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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Pesquisa aponta que 76% dos brasileiros não fazem acompanhamento médico para saúde mental

  

Levantamento realizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com o Instituto Qualibest, revela contraste de que 39% dos entrevistados dizem ter saúde mental boa.

 

A saúde mental é um assunto que tem se tornado cada vez mais presente na sociedade. Mesmo com o tema ganhando visibilidade nos noticiários, na internet e nas redes sociais, com a abordagem em alta, os índices apontam para uma falta de cuidado com essa área da saúde. A pesquisa “A saúde do brasileiro”, promovida pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com o Qualibest, aponta que 76% dos entrevistados não fazem acompanhamento médico para a saúde metal. 

De acordo com o estudo, apesar do número elevado de pessoas que não realizam acompanhamento, 39% se autoqualificam com a saúde mental boa. Como reflexo da ausência do cuidado, 34% da amostra revela a saúde mental como regular, ruim ou muito ruim. Já 26% dos brasileiros avaliam como muito boa. 

Somente 23% da mostra alegou que fez ou faz acompanhamento médico entre seis meses e mais de cinco anos. 

“Os números da pesquisa apontam que os brasileiros ainda têm uma resistência grande para cuidar da saúde mental. Os índices identificados em nossa pesquisa alertam para a necessidade urgente de mudar esse cenário e a mentalidade da população. Ainda existe um preconceito quando o assunto é tratamento para questões relacionadas à saúde mental. Como solução, precisamos informar melhor a sociedade e facilitar o acesso ao diagnóstico, aos acompanhamentos e tratamentos”, diz Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida. 

Os sintomas da falta de cuidado com a saúde mental também foram apontados na pesquisa. Pelo menos 38% sentiram ansiedade e 17% relataram ter sentido depressão nos últimos cinco anos. “Não recorrer à ajuda especializada interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno mental. O diagnóstico correto e o tratamento adequado são essenciais para o paciente se fortalecer emocionalmente e levar uma vida saudável. Isso só é possível com políticas públicas que estabeleçam mecanismos para atender as reais necessidades da população, para suprir a demanda pelo atendimento e reduzir o preconceito com a doença, que ficou ainda mais evidente no período pós-pandemia”, pontua a presidente.

 

Recorte por gênero 

A pesquisa contou com a participação de 815 respondentes, sendo 401 homens e 414 mulheres.

Os homens classificaram a própria saúde mental da seguinte forma: 

  • 30% como muito boa
  • 39% como boa
  • 24% como regular
  • 6% como ruim
  • 1% como muito ruim

 

Já entre as mulheres os índices foram: 

  • 23% como muito boa
  • 39% como boa
  • 27% como regular
  • 9% como ruim
  • 1% como péssima

 

Instituto Lado a Lado pela Vida


Dores crônicas nos joelhos: problema pode atingir mulheres na fase da menopausa

Dores acentuadas, sensação de desconforto a até limitação de movimentos podem sinalizar sérios problemas nos joelhos. Normalmente, essas dores podem ser agudas (de curta duração) ou crônicas (persistente ao longo do tempo) e podem ser desencadeadas por diversos fatores dentre os quais, distensões, fraturas, excesso de atividade física, obesidade, doenças inflamatórias tais como artrite e bursite, entre outros.

Há também outras condições que podem levar a dores no joelho, a exemplo do desgaste anormal das cartilagens quando os joelhos têm algum grau de desalinhamento entre a coxa e a perna (joelho varo ou joelho valgo) ou “desencaixe das patelas”, condições estas bastante frequentes que podem ser agravadas, principalmente, na academia, alerta o Dr. Lafayette Lage, médico ortopedista, especialista em medicina esportiva.

Segundo o especialista, o velho ditado “ninguém é perfeito” se encaixa muito bem na medicina esportiva e os frequentadores de academia recorrem ao ortopedista se queixando de dores que antes não existiam e passam a surgir depois que iniciam os treinos repetitivos na academia.  Nestes casos, as dores podem variar em intensidade e duração a depender de cada quadro clínico podendo afetar as mulheres na menopausa de forma significativa.

Dores, rigidez e inchaço ao redor das articulações são sintomas comuns de dores na menopausa. À medida que a mulher se aproxima da menopausa, seu corpo passa por mudanças hormonais drásticas que podem afetá-la de várias maneiras, principalmente, nas articulações. A menopausa representa uma transição significativa na vida da mulher, e o rápido declínio dos hormônios sexuais circulantes - estrogênio e progesterona, pode levar a alterações fisiológicas complexas. Quedas nos níveis hormonais podem explicar parcialmente o aumento na prevalência de osteoartrite (inflamação das articulações).

Existem receptores de estrogênio nas articulações. Esse hormônio age como um “protetor”, prevenindo que as articulações se inflamem. Ao passo que os níveis de estrogênio diminuem durante a perimenopausa  (o primeiro estágio da menopausa), as articulações podem inchar e ficar doloridas o que pode afetar a qualidade da cartilagem e causar, por exemplo, a osteoartrose (processo degenerativo das articulações). Outros efeitos secundários desse déficit hormonal seria a queda da densidade óssea facilitando o surgimento da osteopenia inicialmente e, posteriormente, a osteoporose.

Tratamento e prevenção

Tanto a prevenção quanto o tratamento indicado para amenizar as dores no joelho envolvem uma rotina de disciplina e promoção da qualidade de vida. 

Entre as principais recomendações estão:

Exercícios de fortalecimento muscular: inclui prática de atividades físicas que fortaleçam os músculos ao redor do joelho com o objetivo de estabilizar a articulação.

Manutenção do peso: evitar a obesidade é fundamental para reduzir a carga nas articulações, principalmente nos joelhos.

Suplementação de cálcio e vitamina D: o consumo diário de leite e derivados em boas quantidades pode ser o suficiente, porém, a suplementação de cálcio e vitamina D pode ser necessária nos indivíduos que não ingerem os alimentos ricos nessas substâncias. É muito importante lembrar de tomar sol pelo menos 15 minutos por dia. A luz solar estimula a fabricação de vitamina D pela pele. 

Gestão do estresse: o estresse pode contribuir de forma potencial para dores nas articulações. Práticas como meditação, yoga, tai chi entre outras atividades, podem ser benéficas na diminuição do estresse sendo ótimas para as articulações em geral.

Atividades de baixo impacto: optar por atividades de baixo impacto como as já citadas no item anterior e tentar associar com natação ou ciclismo. As caminhadas são aconselháveis para as pessoas que não possuem nenhum desvio em varo ou valgo dos joelhos. Se for caminhar em subidas e descidas as patelas precisam estar bem alinhadas. A cartilagem não tem inervação e não dói. Não espere ela doer. Faça uma avaliação médica antes.  

Medicamento e tratamentos específicos: em alguns casos é necessário introduzir medicamentos para aliviar a dor, geralmente de uso temporário para diminuir o processo inflamatório inicial. O uso crônico de certas drogas analgésicas pode causar dependência química e o uso contínuo de anti-inflamatórios podem desencadear  uma insuficiência renal importante podendo até perder um ou os dois rins, aumento da pressão arterial, além de causarem danos no estômago e fígado.

É importante identificar a causa específica das dores nos joelhos em mulheres na fase da menopausa e buscar a orientação de um profissional da área da saúde. O médico deve obter uma história detalhada do paciente, realizar um exame físico completo e, quando necessário, exames de imagem podem ser necessários para obter o diagnóstico mais preciso. O tratamento pode envolver medidas como fisioterapia, medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em algumas situações, procedimentos cirúrgicos. 



Dr. Lafayette Lage - médico ortopedista, especialista em medicina esportiva, cirurgia de quadril e joelho, pioneiro em artroscopia do quadril no Brasil em 1993 e em cirurgia de quadril com prótese de Resurfacing (recobrimento da cabeça do fêmur). CRM. 49889
www.clinicalage.com.br

 

Dia Mundial de Combate ao Câncer: tire suas dúvidas sobre o câncer ocular

 

Data alerta para os cuidados e sinais dos olhos, que também podem ser acometidos pela doença, muitas vezes de forma silenciosa; prevenção e atenção aos sintomas pode ajudar



O Dia Mundial de Combate ao Câncer, data lembrada anualmente no dia 4 de fevereiro, possui o objetivo de aumentar a conscientização sobre a doença de forma geral e incentivar a prevenção e descoberta para permitir que as pessoas tenham tratamento. Fica o alerta para os cuidados e sinais dos nossos olhos, que também podem ser acometidos pelo câncer, muitas vezes de forma silenciosa.
 

O melanoma de coroide - parte do olho com mais vasos sanguíneos - é o câncer que ocorre de forma mais frequente no olho. Geralmente, em sua fase inicial, ele não afeta a visão. Com o avanço, pode causar visão embaçada ou descolamento da retina, com sintomas como flashes de luz, véu ou cortina à frente do campo de visão, aumento ou alteração repentinos nos pontos flutuantes. Se forem grandes, os melanomas podem se estender para a órbita ou se espalhar por meio da corrente sanguínea, para outras partes do corpo. 

“O diagnóstico precoce é importante, já que tumores menores são mais fáceis de curar. Ele é feito com o uso de um oftalmoscópio e também com exames que podem incluir ultrassonografia, angiografia com fluoresceína, e fotografias em série. Para tumores pequenos, o tratamento com laser, radiação ou um implante radioativo, pode ser recomendado. Já para tumores maiores, pode ser necessária a extração do olho”, explica o Dr. Celso Cunha, médico oftalmologista e consultor da HOYA Vision Care, empresa japonesa que produz lentes para óculos de alta tecnologia desenvolvidas para correção de problemas da visão. 

Por outro lado, alguns tipos de câncer como o de mama, próstata e até mesmo o de pulmão, podem causar a metástase ocular, disseminação do tumor pela corrente sanguínea, atingindo os olhos. Geralmente, a metástase ocular é assintomática, mas alguns pacientes podem apresentar visão turva, perda parcial ou sombra na visão, dor ocular, massa visível no olho e mudança na íris. 

Cunha pontua que o câncer no olho pode ser tratável e, em muitos casos, curável, especialmente se diagnosticado precocemente. Se confirmada a metástase ocular, o tratamento é realizado de forma conjunta com a quimioterapia ou a radioterapia primárias para os demais órgãos acometidos pelo câncer, e o oftalmologista pode acompanhar a regressão do tumor com o auxílio de exames de ultrassom. O tratamento localizado (radioterapia externa ou braquiterapia ocular) só deve ser realizado caso a resposta não seja positiva. 

Por isso, as visitas regulares ao oftalmologista e avaliação médica diante de qualquer um desses sintomas, podem ajudar a prevenir e garantir o diagnóstico precoce da doença, além do início adequado do tratamento. “Na consulta, o médico oftalmologista realizará exames detalhados, incluindo a fundoscopia e ultrassom ocular, para um diagnóstico preciso. Ainda, se necessário, pode recomendar outros exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética”, lembra Cunha. 

Outro ponto de alerta são para os pacientes submetidos a procedimentos de quimioterapia, já que o tratamento utiliza muitos medicamentos tóxicos para todas as células em crescimento, incluindo as células saudáveis do corpo, e pode ter efeitos colaterais indesejados, inclusive sobre os olhos e a visão, como catarata, uveíte, glaucoma, neurite óptica e turvação da visão. 

Os oftalmologistas devem estar cientes desses efeitos colaterais e monitorar regularmente a saúde ocular de pacientes que recebem quimioterapia sistêmica. É importante também que os próprios pacientes informem imediatamente ao seu médico sobre quaisquer sintomas oculares durante o tratamento para que medidas preventivas possam ser tomadas e complicações evitadas.

 

Prevenção e atenção aos sintomas é fundamental 

A prevenção do câncer no olho deve começar com medidas de proteção contra a exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV). O uso de óculos de sol com proteção UVA e UVB ao ar livre, além do uso de chapéus de aba larga, são sempre indicados. Já a proteção dos olhos em ambientes de trabalho que oferecem risco de lesões ou exposição a substâncias nocivas, também é uma prática importante. 

E atenção ao estilo de vida saudável: priorizar dietas ricas em frutas e vegetais, que contêm antioxidantes, pode ajudar a proteger os olhos de danos celulares. Evitar o tabagismo, fazer exames oftalmológicos regularmente e estar atento aos fatores de risco, como a exposição a certos produtos químicos e histórico familiar de câncer ocular, também podem ajudar nos cuidados preventivos. 

“Avanços significativos na medicina oftálmica têm aumentado as taxas de sucesso no tratamento de cânceres oculares. O acompanhamento contínuo com um oftalmologista é fundamental também após o tratamento, para que seja verificada a eficácia - pois há risco de recorrência - e para detecção precoce de qualquer sinal de retorno da doença. A colaboração multidisciplinar com oncologistas também pode auxiliar”, finaliza Cunha.

 

Hoya Vision Care
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"Diante da oferta de vacina gratuita o número de casos de câncer de colo de útero no Brasil é inaceitável"

 

Esse é o alerta do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) para o Dia Mundial do Câncer - 4 de fevereiro. Com 17 mil novos casos previstos para 2024, o câncer de colo do útero é o tumor ginecológico mais comum nas brasileiras, uma incidência que ultrapassa em três vezes a meta estabelecida pela OMS. EVA destaca que Brasil deve se inspirar na Escócia, país no qual estudo mostra que não houve casos de câncer de colo do útero em mulheres que foram totalmente vacinadas contra o HPV


O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que em 2024 mais de 17 mil brasileiras vão receber o diagnóstico de câncer de colo do útero. Esse número equivale a uma taxa ajustada de treze casos para cada 100 mil brasileiras, superando em três vezes a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de até 4 casos para cada 100 mil mulheres. Em seu documento, a OMS ressalta a doença como sendo um problema de saúde pública e que seria necessário reduzir a incidência abaixo para este limiar em todos os países até 2030.

No Brasil, esse contexto de alta incidência é visto apesar de haver políticas de controle do câncer de colo do útero desde 2008, ano em que o Ministério da Saúde lançou uma campanha nacional de combate aos tumores colo-uterinos e da oferta, desde 2014, da vacina gratuita contra o papilomavírus humano (HPV) no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a adesão ao imunizante é baixa, assim como há gargalos no acesso das brasileiras aos exames preventivos, levando aos números ainda distantes da meta estabelecida pela OMS.

De acordo com o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), presidido pelo cirurgião oncológico Glauco Baiocchi Neto, diante da oferta de vacina gratuita contra HPV no SUS há dez anos, é inaceitável o alto número de casos de câncer de colo do útero no Brasil. Um gargalo que, segundo o EVA, precisa ser alertado na mobilização global marcada para este domingo (4), que é o World Cancer Day/Dia Mundial do Câncer. A ação traz para 2024 o tema que, traduzido para o português, convoca a todos para resolver os gargalos do cuidado, criando um futuro sem câncer, sendo que o tempo de ação é agora.


10 anos de vacina contra HPV no SUS – Esse futuro sem câncer de colo do útero passa por uma maior adesão à imunização contra HPV. Levantamento feito pelo EVA na base DataSUS mostra que, a cada ano, houve uma permanente diminuição da quantidade de doses aplicadas. O melhor resultado foi obtido justamente em 2014, quando foram aplicadas quase 8 milhões de doses da vacina contra HPV nas meninas brasileiras. Naquele ano, a imunização foi levada para dentro das escolas públicas. O número caiu para abaixo de 6 milhões de doses no ano seguinte. E, entre 2016 e 2022 o total não superou a marca de 2 milhões de doses. A boa notícia é que em 2023, segundo o Ministério da Saúde, foram aplicadas 5,8 milhões de doses, aproximando-se da marca registrada em 2015.

A imunização contra o HPV é principal forma de prevenção do câncer de colo do útero. A vacina é disponibilizada pelo SUS para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos de idade, pessoas imunossuprimidas – indivíduos que vivem com HIV ou AIDS; transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea; pacientes oncológicos; e vítimas de violência sexual de 9 a 45 anos de idade. 


EM BUSCA DA COBERTURA 90-30-90 - No plano de metas para 2030, a OMS aponta para a necessidade de que 90% das meninas estejam vacinadas com a vacina contra o HPV até os 15 anos; 70% das mulheres sejam examinadas com um teste de alta qualidade aos 35 e 45 anos e 90% das mulheres recebam tratamento no estágio inicial da doença. Nesta meta 90-70-90, a proposta atual para o país, por meio do movimento Brasil Sem Câncer de Colo do Útero, do qual o EVA faz parte, é de uma adaptação para 90-30-90.

Isso porque a OMS defende o rastreamento de câncer de colo do útero com a técnica de HPV DNA, estimando que 70% das mulheres estejam cobertas por este método de rastreamento. No Brasil, a forma de rastreamento disponível no SUS é pelo exame de Papanicolau. Com base nisso, a defesa do movimento brasileiro é pela realização de Papanicolau anualmente por 30% das mulheres, sendo que, em caso de exame negativo, ele pode ser feito a cada três anos. Sendo assim, em um triênio, 90% das mulheres estariam cobertas com essa técnica de rastreamento.

Paralelamente, o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) defende a incorporação do teste molecular para o HPV no SUS. A boa notícia é que em janeiro de 2024 houve um parecer preliminar favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) à esta incorporação como meio de detecção do papilomavírus humano (HPV) para rastreamento do câncer do colo do útero no SUS.

O órgão reconhece que as evidências científicas mostram que o rastreamento com testes moleculares para detecção da doença é mais eficiente para a identificação de lesões precursoras do câncer do colo do útero e que isso, consequentemente, contribui para a redução de novos casos e da mortalidade pela doença. Além disso, a identificação precoce do câncer e das lesões pré-malignas permite o uso de tratamentos menos invasivos, a melhora da qualidade de vida durante o tratamento e o aumento da possibilidade de cura.

Apesar do teste molecular ser um exame mais caro do que o Papanicolau, quando realizado na periodicidade de cinco anos observa-se que ele é custo efetivo, principalmente levando-se em consideração que o tratamento do câncer de colo uterino envolve alta complexidade e custos, além de impacto pessoal e social imensuráveis. “O teste de genotipagem do HPV permite identificar de forma bem mais eficiente a população em risco de vir a desenvolver lesões precursoras ou câncer”, explica o cirurgião oncológico Glauco Baiocchi Neto, presidente do EVA.


ESCÓCIA MOSTRA QUE É POSSÍVEL – Um estudo publicado em 22 de janeiro no Journal of the National Cancer Institute por pesquisadores da Public Health Scotland, ligada ao governo escocês, confirma que a vacina bivalente previne o desenvolvimento de câncer de colo do útero invasivo e que mesmo uma ou duas doses com intervalo de um mês conferem benefícios se administradas aos 12-13 anos de idade. Em idades mais avançadas, são necessárias três doses para uma eficácia da vacina estatisticamente significativa. Ainda segundo os autores, as mulheres de áreas mais desfavorecidas beneficiam mais da vacinação do que as de áreas menos desfavorecidas.

Em resumo, não foram registados casos de câncer de colo do útero em mulheres imunizadas aos 12 ou 13 anos de idade, independentemente do número de doses. Mulheres vacinadas entre 14 e 22 anos de idade e que receberam três doses da vacina bivalente mostraram uma redução significativa na incidência em comparação com todas as mulheres não vacinadas (3,2 casos para cada 100 mil escocesas, dentro da meta da OMS).  

 

Sobre o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) – O EVA é uma associação sem fins lucrativos, composta em sua maioria por médicos, que tem como missão o combate ao câncer ginecológico. Seu time, multiprofissional, atua com foco na educação, pesquisa e prevenção, assim como promove apoio e acolhimento às pacientes e aos familiares. A idealização e a organização do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos foram iniciadas pela oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, no Hospital do Câncer II do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A primeira reunião ocorreu em 12 de março de 2010 e o nome Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos passou a ser utilizado a partir desta data. A primeira reunião para nacionalização do grupo ocorreu no Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em 2013, na cidade de Brasília. O nome EVA foi resultado de uma reunião neste evento e foi sugerido pela oncologista clínica, coordenadora da área de apoio ao paciente (advocacy) do grupo, Andréa Paiva Gadelha Guimarães. O ginecologista oncológico Glauco Baiocchi Neto é o diretor-presidente do EVA na gestão 2023-2024.

 

 

Referências bibliográficas

Estimativa 2023-2025: incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa. Acesso em: 31 Jan 2024. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA.

Organização Mundial da Saúde. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cervical-cancer. Acesso em: 31 Jan 2024.

Palmer TJ, Kavanagh K, Cuschieri K, Cameron R, Graham C, Wilson A, Roy K. Invasive cervical cancer incidence following bivalent human papillomavirus vaccination: a population-based observational study of age at immunization, dose, and deprivation. J Natl Cancer Inst. 2024 Jan 22:djad263.

 

Idades diferentes causas diferentes da Halitose

pexels
Mau hálito que transcende gerações


A halitose, ou mau hálito, é um problema que transcende gerações, afetando pessoas de todas as idades. Porém pelas características de cada etapa da vida as causas variam, assim como as soluções para prevenir e tratar esse incômodo. Desde a infância até a terceira idade, a halitose pode ser um fator indicativo de outras complicações na saúde, e que também afeta relações sociais e autoestima. Para nos ajudar a entender melhor pedimos ajuda a Dra. Cláudia Gobor especialista em halitose.

"Na infância, a halitose pode estar associada à má higiene bucal, cáries ou infecções na garganta, nesta fase muitas crianças tem preguiça de escovar os dentes, e se os pais não estiverem atentos pode evoluir para problemas mais graves. Já na adolescência, mesmo com uma higiene adequada questões hormonais podem contribuir para o surgimento desse problema." Conta a doutora

Para os adultos, fatores como dieta, tabagismo, estresse, e problemas de saúde como diabetes, doenças gengivais e até mesmo a menopausa podem desencadear mau hálito. Manter uma rotina de cuidados bucais adequados, além de buscar orientação médica para lidar com possíveis problemas de saúde que podem aparecer, é o segredo para manter o bom hálito.

Nos idosos, a halitose pode estar relacionada a condições de saúde subjacentes, como xerostomia (boca seca), uso de medicamentos ou problemas dentários. E nesta fase da vida onde os cuidados dentais da vida inteira são colocados a prova, com a redução a imunidade do corpo e a necessidade de remédios evitar o mal hálito exige muitas vezes o acompanhamento de um profissional qualificado.

Independentemente da idade, a prevenção da halitose envolve hábitos de higiene bucal consistentes, incluindo escovação dental regular, uso de fio dental, limpeza da língua e visitas ao dentista. Além disso, manter uma dieta equilibrada, evitar o tabagismo e manter-se hidratado são os fundamentos da prevenção ao mau hálito.

 

Dra. Cláudia C. Gobor - Cirurgiã Dentista especialista pelo MEC no tratamento da Halitose
Ex-Presidente e atual Diretora Executiva da Associação Brasileira de Halitose
https://www.bomhalitocuritiba.com.br/
Instagram: @bomhalitocuritiba
Facebook: @bomhalitocuritiba


Dia da mamografia alerta para a importância do exame que detecta câncer

MedPlus chama atenção para a necessidade de mais
 profissionais médicos especializados na elaboração
 e interpretação dos laudos por imagem

O câncer de mama está entre as doenças que mais afetam a saúde das mulheres brasileiras. Por isso, desde 2018, o país dedica o dia 5 de fevereiro a conscientização sobre a importância da mamografia, um exame capaz de detectar a doença no estágio inicial. A efeméride foi instituída pela Lei nº 11.695. 

O diagnóstico precoce, oferece grandes chances de recuperação, além de um tratamento adequado, contribuindo para a diminuição de 15% a 45% das mortes por câncer de mama.

Mas o país sofre com a falta de mão de obra especializada para interpretar as imagens. São médicos radiologistas que analisam as imagens produzidas pelos aparelhos de mamografia para fazer o laudo. E mais da metade dos especialistas vivem no Sul e Sudeste do país. 

“O resultado da distribuição desigual de profissionais é que em instituições de saúde mais afastadas dos grandes centros urbanos haja maior dificuldade para contratar especialistas, por isso investimos na captação de talentos. Sabemos que é importante contar com esses médicos no quadro de associados da MedPlus que atende hospitais em todas as regiões”, enfatiza Tiago Simões Leite. 

A empresa que faz gestão de equipes médicas para clínicas e hospitais investe na captação ativa de talentos, priorizando os que aliam excelência acadêmica com experiência comprovada na área. “Nós buscamos quem tem treinamento teórico e prático avançado em técnicas de diagnóstico por imagem para auxiliar de forma muito eficiente na definição do tratamento e ampliar as chances de cura dos pacientes”, explica Simões Leite, diretor da MedPlus.

 

Radiologistas no Brasil

De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o país tem cerca de 11,3 mil radiologistas registrados, representando uma média de 5,5 médicos para cada 100 mil habitantes.  

Segundo o estudo O perfil do médico especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem no Brasildo Conselho Brasileiro de Radiologia (CBR), a Região Norte é a que tem a menor concentração de radiologistas, com apenas 3,1% dos médicos brasileiros dessa especialidade, e as cidades com menor quantidade de radiologistas são principalmente as localizadas nas regiões Norte e Nordeste do país, sobretudo dos estados de Roraima, Acre, Amapá e Piauí.  

Já a Região Sudeste é a que concentra o maior número de radiologistas, com 50,6% do total, seguida da Região Sul, com 20,6%, com os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e de Minas Gerais liderando em número de médicos radiologistas.

 

Câncer de mama

O câncer de mama é a maior causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 73.610 casos desse tipo de câncer foram estimados para o ano de 2023, o que significa um risco de aproximadamente 66 casos a cada 100 mil mulheres.


Combinações de remédios e alimentos podem ser perigosas

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Na maioria das vezes, é recomendado comer algo antes de ingerir qualquer medicamento. Entretanto, é importante considerar que os alimentos têm um grande efeito na forma como o corpo processa os medicamentos, podendo aumentar ou reduzir a eficácia do tratamento.

Algumas combinações de medicamentos e alimentos podem resultar em coágulos sanguíneos ou danos no fígado. Segundo o doutor em Farmacologia e coordenador do curso de Farmácia da Universidade Positivo (UP), Felipe Lukacievicz Barbosa, é crucial revisar a bula antes de iniciar um novo tratamento para identificar alimentos que podem ou não ser consumidos durante o uso do remédio. 

Confira a seguir, cinco combinações que, segundo o especialista, devem ser evitadas.


  • Antibióticos x laticínios

A ingestão de alguns medicamentos, como certas classes de antibióticos (tetraciclinas e quinolonas), pode ter um efeito negativo se feita com leite. O cálcio presente no leite ou em derivados pode formar um complexo insolúvel com as moléculas dos antibióticos, impedindo a absorção normal pelo corpo. “Ou seja, o organismo pode não absorver a quantidade correta do medicamento, comprometendo o efeito farmacológico. Logo, a doença pode não ser tratada efetivamente”, explica. Mas isso não significa que nenhum medicamento pode ser tomado com leite.  Por isso, na dúvida, é sempre importante consultar um médico ou farmacêutico.


  • Estatinas x frutas cítricas

Algumas frutas cítricas, como o suco de toranja (grapefruit), podem conter moléculas que interferem na absorção das Estatinas, medicamentos que exercem o efeito de diminuir os níveis de colesterol no sangue. “Quando ingeridas com esses sucos, as estatinas sofrem um aumento elevado, sendo interpretado como um efeito tóxico no sangue. Apesar de os dados ainda não relacionarem diretamente essa associação de maneira perigosa, na dúvida, é melhor ingerir os medicamentos com água”, explica. 


  • Anticoagulantes x hortaliças folhosas

As hortaliças folhosas, como espinafre, couve e alface, apresentam abundantes quantidades de Vitamina K, que é  crucial na ativação da cascata da coagulação sanguínea, quando necessário. No entanto, para aqueles que fazem uso de anticoagulantes, cujo objetivo é inibir essa cascata por diversos motivos, a ingestão excessiva dessas hortaliças podem reduzir a eficácia do medicamento, ocasionando a ativação indesejada da cascata de coagulação. Fazendo com que o medicamento perca seu efeito e a pessoa volte a formar coágulos no sangue.


  • Analgésicos x bebidas alcoólicas

O consumo de bebidas alcoólicas não deve ser evitado apenas ao tomar antibióticos. Antidepressivos, analgésicos e medicamentos para diabete também podem causar uma série de complicações quando interagem com o álcool. A combinação de analgésicos, como ácido acetilsalicílico e paracetamol, com bebidas alcoólicas também apresenta riscos significativos. Além do aumento do risco de sangramento gástrico, a mistura pode levar à toxicidade hepática, respectivamente. O efeito depressor do álcool no sistema nervoso central também pode potencializar os efeitos dos analgésicos, resultando em sedação excessiva e outros sintomas indesejados.


  • Antipsicóticos x café

Os antipsicóticos, projetados para diminuir a atividade do sistema nervoso central, podem ter o efeito comprometido pelo consumo de cafeína presente no café. Em casos de tratamento para condições como esquizofrenia, em que a sedação é desejada, o café pode contrariar esse efeito, causando agitação, distúrbios do sono e aumento da frequência cardíaca. O equilíbrio entre a medicação e o consumo de cafeína deve ser cuidadosamente avaliado pelo profissional de saúde.

“Conhecer e compreender essas interações é essencial para garantir a eficácia dos tratamentos e evitar potenciais complicações à saúde. Sempre consulte um médico ou farmacêutico antes de fazer alterações significativas em sua dieta, ou rotina de medicamentos”, aconselha Barbosa. 



Universidade Positivo
up.edu.br/

 

Os inúmeros benefícios de cortar a bebida alcoólica para uma vida mais saudável e plena

Janeiro pareceu interminável, mas parece que 2024 já começou diferente, de uma forma positiva. Um movimento tem viralizado nas redes sociais: O de largar ou beber menos bebida alcoólica. No tiktok, uma tendência chamada Drynuary (Janeiro Seco, em português) fez com que as pessoas não bebessem neste mês, após o excesso de bebidas ingeridas em festas de final de ano.

Parece que as pessoas estão cada vez mais investidas em saúde mental. Diferentes das gerações anteriores, a chamada Gen Z se mostra extremamente consciente diante das consequências da bebida alcoólica. Um estudo feito pela BBC mostra que os jovens estão bebendo menos, em 2019, a geração com 16 a 25 anos de idade era a mais abstêmia — 26% deles não bebiam, em comparação com 15% entre a geração que mais bebia (55 a 74 anos de idade).

“Cortar o consumo de bebidas alcoólicas pode trazer uma série de benefícios significativos para a saúde física, mental e emocional. Este passo corajoso não apenas melhora a qualidade de vida, mas também promove mudanças positivas em diversos aspectos.”, diz Dra. Cris Ribas. Abaixo, destacamos alguns dos benefícios notáveis de abandonar o álcool:


  • Melhoria da Saúde Física: O álcool é conhecido por ter efeitos negativos na saúde física. Ao cortá-lo, você reduz o risco de doenças hepáticas, cardiovasculares e pancreáticas. Além disso, a ausência de álcool contribui para uma pele mais saudável, melhora o sono e fortalece o sistema imunológico.
  • Clareza Mental e Aumento da Energia: A abstinência de álcool está associada a uma maior clareza mental e foco. Você pode experimentar um aumento notável na energia, permitindo uma vida mais produtiva e gratificante. A mente se torna mais afiada, facilitando o enfrentamento dos desafios do dia a dia.
  • Estabilidade Emocional: O álcool pode ter efeitos negativos no equilíbrio emocional, contribuindo para a ansiedade e a depressão. Ao eliminar o álcool, muitas pessoas relatam uma melhoria significativa em sua saúde mental. Isso cria espaço para emoções positivas e estratégias de enfrentamento mais eficazes.
  • Melhora nas Relações Interpessoais: O consumo excessivo de álcool pode afetar negativamente as relações interpessoais. Ao cortar essa substância, você promove uma comunicação mais clara e relações mais saudáveis. Isso fortalece os vínculos familiares, de amizade e profissionais, trazendo equilíbrio em sua saúde mental.
  • Benefícios Financeiros: O hábito de beber pode se tornar financeiramente custoso ao longo do tempo. Cortar o álcool não só economiza dinheiro, mas também evita gastos relacionados a problemas de saúde associados ao consumo excessivo.
  • Desenvolvimento Pessoal: A decisão de cortar o álcool muitas vezes leva a uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. As pessoas frequentemente descobrem novos hobbies, paixões e interesses que contribuem para uma vida mais significativa e gratificante.
  • Maior Qualidade de Sono: O álcool pode interferir no ciclo do sono, resultando em noites de descanso inadequado. Ao abandonar o consumo de álcool, muitas pessoas relatam uma melhoria significativa na qualidade do sono, o que contribui para uma maior vitalidade e bem-estar.

No caso das mulheres que estão buscando mais saúde, os benefícios são ainda maiores. As mulheres ficam bêbadas mais rápido, mas o organismo das mulheres é feito para isso. Seu corpo produz menos quantidade da enzima álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e é usada para metabolizar o álcool. Segundo a Dra. Cris RIbas, as mulheres não são preparadas para metabolizar a bebida alcóolica, fisiologicamente.

Além dos beneficios, vale ressaltar os riscos que o álcool pode trazer a longo prazo de seu consumo abusivo: Pancreatite crônica; Cirrose; Distúrbios psiquiátricos que podem levar até ao suicídio; Doenças cardiovasculares;

Com isso em mente, cortar a bebida alcoólica oferece uma variedade de benefícios que se estendem além da saúde física. A decisão de renunciar ao álcool abre portas para uma vida mais saudável, equilibrada e plena.

 

Cris Ribas Esperança - Nutricionista Funcional. Apaixonada pela vida e formada em nutrição por amor a comida de verdade. Seus Hábitos só terão resultados quando forem sustentáveis e reais. Acredita que se alimentar bem, não é mais ou menos é o segredo para uma vida de saúde e prosperidade. Além da formação é pós graduada em Gastronomia Funcional e especializada em Nutrição Comportamental e Low Carb. Sócia proprietária do Instituto do Bem-Estar Giulliano Esperança, onde divide seus compromissos junto a carreira de nutricionista.


Uma conquista para Medicina: entidades saúdam o fim do uso do termo "Erro Médico"

Decisão elimina o uso da palavra "Erro Médico" e a substitui por "Danos da Prestação de Serviços de Saúde"


A Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), o Colégio Brasileiro de Cirurgiões - Capítulo do Rio Grande do Sul e a SOCIGERS - Sociedade de Cirurgia Geral do Rio Grande do Sul manifestam seu apoio ao recente despacho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que atendeu à solicitação das entidades médicas para alterar a nomenclatura de "erro médico" para "danos materiais ou morais decorrentes da prestação de serviços de Saúde" nas tabelas processuais unificadas do Poder Judiciário.A iniciativa recebeu apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e diversas outras sociedades de especialidades médicas. 

“Essa prática contribuía para uma atmosfera desfavorável nos processos judiciais, muitas vezes prejudicando os médicos mesmo antes do julgamento, impactando sua reputação e confiança na Justiça. Com a adoção de uma terminologia mais neutra e imparcial, espera-se promover uma abordagem mais equilibrada e justa nas questões relacionadas à responsabilidade médica” afirma o presidente da AMRIGS, Dr. Gerson Junqueira Jr. 

Na avaliação do assessor jurídico da AMRIGS, advogado Luís Gustavo Andrade Madeira, que por mais de uma década atuou em prol dessa mudança, o uso do termo "erro médico" frequentemente resultava em estigmatização e preconceitos injustos contra os profissionais da saúde, além de gerar uma percepção negativa sobre a qualidade do atendimento médico. 

“O termo serviço de saúde pode não ser totalmente apropriado, mas de qualquer corrige um erro histórico. A palavra 'erro' carregava uma conotação negativa e abria margem a pré-julgamentos, sendo louvável a busca por uma terminologia mais precisa e menos estigmatizante", disse. 

Com essa decisão, a partir de hoje, as ações até aqui chamadas como “erro médico” passam a ser denominadas como “ações decorrentes da prestação de serviços de saúde”.  

 

AMRIGS - Associação Médica do Rio Grande do Sul

 

4 de fevereiro - Dia Mundial do Câncer

Testes genéticos são aliados para mulheres diagnosticadas com câncer de mama


A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical OncologyASCO), em parceria com a Sociedade Americana de Cirurgia Oncológica (Society of Surgical Oncology - SSO) publicaram recentemente, no Journal of Clinical Oncology, a recomendação de submeter à testagem genética todas as pacientes com histórico pessoal de câncer de mama, diagnosticado até os 65 anos de idade, independente do histórico familiar da doença. Referência mundial no tratamento do câncer, a ASCO reuniu para esta publicação vários especialistas de diversos centros de referência mundial no tratamento do câncer. Após revisão sistemática da literatura médica, este grupo elaborou o mais atual consenso sobre testagem genética de pacientes com câncer de mama, sugerindo uma importante ampliação na oferta de testes genéticos em relação a diretrizes anteriores. 

A Sociedade Americana de Cirurgiões de Mama (American Society of Breast Surgeons - ASBS), já preconizava, desde 2017, a realização de testes genéticos de maneira universal, ou seja, em todas as mulheres com câncer de mama, independentemente da idade, diagnóstico ou da história familiar de câncer. Essa abordagem tinha como intuito identificar o maior número possível de pacientes portadoras de síndromes de câncer de mama hereditário, possibilitando tratamento e rastreamento de novos cânceres de maneira diferenciada da população em geral, que em sua maioria desenvolve cânceres esporádicos (que acontecem ao acaso e devido à influência de fatores de risco, como idade acima de 50 anos, obesidade, tabagismo, entre outros). Por exemplo, pacientes portadoras de determinadas mutações genéticas e que já passaram por um evento câncer de mama tem um risco de até 50% de desenvolver um segundo tumor de mama, na mama oposta. Além do risco aumentado de novos cânceres, já temos atualmente disponíveis drogas específicas para pacientes portadoras de síndromes de câncer de mama hereditário, utilizadas no tratamento de pacientes com mutações nos genes BRCA. Sem dúvida, reconhecer o status genético de pacientes com câncer de mama nos dias de hoje é essencial para a realização do melhor planejamento terapêutico possível. 

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer) são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não-melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). Em homens, o câncer de próstata é predominante em todas as regiões, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Já nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. 

A avaliação genética é uma importante aliada de pacientes e equipes médicas na avaliação da probabilidade de desenvolvimento do câncer. Estes exames não diagnosticam o câncer, apenas indicam se a paciente é portadora de mutação genética hereditária que confere risco aumentado para o desenvolvimento de diversos tipos de cânceres. “Por isso, realizar exames periódicos e adotar hábitos de vida saudáveis são as medidas preventivas mais eficientes”, explica a Dra. Allyne Cagnacci, oncologista clínica e oncogeneticista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A especialista esclarece que os exames genéticos são importantes para elaborar a melhor estratégia de acompanhamento e tratamento dos pacientes, seja ele cirúrgico ou medicamentoso, na prevenção e rastreamento de novos tumores, na orientação de estilo de vida e orientação familiar. Esta avaliação também pode ser oferecida para pessoas sem histórico pessoal de câncer, mas com múltiplos casos da doença na família e que queiram saber dos seus riscos de desenvolver o câncer. Um exemplo é o da atriz Angelina Jolie, que juntamente com sua equipe médica, optou pela retirada preventiva das mamas e ovários após testes genéticos comprovarem que ela sofria de uma alteração genética que indicava 80% de probabilidade de desenvolver tumor nas mamas, a mutação nos genes BRCA. “A indicação dessa investigação genética não é somente indicada para pacientes com câncer de mama. Existem diretrizes internacionais que preconizam que outros pacientes oncológicos devem ser testados, como pacientes com câncer de pâncreas, com câncer de intestino abaixo dos 50 anos de idade, entre outros. Por este motivo é importante a realização de consulta médica, na qual é realizado aconselhamento genético e mapeamento dos casos de câncer na família, fornecendo informações importantes para que seu médico possa solicitar o teste genético mais compatível com seu caso”, diz a oncologista.

 

Como o teste é realizado: o Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz conta com um serviço de Oncogenética, que realiza coleta de amostras de saliva ou sangue do paciente, encaminhando o material coletado a laboratório especializado, para pesquisa de alterações em genes relacionados com aumento de risco para desenvolvimento de câncer. Essa avaliação do DNA permite que as equipes médicas e assistenciais elaborem um plano de cuidado individualizado e específica para aquele paciente.

 

Mapeamento genético: através de uma amostra de sangue ou saliva é possível determinar se uma pessoa tem um risco maior de desenvolver câncer ao longo da vida. Esse risco é afetado por fatores externos, como alimentação e hábitos de vida. “Todas as manifestações do câncer são consequências de uma alteração genética que ocorrem em células previamente saudáveis. Após esta alteração, as células começam a se proliferar de maneira acelerada e desordenada, causando o câncer. Em torno de 90% dos cânceres são esporádicos, nos quais estas mutações genéticas são causadas pelo próprio desgaste do organismo, vindos com a idade avançada e com a exposição a fatores de risco, como obesidade, tabagismo, sedentarismo, entre outros fatores. Em cerca de 10% dos cânceres, entretanto, essas alterações genéticas são hereditárias, ou seja, transmitido dos pais para os filhos e presentes desde o nascimento. Nestes casos, os cânceres tendem a surgir em idade mais jovem e com padrões diferentes do habitual. A mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 são as mais comuns. Estes genes têm como função reparar nosso DNA. Quando mutados, perdem esta função e deixam seus portadores mais predispostos a terem diversos tipos de câncer”, explica a Dra. Allyne Cagnacci. “Por esta razão, testar mais pacientes e reconhecer melhor essa população de maior risco é fundamental para melhorar a prevenção, aumentar as taxas de diagnóstico precoce e oferecer melhor tratamento do câncer”, esclarece a oncogeneticista. 



Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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