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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Frio e higiene: hábitos adotados durante as temperaturas baixas podem afetar a saúde íntima feminina

Com as temperaturas voltando a diminuir em todo o Brasil, médica ginecologista dá dicas de cuidados essenciais para as mulheres nesta época


Após dias quentes com termômetros em alta, a temperatura voltou a diminuir e segue nos próximos dias. A médica Alexandra Ongaratto, especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, alerta que essa mudança climática pode impactar negativamente a saúde íntima feminina. Ela oferece dicas sobre como manter a saúde mesmo durante períodos de frio intenso.

 

Mantenha a hidratação

Durante o frio, é comum diminuir a ingestão de água devido à menor sensação de sede, no entanto, essa redução pode tornar a urina mais ácida e favorecer a formação de cálculos renais e vesicais, alerta Alexandra.

 

Evite banhos muito quentes

Embora o calor seja tentador durante o frio, banhos com água excessivamente quente podem prejudicar a região íntima. "Quando muito quente, a água remove a camada de gordura protetora da pele e pode causar ressecamento e coceira. Na região íntima, que é mais sensível que outras partes do corpo, isso pode ser ainda mais prejudicial" explica Alexandra.

 

Cuidado com a escolha de roupas 

O uso de peças mais grossas e apertadas, apesar de comum no inverno, pode aumentar a umidade e o calor na região íntima, o que favorece a proliferação de fungos, como a cândida. 

"Apesar da cândida fazer parte da microbiota normal de várias mulheres sem causar a candidíase, o uso de roupas mais grossas pode causar a transpiração, que por sua vez aumenta a umidade e a temperatura da região, propiciando o desenvolvimento desequilibrado da cândida e tornando-a causadora da candidíase”, explica. 

 

Preze pela higiene adequada após as relações sexuais

Durante o frio, a frequência de banhos costuma diminuir, contudo, Alexandra destaca que é essencial manter a higiene íntima após a relação sexual. "O uso de ducha higiênica ou de lenços umedecidos específicos, aqueles sem álcool ou perfumes, auxilia na remoção de resíduos sem a necessidade de um banho completo," sugere a médica. 

“Esses métodos ajudam a remover resíduos que podem causar desconforto ou alterar a microbiota vaginal, mas é importante lembrar que a vagina tem um sistema de autolimpeza natural – e por isso não é recomendado realizar ducha internamente – e que a higienização excessiva ou com produtos inadequados pode alterar a microbiota vaginal. Urinar após a relação sexual é uma medida simples e que pode reduzir o risco de infecções urinárias”, complementa.


A alimentação deve ser equilibrada

De acordo com a médica, dietas ricas em açúcares e carboidratos refinados podem alterar o equilíbrio da flora vaginal, o que aumenta o risco de infecções como a candidíase, uma vez que o fungo cândida se alimenta de açúcar e pode se proliferar em ambientes com altos níveis de glicose. 

“Além disso, a ingestão de alimentos mais pesados contribui para o ganho de peso, o que também pode alterar o equilíbrio hormonal e, consequentemente, a saúde íntima. Portanto, mesmo durante o frio, é importante manter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas e vegetais, que ajudam a manter a flora vaginal saudável e a prevenir infecções”, destaca.

 

Proteja a pele da região íntima

Por conta da diminuição da umidade e do uso de aquecedores, a pele tende a ficar mais seca no inverno, o que pode causar desconforto. "Manter a pele bem hidratada e evitar banhos quentes pode ajudar a prevenir fissuras e irritações que, às vezes, acabam facilitando a entrada de bactérias e fungos", recomenda Alexandra.

 

Cuidados redobrados para mulheres em menopausa

A menopausa impacta diretamente no funcionamento corporal e durante o frio, e os sintomas menopausais podem se intensificar.

Alexandra explica que o estrogênio – que desempenha um importante papel no sistema de regulação térmica do organismo – sofre oscilações durante a perimenopausa e tem uma queda quando a mulher entra na menopausa, o que afeta significativamente na regulação da temperatura corporal e resulta nas ondas de calor, chamadas de fogachos, e no aumento da sudorese. 

Durante o inverno, essa desregulação pode tornar a mulher mais sensível às mudanças de temperatura, causando desconforto tanto com o frio quanto com ondas de calor inesperadas, mesmo em um ambiente com menor temperatura. "Embora o frio possa reduzir a frequência dos fogachos, muitas mulheres ainda experimentam esses episódios independentemente da temperatura externa. O contraste entre o frio externo e as ondas de calor pode intensificar a percepção de desconforto, levando a uma sensação mais pronunciada dos calorões”, afirma.

Outra queixa comum causada pela queda estrogênio, que é a secura vaginal, pode se agravar durante o frio, levando ao ressecamento geral das mucosas. Para isto, a ginecologista recomenda manter a hidratação da pele e usar sabonetes suaves, de preferência sem sulfatos e com pH neutro, que são menos agressivos para a pele. 

 

Terapia hormonal pode ser a solução

Alexandra explica que os sintomas da menopausa podem afetar diretamente a qualidade de vida das mulheres que os vivenciam, no entanto, a médica afirma que para as pacientes saudáveis e sem contraindicações, a terapia hormonal (TH) pode ser indicada para aliviar os sintomas da menopausa, incluindo os fogachos e a secura vaginal.

No entanto, a médica alerta para a importância de procurar profissionais qualificados e que prezam pela individualização do tratamento. “Cada pessoa é única, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais, levando sempre em consideração fatores como histórico de saúde, sintomas da menopausa e riscos específicos da paciente na hora de optar pela TH”, finaliza.

 



Instituto GRIS

Meu Filho só come macarrão, e agora?

A seletividade alimentar pode começar mais cedo do que se imagina. Entre 25% e 40% dos lactentes e crianças pequenas já exibem sintomas, aponta fonoaudióloga, ao indicar os sinais de alerta e dicas para quem cuida de crianças

 

Cara feia, comida no prato, choro e muitos formatos de rejeição são desafios enfrentados por famílias com crianças que têm seletividade alimentar na hora das refeições. Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral com enfoque em alimentação, explica que a seletividade alimentar ocorre quando há desinteresse ou recusa de determinados alimentos com frequência pela criança. "Ela seleciona os alimentos que irá comer e isso pode estar relacionado com a textura, a cor, a temperatura, o cheiro e ou o sabor do alimento", exemplifica. 

O que, inicialmente, pode parecer apenas uma birra, pode gerar reflexos em todo o desenvolvimento futuro da criança, já que ela pode passar a apresentar deficiências nutricionais provocadas pela carência de determinados alimentos e isso pode trazer consequências em seu desenvolvimento e até na vida social, como não comer fora de casa.

 

Sinais de alerta 

A especialista elenca uma lista de comportamentos da criança que podem indicar a necessidade de procurar ajuda de um fonoaudiólogo especializado para corrigir a rota:

  • Recusa ou não apresenta interesse na maioria das refeições;
  • Tem náuseas ou vômitos durante a alimentação;
  • Cospe alimentos com relativa frequência;
  • Aceita apenas uma textura ou consistência do alimento;
  • Engasga-se com frequência;
  • Tem dificuldade para mastigar;
  • Não consegue se alimentar na mesa de refeição, preferindo andar ou ficar em outros locais para comer;
  • Faz caretas, sente “nojo” ou se sente muito incômodo com o cheiro dos alimentos.

 

Possíveis causas

 

A fonoaudióloga explica que a raiz da seletividade pode ter uma variedade de motivos, entre eles, uma desordem de processamento sensorial. "Isso leva à necessidade de uma avaliação específica de integração sensorial com a terapeuta ocupacional", recomenda a fono. 

Em outros casos, a origem pode estar em questões gastrointestinais prévias ou de problemas de desenvolvimento. "Estudos já apontam um índice de 25% a 40% de lactentes e crianças pequenas saudáveis com algum sintoma de dificuldade alimentar", exemplifica Carla.

 

Por que só comem macarrão? 

Este grande dilema das famílias é abordado pela Carla de forma realista e convidativa a novos costumes. "Comer é um ato aprendido e os pais precisam dar modelos muito positivos durante as refeições com seu filho", alerta a especialista, ao continuar: "De nada adianta exigir que a criança coma verduras, se a própria família não consome e só prepara macarrão para ela". 

Para ajudar nesse processo, ela sugere as 5 dicas abaixo para adotar no dia a dia:

  • Estimular a criança a explorar a própria boca com objetos mordedores, brinquedos e alimentos);
     
  • Convidar para o preparo das refeições, bolos, ou ajudando a descascar frutas;
     
  • Estimular o desenvolvimento da autonomia, pedindo ajuda para a colocar os pratos na mesa, incentivando-a a servir o próprio prato;
     
  • Refeições em família como estímulo à curiosidade por alimentos novos que ela ainda não conhece;
     
  • Não usar tablets ou estímulos visuais para não desviar a atenção da criança do contexto dos alimentos. 


Carla Cristina Ribeiro Deliberato-CRFa:2-13919. Fonoaudióloga graduada pela PUC-SP (2003). Especialização em Motricidade oral com enfoque em disfagia (CEPEF- SP). Atuação fonoaudiológica em motricidade oral com ênfase em alimentação infantil (disfagia, recusa e seletividade alimentar) -Formação internacional nas abordagens: "Assessment and Treatment Using the SOS Approach to Feeding", ministrado por Kay A. Toomey e Erin S. Ross e “Feeding The Whole Child A Mealtime Approach” ministrado por Suzanne Evans Morris. Idealizadora e proprietária da Clínica Care Materno Infantil
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Você sabe a diferença entre medicamentos de referência e similares?

A Anvisa divulgou recentemente uma plataforma online para que a população descubra se o medicamento similar foi devidamente regularizado e pode substituir um medicamento de referência


Ao chegar a uma farmácia, você pode encontrar diferentes medicamentos que dizem ter o mesmo princípio ativo e são indicados para o mesmo tipo de tratamento, podendo ser o medicamento de referência, similar ou genérico. Mas, você sabe a diferença entre eles? 

 

Chamamos de referência o medicamento das fabricantes que desenvolveram o produto e realizaram o primeiro registro nos órgãos responsáveis pela vigilância sanitária do país, identificados com uma marca proprietária. Eles só podem ser comercializados após a eficácia, segurança e qualidade serem cientificamente comprovadas. Depois de 20 anos de lançamento¹, quando expira a patente de invenção, na qual os medicamentos se encaixam, empresas interessadas podem licenciar genéricos ou similares², que apresentam os mesmos princípios ativos, concentração, via de administração, forma farmacêutica, posologia e indicação equivalentes do medicamento de referência.

 

Mas, aí surge outra dúvida: qual é a diferença entre genéricos e similares? 

 

Os genéricos não têm nome comercial e são identificados apenas pelo nome da molécula, presente na sua embalagem junto a uma letra G. Eles são seguros para serem administrados no lugar do medicamento referência, uma garantia dada por alguns procedimentos padrão, como os testes de equivalência, que mostram se têm o mesmo princípio ativo, na mesma quantidade e com as mesmas características ao seu medicamento de referência; além de estudos de bioequivalência apresentados à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), uma etapa posterior, onde esses mesmos medicamentos são administrados em voluntários sadios para avaliar segurança e eficácia. 

Já o similar deve ser identificado pela marca ou nome comercial, e pode apresentar diferenças em quesitos como tamanho, forma, validade, embalagem ou rótulo. 


Então, como identificar se um determinado medicamento similar pode ser utilizado no lugar do de referência?

 

Para te ajudar a responder essa pergunta, a Anvisa divulgou recentemente uma plataforma online onde as informações são atualizadas diariamente, garantindo que todos possam consultar e descobrir se o remédio que precisam é regularizado e pode ser usado no lugar de um de referência.

 

Para isso, é só entrar na seção de consulta de medicamentos no site da Anvisa, preencher os dados necessários, como o nome e número do registro, para ser direcionado para uma tabela, e clicar na linha que corresponde ao remédio desejado. Dessa forma, haverá o redirecionamento para as informações detalhadas do produto. 

 

“É importante reforçar que é obrigatório que todo medicamento similar intercambiável tenha essa informação em sua bula. Portanto, recomendamos sempre consultar também a própria bula do remédio”, recomenda o Dr. Márcio de Queiroz Elias - CRM 82558/SP, gerente médico da Neo Química.

 



Referências

¹LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996: https://www.planalto.gov.br/cciviL_03/////LEIS/L9279.htm

²² Para isso, devem utilizar obrigatoriamente o nome de referência na Lista de Medicamentos de Referência vigente. Os critérios e requisitos específicos constam da RDC 35 de 15/06/2012.



1. IQVIA PMB FY 2023 UND
2. Estudo especial IQVIA dezembro’2023


Metade da população mundial poderá sofrer com algum tipo de alergia até 2050

Dados são da Organização Mundial da Saúde, que ainda afirma que asma e rinite são as mais comuns

 

O inverno é uma estação marcada por temperaturas mais baixas e ar seco, condições que podem agravar doenças respiratórias, como asma e rinite. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nos próximos 26 anos, metade da população mundial poderá sofrer de algum tipo de alergia. Atualmente, cerca de 1 bilhão de pessoas enfrentam esse problema, com projeções de que esse número possa chegar a 4 bilhões.

 

Para quem sofre dessas condições, adotar uma rotina de cuidados específicos pode fazer toda a diferença no bem-estar e na qualidade de vida. O Dr. Mauro Gomes, médico pneumologista, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de S. Paulo e consultor da farmacêutica Glenmark, relaciona os cuidados essenciais para manter a saúde respiratória em dia durante a estação mais fria do ano.

 

1.      Hidratação e umidificação

A baixa umidade do ar no inverno pode ressecar as vias respiratórias, agravando os sintomas de asma e sinusite. Beber água ajuda a manter o corpo hidratado e as mucosas das vias respiratórias umedecidas.

 

2.       Limpeza e ventilação dos ambientes

Manter a casa limpa e arejada é fundamental para evitar o acúmulo de poeira, ácaros e mofo, que são desencadeantes comuns de crises de asma e rinite. Aspire tapetes, cortinas e estofados com frequência e, sempre que possível, deixe as janelas abertas para permitir a circulação de ar fresco.

 

3.      Exercícios respiratórios e atividades físicas

Exercícios aeróbicos ajudam o condicionamento cardiorrespiratório. Atividades físicas leves, como caminhadas, também são recomendadas, mas é importante evitar exercícios ao ar livre em dias muito frios ou poluídos. Sempre consulte um médico antes de iniciar qualquer rotina de exercícios.

 

4.      Uso de medicamentos específicos

Para quem sofre de asma e rinite, seguir as recomendações médicas e fazer uso adequado dos medicamentos prescritos é essencial. No caso da asma, os sprays com medicações inalatórias são indicados por sua ação anti-inflamatória e broncodilatadora, ajudando a aliviar os sintomas, prevenindo as crises e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Já para a rinite alérgica, os sprays nasais com corticoides intranasais são recomendados para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.

 Glenmark Pharmaceuticals


29/08 - Dia Mundial do Combate ao Fumo: Especialista traz pontos importantes sobre o tema


De acordo com a plataforma Progress Hub que monitora a implementação das propostas da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Controle do Tabaco, o Brasil ocupa o 1º lugar na região das Américas para propostas como redução da interferência da indústria, regulamentação do conteúdo dos produtos de tabaco e coordenação da vigilância e da investigação dos produtos ligados ao tabagismo. 

Ainda segundo a pesquisa, 12,6% da população adulta do Brasil fuma, 7% a menos que a média global. Nesse caso, o tabagismo é predominante entre os homens brasileiros (15,9%) em comparação com as mulheres brasileiras (9,6%). Com 5,4%, a taxa de tabagismo entre adolescentes de 13 a 17 anos no Brasil é menor em cinco pontos percentuais do que a média global com índice ligeiramente maior entre adolescentes do sexo feminino (5,6%) do que entre adolescentes do sexo masculino (5,3%). 

“Estabeleça uma data para parar (“Dia D”), ou seja, escolha uma data específica e prepare-se mentalmente para ela. Isso ajuda a criar um compromisso. O fumante pode reduzir o número de cigarros até esse dia. Além disso, é necessário identificar os gatilhos (o que te leva a fumar) e observar quais situações, emoções, lugares ou companhias que o levam a essa atitude e busque maneiras de evitá-las ou enfrentá-las”, afirma Dra Larissa Cau Carlet, pneumologista e membro da Doctoralia. 

A especialista pontua que é indispensável a conversa com amigos, familiares ou grupos de apoio, ou seja, compartilhar sua intenção de parar pode aumentar suas chances de sucesso. Mesmo que você já tenha tentado parar e não tenha conseguido, lembre-se que essa experiência negativa pode te ajudar na próxima tentativa. “Além disso, com a ajuda de um médico, considere o uso de adesivos, gomas ou pastilhas de nicotina para ajudar a reduzir os sintomas de abstinência”, completa. 

Além de praticar exercícios físicos, manter uma alimentação equilibrada e encontrar hobbies que o distraiam do desejo de fumar auxiliam nesse processo. Recomendo uma avaliação médica antes de iniciar atividades físicas. “Se possível, opte por atividades ao ar livre sob supervisão de um educador físico”, afirma a Dra Larissa. 

De acordo com a pneumologista e imunologista, após vários anos, o risco de câncer de pulmão e outros tipos de câncer (como boca e esôfago) pode se aproximar do risco de não fumantes. A sensibilidade do olfato e do paladar aumenta, permitindo que você desfrute mais dos sabores e aromas dos alimentos. 

Mas lembre-se! Não substitua o cigarro convencional por cigarros eletrônicos: os cigarros eletrônicos, vapes, entre outros, pois eles podem causar malefícios iguais ou piores à sua saúde. “Os componentes desses dispositivos podem levar a danos graves nos pulmões, irritação das vias aéreas e olhos, além do potencial cancerígeno. Não há benefício na dependência trocando os meios de fumar. Esses dispositivos podem, inclusive, causar uma explosão, além de oferecer substâncias tóxicas em altas temperaturas às vias respiratórias do fumante”, finaliza a especialista.



Dores de Inverno: Fisioterapeuta explica como amenizar os desconfortos causados pelo frio

Freepik

Durante os dias de frio intenso, é comum as pessoas se queixarem mais de dores, isso acontece porque a nossa musculatura tende a aumentar sua tonicidade e ficar mais contraída, pois essa é uma forma de manter a temperatura corporal. 

Segundo o Dr. Gustavo Mondoni, idealizador, sócio da Evolve Saúde e Desenvolvimento e Fisioterapeuta, isso pode acontecer num longo período de tempo, ou variações na temperatura durante o dia, faz com que pequenos vasos sejam comprimidos, o que pode acabar sensibilizando nervos e músculos por diminuição de nutrição tecidual. Outro fator são pessoas que já passaram por cirurgias, pois essas regiões são ainda mais sensíveis, principalmente quando ocorre a utilização de materiais metálicos nesses procedimentos. Como é o caso de placas, parafusos ou em próteses.

 

O frio extremo também pode gerar dor, por sensibilizar uma estrutura chamada periósteo, que é a camada de nervo do próprio osso, muito sensível em ossos longos, como o fêmur por exemplo. “Através de técnicas específicas o fisioterapeuta consegue atuar na diminuição de sensibilidade desses nervos e músculos, com a eletroterapia. Também é possível atuar com técnicas como liberação miofascial para aliviar os espasmos musculares e melhorar a vascularização dessas regiões. Além disso, técnicas como a osteopatia são capazes de dessensibilizar nervos, músculos, periósteo e devolver função para essas regiões. Todas essas alternativas podem atenuar as dores ocasionadas por mudanças climáticas e pelo frio”, explica o Fisioterapeuta.

 

Para prevenir dores musculares e nas articulações, a dica do Dr. Gustavo Mondoni é manter sempre o corpo muito bem aquecido em dias frios. A hidratação também é essencial, uma vez que a condutibilidade elétrica ocorre de forma mais eficaz em meio aquoso. A prática de atividade física dentro da capacidade de treinamento que a pessoa apresenta também é fundamental. Sempre importante o acompanhamento de profissional de educação física ou fisioterapeuta caso a pessoa tenha algum quadro clínico instalado.

 

“Alongamentos muito intensos não são a melhor alternativa, pois podem sensibilizar ainda mais músculos e nervos. Muito importante a realização de aquecimentos leves usando os movimentos da própria atividade a ser realizada antes de iniciar a prática propriamente dita. Prática de atividade física moderada pelo menos 3 vezes por semana, incluindo tanto exercícios aeróbios quanto de fortalecimento. São algumas opções que podem ser realizadas em casa”, finaliza.

 



Dr. Gustavo Mondoni – Fisioterapeuta - Idealizador, sócio da Evolve Saúde e Desenvolvimento e Fisioterapeuta. 
Pós graduado em Terapia Manual e Postural; Formação Internacional em Microfisioterapia com os franceses Patrick Benini e Daniel Grosjean; Formação internacional em Leitura Biológica com o belga Emmanuel Corbeel; Pós graduação em Osteopatia pelo Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual (IDOT).



Evolve Saúde e desenvolvimento
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Tel.: (11) 95977-4208
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Suor excessivo atinge aproximadamente 15 milhões de pessoas apenas no Brasil

Divulgação
Dermatologista Fátima Tubini revela o que é hiperidrose, causas, diagnóstico e tratamentos da doença


A Hiperidrose é uma condição que causa a transpiração excessiva em determinadas partes do corpo, podendo ser mais de uma, como axilas, mãos, rosto e pés. Além de gerar um desconforto físico e mental, afeta a qualidade de vida da pessoa. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular esta enfermidade atinge cerca de 3% da população e aproximadamente 15 milhões de pessoas no Brasil.

Esta condição pode ser classificada em duas categorias sendo elas primária e secundária. “Na Hiperidrose primária, sua causa pode ser genética, por meio do sistema nervoso e até mesmo sem causa aparente. Já a Hiperidrose segundaria pode ser por condições médicas, como diabetes, menopausa, infecções, medicações e outros fatores como estresse, ansiedade, obesidade entre outras”, explica a dermatologista Fátima Tubini.

O diagnóstico é feito com base nos sintomas, relato da pessoa, por exames e testes. “É realizado avaliações do local afetado pela transpiração, exames de sangue para avaliar a glicemia e tireoide e também é feito a medição de quantidade de suor produzido”, diz Tubini.

Existem algumas opções para o tratamento da Hiperidrose como antitranspirantes, medicamentos orais, tratamentos injetáveis, procedimentos minimamente invasivos e tratamentos cirúrgicos. “A aplicação de toxina Botulínica (Botox) é um dos meios utilizados para bloquear temporariamente os nervos que estimulam as glândulas sudoríparas, reduzindo a transpiração. Porém é necessário realizar esse procedimento dentro de seis a nove meses”, conta a dermatologista Fátima.

Antes de se submeter a qualquer procedimento e medicamento, é recomendável agendar uma consulta ao dermatologista para avaliação do caso e informações necessárias. É importante seguir todas as instruções, pois cada caso é único e deve ser tratado de forma exclusiva.

 

Dra. Fátima Tubini - Referência em cuidados e tratamentos dermatológicos, a Dra. Fátima Tubini atua na área da dermatologista há quase 20 anos. Com ampla experiência, a especialista é graduada em Ciências Médicas e possui o título de Especialista em Dermatologia concedido pela AMB e Sociedade Brasileira de Dermatologia. Em sua trajetória, trabalhou com o público infantil na área de pediatria. Atualmente, a profissional proporciona através de procedimentos dermatológicos e estéticos benefícios para a saúde e bem-estar dos seus pacientes.


27 de Agosto - Dia do Psicólogo


Especialista indica 5 práticas aliadas à psicoterapia para a saúde mental

Promoção do bem-estar emocional conta com ferramentas valiosas


 

Em 27 de agosto celebramos o Dia do Psicólogo, uma data que reconhece o empenho e o impacto do trabalho dos profissionais que se dedicam ao cuidado da saúde mental. Esses especialistas desempenham papel essencial ao ajudar as pessoas a enfrentarem desafios emocionais, promover o autoconhecimento e melhorarem a qualidade de vida por meio da psicoterapia.

“Ser psicólogo, para mim, é contribuir para que fique tudo bem mesmo após um dia difícil e, juntos, na terapia, trabalhar as distorções cognitivas dos pacientes, tendo a consciência de que, embora o tema da saúde mental seja amplamente discutido atualmente, ainda há muito a ser conquistado. Diferente de outras práticas, ninguém posta ‘sessão paga’ como fazem quando vão à academia, por exemplo”, comenta o neuropsicólogo Aslan Alves. 

O acompanhamento psicoterapêutico é um processo fundamental na promoção do bem-estar mental e pode estar aliado a outras atividades de atenção e cuidados com o corpo e a mente proporcionando suporte adicional nesta jornada e potencializando os efeitos do tratamento.

Aslan Alves lista cinco práticas que podem servir como complementos valiosos à psicoterapia:

1. Relaxamento (meditação e mindfulness): Técnicas de meditação, respiração profunda e mindfulness são eficazes na redução do estresse e da ansiedade, além de promoverem um estado de relaxamento profundo. Essas práticas melhoram a concentração, aumentam a sensação de bem-estar e podem contribuir para uma melhor qualidade do sono, além de reduzir sintomas de depressão.

2. Passeios ao ar livre: Caminhadas em parques, trilhas na natureza ou simplesmente passar tempo em ambientes naturais têm efeitos comprovados na redução do estresse e na melhoria do humor. A exposição à luz solar durante essas atividades também promove a produção de vitamina D, essencial para a saúde óssea e o fortalecimento do sistema imunológico.

3. Atividade física regular: Praticar corrida, ciclismo, ioga, pilates ou outro exercício físico libera endorfinas, neurotransmissores que promovem a sensação de prazer e bem-estar. Além disso, a atividade física regular melhora a autoestima, o humor e pode aliviar sintomas de ansiedade e depressão.

4. Arte, música, escrita: Envolver-se em atividades como pintura, escultura, música ou escrita, oferece uma forma poderosa de expressão emocional. A expressão criativa ajuda a processar emoções difíceis, reduz o estresse e promove o autoconhecimento, sendo uma ferramenta importante para externalizar sentimentos e pensamentos complexos.

5. Socialização e conexões pessoais: Manter relações sociais saudáveis e participar de atividades comunitárias ou em grupo é fundamental para o bem-estar emocional. Conexões sociais fortes proporcionam apoio, senso de pertencimento e ajudam a combater sentimentos de isolamento e solidão, que podem contribuir para o surgimento de problemas de saúde mental.
 

Aslan Alves (CPR 05/54575) - Psicólogo com pós-graduação em Neuropsicologia, especialista no atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Com mais de cinco anos de experiência, atualmente dedica-se ao atendimento com abordagem da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) e à realização de avaliações neuropsicológicas detalhadas para crianças e adultos, com desenvolvimento de protocolos personalizados para avaliação psicológica e neuropsicológica. Atuou como coordenador do setor de Neuropsicologia em clínica de saúde mental e trabalhou na linha de frente contra a COVID-19, oferecendo suporte vital aos setores clínicos, CTI e emergência durante a crise sanitária.


É possível engravidar após laqueadura e vasectomia?

Ginecologistas detalham os processos de esterilização humana e apontam formas para conseguir uma gestação mesmo após os procedimentos

 

Apesar de costumarem ser muito bem pensadas antes de uma decisão mais concreta, as cirurgias de laqueadura (interrupção da conexão ovário-útero) e de vasectomia (oclusão do canal por onde passam os espermatozoides) podem, no futuro, já não ser mais um desejo da mulher ou do homem que passou pelo procedimento. 

"Enquanto a laqueadura consiste na obstrução das trompas de falópio que comunicam o útero aos ovários, a vasectomia visa obstruir os canais, por onde os espermatozoides passam dos testículos para o pênis durante a ejaculação", contextualiza o Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em reprodução humana, diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado). Segundo ele, os procedimentos consistem em amarrar e cortar tubos de ligação que viabilizam o encontro entre o óvulo e o espermatozoide, para dar início ao processo de geração do embrião. 

"É possível tentar uma reversão, que é a recanalização destes 'tubos' por um cirurgião habilidoso e com experiência nestes procedimentos", informa o médico, explicando que o sucesso de ambas dependerá de fatores como a "idade" da cirurgia esterilizante, o estado das estruturas e a habilidade do cirurgião.

 

As reversões são prováveis? 

A Dra. Graziela Canheo, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana na La Vita Clinic, concorda com a especificidade de uma tentativa como essa. "Mesmo em uma situação ideal, as chances de reversão da laqueadura com o retorno da função tubária são pequenas", opina a médica. 

Ela recomenda às pessoas interessadas que busquem conhecer as possíveis consequências no futuro reprodutivo a partir desses procedimentos. "É importante conhecer bem todos os aspectos do assunto porque, na maioria das vezes, mesmo após a reversão, as chances de restabelecimento da função tubária ou deferente não é atingida", detalha a especialista.

 

Caminhos possíveis

Também especialista na área, a Dra. Paula Fettback, ginecologista especialista em reprodução humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) sugere que casais interessados em ter filhos biológicos mesmo após alguma das cirurgias contraceptivas busquem as técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). 

"Para a mulher, o processo é exatamente o mesmo de qualquer paciente, uma vez que as tubas uterinas já não participam desse processo da FIV de maneira nenhuma. Já no caso da vasectomia, o paciente precisará passar por uma punção ou microcirurgia direcionada nos testículos, no local onde os espermatozoides estão", aprofunda ela, que enfatiza uma incógnita maior em relação ao sucesso das punções de espermatozoide, devido a uma queda na qualidade e/ou na produção secundária, ao tempo e outros fatores.

  


Dr. Alfonso Massaguer - CRM 97.335 Ginecologista especialista em Reprodução Humana. Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas. Atua em Reprodução Humana há 20 anos. Diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Diretor técnico da Clínica Engravida. Autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá.


Dra. Paula Fettback - CRM 117477 SP - CRM 33084 PR. Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007). Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana. Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016). Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016). Médica da Clínica MAE São Paulo – SP. Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020)


Dra. Graziela Canheo - CRM 145288 | RQE 68331 - Ginecologista e Obstetra. Reprodução Humana. Médica Graduada pela Universidade Metropolitana de Santos (2010). Residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (2013). Título de Qualificação em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia pela ABPTGIC (2014). Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (2015). Fellowship em Reprodução humana pelo Instituto Idéia Fértil de Saúde Reprodutiva (2014 – 2016). Pós-graduação em videolaparoscopia e histeroscopia pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (2018 – 2019). Membro das principais sociedades nacionais e internacionais da área da Ginecologia e Reprodução Humana. Diretora técnica e médica da La Vita Clinic


Mpox: infectologista tira dúvidas sobre a doença que causou emergência global

A convite da Inspirali, Dr Evaldo Stanislau orienta a população sobre o assunto do momento

 

Decretada pela OMS como emergência internacional, a Mpox tem deixado a população em estado de atenção e com muitas dúvidas. Seria uma nova pandemia? Segundo o infectologista Dr. Evaldo Estanislau, professor da Universidade São Judas e gerente de Pesquisa Acadêmica da Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, o estado de emergência foi decretado com o objetivo de acelerar os procedimentos de contenção pois, embora seja uma doença de menor gravidade, com menor impacto letal, ela tem um potencial de disseminação muito rápido. Confira abaixo as orientações do especialista sobre o tema:

 

O que é a Mpox?

R: Antiga varíola dos macacos, a Mpox é uma doença viral transmitida por contato íntimo, que tinha reservatório natural vindo da natureza, especialmente de pequenos animais e dos macacos. Este vírus se transpõe para a espécie humana e tem uma transmissão mantida no continente africano.

 

Por que ela causou estado de emergência internacional?

R: Recentemente, tivemos um surto a partir do continente africano que rapidamente se espalhou pelo mundo todo e que, em um primeiro momento foi controlado. Porém, agora uma nova variante do vírus surgiu e essa variante tem como característica uma maior transmissibilidade, ou seja, ela se transmite com mais facilidade. Ela se espalhou a partir da República Democrática do Congo, foi para países da África, depois para países vizinhos e, rapidamente, virou uma emergência global com um número muito grande de casos. Por este motivo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou estado de emergência para dar o alerta e acelerar os procedimentos de contenção deste espalhamento da doença, que foi potencializado por esta nova variante. É importante deixar claro que uma coisa é decretar uma emergência para uma doença grave com grande risco para a população geral, e outra é decretar emergência para acelerar os procedimentos de contenção, pois embora seja uma doença de menor gravidade, o que ela tem de potencial é uma disseminação rápida por contato para grupos específicos que tem maior vulnerabilidade. Em linhas gerais, esta emergência é uma medida de contenção.

 

A Mpox pode ser fatal?

R: Ela é uma doença de menor gravidade, mas é uma doença extremamente desagradável. Ela pode sim ter excepcionalmente formas mais graves e essa nova variante eventualmente pode sim causar uma mortalidade, porém, na maioria absoluta dos casos, é uma doença de manifestação muco cutânea, ou seja, as pessoas terão algumas erupções, feridas que duram de alguns dias a semanas, mas sobretudo restritas a pele e a regiões mucosas do nosso corpo. Passado este período de 4, 6, no máximo 8 semanas de evolução, essa doença tende a regredir, cicatrizar e as pessoas, no máximo, terão cicatrizes. Então, é bem diferente de uma doença respiratória. Não é uma doença desprezível, ao contrário, ela tem a sua complexidade, mas ela é de um menor impacto letal.

 

Qual a melhor forma de prevenção?

R: Uma das principais razões da emergência é exatamente acelerar a fabricação de vacinas. Nós temos vacinas disponíveis, mas temos poucos centros produtores e em uma quantidade pequena. Além disso, uma característica epidemiológica da doença é que ela se transmite em um contato de pele ou mucosa com a lesão, e esse contato não é um contato qualquer, ele precisa ter uma durabilidade, um contato íntimo, ou seja, atinge uma população de maior vulnerabilidade e mais prioritária para receber a vacina. Além disso, outros objetos de uso comum, como roupa de cama, toalha, vestuário, desde que em contato com lesões, poderão também veicular a doença. Por isso que, além desse grupo de maior vulnerabilidade, aglomerações, situações em que você está muito próximo a outras pessoas como transporte público lotado, quando você está tendo contato com uma lesão por exemplo, embora não seja o mecanismo preferencial, também pode potencializar a doença.

 

Por que não é recomendada uma vacinação em massa?

R: A razão de não se recomendar uma vacinação para todos é, primeiramente, epidemiológica, ou seja, você tem nitidamente grupos de maior vulnerabilidade. Em segundo lugar, temos uma razão operacional, pois não temos vacina para todos. Além disso, pessoas com mais de 50 anos seguramente já devem ter tomado vacina contra a varíola, e há uma certa imunidade cruzada. Então faz bem a OMS em ter essa recomendação: a doença tem se espalhado rapidamente e isso vai permitir que a gente tenha vacina para este grupo mais vulnerável com mais rapidez e em quantidade suficiente.

 

Quais os principais sintomas da doença?

R: A Mpox é uma doença que começa com mal-estar, febre e lesões na pele. Essas lesões formam vesícula, ou seja, ficam elevadas, parecendo uma gota com líquido dentro. Essas lesões podem aparecer de forma muito discretas, até escondidas, com difícil visualização como na genital ou na parte interna da boca, e espalhadas na pele como um todo de forma disseminada, com múltiplas lesões no corpo todo. Aparecendo a lesão, o ideal é procurar por orientação médica.

 

Como é feito o tratamento?

R: As lesões devem perdurar por alguns dias a poucas semanas, vão evoluir para uma ferida, para uma crosta, e vão sumir aos poucos. É muito importante que o diagnostico seja feito por um médico em um laboratório especializado, que irá coletar um material da lesão para usar a técnica de PCR que vai permitir a identificação do vírus. Uma vez feito o diagnostico, o tratamento é sintomático.

A pessoa irá cuidar para que estas feridas não se infectem, para que não tenham uma infecção secundária – o que para populações idosas, com doenças crônicas ou imunodeprimidas pode representar uma grande complicação. Existem os antivirais, mas são medicamentos muito caros, inacessíveis para a maioria das pessoas e, por este motivo na prática, o que fazemos é isolar os pacientes até que eles tenham as suas lesões resolvidas e não transmita mais para ninguém, e tratar como medicação sintomáticas e eventuais infecções secundárias.

 

Por que a doença mudou de nome e não é mais conhecida como varíola do macaco?

R: Precisamos ter muito cuidado com aquilo que rotulamos. Uma doença ligada ao macaco pode dar margem a interpretações equivocadas e até com eventuais atos de crueldade contra os macacos. Cientificamente, como hoje o mecanismo de transmissão é inter-humano, e não do macaco, achou-se por bem adequar o nome para Mpox, que é o nome mais correto e representa bem o momento atual da doença.


Idade, hábitos alimentares e funcionamento do fígado e rins comprometem eficácia de medicamentos?

Como esses fatores podem interferir na "absorção e efeito" dos medicamentos no organismo


Paracetamol, ibuprofeno ou dipirona? Qual é a sua escolha na hora de comprar um medicamento para dor de cabeça? É normal as pessoas terem uma preferência do que tomar para alívio da dor, por já conhecerem o corpo e saberem o que funciona melhor na sua experiência. Mas, alguns fatores contribuem para essa maior “eficácia” de um produto em comparação com outro, como a idade, medicamentos concomitantes, funcionamento do fígado e dos rins, hábitos alimentares e tabagismo.

Em alguns casos, fatores genéticos também estão envolvidos no impacto do medicamento no corpo. O gerente de Inovação e Pesquisa Clínica da Prati-Donaduzzi, Liberato Brum Junior, explica que até exames genéticos já começam a ser usados para personalizar o tratamento de acordo com a genética de cada paciente. “Na Farmacogenética nós estudamos como as variações genéticas podem diminuir os efeitos colaterais dos medicamentos e potencializar a eficácia dos tratamentos”, diz Liberato.


Qual medicamento escolher?

Dos muitos medicamentos encontrados no balcão da farmácia e que podem ser comprados sem receita médica, o ideal é sempre conversar com o farmacêutico antes de escolher aleatoriamente o produto.

Alguns são contra indicados quando há suspeita de doenças, como por exemplo a dengue. O ácido acetilsalicílico, o ibuprofeno e o naproxeno podem aumentar o risco de sangramento, que é uma complicação grave da doença. Por isso, a orientação médica ou do farmacêutico são importantes para indicar a posologia e possíveis efeitos colaterais.


Tentativa e erro

Muito mais do que tentativa e erro, Liberato frisa que a escolha do melhor medicamento envolve diversos fatores e, muitas vezes, vai depender da indicação terapêutica, além da necessidade do paciente, segurança e disponibilidade do medicamento na farmácia. “A orientação médica sempre é de extrema importância na hora de buscar a melhor alternativa terapêutica”, ressalta o gerente de Inovação e Pesquisa Clínica.

 

Prati-Donaduzzi


Catarata: ainda cercada de mitos, condição afeta 25% dos brasileiros com mais de 50 anos

Estudo da Fiocruz aponta que 14 milhões de pessoas nessa faixa etária convivem com a catarata, o que a torna a quarta doença mais recorrente nesse grupo; especialista dá dicas de prevenção


A catarata, uma das principais causas de perda de visão reversível no mundo, ainda é cercada por mitos e desinformação. De acordo com um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 14 milhões de pessoas com 50 anos ou mais – cerca de 25% dessa faixa etária – convivem com a catarata, o que a torna a quarta doença mais recorrente nesse grupo, atrás somente de hipertensão, problemas na coluna e colesterol alto.

Segundo o oftalmologista Henrique Rocha, presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia (SGO), a catarata nada mais é do que o envelhecimento natural do cristalino com sua opacificação e endurecimento. “Trata-se de uma lente natural do olho que, com o tempo, se torna opaca e prejudica a visão", diz. 

De acordo com Henrique, trata-se de uma condição inerente ao envelhecimento. “É igual cabelo branco. Um dia, todo mundo vai ter”, diz. Ele ressalta que alguns fatores podem acelerar esse processo: “Traços genéticos, diabetes, doenças autoimunes e uso de corticoides ou de imunossupressores podem antecipar a opacificação do cristalino, assim como passar por tratamentos como quimioterapia e radioterapia.”

A exposição aos raios ultravioleta, por exemplo, é uma das causas evitáveis. "Usar óculos de sol de boa qualidade e chapéus com aba larga pode retardar o aparecimento da catarata. Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool também é fundamental," aconselha o especialista.

Ele também menciona que algumas crianças podem nascer com catarata devido a infecções congênitas, sendo a principal delas a rubéola.

Desmistificar a catarata é fundamental para que mais pessoas busquem o tratamento adequado e mantenham sua qualidade de vida. "A catarata não precisa ser encarada como uma condenação à perda de visão. Com a informação correta e o tratamento adequado, é possível continuar enxergando o mundo com clareza," conclui Henrique.


Sintomas e diagnóstico precoce

Muitas vezes, a catarata se desenvolve lentamente, tornando difícil perceber os primeiros sinais. "Os sintomas mais comuns incluem visão embaçada, sensibilidade à luz, visão dupla e uma alteração na percepção das cores. Se o grau dos óculos começa a mudar frequentemente, isso pode ser um indicativo de catarata", alerta o oftalmologista.

Ele enfatiza a importância de realizar exames oftalmológicos regulares, especialmente a partir dos 40 anos. "Mesmo que você não tenha sintomas, visitas regulares ao oftalmologista são essenciais para detectar a catarata em seus estágios iniciais. A doença é silenciosa e, quanto mais cedo for identificada, mais simples será o tratamento”, ressalta.

Quando se trata de catarata, o tratamento padrão é a cirurgia. "Antigamente, havia a ideia de que colírios poderiam retardar a progressão da catarata, mas hoje sabemos que a única solução eficaz é a cirurgia", esclarece Henrique. O procedimento é rápido, seguro e altamente eficaz.

"A cirurgia é feita com anestesia local e consiste em remover o cristalino opaco e substituí-lo por uma lente artificial. O procedimento é rápido e não exige internação", detalha. "Além disso, a tecnologia moderna permite que a lente implantada já corrija o grau dos óculos, o que significa que muitos pacientes não precisarão mais de correção visual após a cirurgia."

Embora não haja como evitar completamente a catarata, algumas medidas podem ajudar a retardar seu desenvolvimento. "Manter uma dieta rica em vitaminas A, C e E, proteger os olhos do sol, e controlar doenças como diabetes são estratégias importantes", sugere o oftalmologista.


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