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quarta-feira, 22 de maio de 2024

Confira as 10 principais dúvidas sobre o uso da pílula do dia seguinte

  

Ginecologista do CEJAM desmitifica o tema em entrevista 

 

A pílula do dia seguinte, um método contraceptivo de emergência, pode ser empregada após uma relação sexual desprotegida ou quando há falha no método de proteção habitual. Embora represente um avanço significativo para os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, seu uso indiscriminado e sem orientação adequada pode acarretar riscos à saúde.

O medicamento não é abortivo, mas contém altas taxas de hormônios, que impedem a ovulação ou dificultam a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, prevenindo assim uma gravidez indesejada. 

Estudo recente conduzido pelo Instituto IPEC, divulgado em setembro de 2023, abordou 2 mil pessoas e revelou que aproximadamente 43% das brasileiras recorrem à pílula do dia seguinte como método emergencial de contracepção.

Embora o seu uso seja expressivo, muitas mulheres ainda carecem de informações precisas sobre o tema. Pensando nisso, Camilla Salmeron, ginecologista do AME Mulher, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, esclarece as 10 principais dúvidas sobre o assunto. Leia a seguir:

 

1-A pílula do dia seguinte interfere na fertilidade a longo prazo?

R: Não! O mecanismo de ação da contracepção de emergência é imediato, logo, não tem qualquer impacto na fertilidade a longo prazo.

 

2-Há um número máximo recomendado para o uso anual da pílula?

R: Não, mas a contracepção de emergência não deve ser usada rotineiramente ou minimamente programada, apenas em situações excepcionais. Portanto, a frequência ideal é a menor possível.

 

3-Quem usa anticoncepcional regularmente precisa usar a pílula do dia seguinte?

R: Não. Se a pessoa estiver usando corretamente um método contraceptivo regular, seja pílula, injetável, DIU ou outros, não é necessário recorrer à contracepção de emergência.

 

4-O uso da pílula do dia seguinte pode potencializar algumas doenças?

R: Não, porém, pacientes que tenham histórico de queixas relacionadas a cefaleia, náuseas e sangramento uterino anormal podem ter esses sintomas agravados pelo uso da pílula.

 

5-O uso da pílula causa aumento de peso?

R: Não! A contracepção de emergência não está associada a alterações de peso.

 

6-A pílula do dia seguinte só é eficaz nas primeiras 24 horas após a relação desprotegida?

R: A eficácia da pílula é maior quanto mais cedo for tomada após a relação sexual desprotegida, sendo 99,5% eficaz nas primeiras 12 horas, 95% nas 24 horas, 85% nas 48 horas e 58% após 72 horas (3 dias depois do ato). Após esse período, seu uso não é mais recomendado.

 

7-Tomar a pílula do dia seguinte antes da relação sexual aumenta sua eficácia?

R: Não há estudos que confirmem isso. Se houver conhecimento prévio do risco de gravidez, medidas preventivas devem ser tomadas antes da relação sexual, no caso, o uso do preservativo pode ser um bom aliado nesse momento.

 

8 - O efeito da pílula do dia seguinte é perdido se a mulher consumir álcool ou consumir algum alimento específico?

R: Não, o consumo de álcool ou de alimentos não altera a eficácia da pílula. No entanto, alguns medicamentos, como anticonvulsivantes ou antirretrovirais, podem reduzir a quantidade de contraceptivo no sangue, possivelmente exigindo um ajuste na dose. Mas isso precisa ser feito sob orientação médica.

 

9- Após o uso da pílula, é garantido que a mulher não estará grávida?

R: Não, nenhum método contraceptivo oferece 100% de garantia. Todos têm uma taxa de falha que varia, principalmente, de acordo com o uso.

 

10- É possível ter acesso a medicação por meio do SUS?

R: Sim, é possível solicitar a pílula do dia seguinte sem a necessidade de consulta ou receita médica. Tanto os preservativos quanto a medicação são fornecidos gratuitamente pelo SUS, em unidades de saúde espalhadas pelo país. É importante ressaltar que no mesmo local onde se solicita a medicação, é possível também obter orientações e esclarecer dúvidas.

Lembrando que o uso do preservativo, feminino ou masculino, em todas as relações sexuais é uma importante forma de prevenir não só a gravidez não planejada, mas também Infecções Sexualmente Transmissíveis. Portanto, utilize o preservativo como medida preventiva para garantir uma vida sexual saudável e segura.

 


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” 
@cejamoficial


Enxaqueca afeta cerca de 30 milhões de brasileiros, mas ainda é pouco conhecida

No Maio Bordô, mês de conscientização sobre a enxaqueca, Abraces e TEVA Brasil falam sobre a necessidade de desestigmatizar a doença e alertam “não é só uma dor de cabeça”

 

Uma das doenças mais incapacitantes do mundo, a enxaqueca ainda enfrenta muito estigma e falta de compreensão na sociedade, apesar de afetar ao menos 15% da população brasileira: cerca de 32,3 milhões de pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença acomete mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, sendo um dos motivos mais frequentes de consultas médicas¹. A campanha Maio Bordô tem por objetivo esclarecer o impacto da enxaqueca na vida das pessoas e o que deve ser feito para combatê-las.

A enxaqueca é uma condição crônica que se caracteriza por crises de dor de cabeça autolimitadas, resultantes de uma disfunção transitória no cérebro. A dor é tipicamente pulsátil, frequentemente localizada em um dos lados da cabeça, acompanhada por sensibilidade a luz e sons, náuseas e ocasionalmente vômito.

O médico neurologista e presidente da Associação Brasileira de Cefaleia em Salvas e Enxaqueca (Abraces), Dr. Mario Peres, explica que a doença é uma das formas mais comuns de cefaleia na população em geral. “A enxaqueca é a primeira doença na faixa etária entre 5 anos e 19 anos e a segunda entre a população adulta, de 20 anos a 59 anos”, destaca.

O especialista explica que a doença está entre as 20 mais incapacitantes do mundo² e, em média, os indivíduos que sofrem desta condição perdem cerca de quatro dias de trabalho por ano. “Enfrentamos um problema grande de estigmatização da doença que, mesmo apresentando números importantes e acometendo parcela significativa da população, ainda não é reconhecida pelas pessoas como uma doença importante que deve ser cuidada”, alerta. “É comum ouvir relatos de pacientes que têm vergonha de avisar no trabalho que estão com enxaqueca ou que tem a vida social completamente afetada pelas crises”, ressalta.

Peres explica que o diagnóstico é feito a partir dos sintomas e com base na percepção dos pacientes, não existe um exame de imagem ou um dado que constate a enxaqueca e isso é um dos motivos pelo qual a sociedade tem mais dificuldade de entender a doença. São cinco itens que determinam se o paciente tem ou não enxaqueca: mais de cinco crises na vida, com duração de 4h a 72h; Dor latejante ou pulsante, com intensidade moderada a forte apenas de um lado da cabeça; sensibilidade com a luz; incomodo com barulho; e, náusea.

O tratamento é individualizado de acordo com as principais queixas e sintomas de cada paciente. Encaminhamento à psicoterapia, utilização de fitoterápicos, vitaminas, toxina botulínica ou remédios como antidepressivos, anti-hipertensivos, antiepiléticos e outros, desde que prescritos por médico, podem fazer parte do tratamento. “Menos da metade das pessoas que têm dores de cabeça sabem que podem ter enxaqueca, porque não procuram um médico e se automedicam com analgésicos. Já quem tem o diagnóstico, pouco procura o especialista para fazer a prevenção. O mais importante é que o paciente vá ao médico para entender qual medida deve ser tomada a partir de seu histórico individual”, conclui Dr. Mario Peres.

A respeito da Campanha Maio Bordô, a Diretora Médica da Teva Brasil, Arcangela Valle comenta: “Nosso principal objetivo desde o início da nossa trajetória é ter as pessoas no centro de tudo. Além de incentivar o conhecimento sobre a enxaqueca, procuramos dar o exemplo e criar um ambiente inclusivo para nossos colaboradores que enfrentam a doença, pensando na iluminação do ambiente de trabalho, uso de produtos de limpeza sem cheiro, criação de salas especiais para repouso durante as crises e muito mais”.




Teva
www.tevabrasil.com.br



Referências

1 Steiner TJ, Stovner LJ, Vos T, Jensen R, Katsarava Z. Migraine is first cause of disability in under 50s: will health politicians now take notice? J Headache Pain. 2018 Feb 21; 19(1):17.

2 Atlas of Headache Disorders and Resources in the World 2011. Geneva: WHO; 2011.


Confira 10 dicas para equilibrar o uso da tecnologia com a saúde mental

Brasileiros passam, em média, 09 horas em frente às telas, de acordo com levantamento da Eletronics HUB 

 

O Brasil já ocupa a 2ª posição mundial em tempo de tela do mundo, com cerca de 56% gasto em atividades cibernéticas (09 horas por dia), ficando atrás apenas da África do Sul, com 58%*. O uso de redes sociais, buscadores e apenas trabalho em frente ao computador são os principais responsáveis pelo tempo investido de forma online. Considerado quase que uma pandemia silenciosa, o novo padrão de comportamento originado pelo uso da tecnologia conduz os usuários a um ciclo vicioso que intensifica doenças como a depressão e a ansiedade. Entretanto, é possível equilibrar os efeitos da era digital na saúde mental estabelecendo limites e uso consciente.

Com apoio do Cristália, laboratório farmacêutico, farmoquímico e de biotecnologia 100% brasileiro, um grupo de psiquiatras liderado pela Dra. Carmita Abdo, psiquiatra e professora da USP, lançou o estudo “O impacto da Tecnologia na Saúde Mental”.Parte da campanha #cancele o estigma, não as pessoas, a pesquisa mapeou os transtornos mentais ocasionados pelo uso abusivo da tecnologia e formas de preservar a saúde mental.

Os 13 cibercomportamentos apontados no estudo são Gaming Disorder;FOMO (fear of missing out); JOMO (joy of missing out); Nomofobia (no mobile fobia); Selfitis; Phubbing;Vício em tecnologia ou dependência digital; Síndrome do texto fantasma;Cyberchondria; Fadiga de decisão digital; Náusea digital; Toque fantasma e Depressão do Facebook.

“Torna-se urgente prestar atenção nos novos comportamentos gerados pelo uso abusivo da tecnologia, pois há cada vez mais pessoas imersas na hiperconexão. A dependência é similar à droga, as pessoas precisam estar conectadas, ficam totalmente reféns da tecnologia, ocasionando em diversos transtornos como a depressão, a ansiedade e a compulsão”, comenta a Dra. Carmita Abdo.

Conheça 10 dicas apontadas no estudo que podem auxiliar a equilibrar a tecnologia com a saúde mental, de forma a evitar cibercomportamentos e a piora de condições pré-existentes:

  1. Estabeleça limites de tempo para o uso de dispositivos eletrônicos e redes sociais;
  2. Pratique o autocontrole ao navegar na internet e evite o uso excessivo de redes sociais;
  3. Desenvolva uma rotina equilibrada que inclua atividades offline, como exercícios físicos, hobbies e interações sociais face a face;
  4. Priorize o tempo de qualidade com amigos e familiares em vez de se envolver apenas em interações online;
  5. Seja seletivo sobre as pessoas que você segue ou com quem se conecta nas redes sociais para promover relacionamentos positivos;
  6. Evite comparar sua vida com as vidas aparentemente perfeitas exibidas nas redes sociais;
  7. Pratique a gratidão e o autocuidado, reconhecendo suas próprias realizações e valor pessoal;
  8. Estabeleça limites claros sobre o compartilhamento de informações pessoais online para proteger sua privacidade e segurança emocional;
  9. Seja crítico em relação às informações que você consome online e verifique sua veracidade antes de acreditar ou compartilhar;
  10. Desenvolva habilidades de comunicação interpessoal offline para fortalecer relacionamentos pessoais e reduzir a dependência de comunicação digital.

*Segundo levantamento da Eletronics HUB


Laboratório Cristália
www.cristalia.com.br

 

Pode treinar com cólica? E com gripe? Especialistas esclarecem

Enquanto alguns quadros de saúde se beneficiam das atividades físicas, outros exigem descanso


Algumas queixas são recorrentes no dia a dia, desde cólicas e gripes a ressaca e dores de cabeça e costas. Para quem está acostumado a se exercitar, ao sentir algum incômodo, a primeira dúvida é: posso continuar minha rotina? As recomendações para cada quadro variam, podendo as atividades físicas ajudarem nos sintomas ou piorarem.
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Abaixo, os especialistas Camila Braido, professora de ginástica da Bio Ritmo, marca fitness high end, e Dra Joyce Ikedo e Dr Odilon Ribeiro, médicos da clínica Saludia, tiram essas dúvidas:


 

Cólica

Não há contra indicação para prática de exercícios físicos durante o período menstrual, contanto que não haja mal-estar e dores intensas. Pelo contrário: continuar com sua rotina ajuda no alívio dos sintomas, uma vez que a atividade física libera endorfina e ajuda na vasodilatação, mecanismo que leva mais nutrientes e oxigênio para o útero, contribuindo para a redução da dor. 

Os médicos recomendam que a intensidade seja de leve a moderada e a professora de ginástica concorda. E complementa com exercícios indicados, como alongamento, aeróbicos que ajudam a reduzir o inchaço, como caminhada e bike, e atividades focadas na conexão corpo e mente, como ioga.
 

Dor de cabeça

A prática regular de atividades físicas, com aumento de intensidade progressivo, pode ajudar a ganhar condicionamento e melhorar o quadro de quem sofre cronicamente com a doença. Uma pesquisa do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), que desde 2008 avalia a ocorrência e os riscos de doenças crônicas, 150 minutos de exercícios por semana podem prevenir dores de cabeça como enxaquecas. Porém, em momentos de crise, movimentos podem agravar a dor, por isso é desaconselhado.

 

Dor nas costas

Reprodução

Alongamentos e fortalecimento muscular ajudam a prevenir o problema, que segundo a OMS atinge 80% da população e está ligado ao sedentarismo, sobrepeso, envelhecimento e má postura. Ambos os médicos afirmam que o fortalecimento e alongamento da musculatura pode ser uma opção de tratamento eficaz em muitos casos. Porém, em momentos de crise, é sugerido repouso. 

Camila lista algumas atividades que podem ser incluídas nesse tratamento. “Após um diagnóstico médico, é muito importante trabalhar a região para prevenir doenças e minimizar sintomas. Alongamentos, ioga, pilates, além de treinos específicos para o core, os músculos da região central do corpo, são interessantes”.
 

Gripe

A indicação depende dos sintomas da doença. Caso esteja melhor, atividades leves a moderadas estão liberadas, como caminhadas. Os doutores Joyce e Odilon, no entanto, chamam para a respiração, que deve ser um fator de atenção na recuperação de um paciente de gripe. Quando há febre, mal-estar e/ ou dor no corpo, o melhor é repousar para poupar energia e acelerar a cura. 

“A recomendação seria descansar até apresentar melhora dos sintomas, e ir retomando os exercícios aos poucos e gradualmente. Por ser uma doença altamente transmissível, é importante que o paciente tente se isolar de contatos com outras pessoas o máximo possível, usando máscaras, e evitando aglomerações e ambientes fechados. Portanto, nada de visitas à academia”, colocam.

 

Ressaca

Durante a ressaca, o corpo apresenta desidratação e sintomas desagradáveis como dores de cabeça e mal-estar. Uma vez que as energias estão concentradas em eliminar as toxinas do álcool, é comum baixa disposição e concentração. A desidratação grave pode ocasionar tontura, fraqueza, desmaios e até convulsões. Sendo assim, praticar atividades físicas é desaprovado, segundo todos os especialistas. 

Em todos os casos é importante haver a liberação médica para o treino, mas caso o paciente esteja fazendo o uso de medicamentos, se faz necessário, uma vez que alguns remédios não combinam com atividades físicas. A professora da Bio Ritmo acrescenta que, havendo liberação, é possível continuar com a rotina e alcançar os objetivos:

“O mais importante sempre é respeitar os limites do corpo. Quando há incômodo, dor, pare e investigue. Descanse. E ao retornar, faça aos poucos para não esgotar as energias e/ou causar um novo problema”, finaliza.


Conheça os mitos e verdades sobre as cirurgias bariátricas

Com o aumento da obesidade, cresce a procura por esse tipo de procedimento no país, que é oferecido pelo SUS


Existem mais de 41 milhões de pessoas vivendo com a obesidade no Brasil, um dos índices mais altos do mundo. Longe de ser apenas uma questão estética ou comportamental, a obesidade é vista pela medicina como uma doença crônica, progressiva e recidivante.

“Falar para o obeso parar de comer é como pedir a uma pessoa com depressão para ser mais feliz ou com alguém com asma respirar melhor. A obesidade não é culpa do paciente, mas uma doença que requer tratamento”, alerta o cirurgião bariátrico Felipe Rossi, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. 

De acordo com o médico, a obesidade é uma doença multifatorial com fundo genético que piora com o tempo, levando a sequelas e enfermidades graves, como o diabetes, a hipertensão arterial e o câncer, por exemplo.

“Estamos falando de uma séria questão de saúde pública com impactos negativos na saúde física, mental e qualidade de vida do paciente. Além disso, há também um grande déficit para os cofres públicos, uma vez que a obesidade leva a outras doenças e ainda pode incapacitar as pessoas”, informa. 

Diferentemente do que se acreditava no passado, a medicina reconhece que a reeducação alimentar e a prática regular de exercícios físicos não são a melhor solução para tratar esse tipo de enfermidade. Segundo o Dr. Rossi, estudos mostram que de cada 100 pessoas com obesidade, só 5 terão sucesso recorrendo à mudança de hábitos alimentares e inclusão de atividade física na rotina. E mais: após 3 anos, apenas uma ou duas pessoas conseguem manter o peso perdido em razão da mudança no estilo de vida. 

Atualmente para tratar a obesidade existem opções medicamentosas e a cirurgia bariátrica. Apesar de estar disponível no SUS, apenas 0,2% dos brasileiros com obesidade grave (graus 2 e 3) conseguiram realizar a cirurgia bariátrica via rede pública devido à alta demanda.

Tão seguras quanto uma cesariana ou cirurgia de retirada de vesícula, as cirurgias bariátricas, quando bem indicadas e executadas por uma equipe treinada, são uma excelente opção para o tratamento da obesidade grave e de suas complicações. 

Para esclarecer algumas questões relacionadas à cirurgia bariátrica, o Dr. Felipe Rossi elenca abaixo alguns mitos e verdades sobre esse procedimento minimamente invasivo que transforma a vida dos pacientes com obesidade.
 

Pessoas superobesas e com tratamento prévio podem fazer a cirurgia bariátrica. Mito.

A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com IMC (Índice de Massa Corpórea) entre 35 kg/m2 e 40 kg/m2 desde que apresentem uma comorbidade e já tenham recorrido sem sucesso a outra forma de tratamento. O procedimento também é recomendado para pacientes com IMC acima de 40 kg/m2, independentemente de ter uma comorbidade associada ou não. Já aqueles com IMC acima de 50 kg/m2 não requerem comprovação de tratamento prévio para estarem aptos ao procedimento. Por outro lado, a cirurgia metabólica é liberada para paciente com obesidade grau I e portadores de diabetes.

* O IMC é parâmetro adotado pela Organização Mundial de Saúde para calcular o peso ideal de cada pessoa, e é calculadora dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em m).
 

Crianças não podem ser submetidas a uma cirurgia bariátrica. Verdade.
No Brasil, o procedimento é autorizado para pacientes entre 16 anos e 65 anos. No entanto, é possível, segundo o Dr. Felipe Rossi, operar pacientes idosos, desde que sejam avaliados de forma criteriosa e com menos de 16 anos, mas com restrições. Isso porque com o envelhecimento da população, as pessoas vivem mais, e a cirurgia bariátrica traz benefícios para a saúde destes indivíduos.
 

A obesidade está relacionada apenas a hábitos inadequados de vida. Mito.
“Esse é um estigma que precisamos combater. Precisamos tirar a culpa do paciente quando falamos de obesidade”, ressalta o cirurgião bariátrico. A obesidade é uma doença crônica que requer tratamento com acompanhamento multidisciplinar por toda vida. “Não é preguiça. Também não se trata de simplesmente fechar a boca como muitos pacientes costumam ouvir”, reitera o especialista.
 

Existem diferentes técnicas para a realização da cirurgia bariátrica. Verdade.
O Bypass Gástrico é uma das técnicas mais usados no país e consiste na redução do tamanho do estômago combinada com um desvio de uma parte do intestino. Além de comer menos, o paciente tem diminuída a absorção de alimentos. O procedimento é minimamente invasivo e feito por videolaparoscopia, por isso quase não deixa marcas.

Já o Sleeve Gástrico, que também pode ser feito de forma minimamente invasiva, por vídeo com pequenas incisões no abdômen, corta o estômago em sentido vertical, tirando todo o fundo e a grande curvatura gástrica.
Por serem minimamente invasivas, com pequenas incisões, ao contrário das cirurgias abertas, ambas as técnicas reduzem a possibilidade de complicações, possibilitam alta hospitalar precoce e causam menos dor aos pacientes.
Ambos os procedimentos também levam a alterações de hormônios gastrointestinais que minimizam a fome, aumenta a saciedade e melhoram as comorbidades.
 

O reganho de peso após a cirurgia bariátrica é comum. Mito.
Como toda doença crônica, a obesidade irá acompanhar o paciente por toda a vida. A bariátrica não é um procedimento mágico, mas exige que o paciente mude seu estilo de vida. É comum o paciente perder bastante peso nos primeiros meses após a intervenção e depois estabilizar. Embora o reganho de peso possa acontecer, ele é incomum, acometendo entre 20% e 30% das pessoas operadas. 
 

Os novos medicamentos para emagrecer irão substituir a cirurgia bariátrica. Mito.
Hoje a medicina reconhece que o uso de determinados medicamentos que levam à perda de peso, como os análogos do GLP-1, podem ser associados à cirurgia bariátrica, como terapias combinadas. “Hoje tratamentos alguns casos de câncer com diferentes abordagens, esse é o futuro do tratamento da obesidade”, pondera o Dr. Rossi.


O impacto das mudanças climáticas na saúde e segurança do trabalhador brasileiro

Mais de 70% dos trabalhadores e trabalhadoras que integram a força de trabalho global estão expostos a graves riscos para a saúde em razão das mudanças climáticas. Esses dados ainda não consideram os riscos relacionados às grandes catástrofes, como a inundação histórica no Rio Grande do Sul

 

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 70% dos trabalhadores e trabalhadoras que integram a força de trabalho global estão expostos a graves riscos para a saúde em razão das mudanças climáticas. Os dados são de um relatório divulgado pela entidade no mês passado, que ainda indica que mais de 2,4 bilhões de pessoas, de uma força de trabalho global de 3,4 bilhões estão, provavelmente, expostas ao calor excessivo em algum momento da sua jornada de trabalho, e estima que 18.970 vidas e 2,09 milhões de anos de vida ajustados por deficiência são perdidos todos os anos, devido a 22,87 milhões de lesões ocupacionais atribuíveis ao calor excessivo.

Ainda segundo a OIT, temos 1,6 bilhão de trabalhadores expostos à radiação ultravioleta (UV), com mais de 18.960 mortes anual, devido ao câncer da pele não melanoma e 1,6 bilhão de pessoas, provavelmente expostas à poluição atmosférica no local de trabalho, que resultam em até 860 mil mortes ao ano, entre as pessoas que trabalham ao ar livre.

Sem contar mais de 870 milhões de trabalhadores na agricultura, provavelmente expostos a pesticidas, com mais de 300 mil mortes atribuídas ao envenenamento; e 15 mil mortes resultado à exposição a doenças parasitárias e transmitidas por vetores.

O Dr. Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde e presidente da Oncare Saúde e da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho), lembra que o aumento da temperatura é o risco mais evidente, mas infelizmente é só um recorte do cenário que já estamos vivenciando. “O aumento das temperaturas pode levar a condições de trabalho mais desafiadoras, especialmente para aqueles que trabalham ao ar livre, como agricultores, construtores e trabalhadores da construção civil. O calor excessivo pode causar insolação, exaustão pelo calor e até mesmo doenças mais graves, como golpe de calor. Contudo, os riscos vão mais além do que o calor excessivo”, alerta.

O executivo afirma que já estamos vivenciando importantes mudanças nos padrões de doenças. “As mudanças climáticas podem alterar os padrões de doenças, trazendo novas ameaças à saúde dos trabalhadores. Isso inclui o aumento de doenças transmitidas por vetores, como dengue, zika e malária, que podem afetar os trabalhadores que exercem suas atividades ao ar livre”.

O médico alerta também que o cenário de emergência climática pode levar a uma piora na qualidade do ar. “O que certamente é prejudicial para a saúde dos trabalhadores, especialmente aqueles que operam em ambientes urbanos ou próximos a fontes de poluição, como indústrias. A exposição prolongada à poluição do ar está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças respiratórias e cardiovasculares”, adverte o médico.

 

O papel da gestão da saúde e segurança no trabalho para mitigar os riscos 

A gestão da segurança e saúde no trabalho é crucial para proteger os trabalhadores em face das mudanças climáticas.

Cinthia Bueno Espadafora, Engenheira de Segurança do Trabalho e Diretora Técnica da Oncare Saúde, destaca as ações essenciais para mitigar os efeitos da emergência climática nos trabalhadores. “Uma das ações preliminares é realizar uma avaliação detalhada dos riscos climáticos no local de trabalho, considerando eventos extremos como tempestades, inundações, ondas de calor, etc. Isso permite identificar áreas de vulnerabilidade e implementar medidas preventivas”.

Ela ressalta também a adaptação das instalações: “Modificar as instalações e equipamentos para resistir melhor aos efeitos das mudanças climáticas é importante. Isso pode incluir reforço de estruturas contra ventos fortes, instalação de sistemas de ventilação adequados para lidar com temperaturas extremas, etc. É essencial também fornecer treinamento regular aos trabalhadores sobre os riscos associados às mudanças climáticas e as medidas de segurança apropriadas a serem tomadas em diferentes situações”, elenca a diretora da Oncare.

A engenheira ainda esclarece a importância de estabelecer planos de emergência e de fornecer equipamentos de proteção individuais: “Desenvolver planos de emergência abrangentes para lidar com eventos climáticos extremos, garantindo que todos os funcionários saibam como agir em caso de emergência pode salvar vidas, assim como fornecer EPIs adequados (com treinamento e conscientização) para proteger os trabalhadores contra os efeitos das mudanças climáticas, como óculos de proteção contra vento e poeira, roupas resistentes a altas temperaturas, protetor solar, dentre outros, pode fazer a diferença na saúde do trabalhador e da empresa”, alerta.

Cinthia Bueno também enfatiza a importância de monitorar com frequência a saúde dos trabalhadores: “Realizar o monitoramento regular da saúde dos trabalhadores para detectar sinais precoces de problemas relacionados ao clima, como exaustão pelo calor, e intervir prontamente, é essencial para protegê-los. Também é recomendável implementar políticas de trabalho flexíveis, como ajustar os horários de trabalho para evitar exposição excessiva ao calor durante os períodos mais quentes do dia, bem como desenvolver rotas e planos de transporte que minimizem a exposição dos trabalhadores a condições climáticas adversas durante o trajeto para o trabalho”.

Para a executiva, nenhuma dessas ações será efetiva se não houver o real envolvimento dos trabalhadores. “É imprescindível incentivar a participação ativa dos trabalhadores na identificação de riscos e no desenvolvimento de soluções para melhorar a segurança no local de trabalho. Essas medidas podem ajudar a mitigar os riscos enfrentados pelos trabalhadores devido às mudanças climáticas, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável”, complementa Cinthia Bueno Espadafora. 

 

Eventos climáticos extremos, como a inundação no Rio Grande do Sul, e os impactos psicossociais 

A frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades, inundações e secas, estão aumentando devido às mudanças climáticas, e estamos vivenciando essas tragédias, como a inundação histórica no Rio Grande do Sul.

“Os trabalhadores e voluntários lá estão expostos a sérios riscos, como de afogamentos das pessoas envolvidas em operações de resgate ou limpeza; contaminação por produtos químicos e detritos, representando riscos de doenças transmitidas pela água, como gastroenterite, hepatite e leptospirose; lesões físicas, como cortes, contusões, fraturas e até mesmo ferimentos mais graves; exposição a produtos químicos durante as operações de resgate e limpeza, aumentando o risco de intoxicação; além da exaustão e fadiga, já que o trabalho em condições de inundação pode ser extremamente exigente fisicamente e emocionalmente, aumentando o risco de acidentes”, alerta o Dr. Ricardo Pacheco.

É preciso enfatizar também que lidar com as consequências de uma inundação, como a perda de propriedades ou a exposição a cenas traumáticas, tem um impacto significativo na saúde mental dos trabalhadores e voluntários. “Além dos impactos físicos diretos, as mudanças climáticas também têm efeitos psicossociais nos trabalhadores. O estresse relacionado a eventos climáticos extremos, incerteza sobre o futuro e preocupações com a saúde afetam o bem-estar mental dos trabalhadores, e de todos”, adverte o médico. 

Fato é que a tragédia no Rio Grande do Sul destaca a urgência de medidas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, bem como a importância de proteger a saúde e segurança dos trabalhadores brasileiros diante desses desafios. Investimentos em infraestrutura resiliente, políticas de saúde ocupacional e medidas de proteção social podem ajudar a reduzir os impactos negativos das mudanças climáticas na força de trabalho do País.

  

Oncare Saúde

 

ONU reconhece o Dia Mundial da Conscientização sobre Distrofia Muscular de Duchenne

• Estima-se que no Brasil anualmente 700 meninos nasçam com a doença.1

• Aliança Distrofia Brasil (ADB) busca reconhecimento da sociedade e da classe médica para encurtar o diagnóstico que, no Brasil, leva em média cinco anos2



A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu, oficialmente, 7 de setembro como o Dia Mundial de Conscientização sobre Duchenne, doença genética rara que causa enfraquecimento e degeneração muscular devido à falta da proteína distrofina, resultando em dificuldades motoras para caminhar, pular e se levantar, por exemplo.3 Esta é a primeira vez que uma doença rara tem um reconhecimento formal da ONU.
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Para Karina Züge, presidenta da Aliança Distrofia Brasil (ADB), a iniciativa é um marco para a comunidade de distrofia muscular de Duchenne (DMD) em todo o mundo. “Um dos maiores desafios dessa condição é o diagnóstico. Por isso, cada vez mais, queremos garantir que autoridades públicas e médicos em todo o mundo tenham conhecimento a respeito da doença, saibam como identificá-la e encaminhar as pessoas afetadas para cuidados adequados”, explica Karina, que atua alinhada a outras associações, como a World Duchenne Organization (WDO), federação de organizações que representa pessoas com Duchenne e suas famílias globalmente.
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No Brasil, a jornada até se fechar o diagnóstico leva em média cinco anos.2 “Toda ação que traga visibilidade para a nossa causa é um diferencial para a comunidade. Quando falamos em Duchenne, tempo significa músculo. Precisamos encurtar o prazo para que essas crianças recebam o cuidado adequado o quanto antes e tenham mais qualidade de vida”, afirma Karina, que tem atuado para aprovar políticas públicas como a inclusão na Caderneta de Saúde da Criança de recomendações para, no caso da identificação de sinais e sintomas de DMD, os profissionais de saúde solicitarem o exame que mede a CPK (sigla para a creatinofosfoquinase, uma enzima do corpo humano que também está presente nos músculos). Quando elevada, essa enzima pode ser um marcador para avançar na sua investigação.


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Conhecimento de causa

A médica pediatra Ana Lúcia Langer tem propriedade sobre cada um dos sinais e sintomas da doença. Ela cuida de crianças com DMD há mais de 30 anos, incluindo seu filho, Leonardo, que faleceu aos 35 anos, em 2020, por complicações cardíacas devido ao avanço da condição. “Quando recebemos o diagnóstico no final da década 1980, eu fiquei desesperada. Na época, a recomendação era ficar em casa e esperar a morte”, relembra a especialista que, confessa que passou por um tempo de luto, mas depois se recusou a aceitar a sentença. “Comecei a estudar a patologia, a anatomia do músculo e me comprometi a mudar essa história. Fui atrás de cuidados para que meu filho não tivesse o mesmo destino de tantos outros meninos com a mesma condição”, conta.
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Hoje, ela é uma das referências em distrofia muscular de Duchenne no mundo e alerta para que as famílias devam estar atentas aos marcos motores de desenvolvimento da criança. “Se a criança está com 14 meses e é molinha, isso não é mais normal. É preciso investigar e há de se encontrar uma explicação”, afirma.


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De garoto a adulto

Desde a virada do século, a distrofia muscular de Duchenne (DMD), tem apresentado diversos avanços em relação aos protocolos de manejo da doença, proporcionando às pessoas acometidas maior longevidade e mais qualidade de vida. Os garotos hoje são homens de 20, 30 e 40 anos. Essa maior expectativa de vida gera novos desafios tanto para eles como para os profissionais de saúde, já que a abordagem terapêutica varia conforme a fase da doença.4,5
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Este foi o catalisador para a atualiza
ção das recomendações do Consenso Brasileiro para Distrofia Muscular de Duchenne, realizado pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) com a participação de 22 profissionais da saúde com vasta experiência no acompanhamento da DMD e coordenação da neuropediatra Alexandra Prufer, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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De acordo com a especialista, este cen
ário de pacientes adultos com DMD é desafiador já que há poucos médicos, especialmente cardiologistas, pneumologistas e fisioterapeutas respiratórios, que estejam familiarizados com a doença para determinar o melhor tratamento. “É crucial ainda preparar tanto o jovem que está entrando na fase adulta quanto sua família para lidar com a progressão da doença, que passa a exigir cuidados contínuos e específicos, além do envelhecendo dos pais”, argumenta a neuropediatra.


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Sobre a distrofia muscular de Duchenne1,6,7

Afetando os meninos, a distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética rara e fatal que resulta em fraqueza muscular progressiva desde a primeira infância e leva à morte prematura na casa dos vinte anos, devido à insuficiência cardíaca e respiratória, quando não tratada. É um distúrbio muscular progressivo causado pela falta da proteína funcional distrofina. Ela é fundamental para a estabilidade estrutural de todos os músculos, incluindo os esqueléticos, diafragma e coração. Em fases avançadas da doença, as pessoas com DMD passam a necessitar de ajuda para realizar as atividades de vida diária. Em todos os casos a força muscular piora ao longo do tempo, mas a velocidade desta piora varia caso a caso. Em média, cerca de 90% dos meninos estarão na cadeira de rodas por volta dos 15 anos. Para obter informações adicionais sobre a doença e conhecer histórias de meninos com Duchenne, visite o hub Movimento Duchenne.

 


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Referências

1 Freitas, M. M., Santos, A. R. C., Oliveira, J. V. R. de, Maia, D. da C., & França, R. dos R. (2013). Perfil epidemiológico e funcional de pacientes com distrofia muscular de Duchenne atendidos em clínicas de fisioterapia na cidade de Aracaju. Interfaces Científicas - Saúde E Ambiente, 1(2), 21–32. https://doi.org/10.17564/2316-3798.2013v1n2p21-32

2 Aliança Distrofia Brasil (ADB): Atraso no Diagnóstico. Disponível em: https://www.distrofiabrasil.org.br/duchenne. Acessado em janeiro/2024.

3 Flanigan KM. Duchenne and Becker muscular dystrophies. Neurol Clin 2014; 32: 671–688

4 Bushby K, Finkel R, Birnkrant DJ, Case LE, Clemens PR, Cripe L, et al.; DMD Care Considerations Working Group. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 1: diagnosis, and pharmacological and psychosocial management. Lancet Neurol. 2010 Jan;9(1):77-93.

5 Moreira ASS, Araújo APQC. Não reconhecimento dos sintomas iniciais na atenção primária e a demora no diagnóstico da distrofia muscular de Duchenne. Rev Bras Neurol. 2009 Jul-Set;45(3):39-43.

6 Birnkrant DJ, Bushby K, Bann CM, Apkon SD, Blackwell A, Brumbaugh D, Case LE, Clemens PR, Hadjiyannakis S, Pandya S, Street N, Tomezsko J, Wagner KR, Ward LM, Weber DR; DMD Care Considerations Working Group. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 1: diagnosis, and neuromuscular, rehabilitation, endocrine, and gastrointestinal and nutritional management. Lancet Neurol 2018;17(3):251-267.

7 Araujo APQC, Carvalho AAS, Cavalcanti EBU, Saute JAM, Carvalho E, França MC Junior, Martinez ARM, Navarro MMM, Nucci A, Resende MBD, Gonçalves MVM, Gurgel-Giannetti J, Scola RH, Sobreira CFDR, Reed UC, Zanoteli E. Brazilian consensus on Duchenne muscular dystrophy. Part 1: diagnosis, steroid therapy and perspectives. Arq Neuropsiquiatr 2017;75(8):104-113.


Maio Roxo: mês conscientiza para a importância do diagnóstico precoce e cuidados com a alimentação

 

O Maio Roxo é o mês que chama atenção para as doenças inflamatórias intestinais (DIIs), que, segundo dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), afetam mais de cinco milhões de pessoas no mundo e cuja prevalência vem aumentando no Brasil. 

As DIIs representam o grupo de doenças inflamatórias do trato digestivo, de caráter imunomediado, cujos principais exemplos são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa.  

Segundo o gastroenterologista do Hospital & Clínica São Gonçalo, Dr. Eric Pereira, essas doenças acometem principalmente o trato digestivo e os principais sintomas são os gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia, sangue nas fezes, distensão e perda de peso. Porém também são observados os sintomas extra-intestinais e os gerais, como dor nas articulações, lesões nos olhos e na pele, anemia, febre, etc.

“É uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca o próprio organismo e ainda não se sabe o motivo.Fatores como estresse, alimentação, hábitos de vida, tabagismo e até o excesso de proteção podem estar envolvidos na taxa da doença”, explica o especialista.  

Os pacientes com DIIs possuem um maior risco de carências nutricionais e precisam focar em uma nutrição reforçada de suplementos alimentares. É fundamental ter uma alimentação variada com boa qualidade proteica, tendo equilíbrio entre os carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais. Desta forma, a alimentação aliada ao tratamento medicamentoso auxilia no controle das crises. 

Em relação à alimentação, Eric lembra que é preciso ter um cuidado redobrado, pois pode-se ter car~encias nutricionais, precisando inclusive de suplementos aliimentar.  

“O tipo de alimentação varia muito se o indivíduo está em atividade de doença ou não, pois dependendo da região afetada pode ocorrer dificuldade na absorção intestinal, que pode piorar uma diarreia, por exemplo. Além disso, em alguns casos a perda de nutrientes é tão grande que o paciente pode ficar desnutrido”, alerta. 

Por serem doenças crõnicas o tratamento precisa ser feito ao longo da vida, de forma constante e se difere dependendo da patologia. 

“O tratamento é diferente entre a doença de Crohn e a RCU. A doença de Crohn tem um perfil de agressão diferente, podendo acometer da boca até o ânus e ainda envolver todas as camadas dos órgãos. A RCU só afeta o reto e intestino grosso, de forma um pouco mais superficial. O tratamento da doença de Crohn sempre vai ser com medicações que diminuem a imunidade (imunossupressores) enquanto que na RCU é bem menos frequente a necessidade dessa classe, sendo possível o uso de uma medicação "anti-inflamatória" intestinal”, explica. 

Importante também lembrar que a prática da atividade física regular pode ajudar ao paciente ter uma qualidade de vida melhor, manejando além dos sintomas o estresse gerado pela doença.


Qual a diferença entre a tontura, vertigem e labirintite?

Otorrinolaringologista explica o que é cada uma delas, suas causas e tratamentos 

 

Dados da Organização mundial da Saúde (OMS) apontam que 30% da população mundial tem tonturas ou já as teve em algum momento da vida. Especialistas definem tontura como uma sensação de desequilíbrio corporal, uma instabilidade que pode ser do tipo rotatória – aquela sensação de tudo no entorno está se movendo - ou não. 

Os episódios trazem a impressão de que tudo em volta está girando enquanto a pessoa está parada, são chamados de vertigem e, apesar das semelhanças, não podem ser tratadas como uma mesma coisa. Além disso, não estão apenas relacionadas à labirintite, condição que tem como principal sintoma a vertigem. Segundo pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a vertigem afeta 33% das pessoas em algum momento da vida, atingindo 65% dos idosos. 

A labirintite é uma infecção grave e rara do labirinto e o otorrinolaringologista do São Cristóvão Saúde, especialista em cirurgia nasossinusal e rinologia funcional, Dr. Celso G. S. Savioli, explica que existem diversos fatores que desencadeiam os sintomas, como alterações do metabolismo, alguns tipos de enxaqueca, deslocamento de otólitos e inflamações locais: “É importante ressaltar que a vertigem, apesar de encontrada em casos de doenças do labirinto, pode estar relacionada, por exemplo, à doenças cardiovasculares, neurológicas e medicamentos, entre outros".

A melhor forma de diagnosticar um acometimento do labirinto é através de uma consulta médica detalhada, exame físico e exames complementares, como o otoneurológico. “O tratamento é feito de acordo com a causa da vertigem, que nem sempre é proveniente de uma disfunção. A pessoa acometida pelo sintoma por conta de um quadro de enxaqueca, tem seu tratamento baseado na causa e não apenas nas tonturas. O importante é ressaltar que, com o tratamento correto e acompanhamento médico, a doença será controlada e o paciente terá uma excelente qualidade de vida”, finaliza o especialista. 

 

Grupo São Cristóvão Saúde


22/5: Dia Mundial de Conscientização sobre a Pré-Eclâmpsia

A pré-eclâmpsia (PE) é responsável pela maioria das mortes maternas em nosso país, além de um número incontável de pacientes que apresentarão sequelas permanentes causadas pela PE ao longo de suas vidas, incluindo sérios problemas renais e cardiovasculares. Estima-se que, no Brasil, a incidência de PE esteja ao redor de 5% a 8% de todas as gestantes. Quatro grandes ações podem reduzir a mortalidade por PE, conhecidas como a “Regra dos 4 P”: Prevenção Adequada, Pré-Natal Atento, Parto Oportuno e Puerpério Seguro.


Prevenção Adequada – São conhecidas algumas estratégias nesse sentido: o uso do ácido acetilsalicílico (AAS) em baixas doses (100 mg), a utilização de cálcio para gestantes de baixa ingesta (1 g ao dia), bem como a prática de atividades físicas regulares. A prescrição de AAS e cálcio deve ser realizada para pacientes que possuem fatores de risco, como pré-eclâmpsia em outra gestação, gestação gemelar, hipertensão crônica, doenças renais, primeira gravidez, idade materna acima de 40 anos, obesidade, entre outros.


Pré-Natal Atento – A assistência pré-natal realizada de forma atenta e com intervenções oportunas, baseadas nas melhores evidências, proporcionará à gestante a oportunidade de prevenir diversas patologias, seja por meio de medicações ou mesmo por orientações educativas. Um seguimento atento será responsável pela suspeita clínica de pré-eclâmpsia e dará oportunidade para um diagnóstico precoce e encaminhamento rápido. Uma vez realizado o diagnóstico, recomenda-se que a gestante seja internada para possibilitar o seguimento adequado do binômio mãe-feto.


Parto Oportuno – Sabidamente, o início do tratamento desta situação ameaçadora à vida é a resolução da gestação. No entanto, quando a pré-eclâmpsia aparece em idades gestacionais precoces, e diante da estabilidade do quadro clínico materno, permite-se acompanhar a gestante com o máximo de cuidado e levar a gestação até no máximo 37 semanas. Nesse período, deve-se acompanhar a gestante controlando sua pressão arterial, realizar exames periódicos para avaliar se a doença não está progredindo e monitorar o feto com exames de ultrassonografia e cardiotocografia. Em relação à via de parto, sabe-se que, exceto em casos de evidente necessidade de nascimento acelerado, a paciente se beneficiará do parto vaginal.


Puerpério Seguro – Recomenda-se que a paciente permaneça monitorada no ambiente hospitalar por pelo menos 72 horas. Outro aspecto relevante deste período é a promoção do planejamento familiar, orientando as pacientes sobre os diversos métodos contraceptivos seguros. Ademais, este é um momento para orientar a paciente quanto às suas repercussões futuras. Devemos sempre ter em mente “uma vez pré-eclâmpsia, sempre pré-eclâmpsia”, para lembrarmos dos efeitos desta doença a longo prazo na vida dessas mulheres e para orientarmos nossas pacientes sobre possíveis riscos futuros, principalmente no que diz respeito às doenças cardiovasculares.


Somente por meio de uma abordagem abrangente, baseada em evidências científicas, que promova a educação, o acesso a cuidados de qualidade e o monitoramento contínuo, poderemos reduzir efetivamente a mortalidade materna e as sequelas relacionadas à pré-eclâmpsia. Cabe a todos nós assumir a responsabilidade de proteger a saúde e o bem-estar das mães e de seus bebês, garantindo que nenhuma vida seja perdida em virtude dessa condição evitável. 

 

Professor-doutor Henri Augusto Korkes - Doutor em Ciências pela EPM/Unifesp e pela Harvard Medical School. Professor assistente-doutor de Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina da PUC-SP. Mestre em Obstetrícia pela Unifesp. Membro da Comissão Nacional de Estudo da Hipertensão na Gestação da Febrasgo de 2016 a 2020. Membro da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez. Presidente da Sogesp - Regional Sorocaba / Vale do Ribeira nos biênios 2018-2019 e 2020-2021.


Ozzy Osbourne usa células tronco contra Parkinson. Terapia realmente funciona contra doenças neurodegenerativas?

Os estudos sobre regeneração cerebral usando células tronco ainda são muito preliminares, afirma o neuro-ortopedista especialista em células tronco, Dr. Luiz Felipe Carvalho 

 

As células-tronco são bastante usadas no tratamento de lesões, especialmente articulares, devido à sua capacidade única de se diferenciar em diversos tipos celulares, acelerando, por exemplo, a cicatrização de feridas.  

Elas são usadas na medicina regenerativa para tratar lesões, regenerar tecidos danificados e substituir células doentes, mas recentemente o cantor Ozzy Osbourne, de 75 anos, gerou polêmica ao contar que usa terapias com células tronco para tratar o Alzheimer, contra o qual luta desde 2020. 

Acabei de voltar do médico depois de ter algumas células-tronco inseridas em mim. Eu não me sinto tão bem, mas não sei como estaria se eu não tivesse começado [o tratamento] [...] Essa coisa que faço, é tipo uma célula-tronco super f***, sabe? Eles aplicaram três frascos em mim esta manhã”, contou o músico no seu programa de rádio “Ozzy Speaks”. 

No entanto, de acordo com o neuro-ortopedista especialistas em células tronco e autor do estudo "Inovação biomédica na cidade: estratégias para impulsionar a pesquisa em células-tronco na regeneração cerebral”, publicado na Revista Políticas Públicas e Cidades, em parceria com o Pós PhD em neurociências e membro do Society for Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Dr. Luiz Felipe Carvalho, o seu uso em tratamentos para doenças neurodegenerativas ainda precisa de mais estudos. 

Já existem testes clínicos para a aplicação dessa tecnologia para o tratamento de doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson e a Doença de Alzheimer. Além disso, essa ferramenta também vem sendo testada para o tratamento de danos cerebrais causados por condições como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismo craniano, e, até mesmo, para reverter os efeitos colaterais da quimioterapia”. 

Embora essa tecnologia apresente grande potencial, ela ainda se encontra na fase de desenvolvimento, sendo necessária a realização de um maior número de testes para que seus mecanismos possam ser esclarecidos e para que a sua segurança e eficácia possa ser comprovada”, afirma Dr. Luiz Felipe no artigo. 

 

Dr. Luiz Felipe Carvalho - Diretor do Departamento de Tratamento com Uso de Células Tronco do CPAH - Centro de Pesquisa e Análise Heráclito - possui um profundo conhecimento sobre os modernos procedimentos cirúrgicos da coluna vertebral e também trabalha com técnicas minimamente invasivas. É diplomado pela Academia Americana de Medicina Regenerativa (AABRM), e pelo grupo Latino Americano ORTHOREGEN. Atualmente está estruturando o serviço de Medicina Regenerativa na Cidade de São Paulo para tratamentos de Artrose e de dores crônicas osteomusculares.


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