no meio da tarde por 30 dias, utilizando 1 colher de sobremesa da erva para cada xícara de água. Aqueça a água até ferver, desligue o fogo, adicione a erva e abafe por 8 minutos.
  • Psyllium: adicione 1 colher de sopa de psyllium 2x ao dia por 4 semanas. Misture em água, iogurte, mingau, panquecas ou smoothies.
  • Chocolate 85% cacau: consuma 30 g por dia durante 3 semanas (aproximadamente 2 a 3 quadrados de chocolate).
  • Probióticos: kefir ou iogurte natural integral (100 g por dia); kombucha (200 ml por dia); chucrute (2 colheres de sopa por dia).
  1. Lactobacillus e a Produção de Neurotransmissores

Os Lactobacillus ajudam na síntese de neurotransmissores como o GABA, que promove relaxamento e reduz os efeitos da ansiedade. Eles também equilibram o pH intestinal, criando um ambiente favorável para outras bactérias benéficas.


Benefício para a mente: a produção de GABA por essas bactérias ajuda a diminuir a sensação de estresse, promovendo maior calma e resiliência emocional.


Alimentos para fortalecer Lactobacillus:

  • Fibras: consuma fibras dietéticas e probióticas. Fontes ricas incluem grãos integrais (como aveia, arroz integral e farinha de trigo integral), frutas, vegetais, leguminosas, sementes e oleaginosas (chia, linhaça, amêndoas, nozes).
  • Suco de laranja: beba 300 ml por dia durante 60 dias. A vitamina C presente na laranja ajuda a fortalecer a microbiota intestinal.
  • Azeite de oliva extravirgem: adicione 2 colheres de sopa de azeite de oliva extravirgem (acidez 0,3 ou menor) por dia em saladas ou outras preparações.

  1. Bifidobacterium e o Controle do Estresse

Essas bactérias produzem compostos bioativos que afetam diretamente o sistema nervoso, influenciando positivamente o humor e a resposta ao estresse. Estudos mostram que baixos níveis de Bifidobacterium estão associados a um maior risco de ansiedade e depressão.

Benefício para a mente: a presença dessas bactérias regula a inflamação, melhora a qualidade do sono e reduz sintomas de ansiedade.


Alimentos para fortalecer Bifidobacterium:

  • Biomassa de banana verde: consuma 30 g por dia durante 60 dias. Você pode comprar pronta (ex.: marcas Saúde da Terra, La Pianezza, Novo Citrus).
  • Chicória: consuma 1 prato de sobremesa de chicória por dia durante 30 dias.
  • Suco de laranja: tome 300 ml de suco por dia durante 60 dias.
  • Farelo de aveia: consuma 30 g de farelo de aveia 1x ao dia antes de uma refeição, por 3 meses.
  • Arroz integral: consuma 60 g de arroz integral cozido por dia durante 4 semanas. Medida caseira: 3 colheres de sopa de arroz integral cozido.

Outras estratégias para promover a saúde intestinal e mental incluem a redução de alimentos inflamatórios, como ultraprocessados, açúcares refinados e gorduras saturadas, além de manter uma hidratação adequada, cuidar do sono e praticar atividades físicas regularmente. Esses fatores impactam diretamente o equilíbrio intestinal.

 

Scanner da Saúde


Confiança renovada: odontologia moderna transforma vidas e sorriso

Divulgação
Avanços tecnológicos e tratamentos personalizados devolvem a autoestima dos pacientes

 

As novas soluções na área de odontologia estão transformando os sorrisos e a qualidade de vida de muitas pessoas. Com tecnologias avançadas e técnicas precisas, tornou-se possível restaurar a confiança de forma mais eficaz e acessível, proporcionando saúde bucal, bem-estar emocional e social.

Estudos da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) indicam que 47% dos brasileiros consideram o sorriso um fator determinante para a autoconfiança. Isso reforça o papel dos tratamentos odontológicos na melhoria da autoestima e na promoção de uma vida mais plena e feliz.

De acordo com a Dra Karina Alves, cirurgiã-dentista com especialização em implantodontia e fundadora da Clínica Ka Odontologia, os avanços tecnológicos permitem resultados cada vez mais rápidos e personalizados. “Hoje, contamos com scanners intraorais, fresadoras digitais e tomografia 3D, que tornam os tratamentos mais precisos e confortáveis. Isso impacta diretamente na autoestima dos pacientes, que podem voltar a sorrir com orgulho”, explica.

Entre os procedimentos mais procurados na clínica estão os implantes dentários e as lentes de contato dental. “O tratamento devolve a funcionalidade da mastigação e ajuda a prevenir a perda óssea. Já as lentes de contato corrigem imperfeições de forma rápida e minimamente invasiva, proporcionando um sorriso esteticamente harmonioso”, acrescenta a Dra. Karina.

Outra alternativa bastante utilizada são as próteses fixas, que podem ser usadas para substituir dentes perdidos ou reparar dentes gravemente danificados. A especialista conta  que atende pessoas de todas as idades, desde idosos até jovens que perderam todos os dentes por conta de trabalharem na lavoura e terem muito contato com substâncias tóxicas, por exemplo. “Em todos esses casos, há muitas opções para cuidar do sorriso e levar reabilitação, autoestima e uma transformação total para a vida da pessoa”, afirma. 

A cirurgião-dentista conta que o avanço das ferramentas digitais também tem revolucionado os diagnósticos e os tratamentos preventivos, permitindo identificar problemas como cáries ou desgastes antes mesmo do aparecimento de sintomas. Segundo a Dra Karina, essa abordagem preventiva facilita a manutenção da saúde bucal e evita procedimentos mais invasivos no futuro.

Ela também destaca a importância de um atendimento humanizado. “Cada paciente tem uma história única e acredito que o papel do dentista vai além da técnica. É preciso compreender as necessidades e medos das pessoas para oferecer um cuidado que realmente faça a diferença. E, com a ajuda da tecnologia, conseguimos criar experiências mais confortáveis e transformadoras”, afirma.

 

Dra. Karina Alves - cirurgiã-dentista há 25 anos. Graduada pela UNIVALE, com especialização em Implantodontia e Prótese sobre Implantes e vasta experiência na área de próteses fixas, próteses sobre implantes, alinhadores invisíveis e lentes de contato. Além de empresária e palestrante, é CEO do Grupo Ka, um grupo econômico que gerencia três clínicas odontológicas de alta performance localizadas em Iapu, Tarumirim e Inhapim, assim como a Fábrica de Jalecos Mais Branco, localizada em Ipatinga. Com uma vasta equipe, a especialista se destaca pela liderança e também pelo treinamento de jovens profissionais. Ela é referência no uso de tecnologias odontológicas avançadas, como scanners e fresadoras, oferecendo tratamentos personalizados para reabilitação oral. Para saber mais, acesse www.clinicaka.com.br, youtube ou no instagram.

 

O que você precisa saber sobre Astigmatismo: mitos e verdades

Médica oftalmologista e consultora da HOYA Vision Care explica a condição doença e esclarece principais dúvidas


Você sabia que o astigmatismo afeta 1 em cada 3 pessoas no mundo? Essa doença comum, causada por irregularidades na curvatura da córnea que prejudicam o foco visual, pode impactar adultos e crianças, influenciando diretamente a qualidade de vida, especialmente quando não detectada e tratada adequadamente. 

Para a Dra. Samantha Albuquerque, oftalmologista e consultora da HOYA Vision Care - multinacional japonesa com mais de 80 anos de inovação em lentes de alta tecnologia -, entender o astigmatismo é o primeiro passo para cuidar melhor da saúde ocular e conscientizar as pessoas sobre a doença e a relevância do diagnóstico precoce.
 

Origem genética: a predisposição genética é uma das principais causas do astigmatismo. Se há casos na família, as chances de desenvolver a condição são altas, tornando indispensável o acompanhamento oftalmológico.

Piora ao longo dos anos: nem sempre. Apesar do uso da lente corretiva ser essencial ao tratamento, existem fatores adversos e que podem intensificar o quadro, como traumas e infecções recorrentes na córnea, independentemente do uso das lentes.

O astigmatismo não tem cura? verdade. Porém, tomando as medidas necessárias para corrigir o erro de refração, é possível alcançar uma visão nítida e compatível com as atividades diárias.

É possível identificar os sintomas: cansaço visual, dor de cabeça, náuseas, dificuldade para enxergar à noite, apertamento dos olhos para focar em objetos e episódios lacrimejantes são comuns no quadro da doença e devem ser investigados.

São necessários exames para o diagnóstico: além do histórico médico, exames como o teste de refração (realizado com mudanças graduais de lentes) e a topografia corneana (que avalia a curvatura da córnea) são fundamentais para identificar o astigmatismo com precisão.

A Dra. Samantha reforça a importância de visitas regulares ao oftalmologista: “Cuidar da visão é essencial para o bem-estar. Sempre que houver sinais de dificuldade visual, é crucial buscar orientação profissional para tratar as causas de forma eficaz.” 
  


HOYA Vision Care



Verão e longevidade: Cuidados essenciais para a saúde dos idosos

Freepik

No próximo dia 21 de dezembro, se inicia a chegada do verão. E essa estação conhecida pelas altas temperaturas exigem atenção especial aos idosos, um grupo que pode ser vulnerável aos efeitos do calor se não tiverem as precauções necessárias. Segundo dados divulgados pelo The Lancet em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, em 2023, as mortes relacionadas ao calor extremo entre pessoas com mais de 65 anos aumentaram 167% em comparação aos óbitos de 1990. Para Roberta Bellumat, diretora executiva e sócia da Padrão Enfermagem, empresa de agenciamento de profissionais na área da saúde, nesta estação, é fundamental adotar medidas preventivas para garantir o bem-estar e a saúde desse público. “O verão exige atenção redobrada com os idosos, pois eles são mais suscetíveis a problemas de saúde relacionados ao calor, como desidratação e exaustão térmica. Pequenas ações de familiares ou cuidadores como incentivar a hidratação e manter o ambiente fresco, podem fazer uma grande diferença na saúde e no conforto do idoso durante os dias mais quentes”, comenta.

Para se preparar para a estação, a diretora executiva, relata alguns cuidados básicos que garantem o bem-estar diário nos dias mais quentes, são eles:


Hidratação e alimentação:

Os idosos têm uma menor percepção de sede, o que pode levar à desidratação. Por isso, é crucial incentivá-los a ingerir líquidos regularmente, mesmo que não sintam sede. Água, sucos naturais e chás são boas opções. Além disso, uma alimentação leve e rica em frutas, e alimentos frescos ajuda a manter o equilíbrio hídrico e a disposição.


Ambientes frescos e roupas adequadas:

Locais arejados e frescos são importantes. Ventiladores e ar-condicionado podem ser usados com moderação. As roupas devem ser leves, preferencialmente de algodão, e em cores claras, permitindo melhor ventilação e conforto térmico.


Proteção Solar

A exposição ao sol deve ser controlada. É indispensável o uso de chapéus, óculos de sol e protetor solar com fator de proteção adequado ao sair de casa.

Vale ressaltar, que a presença de um cuidador para idosos que necessitam de acompanhamento diário tem um papel essencial. Ele pode monitorar sinais de desidratação, tontura ou confusão mental, que são sintomas de insolação e desidratação. “Além disso, o cuidador garante que as orientações médicas sejam seguidas, como o consumo de líquidos e o uso de medicações, que podem ter seus efeitos alterados pelo calor. Com planejamento, atenção e carinho, é possível proporcionar aos idosos um verão saudável e tranquilo, garantindo qualidade de vida mesmo nos dias mais quentes”, finaliza.

 

Padrão Enfermagem



Dieta rica em industrializados aumenta risco de inflamação na gengiva, revela estudo

Para a dra. Sandra Chagas, a saúde bucal impacta diretamente na qualidade de vida e na autoconfiança.

 

Com a proximidade do verão, a preocupação com o corpo aumenta. No entanto, cuidar do sorriso durante a estação mais quente do ano é tão importante quanto se preocupar com o físico. Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado no Journal of Periodontology, apontou que manter uma dieta rica em alimentos pró-inflamatórios eleva o risco de inflamação gengival. O estudo da Unicamp reforça a importância de uma alimentação equilibrada, especialmente no verão, quando o consumo de alimentos como sorvetes, refrigerantes e frutas cítricas aumenta. Esses alimentos, ricos em açúcares e ácidos, podem contribuir para a inflamação gengival e o desenvolvimento de doenças periodontais. 

De acordo com a Dra. Sandra Chagas, dentista biológica especialista em saúde integrativa, a saúde bucal impacta diretamente na qualidade de vida e na autoconfiança. E, caso não tratada adequadamente, a inflamação da gengiva pode progredir para a periodontite, um quadro severo da infecção, e até mesmo perda dos dentes. Além disso, ela ressalta que a saúde bucal é um componente integral na saúde geral. “O diagnóstico e tratamento precoces das doenças periodontais não apenas preservam dentes e gengivas, mas também reduzem os riscos de complicações sistêmicas potencialmente graves”, diz Dra. Sandra. 

No entanto, as doenças periodontais vão muito além de problemas dentários podendo afetar significativamente a saúde geral do corpo. A dentista diz que essa relação da periodontite com outras condições sistêmicas é amplamente documentada.

 

Como as doenças periodontais impactam o corpo?

As bactérias presentes nas infecções periodontais podem entrar na corrente sanguínea, espalhando-se para outras partes do corpo. A periodontite libera citocinas inflamatórias, como IL-6 e TNF-α, que contribuem para processos inflamatórios em tecidos e órgãos distantes, podendo gerar uma série de doenças, como problemas no coração, problemas pulmonares, demência, disfunção erétil entre outros. 

“As bactérias contidas na boca, facilmente podem ir para a corrente sanguínea, de forma a fazer com que as placas bacterianas sejam deslocadas para suas artérias e cheguem a várias partes do corpo. Se chegarem ao coração, podem causar aterosclerose; nos pulmões, pneumonia; no cérebro, demência”, explica a especialista.

 

Prevenção de problemas periodontais

A dentista recomenda idas frequentes a dentistas biológicos e integrativos, de preferência, pois eles vão trabalhar não só a boca em si, mas o paciente como um todo. Além disso, um passo importante é manter a higiene adequada dos dentes, com escovação pelo menos duas vezes ao dia e o uso de fio dental sempre. O ideal é evitar alimentos e bebidas açucaradas, mantendo sempre uma dieta saudável. 



Dra. Sandra Chagas (@Drasandrachagas) - Com 40 anos de experiência como cirurgiã-dentista pela USP e especialista em odontologia biológica, a Dra. Sandra Chagas se destaca como autoridade em saúde integrativa. Seu Instagram soma mais de 260 mil seguidores, enquanto acumula quase 500 mil inscritos YouTube, “Dra. Sandra Chagas”, onde se consolidou como referência em temas como desparasitação, inflamação, saúde digestiva e hepática. Sua vasta formação inclui pós-graduação em nutrição e atuação como terapeuta sistêmica integrativa, especialista em modulação hormonal e nutracêuticos, além de terapeuta neural. Autora do livro digital "O que há por trás da doença", a Dra. Sandra já impactou mais de 3 mil pessoas em todos os continentes com seus programas.


Deficiências evitáveis: como a atenção neonatal pode evitar sequelas neurológicas graves

No Brasil, mais de 700 mil crianças possuem algum tipo de deficiência; muitos desses casos poderiam ter sido evitados por meio de estratégias de monitoramento ainda na maternidade

 

No Brasil, conviver com algum tipo de deficiência é uma realidade para 18,6 milhões de pessoas. Aproximadamente 4% deste grupo possuem entre 2 e 9 anos de idade, o que equivale a 741 mil crianças. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no módulo Pessoas com Deficiência, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua 2022). Segundo especialistas, muitos desses casos poderiam ser evitados, principalmente em situações relacionadas à gestação, parto ou cuidado logo após o nascimento. Neste mês de dezembro, quando é celebrado o Dia da Criança com Deficiência (9/12), intensificam-se os debates sobre este tema e a busca por abordagens que possam diminuir esses números. 

Entre as situações mais comuns que podem ocorrer, como o caso de bebês prematuros e cardiopatas, está a asfixia perinatal, ou encefalopatia hipóxico-isquêmica, condição que pode ocorrer um pouco antes, durante ou logo após o nascimento e pode comprometer as funções neurológicas da criança, causar sequelas graves e levar à morte. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa é a terceira maior causa de óbitos em recém-nascidos no mundo. No Brasil, 20 a 30 mil crianças nascem anualmente com algum problema de oxigenação no cérebro. 

Entre as principais sequelas neurológicas potencialmente evitáveis em recém-nascidos estão: paralisia cerebral, déficits cognitivos, motores e sensoriais, como cegueira e surdez. É o que afirma o neonatologista Dr. Gabriel Variane, fundador e presidente da healthtech Protecting Brains and Saving Futures (PBSF), que busca reduzir a zero o número de pessoas com deficiências evitáveis no mundo. 

“Essas condições podem resultar em desafios significativos para as famílias, pois exigem cuidados contínuos, terapias especializadas e um grande impacto na qualidade de vida do indivíduo e seus familiares. A própria pesquisa da Pnad mostra, por exemplo, a baixa entrada de jovens com deficiência na faculdade, com menos de 15% do grupo cursando o nível superior”, comenta o médico.
 

Prevenção e ação 

Uma das estratégias básicas para evitar situações como essas é o acompanhamento neonatal adequado, além do monitoramento contínuo do bebê. Há diversos problemas que podem ocorrer entre a gestação e o parto, por isso, é importante que as equipes de saúde tenham o treinamento adequado para agir quando necessário. No caso da asfixia perinatal, já existem tecnologias capazes de detectar, de forma mais rápida e eficaz, situações clínicas que possam provocar algum risco ao cérebro do recém-nascido.

“Uma das experiências que temos é o sistema de neuromonitoramento e neuroproteção nas UTIs neonatais. Com ele, conseguimos detectar crises convulsivas de maneira mais acurada e diagnosticar antecipadamente outros eventos desfavoráveis. Em alguns casos, situações críticas podem ser alertadas com horas de antecedência. Uma informação como essa pode salvar a vida desse paciente”, destaca. 

Caso isso ocorra, um dos tratamentos emergenciais para os recém-nascidos é a hipotermia terapêutica. Esse procedimento diminui a temperatura corporal do bebê para cerca de 33°C a 34°C, diminuindo o metabolismo cerebral e os processos inflamatórios. “Estudos demonstram que, quando essa ação é iniciada até 6 horas o nascimento, existe redução da mortalidade e melhora dos desfechos neurológicos”, detalha o especialista.
 

Outras causas 

Além da asfixia perinatal, também podem ocorrer casos como: hemorragia intraventricular; infecções congênitas ou neonatais (como citomegalovírus, toxoplasmose e meningite bacteriana); icterícia neonatal grave (kernicterus); acidente vascular cerebral neonatal; hipoglicemia neonatal persistente e desordens metabólicas hereditárias, que também podem provocar deficiências.
 

O papel do leite materno 

Além do monitoramento e o acompanhamento contínuo, os bebês têm também um grande aliado para a proteção do cérebro: o leite materno. Indicado como um dos alimentos mais saudáveis e importantes para o desenvolvimento dos primeiros meses de vida, da mesma forma, possui um papel relevante na prevenção de sequelas neurológicas. 

“O leite materno contém fatores neuroprotetores que promovem o desenvolvimento cerebral e reduzem as chances de sequelas em prematuros e recém-nascidos de risco. E quando estão prontos, com maturidade gastrointestinal e a capacidade de sucção, a amamentação se torna também um momento de vínculo afetivo entre mãe e filho”, diz o neonatologista.
 

Brasil no caminho certo 

O país tem avançado em caminhos positivos com estratégias de neuroproteção que beneficiam o Sistema Público de Saúde (SUS), como o método canguru e o Programa de Reanimação Neonatal, promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que capacita milhares de profissionais para intervirem de forma rápida e eficaz nos primeiros momentos de vida. Dr. Variane ressalta que essas estratégias são de fundamental importância e que a medicina irá evoluir ainda mais. 

“Complicações dentro da UTI neonatal, como dificuldades respiratórias, problemas cardíacos e afecções do sistema nervoso central, ainda são comuns e podem levar à morte ou sequelas a longo prazo. O desenvolvimento e aplicação de políticas públicas e protocolos bem estruturados são essenciais para proporcionar um cuidado de qualidade que promova a redução dessas taxas”, finaliza.
 

PBSF (Protecting Brains & Saving Futures)


Fogacho ou calor excessivo? Saiba como identificar

Ginecologista especialista em menopausa explica principais diferenças entre fogachos e calores comuns


Diferente do que se pensa, o Fogacho não é um simples calor. O fogacho acontece por conta de mudanças hormonais, em especial, pela queda do estrogênio durante o climatério e menopausa. 

O corpo feminino tem um centro regulador de temperatura no cérebro muito sensível ao estrogênio. Quando seus níveis caem, esse centro perde a noção da sua temperatura real, interpreta que o corpo está quente ou gelado em excesso mesmo sem estar. Quando o centro de temperatura 'se confunde', uma onda de calor repentina é observada, geralmente, da cintura para cima. Mas, não é apenas um calor comum que sentimos normalmente durante a vida, junto desse calor  nota-se também um mal-estar, suor excessivo e até uma sensação de sufocamento.

Durante o fogacho, os vasos sanguíneos se dilatam para liberar calor. Isso faz com que a a pressão arterial do corpo caia, provocando assim aquele mal-estar e sensação de fraqueza.

“Os fogachos podem impactar sua saúde cerebral e não devem ser ignorados. Quando os vasos se dilatam, o cérebro recebe menos sangue e isso pode causar microisquemias cerebrais, que, a longo prazo, aumentam o risco de perda de memória, 'nuvem menopáusica' e até Alzheimer.” Pontua Dra. Beatriz Tupinambá, ginecologista especialista em menopausa e climatério. 

Ignorar os sintomas que o corpo apresenta, pode custar caro. Respeite sua individualidade e seus limites e procure um especialista para garantir a melhor qualidade de vida durante a menopausa.


Cuidados simples podem ajudar a reduzir incidência de câncer de pele

Oncologista aponta que envelhecimento cutâneo, histórico familiar e exposição frequente a raios UV são principais fatores de risco

 

O câncer de pele é o tipo de tumor mais comum no Brasil, correspondendo a cerca de 30% dos diagnósticos de neoplasia no país e estão previstos mais de 220 mil novos casos da doença para 2025, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). O aumento do número de casos é impulsionado por fatores como exposição excessiva ao sol e falta de adesão às medidas preventivas.

A doença é classificada em dois tipos principais: melanoma e não melanoma. Enquanto o melanoma, menos frequente, apresenta maior gravidade devido ao risco de metástase, o câncer de pele não melanoma é mais comum e possui menor taxa de mortalidade.

Pedro Moraes, oncologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, ressalta que a conscientização sobre a prevenção e a realização de consultas dermatológicas regulares são fundamentais para combater a doença. “Embora iniciativas como Dezembro Laranja reforcem a importância dos cuidados com a pele, ainda enfrentamos barreiras culturais, como a busca por bronzeados intensos, que dificultam uma prevenção mais eficaz”, comenta o especialista.

Entre as principais formas de prevenção estão evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, usar de chapéus, roupas leves e óculos escuros, e utilizar protetor solar com FPS adequado - pele clara, FPS 50+; pele morena clara, FPS 30+; pele negra, FPS 15-30. É importante reaplicar o protetor a cada duas horas e após contato com água ou suor.

Além disso, a observação de sinais como feridas que não cicatrizam, lesões de bordas irregulares ou crescimento rápido, e sinais que apresentam características como assimetria e evolução devem motivar a procura imediata por um especialista.

No caso do melanoma, tecnologias como a dermatoscopia têm sido cruciais para identificar lesões suspeitas em fases iniciais, enquanto avanços em imunoterapia têm melhorado significativamente a sobrevida de pacientes com quadros mais avançados. “O diagnóstico precoce é essencial para salvar vidas, especialmente porque o atraso no início do tratamento ainda é um desafio entre pessoas com menor acesso a serviços de saúde”, destaca Pedro Moraes.

O tratamento adequado também é fundamental para conter o avanço da doença. Um levantamento da epharma, empresa pioneira no programa de benefícios em medicamentos (PBM), demonstrou crescimento nas vendas de medicamentos para câncer de pele entre os meses de janeiro e setembro dos últimos dois anos. No período pós-pandemia, o aumento foi de 90,2% de 2022 para 2023 e de 90,7% de 2023 para 2024, considerando os primeiros nove meses dos respectivos anos. Já a economia gerada nas vendas de medicamentos via PBM teve incremento de 96,5% entre janeiro e setembro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Campanhas de conscientização sobre câncer de pele têm estimulado a população a buscar, cada vez mais, avaliação médica para diagnóstico precoce e, consequentemente, tratamentos mais eficazes. No período de janeiro a setembro deste ano, tivemos crescimento de 95% no número de beneficiários para tratamento de câncer de pele em nossos programas corporativos. Isso reflete como as pessoas estão dando mais atenção à saúde e como nossos programas têm contribuído para ampliar o acesso aos tratamentos”, explica Wilson Oliveira Junior, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da epharma.

O tratamento varia conforme o tipo e o estágio do câncer, incluindo ressecção cirúrgica para lesões localizadas; terapia fotodinâmica para lesões superficiais; radioterapia para casos não operáveis ou complementares à cirurgia; imunoterapia e terapia-alvo, principalmente para melanoma avançado; quimioterapia em situações específicas; e medicamentos.

O câncer de pele é mais prevalente em pessoas acima de 50 anos, embora casos em jovens estejam crescendo. O envelhecimento cutâneo, acúmulo de danos solares ao longo dos anos e fatores como pele clara, histórico familiar e exposição frequente a raios UV são determinantes. Em idosos, a menor regeneração celular também pode contribuir para maior vulnerabilidade.

 

epharma



Suplementação alimentar sem indicação oferece riscos à saúde? Entenda!

Nutricionista do CEJAM destaca a importância de buscar orientação profissional antes de iniciar o consumo de produtos dessa categoria


Em um mundo cada vez mais obcecado pela perfeição física e pelo bem-estar, a suplementação alimentar tem conquistado mais adeptos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), pelo menos uma pessoa em 59% das famílias brasileiras inclui suplementos em sua dieta.

Esses produtos ajudam a potencializar a nutrição do corpo, suprindo necessidades específicas do organismo que a alimentação, sozinha, pode não ser capaz de atender.

Hoje, o mercado oferece diferentes vitaminas e minerais, que podem ser encontrados em forma de comprimidos, cápsulas, pós ou líquidos. No entanto, o uso inadequado deles pode acarretar riscos prejudiciais à saúde. É o que alerta Ana Carolina Leite de Morais, nutricionista da UBS Jardim Aracati, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.

“Muitas vezes, as pessoas não têm pleno conhecimento do que contém em cada frasco ou não levam em consideração a concentração recomendada para consumo. Essa prática pode levar a um risco aumentado de toxicidade, impactos para a saúde e, até mesmo, à possibilidade de não atingir o objetivo específico desejado.”

Quando consumidos de forma imprudente e em doses excessivas, muitos suplementos podem provocar interações medicamentosas prejudiciais. Além disso, pacientes com condições pré-existentes, como problemas renais ou hepáticos, podem ter essas complicações agravadas.

A nutricionista destaca que, de forma geral, os efeitos colaterais comuns dos suplementos incluem náuseas, vômitos, dor abdominal e dor de cabeça, além de toxicidade.

"O consumo excessivo de vitamina A, por exemplo, pode causar dores de cabeça e turvação de visão, enquanto altas doses de ferro podem resultar em constipação e dores abdominais. O excesso de vitamina D pode elevar o nível de cálcio no organismo e o excesso de magnésio pode causar fraqueza muscular ", explica.

No seu dia a dia profissional, Ana Carolina relata que os suplementos mais procurados são de caráter proteicos, como creatina e whey, ômega 3, multivitamínicos e colágeno. Especificamente para os amantes de academia, que utilizam whey e creatina sem as devidas orientações, também existem malefícios.

“O uso inadequado desses suplementos pode agravar condições de insuficiência renal crônica ou causar sobrecarga. Muitas pessoas tendem a consumir de forma autônoma, sem ter conhecimento dessa informação”, enfatiza.

Por isso, a decisão de consumir qualquer tipo de suplemento não deve ser tomada de forma impulsiva ou sem indicação profissional. Na teoria, é preciso fazer uma visita ao médico ou nutricionista antes de ingerir qualquer produto da categoria.

"No consultório, realizamos uma análise para entender o objetivo do paciente, seu estilo de vida e rotina alimentar. Também solicitamos exames laboratoriais. Após esse processo, entendemos se faz sentido suplementar e elaboramos um plano alimentar com a dosagem adequada para o organismo daquela pessoa. Essa é a maneira correta e segura de começar a usar suplementos alimentares", finaliza a especialista. 



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial

 

Praticar atividade física por 5 minutos pode reduzir pressão arterial

Exercícios também ajudam a adiar o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares

 

O principal vilão silencioso do corpo é a pressão arterial, que não dá sinais de que tem algo errado, mas pode causar diversos danos ao coração. Entretanto, segundo um estudo recente publicado no Science Daily, praticar poucos minutos de atividade física diariamente pode ajudar na redução da pressão arterial, melhorar a qualidade de vida e adiar os problemas cardíacos. 

Atualmente, cerca de 28% da população brasileira convive com pressão alta, de acordo com dados do Ministério da Saúde. “Entre os fatores de risco que contribuem para a alta incidência das doenças cardiovasculares está a hipertensão arterial descontrolada, responsável por 80% dos óbitos por AVC e 60% por infarto agudo do miocárdio”, explica a Dra. Cristina Milagre, cardiologista e médica do esporte do Hcor. 

Entretanto, antes de iniciar qualquer atividade física, uma pessoa, sedentária ou não, deve passar por uma avaliação pré-participação esportiva, com orientação do cardiologista sobre qual é a intensidade de atividade física que a pessoa deve fazer, baseada em história clínica, exame físico e exames complementares. 

“Exercícios aeróbicos (caminhada, bicicleta, corrida, elíptico, natação) e resistidos, como musculação, pilates, crossfit têm impacto positivo na saúde cardiovascular e diminuem desfechos como infarto, aumento da pressão arterial e colesterol alto. A boa notícia é que, quanto antes começar a praticar atividade física, mais rápido a pressão arterial sofre um efeito benéfico”. 

A especialista afirma ainda que a maioria dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares estão relacionados ao estilo de vida, ou seja, são fatores de risco modificáveis. A American Heart Association definiu 8 passos essenciais para melhorar e manter a saúde cardiovascular, o Life’s Essential 8. São eles: alimentação equilibrada, exercício físico, sono de qualidade, controle de glicemia, controle de lípides (colesterol/triglicérides), controle da pressão arterial, cessação do tabagismo e controle do peso. 

“Pensando na população geral, raramente a pessoa vai ter uma proibição de realizar atividade física de forma leve a moderada. Muitas vezes, num primeiro momento, se a pressão está alta, ou se está investigando uma possível arritmia ou uma dor no peito, é preciso definir a causa do problema antes. Muitas pessoas pensam de forma equivocada que o exercício físico é perigoso, mas é o contrário, perigoso é ser sedentário. Porém ao realizar exercício físico você coloca o seu corpo em uma condição de estresse, e caso você tenha algum problema silencioso, o exercício pode ser o gatilho para que algo de ruim aconteça. Por isso, devemos realizar uma avaliação prévia e iniciar com intensidade leve a moderada, aumentando a intensidade e a duração dos treinos de forma gradativa”, alerta a Dra. Cristina Milagre. 

Caso a pessoa sinta dor no peito desencadeada por esforço físico ou após a realização do mesmo, sensação de palpitação, tontura ou falta de ar ao fazer exercício físico, é fundamental suspender a atividade e realizar uma avaliação médica. Esses sintomas podem corresponder a algum problema cardíaco que necessita de investigação/tratamento. 

Desta forma, mesmo que a pessoa esteja sedentária, qualquer movimentação do corpo durante o dia, como evitar o elevador, subir escadas e caminhar mais já trazem benefícios à saúde.

 

Hcor



EXAGERO NAS CEIAS DE FIM DE ANO? VEJA DICAS PARA ALIVIAR O ESTÔMAG

 Exagerar no consumo de comidas e bebidas durante as confraternizações de fim de ano pode prejudicar o sistema digestivo.

 

O fim de ano é uma época de celebração, com ceias fartas, drinks e brindes. No entanto, os excessos alimentares e o consumo de álcool podem causar desconfortos no sistema digestivo, como refluxo, azia, sensação de inchaço e até dores abdominais - problemas comuns após os exageros das festas. 

“Quando o estômago é sobrecarregado, o sistema digestivo tem dificuldade em processar grandes quantidades de comida ou alimentos mais pesados e gordurosos, comuns nas celebrações. Isso pode retardar a digestão e gerar sintomas indesejados, como sensação de peso e mal-estar geral", é o que explica o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). 

No entanto, ele ressalta que é possível curtir as festas sem prejudicar a saúde digestiva. A chave é aprender a equilibrar as escolhas alimentares. “Não se trata de cortar os prazeres, mas de fazer as escolhas certas com consciência durante as festas. Por exemplo, é importante respeitar as condições do próprio corpo. Para quem já tem gordura no fígado deve evitar pratos gordurosos e moderar o consumo de álcool para não sobrecarregar ainda mais o órgão. O mesmo vale para quem tem intolerâncias alimentares, como a doença celíaca, que precisa evitar o glúten, ou quem tem intolerância à lactose, que deve reduzir o consumo de alimentos lácteos. Mesmo que a mesa esteja rodeada de coisas gostosas, o primeiro passo é lembrar do que já te faz mal”, orienta.
 

Para curtir as festas sem exageros, o especialista destaca outras dicas, veja:

Intercale álcool com água: O consumo de álcool pode sobrecarregar o fígado e o estômago, além de causar desidratação. Beber água entre os drinks ajuda a manter o corpo hidratado e minimiza os efeitos negativos do álcool no organismo.
 

Opte por alimentos leves entre as bebidas: Frutas, saladas e carboidratos complexos são escolhas ideais, pois ajudam a desacelerar a absorção do álcool, auxiliando na digestão sem sobrecarregar o sistema gastrointestinal.
 

Evite bebidas gaseificadas: Bebidas como refrigerantes, espumantes e coquetéis com gás podem intensificar o inchaço abdominal e causar desconfortos adicionais. Limitar o consumo dessas opções pode evitar esses efeitos.
 

Cuidado com o "combo da ressaca": Combinar álcool com alimentos fritos ou gordurosos exige mais do sistema digestivo, aumentando o risco de refluxo e outros problemas gástricos. Moderar esse "combo" pode aliviar desconfortos no dia seguinte.
 

Priorize alimentos ricos em fibras: Alimentos como vegetais, grãos integrais, aveia e legumes são excelentes para promover uma digestão saudável, evitando constipação e desconfortos abdominais, além de manter a saciedade.
 

Evite comer muito tarde: Fazer refeições pesadas perto da hora de dormir pode aumentar as chances de refluxo e indigestão. Tente terminar de comer pelo menos 2 a 3 horas antes de se deitar para facilitar a digestão durante a noite.
 

Mastigue bem os alimentos: A digestão começa na boca. Mastigar os alimentos corretamente reduz o esforço do estômago e facilita a absorção dos nutrientes, tornando o processo digestivo mais eficiente.
 

E se exagerar? O que fazer para ajudar o corpo a se recuperar

Mesmo com todas as precauções, o exagero pode acontecer. Se você se sentir com o estômago sobrecarregado ou com sintomas de desconforto no dia seguinte, algumas atitudes podem ajudar a aliviar os efeitos colaterais.

  • Hidratação: O álcool desidrata o corpo, por isso, beba bastante água para hidratar e eliminar toxinas, facilitando a recuperação do fígado e dos rins.
  • Evite jejuns prolongados: Dietas radicais ou jejuns não ajudam na recuperação. O melhor é optar por alimentos leves e nutritivos, como frutas e vegetais, que vão auxiliar na digestão.
  • Coma alimentos ricos em fibras: Fibras ajudam a regular o intestino e acelerar o processo digestivo. Alimentos como aveia, vegetais e frutas frescas são ótimos aliados.
  • xercícios leves: Após os excessos, caminhar pode ajudar a estimular a digestão e eliminar toxinas. Evite atividades físicas intensas logo após o consumo de álcool.
  • Descanse: O descanso é essencial para a recuperação do corpo e do sistema digestivo. Uma boa noite de sono auxilia no processo de desintoxicação.

“Com pequenas adaptações nos hábitos alimentares, é possível aproveitar as festas de fim de ano sem prejudicar a saúde digestiva, e garantir um início de ano mais saudável e equilibrado", conclui Dr. Lucas Nacif 



Lucas Nacif - Especialista em cirurgia geral, e do aparelho digestivo, o Dr. Lucas Nacif é reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreática e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. Além de suas contribuições no campo da cirurgia, o Dr. Nacif é membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Internacionalmente, ele é membro da ILTS (International Liver Transplantation Society), TTS (The Transplantation Society) e AHPBA (Americas Hepato-Pancreato-Biliary Association). O Dr. Nacif dedica-se integralmente à promoção da saúde digestiva, buscando não apenas a cura, mas também uma melhoria substancial na qualidade de vida de seus pacientes. Para saber mais, visite: www.lucasnacif.com e Link



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