Pesquisar no Blog

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Mês Mundial do Alzheimer: home care desempenha papel fundamental nos cuidados da doença

O mês de setembro é marcado pela conscientização e combate ao estigma acerca da doença do Alzheimer, um transtorno neurodegenerativo progressivo. O período, instituído por meio da campanha internacional da Alzheimer's Disease International (ADI) como o mês Mundial do Alzheimer, também joga luz diante de uma importante abordagem para o seu tratamento: o home care. 

A modalidade desempenha um papel fundamental nos cuidados dos pacientes e no apoio às famílias afetadas. ”A gestão do Alzheimer é complexa e exige um enfoque multidisciplinar, incluindo cuidados médicos, suporte emocional e, muitas vezes, assistência diária para as atividades da vida cotidiana”, pontua a Dra. Lara Santiago, diretora da Kefi Saúde, empresa pioneira no serviço de home care psiquiátrico no Ceará, sobre a importância do home care para o Alzheimer. 

Ainda de acordo com a profissional, uma das chaves para o sucesso do home care no Alzheimer é contar com profissionais treinados e experientes. “Cuidadores domiciliários especializados em Alzheimer entendem os desafios únicos que a doença apresenta e estão preparados para lidar com eles com compaixão e habilidade”, comenta. 


O papel fundamental do Home Care

O home care, ou cuidado domiciliar, é uma abordagem de cuidados de saúde que permite que os pacientes recebam assistência no conforto de suas próprias casas. Dra. Lara discorre que esse tipo de cuidado tem desempenhado um papel cada vez mais importante na gestão do Alzheimer e de outras condições crônicas. A médica lista ainda os benefícios do home care para os pacientes: 

  • Familiar: Para muitos pacientes com Alzheimer, o ambiente familiar é reconfortante. Estar em casa pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse associados à mudança de ambiente.
  • Cuidados personalizados: O home care oferece cuidados personalizados que se adaptam às necessidades específicas de cada paciente. Isso inclui assistência com a administração de medicamentos, auxílio nas atividades diárias, como alimentação e higiene pessoal, e supervisão constante, se necessário.
  • Apoio às famílias: O Alzheimer afeta não apenas o paciente, mas também suas famílias. O home care fornece um suporte essencial às famílias, aliviando parte do ônus de cuidar de um ente querido com a doença.
  • Ambiente próprio: Manter o paciente com Alzheimer em seu ambiente ajuda a preservar memórias e minimizar a confusão que pode ocorrer em novos ambientes. Além disso, facilita o suporte emocional e a interação com entes queridos, fundamentais para o bem-estar do paciente.

“O home care oferece uma solução valiosa e compassiva para muitos afetados por essa doença devastadora. No Mês Mundial do Alzheimer e além, devemos continuar a buscar maneiras de melhorar a vida das pessoas afetadas e trabalhar em direção a um futuro com uma compreensão mais profunda e tratamentos mais eficazes para essa doença”, finaliza a Dra. Lara

 

Kefi Saúde

 

Debater saúde mental ajuda a prevenir e reduzir o suicídio

Médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão, Tamires Cruz afirma que ao falar abertamente sobre o tema é possível identificar sinais de alerta e fornecer apoio e recursos às pessoas em risco


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), grande parte dos casos de suicídio em todo mundo está associada a distúrbios mentais, como depressão, transtorno bipolar e transtornos de humor. Ciente de que não é possível tratar um assunto sem falar do outro, a médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão, dra. Tamires Cruz, ressalta a importância da conscientização sobre saúde mental para a prevenção ao suicídio. “Ao abordar abertamente o tema, é possível identificar sinais de alerta, fornecer apoio e recursos às pessoas em risco e reduzir a taxa de suicídio”, afirma.

Nesse sentido, a médica especializada em saúde mental aborda alguns aspectos que acredita serem essenciais para trazer mais luz ao tema, tais como: impactos da sociedade contemporânea na saúde mental; principais sinais e sintomas de que alguém possa estar com distúrbios psiquiátricos e psicológicos; a importância de buscar ajuda especializada para o diagnóstico e tratamento; ações preventivas que possam ser incorporadas no dia a dia para promover e manter a boa saúde mental; ações de combate ao estigma relacionado a doenças mentais, entre outros.

No que se refere aos impactos negativos da sociedade contemporânea na saúde mental, dra. Tamires destaca como o uso excessivo de tecnologia, mais especificamente de mídias sociais, tem contribuído para o desenvolvimento de quadros ansiosos e depressivos, ao estimular a comparação constante, o cyberbullying e a sensação de  isolamento. Pressões sociais e expectativas com relação ao sucesso, à aparência e ao desempenho; ambiente de trabalho com pressão constante; desigualdade e discriminação; e crises e eventos traumáticos, como a pandemia, são outras características da atualidade que contribuem para que mais e mais pessoas sofram de distúrbios mentais.

Sobre sinais e sintomas associados a distúrbios psicológicos e psiquiátricos, a médica especializada em saúde mental destaca que os mais comuns são: alterações significativas no comportamento, como retirada de atividades que costumava desfrutar; flutuações de humor intensas ou persistentes; problemas de sono, como insônia ou excesso de sono; mudanças no apetite; fadiga extrema; dificuldade de concentração; pensamentos obsessivos e outros. “No entanto, é importante lembrar que os sinais podem variar amplamente de um indivíduo para o outro e que a presença de um ou mais sinais não indica necessariamente um problema de saúde mental”, diz.

Dra. Tamires ressalta, porém, a importância de familiares e amigos ficarem atentos e oferecerem apoio quanto detectarem possíveis sinais. Algumas maneiras de ajudar, segundo a médica especializada em saúde mental, é colocar-se à disposição, ouvir atentamente e evitar julgar e estigmatizar ou dar conselhos não solicitados. “Mostrar empatia e compreensão é fundamental, assim como respeitar a privacidade. Além disso, é aconselhável que amigos e familiares se eduquem sobre o assunto, aprendendo mais sobre a condição de saúde mental da pessoa, para que ofereçam um apoio mais certeiro”, afirma.

Mas talvez a melhor maneira de apoiar, segundo dra. Tamires, seja incentivar a pessoa a procurar tratamento profissional, seja psicoterápico, seja psiquiátrico. A médica especializada em saúde mental afirma que só profissionais de saúde mental são capazes de oferecer diagnóstico preciso e tratamento especializado. “Além de ser, muitas vezes, o único espaço seguro para quem sofre com distúrbios mentais expressar sentimentos, preocupações e medos”, diz.

Buscar apoio profissional é de suma importância também para ajudar a reduzir o estigma em torno da saúde mental, mostrando que se trata de uma preocupação legítima que merece atenção e cuidados. A médica especializada em saúde mental afirma que ainda hoje existem muitos equívocos a respeito do assunto, responsáveis por um forte impacto  negativo no diagnóstico, tratamento e recuperação dos pacientes., entre os quais acreditar que apenas pessoas “loucas” devem procurar se consultar com psiquiatras e/ou psicólogos.

Outras compreensões errôneas sobre o assunto são: achar que se pode lidar com problemas de saúde mental por conta própria; encarar a medicação como a única saída, ignorando a terapia psicológica; acreditar que terapia é eficaz somente para crises; e julgar quem faz tratamento psicológico como fraco. “É importante desmistificar esses equívocos e promover a ideia de que a busca de ajuda profissional é uma escolha sábia e corajosa para cuidar da saúde mental”, destaca dra. Tamires.

Segundo a médica especializada em saúde mental, para combater o estigma associado às doenças mentais é de suma importância também, a partir de um trabalho conjunto entre sociedade e instituições, adotar estratégias colaborativas que criem um ambiente mais acolhedor e informado sobre saúde mental e prevenção ao suicídio. Entre essas ações, dra. Tamires destaca: promover campanhas de conscientização; incorporar a educação sobre saúde mental nas escolas; e treinar profissionais de saúde, educadores, líderes comunitários e funcionários de instituições de saúde e organizações comunitárias.

São estratégias fundamentais ainda: estabelecer redes de apoio comunitário para pessoas com saúde mental; desenvolver políticas de saúde mental; criar ambientes de trabalho que promovam a saúde mental; oferecer apoio específico a grupos vulneráveis; garantir  serviços de saúde mental acessíveis financeiramente e sem estigmas; e promover em toda a sociedade uma cultura de empatia, compreensão e apoio mútuo, onde as pessoas se sintam à vontade para compartilhar suas experiências e buscar ajuda sem medo de julgamento.

Por fim, dra. Tamires ressalta a importância de as pessoas se conscientizarem que a saúde mental é parte fundamental do bem-estar geral e que cuidar dela deve ser uma prioridade na vida. Nesse sentido, a médica especializada em saúde mental indica algumas ações preventivas que podem ser incorporadas no cotidiano com o intuito de prevenir o desenvolvimento de doenças psicológicas, tais como: estabelecer uma rotina regular; exercitar-se regularmente; ter uma alimentação equilibrada; praticar o sono adequado; empregar técnicas de relaxamento; manter relações sociais; e manter o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

 


Dra. Tamires Cruz - graduada em Medicina (FMJ) e graduada e pós-graduada em Gestão e Administração Hospitalar (Estácio). Pós-graduação em Docência (Estácio), Especialização em Cuidados Paliativos (Instituto Paliar) e Saúde Mental (Estácio) com foco em Ansiedade e Depressão. Mestre e Doutoranda em Saúde Pública (Faculdade de Medicina - ABC/SP). 
Criadora do Método Saúde de Gigantes, metodologia que já ajudou centenas de pessoas no controle da ansiedade e tratamento da depressão, sem uso de remédios. Autora do Livro: Seja (im)perfeito, Editora Gente

 

Com o fim do inverno e a chegada da primavera, casos de catapora aumentam: saiba como se proteger

A doença é causada pelo vírus Varicela-Zóster, o mesmo que provocar a herpes zoster; para ambas, há vacinação disponível 


 

Doença comum entre crianças e altamente contagiosa, a catapora tende a ser registrada com mais frequência no fim do inverno e na chegada da primavera, que se inicia no próximo dia 23 de setembro. “Isso acontece porque, no período de frio, as pessoas se aglomeram mais, principalmente em ambientes fechados, o que facilita a transmissão por gotículas e aerossóis. E como o vírus tem um período de incubação de cerca de duas semanas, os casos acabam surgindo mais na transição deste período”, explica o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, informando que a doença é causada pelo vírus Varicela-Zoster. 

 

Na Bahia, em 15 de agosto a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) emitiu um alerta para o aumento dos casos da doença. De acordo com o órgão, desde o início do ano até o dia 12 do mês, foram notificados 443 casos de varicela, com coeficiente de incidência de 3,0 casos por 100 mil habitantes no estado. O público com maior incidência foi crianças menores de 1 ano (16,19 casos/100 mil hab.), seguido da faixa de 1 a 4 anos (8,69 casos/100 mil hab.) 

 

A catapora se manifesta por meio de manchas avermelhadas na pele que evoluem para bolhas pelo corpo. Pode causar também mal-estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre. Quando acomete um adulto, tem potencial mais grave e taxa de letalidade de 15 a 40 vezes maior que a verificada em crianças saudáveis, de acordo com o Centro de Informação em Saúde para Viajantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

 

Para ajudar a prevenir o aumento desses casos, o infectologista recomenda a vacina contra a varicela que está disponível nas redes pública e privada. O esquema de vacinação é feito em duas doses no intervalo de três meses. “O imunizante está indicado para as pessoas imunocompetentes suscetíveis e deve ser aplicada até 5 dias após o contato com o caso suspeito ou confirmado de varicela. Além disso, a imunoglobulina humana antivaricela-zoster (IGHAVZ) está indicada para as crianças menores de 9 meses, gestantes suscetíveis e imunocomprometidos, devendo ser administrada até 4 dias depois do contato com o caso suspeito ou confirmado de varicela”, informa. 

 

Bastos acrescenta que a imunização contra a catapora deve acontecer mesmo sem período de surto da doença, com recomendação da primeira dose a partir dos 12 meses de idade e, a segunda dose, três meses depois.  O imunizante apresenta eficiência acima de 90%. 


 

Herpes-zoster  

 

Também associado ao vírus da catapora, o herpes zoster, conhecido como “cobreiro”, acontece com a reativação do vírus da Varicela-Zoster, que permanece latente no corpo durante os anos. Sua principal complicação é a neuropatia pós-herpética, responsável pela dor crônica, duradoura, de difícil controle e muito debilitante. Geralmente, o vírus reaparece em episódios de imunidade baixa ou estresse. A doença pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum após os 50 anos.  

 

Aprovada nos Estados Unidos e autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o imunizante contra a herpes zoster, chamada de Shingrix, tem eficácia de 97%. É administrada em duas doses, com o intervalo de dois meses. A vacina é indicada para indivíduos a partir de 50 anos (quando a imunidade começa a enfraquecer de forma natural), sobretudo aqueles que tiveram contato com o vírus Varicela-Zoster no passado, e também para pessoas com mais de 18 anos que possuem algum tipo de imunossupressão – pessoas que tiveram alguma infecção viral (como Covid-19); portadoras de comorbidades (HIV, esclerose múltipla, lúpus, câncer, diabetes etc.); ou que vão se submeter a transplantes de medula óssea ou outros órgãos. 

 

 

 

Grupo Sabin  

 

Pesquisa revela que mais de 1,2 milhão de pessoas sofrem de Alzheimer no Brasil

Celebrado em 21 de setembro, o Dia Mundial do Alzheimer tem como objetivo trazer conscientização e prevenção sobre a doença



O Ministério da Saúde divulgou recentemente que atualmente cerca de 100 mil casos de Alzheimer são diagnosticados por ano no Brasil. A pesquisa ainda revela que mais de 1,2 milhão de brasileiros sofrem de Alzheimer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca uma tendência preocupante de aumento nos diagnósticos, atribuída ao envelhecimento da população. Projeções da Alzheimer’s Disease International indicam que esses números podem chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050.

 

A neurocirurgiã Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), explica que o Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que provoca a deterioração do cérebro. “A causa é desconhecida, mas a medicina entende que seja genética. A doença acontece quando proteínas do cérebro começam a ser mal processadas. Surgem fragmentos de proteínas, que se tornam tóxicos e começam a prejudicar o funcionamento do cérebro devido à perda de neurônios”. 

 

Os principais fatores de risco da doença são a idade, o histórico familiar e a baixa escolaridade. Danielle ainda informa que a recomendação para prevenir a doença é manter a mente ativa através de jogos, leitura ou estudo. “Atividades em grupo, exercícios físicos e uma alimentação saudável também são recomendados. Cigarro e bebidas alcoólicas devem ser evitados”.

 

Sintomas e tratamentos 

 

Além da perda de memória, Danielle alerta que os sintomas de Alzheimer incluem problemas para completar tarefas que antes eram fáceis, dificuldades para a resolução de problemas, mudanças no humor ou personalidade; afastamento de amigos e familiares, problemas com a comunicação, tanto escrita como falada, confusão sobre locais, pessoas e eventos, alterações visuais, como problemas para entender imagens.

“É indicada uma visita ao médico quando além da falta de memória recente a pessoa começa a repetir a mesma pergunta com frequência, quando se perde ao dirigir mesmo conhecendo o caminho e começa a ter dificuldade para se expressar no dia a dia, como ao não recordar as palavras que quer usar. Além disso, o paciente pode estar irritado ou agressivo”, alerta.

 

Danielle ainda informa que o diagnóstico precoce pode trazer melhora nos sintomas e estabilização da doença, que é progressiva.

 

 

Danielle de Lara - Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de "MinimallyInvasiveSkull Base Surgery" em "The Ohio StateUniversityMedicalCenter", Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.


Alzheimer: uma doença que afeta mais de 1,2 milhão de brasileiros

Segundo a ABRAz, a presença de comorbidades como diabetes, pode aumentar a suscetibilidade a doença  


No dia 21 de setembro, o Brasil e o mundo se unem para lembrar e refletir sobre uma das doenças mais desafiadoras da atualidade:o Alzheimer. A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente a memória, o raciocínio, o pensamento, o comportamento das pessoas e a capacidade de realizar atividades cotidianas. 

 

No Brasil, estima-se que mais de 1,2 milhão de pessoas vivam com Alzheimer, e esse número tende a crescer à medida que a população envelhece. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a demência já figura como a sétima principal causa de morte em todo o mundo, e em muitos países está se tornando a principal causa. Dados da Associação informam que é preocupante que quase 62% dos profissionais de saúde ainda, erroneamente, associam a demência ao envelhecimento normal. 

 

“Um número que destaca a necessidade de aumentar a conscientização da população sobre os impactos da doença, seus sintomas, tratamentos e, acima de tudo, a importância do apoio às pessoas que enfrentam essa condição”, frisou o mestre em Psicologia: Cognição e Comportamento e psicoterapeuta, Lucas Matias Felix. 

 

Sintomas e fatores de risco 

 

De acordo com o especialista, problemas de memória, confusão mental e desorientação são comuns nos estágios iniciais. “Conforme a doença progride, os pacientes podem enfrentar dificuldades para realizar tarefas simples do dia a dia, como se vestir ou preparar refeições”, falou Lucas. 

 

A doença não prejudica apenas a memória; acrescenta Lucas, “ela também afeta as emoções e a personalidade das pessoas. Os pacientes podem experimentar mudanças de humor, ansiedade, depressão, agitação e, em estágios avançados, dificuldades de comunicação”.

 

Segundo a ABRAz, dentre os fatores de risco associados ao aumento de casos de DA, destacam-se a idade avançada, histórico familiar da doença e determinados fatores genéticos. A presença de comorbidades como diabetes e hipertensão também pode aumentar a suscetibilidade.

 

Cuidados

 

Embora ainda não haja cura para o Alzheimer, existem tratamentos e estratégias que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e retardar a progressão da doença. Isso inclui medicamentos, terapias ocupacionais, atividade física, treino cognitivo e estimulação cognitiva.

 

Através de uma ação interprofissional, a equipe de saúde, por exemplo, enfermeiros, neurologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos se unem e focam na adaptação e na manutenção da funcionalidade do paciente. 

 

“A Psicologia proporciona suporte emocional, treinamento e reabilitação cognitiva, além de promover a adaptação e oferecer estratégias fundamentais na vida dos indivíduos afetados pela doença”, explica Lucas Matias, que também é professor e coordenador do curso de Psicologia da Unex - Centro Universitário de Excelência, em Vitória da Conquista. 

 

O acompanhamento da Fisioterapia é fundamental para preservar a funcionalidade do paciente e minimizar possíveis incapacidades, esclarece a fisioterapeuta e professora do curso de Fisioterapia da UniFTC Juazeiro, Juliana Landim. “Tanto ao prescrever exercícios para estimular a função musculoesquelética e sensorial, quanto para incentivar a manutenção da participação social, além de manejar fatores ambientais que possam ser adaptados para promover ao paciente maior independência”. 

 

A enfermeira e professora do curso de Enfermagem da UniFTC Juazeiro, Angely Alencar, enfatiza que é importante respeitar os desejos e autonomia do idoso, assim como, entender como era a rotina antes do desenvolvimento da doença para tentar minimizar as mudanças. 

 

“Cabe a Enfermagem manter cuidados para conforto e alívio da dor, se necessário. Estimular atividades diárias, como por exemplo, calendário para ajudar na orientação temporal, leituras, promover interatividades, entre outros. É necessário estimular o paciente a se expressar sempre em relação às suas emoções e dores, além de dar suporte e acolhimento ao idoso e seus familiares”, informou Angely. 

 

Atendimentos

O sistema público de saúde oferece atendimento à população. A Unidade Básica de Saúde (USB) é a porta de entrada para os serviços, onde o paciente com Alzheimer tem o seu atendimento inicial e caso necessite será referenciado a outros serviços através das redes de saúde para continuidade do cuidado.


Irmãos de rim: doação de órgãos cria laços entre transplantados para toda vida

Pacientes Rômulo e Cleverson entraram no Hospital Universitário Cajuru
 sem se conhecerem e saíram de lá unidos por um laço de irmandade

Créditos: Arquivo pessoal


Com mais de 4,2 mil transplantes de órgãos no primeiro semestre, Brasil desponta como líder mundial e reúne histórias de pessoas que tiveram nova chance após cirurgia


Em agosto de 2023, a doação de órgãos mudou a vida de dois paranaenses para sempre. A notícia de que um rim esperava por cada um deles, veio seguida de uma surpresa. Após receberem o órgão do mesmo doador, os pacientes Rômulo Messa Cardoso e Cleverson Meiras de Souza entraram no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), sem se conhecerem e saíram de lá unidos por um laço de irmandade. "Recebi uma nova chance de viver e, ao mesmo tempo, alguém com quem compartilhar essa jornada de recuperação. Um irmão de rim que logo se tornou um amigo para conversar, dar risadas e fazer planos", conta Rômulo, de 33 anos, que começou a apresentar refluxo urinário na infância.

Mais do que irmãos de rim, os pacientes também se tornaram vizinhos. Natural de Foz do Iguaçu, interior do Paraná, Cleverson precisou encontrar uma casa para morar próximo da capital paranaense durante os três meses após a cirurgia. Foi no hospital que ele descobriu que seu novo endereço seria ao lado de Rômulo, em Araucária. "Ele não poupou esforços para me ajudar e, por meio dessa constante troca de informações e experiências diárias, está se consolidando uma amizade verdadeira que sei que vou carregar comigo para sempre", afirma Cleverson, de 32 anos, que estava há mais de três anos aguardando por um rim.

Para que transplantes como o de Rômulo e Cleverson deem certo, são muitos os profissionais que correm contra o tempo nos bastidores do processo de doação de órgãos. São parte fundamental equipes como a do laboratório de imunogenética do Hospital Universitário Cajuru, que é considerado referência da Central de Transplantes do Paraná, ao atender um total de vinte equipes transplantadoras de rim, pâncreas, coração, pulmão e medula óssea. "Com a mais avançada tecnologia disponível no mercado, realizamos exames de compatibilidade e fazemos a avaliação imunológica do paciente nas fases pré e pós-transplantes. É a partir do cruzamento desses dados e de diversos critérios, como gravidade, compatibilidade e tipagem sanguínea, que se define e seleciona a lista dos pacientes", explica a imunogenicista e diretora do laboratório, Cristina Von Glehn.


Ato de amor

Movida pelo amor à irmã mais velha, a enfermeira Daniela Ribas, de 31 anos, doou uma parte de si no momento em que a saúde de Rosângela Fernandes mais precisava. A ligação entre elas se tornou ainda mais forte, a partir do transplante renal realizado em 29 de agosto de 2022, no Hospital Universitário Cajuru. A doação em vida apenas foi possível porque a doadora apresentava compatibilidade com a paciente e boas condições de saúde. "Ver minha irmã sofrendo com a doença renal crônica e dependendo da hemodiálise me fez não ter dúvidas de que precisava ajudá-la. Sem que ela soubesse, solicitei o exame de histocompatibilidade para o nefrologista responsável e, dias depois, chorei de emoção ao descobrir que poderia ser a doadora", revela Daniela, que trabalha no mesmo hospital onde o transplante foi realizado.

De mãos dadas no pré-operatório, a união das irmãs foi selada para toda a vida. Após mais de 12 meses de espera por um rim, Rosângela pode voltar a aproveitar os momentos em família e fazer novos planos. "Ter a Daniela como minha doadora traz uma emoção que vai além do que conseguiria expressar em palavras. Nunca vou deixá-la esquecer que, se estou aqui hoje, é porque ela tomou uma decisão grandiosa e salvou a minha vida. Para ela, toda a minha gratidão e amor", reconhece a transplantada renal, de 40 anos, que convive com a diabetes tipo 1 desde jovem.


Da insuficiência renal até o transplante

O Brasil desponta como um dos líderes mundiais em transplante e retoma os índices pré-pandemia. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), foram quase 26 mil transplantes de órgãos, tecidos e medula óssea em 2022 e, apenas no período de janeiro e junho de 2023, foram realizadas cerca de 14,1 mil cirurgias, sendo mais de 2,8 mil delas relacionadas ao rim. Dentro dessa operação, o Hospital Universitário Cajuru, que atende exclusivamente pelo SUS, é referência e já realizou 36 transplantes renais nos primeiros oito meses deste ano. “A excelência da equipe de transplante torna possível que, entre 95% e 98% dos casos, haja sobrevida do enxerto e do paciente ao longo do primeiro ano", afirma o nefrologista e coordenador do serviço de transplante renal, Alexandre Tortoza Bignelli.

O transplante de rim é a única opção quando o órgão não funciona nem se recupera com tratamentos convencionais. Causada principalmente pela pressão arterial alta e diabetes, a doença renal crônica afeta a capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue e implica na necessidade de hemodiálise para realizar essa função. Quando o prejuízo é irreversível e grave, a saída é o transplante: um procedimento de alta complexidade, que exige muita competência médica, estrutura hospitalar e solidariedade humana. "Toda uma equipe multidisciplinar se envolve para que pacientes deixem a condição de dependência de uma máquina para enfim serem reinseridos na sociedade. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e tantos outros profissionais que gerenciam a lista, avaliam pacientes, preparam e fazem o acompanhamento pós-cirúrgico", contextualiza Bignelli.

Para que a vida continue, uma única conversa declarando-se doador pode mudar tudo. No Brasil, o número de doações tem aumentado e batido recorde ao alcançar uma média de 19,2 doadores por milhão de habitantes no primeiro semestre deste ano. Neste cenário, o Paraná é o estado com maior número de doações efetivas de órgãos para transplantes em 2023, com a marca de 42,5 doadores por milhão de população. Para Rômulo, Cleverson e Rosângela, a resposta afirmativa foi o ponto de partida para um novo começo após o transplante renal. "Dizer sim para a doação de órgãos é respeitar a decisão do ente querido que faleceu e dar uma nova chance para quem aguarda na lista de espera", defende Rômulo. Da mesma forma, Cleverson faz um pedido: "É o momento de as pessoas conversarem com seus familiares e declararem o desejo de serem doadores". 

 

Setembro: Mês da conscientização sobre a Síndrome de Ovários Policísticos


Especialista em fertilidade esclarece acerca de sintomas e tratamentos para a condição


Queda de cabelo, acne, ganho de peso, pelos no rosto e irregularidade menstrual – o verdadeiro "combo" que pode vir com a Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), um distúrbio hormonal que afeta cerca de 2 milhões de brasileiras, poderia parar por aí, mas é capaz de se traduzir, ainda, em ramificações que incluem depressão e problemas no futuro, como diabetes e doenças cardiovasculares. Por ser uma ocorrência comum no mundo todo, afetando as mulheres em idade reprodutiva, é cada vez maior a necessidade de informação acerca da Síndrome e setembro foi considerado o mês de conscientização sobre ela. 

A SOP é uma Síndrome heterogênica, ou seja, a apresentação dos sintomas pode variar. É o que explica a ginecologista e obstetra, especialista em Reprodução Humana e integrante da Famivita, Dra. Malu Frade. Entre os indícios da condição, estão ciclos anovulatórios, isto é, onde há ausência de ovulação, menstruações escassas e irregulares (amenorreia ou oligomenorreia), maior quantidade de pelos inclusive no rosto, presença de acne fora da adolescência, ovários com cistos característicos da condição e dificuldade para engravidar.

"Por isso, a procura por atendimento normalmente decorre de diferentes motivos. Elas podem estar preocupadas, por exemplo, com a irregularidade menstrual, com o excesso de pelos, com a obesidade, com essa gravidez que demora a chegar, ou com a acne persistente. Dessa forma, dependerá de como a SOP afeta o cotidiano da paciente, sendo interessante o acompanhamento com diversos profissionais, se possível, para que haja uma melhoria na qualidade de vida", apontou a Dra. Malu. 

Vale lembrar que no quadro clínico da SOP, é observado um aumento da resistência à insulina, conforme acrescentou a especialista da Famivita. Basicamente, quando isso acontece, o açúcar tem mais dificuldade para entrar nas células e, no sangue, isso representa mais glicose circulando. “Por consequência, os ovários passam a produzir mais hormônio androgênico, o que pode significar um acréscimo em relação à acne ou pelos. Também por essa razão, há maiores chances de quem tem SOP desenvolver diabetes”, revelou. 

No que se refere à gravidez, a médica endossou que mulheres com a Síndrome podem ter desde a diminuição até a parada dos ciclos ovulatórios e, consequentemente, da menstruação, de modo que há uma redução de ciclos em que existe a liberação do óvulo. Na prática, quem menstrua a cada 3 meses, por exemplo, usualmente ovula somente a cada 3 meses. Ou seja, a mulher conta com apenas 4 ovulações ao ano, diminuindo de modo expressivo a possibilidade de engravidar.

"Todavia, a paciente com SOP apenas é considerada infértil caso esteja com um padrão de ovulação restaurado e tentando engravidar há mais de um ano, sem sucesso. Lembrando que as mulheres que buscam gestar e possuem ciclos não ovulatórios, precisam do uso de medicamentos para induzir a ovulação e isso deve ser feito com indicação e acompanhamento médico", advertiu. A Dra Malu enfatizou, contudo, que a infertilidade é sempre investigada do ponto de vista conjugal, ou seja, a saúde do casal como um todo é avaliada. 

Segundo a especialista, a primeira linha de tratamento para a SOP é a modificação no estilo de vida, com uma alimentação que seja saudável, restringindo principalmente o consumo de açúcar, carboidratos e gorduras trans, além da promoção de atividade física regular. Já entre as opções farmacológicas, figuram a administração de hormônios, sensibilizadores de insulina e substâncias como o mio-inositol, entre outras.  


SOP ontem e hoje

O conhecimento acerca da SOP remonta à 1935, com a descrição original feita pelos ginecologistas americanos Irving Freiler Stein (1887-1976) e Michael Leo Leventhal (1901-1971), após observação dos ovários policísticos, em mulheres inférteis e obesas com sinais de “hiperandrogenismo” – como é chamado o aumento dos níveis de hormônios masculinos no corpo feminino. Ainda hoje, porém, passado tanto tempo desde os primeiros relatos, a causa permanece desconhecida. 

Inúmeras pesquisas seguem sendo efetuadas no sentido de ampliar os saberes sobre a SOP. Algumas das mais recentes mostram que ela pode levar a variadas complicações ao longo da vida. Estima-se, por exemplo, que mais de 50% das mulheres com SOP se tornarão diabéticas ou pré-diabéticas antes dos 40 anos. 

Noutra vertente, alguns estudos apontaram que mulheres com SOP apresentam risco três vezes maior de câncer endometrial e também podem estar em risco aumentado para câncer de ovário e de mama. Outros trabalhos destacaram, igualmente, que as tentativas de suicídio são até sete vezes mais comuns em mulheres com SOP do que para outras mulheres, devido aos sintomas de ansiedade e depressão.

É digno de nota que pesquisas sugeriram a possibilidade da doença ser de ordem genética, por isso, mulheres que têm casos de SOP na família dispõem de um motivo adicional para visitar o médico periodicamente.


SOP e Setembro

Desde 2018, o mês de setembro foi escolhido pela Associação Nacional da Síndrome dos Ovários Policísticos (NPCOSA, na sigla em inglês), entidade baseada nos EUA e de referência mundial, com a premissa de oportunizar uma maior educação ligada ao tópico, ajudando as pessoas a superar seus sintomas, bem como atuando na prevenção e redução de riscos no que concerne às doenças relacionadas. 

A ideia é especialmente evitar atrasos no diagnóstico, garantindo que as pacientes recebam informações médicas fiáveis pertinentes à condição. Isso porque a preocupação maior das instituições que lidam com a saúde é fazer uma alerta para que as mulheres não sejam apenas diagnosticadas e tratadas corretamente pelos seus sintomas atuais (a exemplo de acne, hirsutismo e irregularidade menstrual), mas, igualmente, tenham acesso a orientação para continuarem cuidando, ao longo de suas vidas, dos riscos da resistência à insulina e das alterações, por exemplo, no sistema cardiovascular.

A edição da campanha em 2023 salienta o impacto do conhecimento das pacientes na luta contra a Síndrome. Os objetivos centrais da iniciativa dizem respeito à educação e apoio às pacientes, ao desenvolvimento de estudos e medicamentos focado nelas, bem como numa melhor comunicação na relação médico-paciente.  


Como o estresse crônico afeta o ciclo menstrual

Estudo publicado na revista Fertility and Sterility mostrou relação entre altos níveis de estresse e um risco aumentado de anovulação

           

Um estudo recente feito pela American University of Beirut Medical Center (AUBMC) avaliou o impacto de vivenciar uma situação de guerra, envolvendo mulheres com idade entre 15 e 45 anos. O estudo constatou que o estresse crônico, causado pelo trauma, resultou em anormalidades menstruais de 10% a 35% das participantes. 

Já uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, identificou que 77% das brasileiras tiveram irregularidades no ciclo menstrual durante a pandemia, devido à exposição ao estresse agudo e prolongado. 

Segundo Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, membro da FEBRASGO, especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, em Infertilidade pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre; o estresse crônico tem sido associado a uma variedade de problemas de saúde, incluindo a irregularidade menstrual. 

“A sobrecarga de ansiedade e estresse gera mudanças no número de dias do ciclo menstrual, número de dias de menstruação, fluxo menstrual, coloração e odor da menstruação, além de alterações na libido”, afirma o médico. 

Um estudo publicado na revista Fertility and Sterility identificou uma relação entre altos níveis de estresse e um risco aumentado de anovulação (falta de ovulação), o que pode levar a irregularidades menstruais.

 

Como isso acontece

Segundo o ginecologista, as emoções estão ligadas à mesma região do cérebro responsável pela produção e controle de hormônios que regulam o ciclo menstrual. 

Quando o corpo é colocado sob pressão constante ou excessiva, ele secreta hormônios do estresse, como o cortisol, que altera os padrões de secreção de um hormônio chamado GnRH que, consequentemente, afeta a liberação de dois outros hormônios essenciais ao funcionamento ovariano e a ovulação: o luteinizante (LH) e o folículo estimulante (também conhecido como FSH). 

“Quando os níveis de LH e FSH são baixos, os ovários podem não produzir estrogênio adequado para ocorrer a ovulação e, consequentemente, a menstruação, causando as alterações no ciclo menstrual. Essas alterações não resultam necessariamente na cessação total do ciclo menstrual, podendo ocasionar desde o início do sangramento antes do esperado (ciclos mais curtos) até atrasos menstruais que duram meses”, conta Carlos Moraes. 

De acordo com o especialista, o atraso não acontece com quem faz uso de pílulas anticoncepcionais. “Isso porque elas fazem com que as mulheres tenham uma menstruação ‘artificial’, ou seja, a menstruação não acontece pelos hormônios naturais, mas pela ingestão de hormônios contidos na pílula (estrogênio e progesterona) e independe do funcionamento do ovário”. 

Dito isso, o estresse repentino ou prolongado pode ter grandes efeitos nos hormônios reprodutivos, sendo uma maneira de proteção e preservação do corpo em momentos de ansiedade intensa, tornando improvável que uma mulher engravide durante estes períodos.

 

Exclua antes outras causas do atraso menstrual

Segundo o médico, qualquer mulher com atraso menstrual, que não utiliza nenhum contraceptivo, deve primeiro excluir a hipótese de uma gestação. 

Excluída a gravidez, é preciso considerar outros fatores que também podem atrasar ou até interromper a menstruação, como distúrbios da tireoide, síndrome dos ovários policísticos (SOP), transtornos alimentares (que podem inibir a produção de certos hormônios e interferir no ciclo menstrual), entre outras causas.

 

O que fazer

De acordo com Carlos Moraes, a mulher deve realizar, durante 3 meses, registros dos ciclos menstruais e dos sintomas relacionados. Se os ciclos continuarem anormais, marque consulta com seu médico. Mas, se houver parada total da menstruação, vá ao especialista antes desse período. 

Em relação às alterações causadas pelos impactos no estado emocional, segundo a psicóloga Monica Machado, fundadora da Clínica Ame.C e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein; é crucial adotar estratégias de gerenciamento de estresse. 

“O ideal é incluir atividades como exercícios físicos regulares, meditação, yoga e terapia com um profissional de saúde mental. Muitas vezes, a mulher não consegue lidar sozinha com um estresse crônico, que pode se prolongar e desencadear quadros mais graves de transtornos mentais, comprometendo não só o ciclo reprodutivo, mas diversas funções orgânicas”, finaliza Monica Machado.

 

HPV também pode afetar a garganta e acometer recém-nascidos

Muito se fala sobre o vírus HPV, sobretudo no que se refere aos riscos de câncer de colo de útero em mulheres e à relação que tem com a sua transmissão sexual. O tema, entretanto, é bem mais amplo do que as pessoas geralmente imaginam. Há várias outras especialidades da Medicina que também estudam esse tipo de infecção – e uma delas é a Otorrinolaringologia.

Isso porque o HPV também pode se manifestar nas mucosas da garganta. Trata-se da Papilomatose Respiratória, uma condição rara ocasionada pelo mesmo vírus, que afeta o sistema respiratório, principalmente a laringe. A principal característica é formação de verrugas no tecido infectado, que podem chegar a obstruir a passagem de ar pela via aérea, além de potencializar a evolução para um quadro clínico de câncer.

A maior preocupação se dá em relação aos bebês, que podem ser infectados pelo vírus durante o trabalho de parto. Por terem uma estrutura faringolaríngea mais estreita, a evolução do crescimento das verrugas pode obstruir a passagem do ar com maior rapidez. Os principais sintomas são rouquidão, tosse crônica e dificuldade para respirar.

Em adultos, a incidência é mais comum entre pessoas de 30 a 40 anos e ocorre através da atividade sexual. Os sintomas, contudo, aparecem de forma mais branda. Embora também possam apresentar rouquidão progressiva, os pacientes raramente desenvolvem insuficiência respiratória ou precisam de procedimentos de urgência. Geralmente, as lesões são menos exuberantes e crescem mais lentamente.

Em ambos os casos, porém, o diagnóstico segue o mesmo rito: o primeiro passo é a realização de um exame de videolaringoscopia para visualizar a região. Através desse procedimento, é possível identificar a lesão ocasionada pelo HPV, que, na maioria das vezes, é muito característica e fácil de reconhecer. Elas se assemelham a cachos de uva ou verrugas com pequenos pontos escuros e podem estar restritas a uma porção da laringe ou afetar mais locais, como as pregas vocais, as pregas vestibulares e a epiglote.

A confirmação do diagnóstico requer a retirada da lesão e análise histológica dos fragmentos.

Quanto ao tratamento, o principal método é a microcirurgia de laringe, podendo-se associar medicações adjuvantes para aumentar a eficiência do resultado cirúrgico. Ainda assim, podem ocorrer múltiplas recidivas e, por isso, os tratamentos costumam ser longos e requerem acompanhamento periódico, até que seja confirmada a total remissão da doença.


Dr. Domingos Tsuji - médico otorrinolaringologista especialista em Saúde da Voz, docente associado da Faculdade de Medicina da USP e diretor fundador do Voice Center do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Oito coisas que você precisa saber sobre diástase

O estufamento da região abdominal, que caracteriza o problema, tem diferentes faces. Entenda melhor a questão para saber qual a melhor solução para cada caso

 

Diástase. Eis um problema que pode atingir homens e mulheres, provocando o abaulamento ou estufamento da região abdominal. Trata-se do afastamento do par de músculos reto abdominais, que vão do tórax ao púbis, projetando o abdômen à frente. É especialmente comum em mulheres no pós-parto, podendo afetar 30% delas nessas situações. 

Para que não haja mais dúvidas sobre a questão e de modo a ajudar a encontrar a melhor solução para o problema, Dr. Laercio Guerra, cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, esclarece os principais pontos sobre ele:

 

1.Gravidez. A diástase por conta da gestação pode ocorrer pelo próprio aumento do volume abdominal. Gestações múltiplas, gestação de gêmeos ou ganho de peso acima do indicado pelos ginecologistas em geral (superior a 12 Kg) favorecem seu aparecimento.

 

2.Avaliação. A palpação abdominal, feita por um médico com conhecimento de causa, pode identificar o problema. Mas a confirmação passa por exames de imagem como uma tomografia ou uma ultrassonografia da parede abdominal, que também avaliam a dimensão da diástase. Eles determinam, em centímetros, o tamanho do afastamento da parede abdominal.

 

3. Solução. Diástases pequenas, variando entre 1 e 2 cm, podem ser solucionadas com um programas de exercícios isométricos, quando apenas se contrai a musculatura abdominal, sem movimento, orientado por um profissional que entenda do assunto. A ideia é promover a hipertrofia (aumento da musculatura). “Em caso de diástases superiores a 2,0 cm, a solução é a cirurgia de reposicionamento da musculatura, já que a hipertrofia não é suficiente para fechar a parede abdominal, pois passa a ser um problema anatômico”, diz Dr. Laercio. Nos casos cirúrgicos, a principal abordagem é feita por cirurgias de abdominoplastia ou mini abdominoplastia, em que, além do fechamento da diástase, se garante o tratamento do excedente de pele no abdômen com sua retirada.

 

4. Tecnologia. A medicina evoluiu de modo a oferecer tratamentos muito interessantes para pacientes que têm diástase associada à flacidez leve a moderada, sem excesso de pele. Por exemplo: a cirurgia robótica, menos invasiva, que compreende três incisões de 0,8 cm. Esse tipo de intervenção evita cicatrizes longas, que eram comuns após uma abdominoplastia, até então necessária mesmo para pacientes sem excesso de pele.

 

5. Gordura. Pode ser eliminada de forma complementar à diástase, com lipoaspiração ou com a chamada lipoabdominoplastia, quando retira-se também o excesso de pele, melhorando, assim, o contorno corporal.

 

6. Exceções. A diástase é mais comum pós gestação, mas também pode ocorrer em caso de fraqueza da musculatura abdominal, algo comum em pessoas sedentárias. Ou, ainda, quando há aumento de peso, com acúmulo de gordura visceral, próxima aos órgãos internos. Isso, evidentemente, pode provocar o afastamento da musculatura abdominal, tanto em homens quanto em mulheres.

 

7. Homens. A causa mais comum neles é a fraqueza da parede abdominal e o acúmulo da gordura visceral, que faz com que o problema seja bem visível por formar o que é popularmente conhecido como “barriga de chope”. Nesse segundo diagnóstico, a primeira indicação de tratamento é um programa de emagrecimento e não uma lipoaspiração, como muitos acham, pois trata-se de uma gordura, digamos, mais profunda, e não depositada entre a pele e a parede muscular. Se o problema persistir, passa-se a pensar em cirurgia. “Diástases em homens não costumam estar associadas à flacidez e principalmente ao excesso de pele, que promove aquela barriga caída. Assim, uma excelente opção pode ser a cirurgia robótica, que, além de resolver a questão, é menos invasiva, como se sabe”, sugere. Dr. Laercio.

 

8. Prevenção. Passa pelo controle de peso, inclusive durante a gestação, seguindo orientação médica, e também pelo fortalecimento da parede abdominal. Obviamente, tudo isso está ligado a adoção de hábitos saudáveis que pedem cuidados com a alimentação e a prática regular de exercícios. 



Dr. Laercio Guerra - Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, Dr. Laercio Guerra fez Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Geral do Grajaú e, em Cirurgia Plástica, no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica com Título de Especialista em Cirurgia Plástica. Foi médico colaborador do Serviço de Cirurgia Plástica Reparadora do Hospital do Prenda em Luanda, Angola. Atualmente, tem uma clínica privada, e é responsável pelo Núcleo de Cirurgia Plástica da Clínica Mantelli e atua nos principais hospitais de São Paulo com foco em cirurgia corporal, especialmente as que envolvem o Mommy Makeover. É idealizador do Aurora By Evive, programa multidisciplinar de cuidado para mulheres que desejam se sentir mais confiantes após a gestação, com o propósito de harmonizar o corpo e aumentar a autoestima. O programa oferece uma trilha de transformação completa composta por uma plataforma de autoavaliação, consulta (presencial ou online), telemonitoramento com equipe multidisciplinar de grande experiência, canal exclusivo de atendimento e concierge Aurora.
CRM 101095 – RQE 25783

Posts mais acessados