08/03 – Dia Internacional da Mulher
O diabetes, a
obesidade e os distúrbios tireoidianos durante a gravidez requerem atenção especial,
pois podem aumentar o risco de complicações para a mãe e o bebê. O diabetes
gestacional é caracterizado pela resistência à insulina e pela hiperglicemia.
Cerca de 10% das gestantes desenvolvem o diabetes gestacional.
Mulheres com
sobrepeso ou obesidade têm um risco aumentado de desenvolver diabetes
gestacional devido à resistência à insulina associada ao excesso de tecido
adiposo.
A endocrinologista
Dra. Lorena Lima Amato explica que a obesidade durante a gravidez está
associada a uma série de complicações tanto para a mãe quanto para o feto, com
maior probabilidade de desenvolver pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional,
diabetes gestacional, tromboembolismo venoso e complicações durante o parto,
como dificuldades respiratórias.
“Além disso, bebês
nascidos de mães com obesidade têm um risco aumentado de serem grandes para a
idade gestacional, apresentarem anomalias congênitas, problemas respiratórios e
obesidade na infância e vida adulta”, detalha a especialista.
A abordagem ideal
para mulheres com diabetes e obesidade durante a gestação envolve uma equipe
multidisciplinar de saúde, entre eles endocrinologistas, ginecologistas
obstetras e nutricionistas.
“O cuidado
pré-natal deve se concentrar no controle rigoroso da glicose no sangue, na
promoção de uma alimentação saudável, na manutenção do peso e na realização de
atividade física regular, sempre adaptada às necessidades e capacidades
individuais da gestante”, orienta Dra. Lorena.
Tireoide
e a gestação - Os hormônios produzidos pela glândula
tireoide são essenciais para a saúde da mãe e do bebê. Durante a gravidez, a
tireoide passa a ser ainda mais exigida, pois precisa dar conta do metabolismo
da gestante e da criança.
“Os níveis
adequados de hormônios tireoidianos são essenciais para que o desenvolvimento
neurológico do feto ocorra normalmente. A tireoide do bebê só começa a ser
formada a partir da 20ª semana de gestação, até lá, todo hormônio tireoidiano
que o bebê precisa para se desenvolver é de origem materna”, explica a
endocrinologista.
A deficiência dos
hormônios tireoidianos durante a gravidez pode levar a diversos problemas de
saúde tanto para mãe, como o aumento da pressão arterial, abortos e partos
prematuros, quanto para o bebê, como problemas mentais, déficit cognitivo e
aparecimento de bócio.
“O apoio emocional e educacional nessa fase da mulher, para ajudá-la a entender os riscos associados ao diabetes, à obesidade e às doenças relacionadas à tireoide são fundamentais e podem resultar em incentivo para as mudanças de estilo de vida e, consequentemente para o bem-estar dela e do bebê”, comenta Dra. Lorena Amato.
Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
Site: https://endocrino.com/ e www.amato.com.br
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