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sexta-feira, 2 de agosto de 2024

EXPOSIÇÃO APRESENTA RECORTE INÉDITO SOBRE A PRAÇA E A CATEDRAL DA SÉ AO LONGO DE 162 ANOS

 

 

   

Operários em construção da Catedral da Sé (autor desconhecido, anos 1930), à esq. Praça da Sé (Alice Brill, 1955. Acervo do Instituto Moreira Salles), à direita.  

 

Obras de alguns dos principais nomes da fotografia no Brasil, como

Militão Augusto de Azevedo, Marc Ferrez, Hildegard Rosenthal,

Alice Brill e German Lorca estão na mostra, que acontece dentro da Catedral.

  Elementos ópticos interativos propiciarão ao público ver de perto itens esculpidos no templo e hoje posicionados a até 30 metros de altura. 

 

A expansão da cidade de São Paulo de uma pequena capital de província (atrás de cidades como Cuiabá, Niterói e Fortaleza) a uma das maiores metrópoles do mundo é um dos temas que pode ser observado na exposição “Sé: Catedral, Praça e Marco”, que acontece a partir de 15 de agosto dentro da própria Catedral, com entrada gratuita. 

Com 115 fotos de alguns dos principais nomes da área no último século, a mostra conta com apoio da Cidade de São Paulo e enfoca diversos momentos da Praça da Sé e da construção da principal igreja do município (que teve suas obras iniciadas em 1912 está completando 70 anos em 2024). Imagens inéditas dos operários que ergueram o templo ao longo de mais de 40 anos evidenciam a proporção da construção e detalhes que até então nunca tinham sido exibidos ao público. 

A imagem mais antiga, de Militão Augusto de Azevedo, mostra o Largo da Sé (que ficava próximo onde hoje está a sede da Caixa Cultural). Trata-se de um dos primeiros registros fotográficos da cidade (1862). Cinquenta anos depois o largo (junto com a primeira Catedral, de estilo barroco) seria demolido, dando lugar a uma praça oito vezes maior. 

O espaço da praça na vida da cidade também é abordado, com imagens de protestos pela Revolução de 1932 (autor desconhecido), o comício das Diretas Já em 1984 (foto de Fernando Santos) e muitos outros. As 115 imagens da mostra encontravam-se dispersas em arquivos públicos e privados (como do Instituto Moreira Salles, Museu Paulista, Arquivo Metropolitano da Cúria e outros), tendo sido reunidas pela primeira vez para a exposição.

 

 Praça da Sé, com a Catedral em construção ao fundo (foto de Hildegard Rosenthal, 1940. 

Acervo do Instituto Moreira Salles)

  O Largo da Sé em 1862 (foto à esq.,de Militão Augusto de Azevedo)

 

Das charretes aos bondes e carros, passando pela maior presença de pessoas nas ruas, é possível observar o crescimento da cidade e a evolução das próprias técnicas de produção de imagem ao longo do tempo. “Isso, pois a popularização da fotografia coincide com a explosão do crescimento de São Paulo”, afirma Camilo Cassoli, curador responsável pela mostra. “Além dos próprios dispositivos de registro - das pesadas câmeras iniciais do século XIX até os atuais drones - nas cenas fotografadas podemos ver a presença das câmeras de televisão iniciais e dos primeiros telefones celulares com câmeras”, complementa. 

Juntamente às imagens impressas, o público poderá observar - a partir de dispositivos ópticos especialmente instalados na Catedral - detalhes do edifício dificilmente observáveis a olho nu. Esculturas e vitrais presentes a até 30 metros de altura serão aproximados por instrumentos disponíveis para observação dos visitantes.

 

  

Animais da fauna brasileira, esculpidos em colunas da Catedral da Sé,
autor desconhecido (década de 1940)
   
restauro da Catedral, em 2001.
 Foto de Iatã Cannabrava.
       

A expografia da mostra também dialoga com o espaço, explorando - com transparência de suas divisórias e suportes para textos - recortes de vistas do templo e aspectos das cores de seus vitrais. “Procuramos uma instalação que interaja com o ambiente, propondo novas formas de observação dele não apenas a partir de suas imagens históricas, mas também propondo aspectos que o visitante poderá ver a olho nu ou pelos monóculos que haverá no local”, comenta Camilo Cassoli. Uma instalação também reunirá lado a lado exemplares de diversos tipos de rochas e minérios utilizados na construção, próximos a imagens deles sendo esculpidos in loco no início do Século XX.

 

Praça da Sé, anos 1930. Autor desconhecido. 
Acervo do Museu de Cidade de São Paulo.


 

SERVIÇO

Exposição “Sé: Catedral, Praça e Marco”.

Catedral da Sé. Praça da Sé, S/N.

De 15 de agosto de 2024 a 17 de novembro de 2024.

Das 10 às 17 horas. Entrada Gratuita.

 

Museu Casa de Portinari promove atividades da “Jornada do Patrimônio 2024”; confira a programação completa de agosto

Projeto “Oficinas Andantes” leva o palhaço Tio Pita ao bairro Nossa Senhora das Graças

 

O Museu Casa de Portinari tem uma programação repleta de atividades no mês de agosto. A instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, em Brodowski (SP), participa neste fim de semana da edição 2024 da “Jornada do Patrimônio”, cujo tema é o patrimônio ferroviário e sua importância cultural. 

Além disso, o Museu organiza a 49ª edição da Semana de Portinari e a tradicional Exposição Coletiva de Artes Plásticas, que acontece no Galpão das Artes. Confira, abaixo, a agenda completa do mês.

 

Oficinas Andantes com o Tio Pita 

O projeto “Oficinas Andantes” leva arte, cultura e lazer aos bairros de Brodowski (SP). A ação fora dos muros do Museu Casa de Portinari oferece a oportunidade para que as comunidades mais afastadas da instituição possam aproveitar as oficinas culturais, brincadeiras e músicas oferecidas pela equipe educativa e convidados. 

A instituição busca ampliar e consolidar seu papel por meio do desenvolvimento de ações de inclusão social por meio da aproximação das pessoas ao legado de Candido Portinari. Em agosto, o evento será realizado na EMEF Elvira Yolanda Ervas e leva o artista circense Tio Pita e seu companheiro inseparável “Abobrinha” para fazer a alegria das famílias por meio de interações recreativas, brincadeiras e jogos infantis.

 

Data: 03 de agosto (sábado)

Horário: das 14h às 16h

Local: rua Fernando Costa, 129, Vila Nossa Senhora das Graças - Brodowski (SP)

Entrada gratuita

 

Atividades da “Jornada do Patrimônio 2024” 

A "Jornada do Patrimônio 2024" é um evento cultural que celebra e promove a valorização do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico. Organizado por diversas instituições e entidades, o evento acontece em várias cidades e regiões e tem as ferrovias como tema neste ano. O Museu Casa de Portinari recebe, apoia e desenvolve diversas atividades. Confira abaixo:

 

Jornada do Patrimônio 2024 – Annuar – Nos Trilhos do Interior 

Apresentação do Grupo Musical Annuar, formado por Dálete Muller, Ney Souza e Wagner Coffe. O grupo nasceu no Ponto de Cultura Jovens Pesquisadores, em Pradópolis (SP). Seu álbum “Um olhar para dentro e um pouco de nós para fora” (2022) celebra a diversidade e musicalidade afro-brasileira, refletindo as conexões entre tradições locais e uma visão contemporânea da negritude brasileira, inspirado pelas ferrovias que unem comunidades no interior paulista. 

Data: 02 de agosto (sexta-feira)

Horário: às 9h

Local: Antigo Galpão de Cargas da Cia. Mogiana | Sede da Secretaria Municipal de Cultura (Av. Dr. Rebouças, 364 - Centro - Brodowski/SP)

Entrada gratuita

 

Trilha: Estação a Estação 

Desenvolvida pelo Conselho Municipal de Turismo de Brodowski em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo, a trilha “Estação a Estação” liga o patrimônio histórico de duas cidades vizinhas: Brodowski e Jardinópolis. 

Construídas pelo mesmo engenheiro, Alexandre Brodowski (daí o nome da estação e da cidade natal de Candido Portinari), a Estação de Brodowski e a Estação Visconde de Parnaíba são verdadeiros marcos na história, economia e cultura de seus municípios. 

A trilha segue o antigo leito ferroviário da Cia. Mogiana e oferece uma experiência única na paisagem rural que liga as duas cidades. O percurso tem 10 km de caminhada apenas na ida - a volta será de ônibus disponibilizado pela Secretaria de Turismo. 

Data: 03 de agosto (sábado)

Horário: às 7h

Local: saída da antiga Estação Ferroviária de Brodowski (Rua Floriano Peixoto, 1363 - Centro - Brodowski/SP)

Informações: 16.3664-4284

Gratuito

 

Show “Brasilidades Pocket” 

Fernanda Marx apresenta o show “Brasilidades Pocket” - uma intervenção artística na esplanada do Museu Casa de Portinari, unindo música brasileira e uma área histórica. A apresentação celebra a diversidade cultural do Brasil por meio do samba, xote e soul, transformando cada acorde em uma ponte entre passado e presente, numa experiência vibrante e inesquecível. 

Data: 03 de agosto (sábado)

Horário: às 9h

Local: Esplanada do Museu Casa de Portinari

Gratuito

 

Pedal pelo Patrimônio Ferroviário: de Estação a Estação 

O Museu Casa de Portinari valoriza as ferrovias e suas estações que, mais do que simples marcos na paisagem, desempenharam um papel central na vida social e comercial das comunidades do Estado de São Paulo e de outras regiões. 

Com a desativação de muitas linhas férreas, muitas dessas estações perderam sua função original e a interação direta com a população, mas continuam sendo testemunhos históricos dos transportes ferroviários e da evolução da sociedade. 

Em parceria com o grupo “Brodowski Ride MTB”, a Casa de Portinari promove uma pedalada de ida e volta entre as estações de Brodowski e Visconde de Parnaíba, proporcionando reflexões sobre a importância desses espaços tanto no século passado quanto nos dias atuais. 

Data: 04 de agosto (domingo)

Horário: concentração às 6h30, saída às 7h

Saída: Esplanada do Museu Casa de Portinari

Percurso: moderado, elevação de 860m, 25 km (ida e volta)

Organização: Brodowski Ride MTB

Inscrições: forms.gle/5sFb5Q1TYF5rHmMi8

Informações: (16) 3664-4284

Gratuito

 

Atividade virtual 

“Candido Portinari e a Estação de Brodowski” 

Acompanhe, em vídeo, a conexão entre o artista Candido Portinari e a histórica Estação Ferroviária de Brodowski. Veja como essa emblemática estação desempenhou um papel crucial na vida cotidiana do município e na obra de Portinari, influenciando sua arte e refletindo a rica história cultural de sua região natal. 

Data: 03 de agosto (sábado)

Horário: 10h

Local: mídias sociais

Instagram: @museucadeportinari

Facebook: /museucasadeportinari

 

Outras atividades do mês de agosto 

Celebração ao “Dia Internacional dos Povos Indígenas”

Data: 11 de agosto, às 10h

 

Domingo com Arte – Ateliê ao Vivo

Data: 11 de agosto, às 10h

 

Domingo com Arte – Ateliê Virtual

Data: 11 de agosto, às 15h

 

Saberes e Fazeres: Polenta à Bolonhesa

Data: 13 de agosto, às 10h

 

49ª Semana de Portinari (várias atividades - confira na programação do site)

Datas: 15 a 25 de agosto

 

Exposição Coletiva de Artes Plásticas

Datas: 15 de agosto a 22 de setembro (confira os horários na programação do site)

 

Família no Museu – Atividades Intergeracionais

Datas: 17 e 18 de agosto, das 10h às 12h e das 14h às 16h

 

Concurso de Pipas

Data: 17 de agosto, às 8h30

 

Feira de Artesanato – Edição Especial “Semana de Portinari”

Datas: 17, 18, 24 e 25 de agosto

 

Celebração ao Aniversário de Brodowski – O Brasão (virtual)

Data: 22 de agosto, às 10h

 

Passeio Ciclístico

Data: 24 de agosto, às 9h

 

Dia dos Artistas (virtual)

Data: 24 de agosto, às 10h

 

Confira todas as informações da programação do Museu Casa de Portinari no site da instituição.

 

Museu Casa de Portinari

Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 9h às 18h; às quartas-feiras, o horário é estendido até às 20h.

Entrada: gratuita

Endereço: Praça Candido Portinari, nº 298 – Centro, em Brodowski (SP).

Informações: (16) 3664-4284

YouTube: /casadeportinari

Instagram: @museucadeportinari

Facebook: /museucasadeportinari

 

Museu das Culturas Indígenas celebra a força e a espiritualidade dos povos originários no Dia Internacional dos Povos Indígenas

 Indígenas dos povos Krenak e Akroá Gamella vão narrar suas trajetórias de luta e simbologias que representam suas culturas; a participação é gratuita com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/


Eventos mostram a riqueza cultural dos povos originários brasileiros. Foto: acervo MCI


Histórias milenares de povos originários brasileiros serão compartilhadas em dois encontros gratuitos no Museu das Culturas Indígenas (MCI). No Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08), Eliel Krenak contará o passado e o presente do povo Krenak. No sábado (10/08), Énh xym Akroá Gamella mostrará a cosmologia do encantado João Piraí. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

O primeiro encontro marcará a resiliência e determinação do povo Krenak, na sexta-feira (09/08), às 14h. Durante o encontro História de Luta Krenak, Eliel mostrará a trajetória desse povo que, desde a invasão portuguesa, enfrenta o apagamento das suas tradições. No dia seguinte (10/08), às 11h, a espiritualidade do povo Akroá Gamella e a história de João Piraí, um espírito encantado que transcende o tempo, será contada por Énh xym Akroá Gamella no encontro João Piraí – Protetor do Território Akroá Gamella.


LUTA DO POVO KRENAK

Dois marcos históricos mostram a perseguição sofrida pelos ancestrais Krenak: a declaração de guerra aos “botocudos” – nome atribuído pelos portugueses aos grupos que usavam botoques nos lábios e orelhas – em 1808, apenas dois meses após a chegada da corte ao Rio de Janeiro. Já durante a ditadura militar, indígenas Krenak foram retirados à força do território ancestral em Minas Gerais, transferidos para presídios e outras regiões do país, e o local onde viviam foi entregue para fazendeiros.

Uma parte dessa história de luta será contada por Eliel Krenak no MCI, que abordará a origem do povo e seu nome, crenças e cânticos, mitologias e simbologias, além de mostrar para o público como a juventude Krenak se relaciona com a cultura, a formação e a preservação de saberes ancestrais na atualidade. “Hoje, os costumes do nosso povo são fortalecidos desde as raízes da nossa comunidade, repassados no cotidiano e na língua materna”, reforça o convidado.

Eliel Krenak, integrante da Aldeia Vanuíre, em Arco-Íris/SP, têm ancestrais do povo Krenak e a resistência faz parte da sua história. “Houve receio dos anciãos em compartilhar os saberes, pois não queriam que os jovens sofressem com discriminação. Tenho avós, pais e tios Krenak que, apesar de tantos desastres, infinitas mortes e preconceitos, não fugiram à luta e resistiram ao decorrer dos anos”.

 

ESPIRITUALIDADE AKROÁ GAMELLA

Os encantados – entidades do mundo espiritual – permeiam as mais diversas cosmologias dos povos indígenas. Transmitem mensagens, conselhos e até atribuem atividades, podem ter atributos físicos, morar em paisagens visíveis e invisíveis, bem como ser criaturas que possuem prestígio e responsabilidade.

Desde pequeno, Énh xym Akroá Gamella ouve dos mais velhos que deve respeitar e ouvir o encantado João Piraí que, no seu território, é guardião da terra e das águas que sustentam a vida do povo Akroá Gamella. “É uma história milenar sobre a importância do território ancestral e respeito a todas as vidas que habitam a natureza”, afirma o convidado, que compartilhará a relação do seu povo com o encantado no MCI.

Os encantados fortalecem a cosmologia dos povos indígenas. Foto: acervo MCI


“Pedimos licença ao encantado João Piraí antes de pescar, caçar e plantar. Pedimos proteção aos rios que nos sustentam e toda a vida que permite a nossa existência na comunidade. O respeito ao encantado é compartilhado com todos, desde muito cedo, para que aprendam a importância da nossa terra”, afirma Énh xym Akroá Gamella, membro da Terra Indígena Taquaritiua, no Maranhão.

 

POVOS INDÍGENAS NO BRASIL 

Dados do Censo 2022 apontam que 1,69 milhão de indígenas vivem no Brasil, o que representa 0,83% do total de brasileiros. Em Terras Indígenas residem 36,73% e fora delas 63,27%. Os estados de Amazonas, Roraima e Mato Grosso respondem por 46,46% de indígenas que residem em territórios tradicionais. A população indígena contabilizada em 2022 é 88,8% maior que a registrada em 2010. 

 

SERVIÇO

Dia Internacional dos Povos Indígenas | História de Luta Krenak, com Eliel Krenak

Data e horário: 09/08/2024, das 14h às 16h

 

Contação de Histórias MCI: João Piraí – Protetor do Território Akroá Gamella, com Énh xym Akroá Gamella

Data e horário: 10/08/2024, das 11h às 12h

 

Todos as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

 

Museu das Culturas Indígenas (MCI)

Museu das Culturas Indígenas  

Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP      

Telefone: (11) 3873-1541     

E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br          

Site: www.museudasculturasindigenas.org.br           

Instagram (@museudasculturasindigenas)           

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Twitter (@mcindigenas)     

YouTube (@museudasculturasindigenas)            

         

"Lugar de Passagem" de Laura Villarosa


Exposição faz refletir sobre paisagens transitórias e a efemeridade do presente através de técnicas têxteis e pintura


A Zipper Galeria anuncia a exposição "Lugar de Passagem", da artista Laura Villarosa, que estreia no dia 10 de agosto e vai até 06 de setembro, nos Jardins.

A mostra apresenta mais dez (10) obras inéditas que apresentam cenários paisagísticos como se fossem observados a partir de um veículo em movimento, propondo uma analogia poética sobre a passagem do tempo e a importância de viver o presente.

A pesquisa de Laura Villarosa resulta em uma combinação extremamente original de técnicas têxteis com pintura acrílica, aquarela e resina. Seu fluxo criativo é impulsionado pela espontaneidade: a artista aborda a paisagem como algo vivo e plural, criando sem esboços prévios, utilizando-se de materiais como tecidos, linhas e tintas para dar forma à volumes que revelam ambientes, territórios e locais ao ar livre.

Nesta nova série de trabalhos, Laura Villarosa se inspirou em uma viagem de trem que fez de Paris a Beauville, onde reside seu filho. Durante a viagem, a artista filmou o trajeto em timelapse, capturando cenas que posteriormente serviram como inspiração para as obras que agora compõem a exposição. Seu processo criativo envolve a reprodução de frames desses registros, transpondo-os para as telas, onde os materiais têxteis se acumulam e coexistem com pinceladas esparsas, criando um movimento contínuo que sugere transitoriedade e uma atmosfera silenciosa e sem fronteiras.

A artista trabalhou longamente em cada peça, levando meses para concluir cada trabalho. Este processo cuidadoso reflete a complexidade de sua técnica e dialoga com suas reflexões sobre a passagem do tempo. A arte de Laura Villarosa é uma lembrança delicada de que a verdadeira essência de nosso existir está em cada instante vivido, em cada memória tecida com esmero.

Em "Lugar de Passagem", a artista tece simbologias para a passagem do tempo, criando composições que se situam entre a figuração e a abstração, um espaço que considera fascinante. Suas paisagens corridas capturam momentos efêmeros, como se fossem frames de uma viagem contínua, refletindo sobre a maneira como passamos pela vida e nos conectamos com diferentes experiências. A exposição faz refletir sobre um tempo que foge à lógica do imediatismo – o tempo dos lugares fictícios onde a fluidez conduz nossa relação com as coisas invisíveis ao redor. 

 

Sobre a artista 

Laura Villarosa, nascida em Palermo, Itália, em 1961, e atualmente residente em Niterói, Rio de Janeiro, tem sua obra focada na revisitação das paisagens naturais. Ela utiliza uma variedade de materiais, como fios, linhas, algodão e nylon, para combinar técnicas têxteis com pintura acrílica, aquarela e resina.

Suas obras, que flertam com a abstração, refletem uma complexidade técnica que desafia as leituras tradicionais da paisagem na História da Arte ao reconfigurar esses cenários de maneira simbólica e emocional. São reflexões sobre a relação entre o indivíduo e o meio ambiente, revelando tanto a beleza quanto as cicatrizes deixadas pela intervenção humana. Em um mundo em constante turbulência, as paisagens de Laura Villarosa oferecem um vislumbre de esperança e renovação.

  

Serviço 

Exposição: "Lugar de Passagem" de Laura Villarosa

Zipper Galeria  

Rua Estados Unidos, 1494

https://www.zippergaleria.com.br/  

https://www.instagram.com/zippergaleria/

Abertura: A partir de 10 de agosto até 06 de Setembro
Rua Estados Unidos, 1494, São Paulo, SP
Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 17h
Entrada: Gratuita

 

Neste sábado (3): Exposição “Seis sentidos para a memória” reúne obras de diferentes linguagens artísticas no Espaço Luiz Estrela

Foto: Pintura baseada em poema de Gibran

Exposição gratuita traz obras de Darks Miranda, Alexandre Tavera, Gibran, Kenny Mendes, Patrick Arley e Pedro Kalil, que incluem poemas, filmes e fotografias que abordam a memória individual e coletiva; abertura acontece neste sábado, dia 3/8

 

Pensar a memória não apenas a partir do resgate de lembranças, mas também por meio do esquecimento, da falta, das projeções de futuro e das reflexões sobre as experiências que constituem o humano em múltiplas linguagens. É a partir desse entrelaçamento de perspectivas que a exposição “Seis sentidos para a memória” ganha vida no Espaço Comum Luiz Estrela, que tem abertura no dia 3 de agosto, sábado, às 10h, com direito a show do artista Orlando Scarpa Neto, DJ Supololo, lançamento do livro “O desaparecimento dos peixes“, de Júlia Moysés e roda de conversa com o tema arte, memória e esquecimento. A entrada é gratuita, sem retirada de ingressos, e a exposição seguirá aberta para visitação do público até dia 31 de agosto.

 

“Seis sentidos para a memória” surgiu a partir de uma colaboração natural que os seis artistas convidados desenvolvem em seus trabalhos específicos, em expressões que percorrem música, audiovisual, fotografia, literatura, escultura e instalações multilinguagens. Juntos, eles participaram da exposição “Especulando o Futuro”, em 2023, além de acumularem inúmeras parcerias.

 

“Somos artistas que trabalham contribuindo entre si. E, em determinado momento, percebemos que todos nós tínhamos um trabalho que investigava a memória. Mas com linguagens e abordagens distintas. Tanto a partir de um lugar mais pessoalíssimo, como é meu caso, até uma reflexão mais político-social, como é o caso da Darks Miranda. Ou projetada com um aspecto do luto, a exemplo das fotografias do Patrick Arley”, justifica Pedro Kalil, um dos artistas e organizadores da exposição.

 

Obras

 

As criações artísticas de Darks Miranda, Alexandre Tavera, Gibran, Kenny Mendes, Patrick Arley e Pedro Kalil desenvolvidas para a exposição espelham o mesmo tema, a partir de pesquisas, observações e interpretações que nascem de lugares diferentes e complementares.

 

A multiartista Luisa Marques, a Darks Miranda, que tem trabalho dedicado à escultura, pintura, desenho e audiovisual, apresenta o filme “Maldição Tropical”, definido como uma “ficção científica do passado”. A obra reflete sobre as remoções de pessoas realizadas no Aterro do Flamengo durante a preparação para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, e faz uma ponte sobre esse processo com o imaginário tropical desenhado para o Brasil na figura de Carmem Miranda, junto ao fatídico sonho de desenvolvimento da capital carioca.

 

Também partindo das imagens, mas desta vez as fotografias, “Os que vão morrer aos mortos”, de Patrick Arley, propõe uma análise sobre como a metrópole lida com a morte e as suas perdas de entes queridos. O projeto registra o Cemitério do Bonfim, o primeiro de Belo Horizonte, inaugurado em 1936 na periferia da cidade com túmulos grandiosos e obras que remetem à Belle Èpoque, à Art Deco e ao modernismo brasileiro, como símbolo de poder para abrigar sobretudo os mortos da elite mineira.

 

Já os poemas de Gibran, em “Desacontecendo”, escritos pelo artista e produtor cultural durante o isolamento imposto pela pandemia da covid-19, ganharam ilustrações, pinturas, músicas e vídeos produzidos com parceiros. A obra sugere percepções plurais sobre a constituição de memórias em um período no qual as construções coletivas e as relações e trocas entre corpos foram drasticamente cerceadas.

 

Em uma perspectiva mais abstrata e subjetiva, Alexandre Tavera, que tem trabalhos desenvolvidos com fotografia, artes visuais, cenografia e figurino, expõe a instalação “O tempo das coisas”. A proposta é experienciar as lentas e constantes mudanças da luz solar ao longo do dia e o seu impacto sobre o tecido, como metáfora para a corrente mudança da realidade e, consequentemente, da memória.

 

Nascido em Capivari dos Eleutérios, no Centro-Oeste mineiro, o artista autodidata Kenny Mendes apresenta ao público “Paus de força”. O trabalho reúne peças novas e antigas, ritualizadas em carnavais de rua de BH desde 2015. Paus que sustentam corpos, moradas, sonhos, desejos de seguir caminhando com o apoio de técnicas que de algum modo contribuíram para que chegássemos até aqui.

 

Fechando a exposição, o escritor, pesquisador e professor Pedro Kalil parte de um duro episódio pessoal, o suicídio de seu irmão, para compor o filme “Homenagem à Hollis Frampton (ou Thiago)”. O trabalho é inspirado na obra “Nostalgia” (1971), do cineasta americano Hollis Frampton, que consiste em várias imagens distintas sendo queimadas enquanto uma história é contada. Na obra de Kalil, uma mesma imagem se repete sobre o fogo, enquanto familiares e amigos narram a história, capturando a memória não apenas como um aspecto individual, mas como algo intrínseco aos nossos afetos mais próximos.

 

“A Darks Miranda tem uma obra que mistura elementos de fantasmas, natureza e metamorfose dos corpos para falar sobre memórias apagadas. Já o Alexandre Tavera, a partir de abstrações, apresenta uma reflexão sobre como nossa memória é uma elaboração constante, sempre em movimento. O Gibran, por sua vez, parte da poesia para investigar o isolamento e os efeitos desse período pandêmico na formatação de memórias. Kenny Mendes explora estruturas que sustentam passado, presente e futuro, mas não como processos distintos, mas se juntando. O Patrick Arley propõe uma reflexão sobre como a cidade lida com os mortos. E eu parto também da morte, de um episódio pessoal, para investigar a constituição da memória a partir de uma posição mais coletiva”, analisa Pedro Kalil.

 

Espaço de memória

 

A escolha do Espaço Comum Luiz Estrela como palco para a exposição vem do peso histórico da recriação de uma memória importante para Belo Horizonte. O lugar ficou duas décadas abandonado pelo poder público e, após ser ocupado em 2013 por um grupo de artistas e ativistas, se transformou em um centro autogestionado de cultura e abrigo para exposições, oficinas e shows. O espaço homangeia Luis Otávio da Silva, o Estrela, homem homossexual em situação de rua, assassinado em 26 de junho de 2013, durante os conflitos entre polícia e a população nos atos das Jornadas de Junho, na capital mineira.

 

“O casarão do Espaço Comum Luiz Estrela teve como destinação vários espaços institucionais de poder. Foi construído para ser hospital da polícia, depois se tornou hospital psiquiátrico infantil e também um centro pedagógico, até ser abandonado. Depois, o Estrela foi devolvido à cidade com uma nova história de coletividade, troca, criação artística e, consequentemente, com uma nova memória. Por isso, a exposição foi desenvolvida também para interagir com o espaço e suas características arquitetônicas e históricas”, avalia Kenny Mendes.

 

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

 

PROGRAMAÇÃO | Abertura da exposição - 3/8, sábado

10h - Abertura

12h - Almoço Comum

14h - Roda de Conversa: "Arte, Memória e Esquecimento", com Alexandre Tavera, Gibran, Kenny Mendes, Patrick Arley e Pedro Kalil

15h - Lançamento do livro "O Desaparecimento dos Peixes", com Júlia Moysés

16h - DJ Pedro Kalil

17h - Show de Orlando Scarpa Neto

18h - DJ Supololo

 

SERVIÇO | Exposição "Seis sentidos para a memória"

Quando. Abertura: 3 de agosto, sábado, às 10h | Visitações: de 6 a 31 agosto - terças-feiras, das 17h às 20h; quartas -feiras, das 9h às 12h; quintas-feiras, das 18h às 21h; sextas-feiras, das 14h às 17h; sábados; das 10h às 16h

Onde. Espaço Comum Luiz Estrela (Rua Manaus, 348 - São Lucas)

Quanto. Gratuito, sem retirada de ingressos

Mais informações. Instagram Napele Produções



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