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sábado, 3 de junho de 2023

Luxação no Quadril: conheça os sintomas, causas e diagnóstico

No Brasil, 1 a 2 crianças podem desenvolver displasia do desenvolvimento (luxação) para cada 100 nascidos

 

 

A luxação no quadril é uma lesão dolorosa que pode afetar pessoas de todas as idades e comprometer significativamente sua qualidade de vida. Mas como ocorre a luxação do quadril? Acontece quando a articulação do quadril fica fora do lugar correto, ou seja, a cabeça femoral se desloca do acetábulo. Apesar de não ser tão frequente, é considerado um quadro grave e necessita de atendimento médico urgente.

 

Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia do quadril e presidente da Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ), Marco Pedroni, os sintomas mais comuns incluem dor intensa no quadril afetado, dificuldade ou incapacidade de mover a perna, incapacidade de sustentar peso sobre o membro, perna encurtada ou virada para fora e ao redor do quadril.

 

“Existem várias causas que podem levar à luxação no quadril. Os principais incluem traumas graves, como quedas, acidentes automobilísticos ou lesões esportivas. A luxação também pode ocorrer em pessoas com condições médicas prévias, como displasia do quadril, osteoartrite ou doenças neuromusculares", afirma Pedroni.

 

Segundo o Presidente da SBQ, o diagnóstico da luxação no quadril é realizado por um médico especialista qualificado, geralmente um ortopedista. O médico fará um exame físico detalhado, além de solicitar exames de imagem, como radiografias ou tomografia computadorizada, para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão.

 

Marco explica que o tratamento da luxação no quadril geralmente envolve a realocação do osso da coxa em sua posição correta na articulação. “Esse procedimento, conhecido como redução, é realizado por um médico ortopedista treinado e após o procedimento pode ser necessária proteção de carga ou abordagem cirúrgica, a depender da estabilidade da articulação e/ou da presença de fragmentos dentro da articulação.”, concluiu.

 

No Brasil, 1 a 2 crianças podem desenvolver displasia do desenvolvimento (luxação) para cada 100 nascidos. Quando a displasia do desenvolvimento do quadril (luxação) é detectada no nascimento, geralmente pode ser corrigida com o uso de um suspensório ou cinta. Se o quadril não é deslocado no nascimento, a condição pode não ser notada até que a criança comece a andar. Neste momento, o tratamento é mais complicado, com resultados menos previsíveis. Pois os métodos de tratamento dependem da idade da criança.

 

O especialista reforça que para mais informações sobre luxação no quadril, seus sintomas, causas, diagnóstico e tratamento, é recomendável consultar um profissional médico qualificado e membro da Sociedade Brasileira do Quadril. 

 


 

Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ)

 

 

Cirurgião plástico comenta procedimento estético que levou a modelo Lygia Fazio a morte

“Infelizmente muitas pessoas ainda são iludidas por este procedimento criminoso que é realizado por pessoas inescrupulosas”, afirma Dr. Luiz Haroldo Pereira sobre o silicone industrial, material ilegal e fatal que deixou a modelo mais de 100 dias internada 

 

A ditadura da beleza segue fazendo vítimas. Na última quarta-feira (31), Lygia Fazio, jornalista ex-assistente de Marcos Mion, com apenas 40 anos, entrou para a estatística de mulheres que morreram por complicações devido a aplicação de silicone industrial. De acordo com Dr. Luiz Haroldo Pereira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, casos como este se devem a uma perigosa combinação de sociedades médicas clandestinas, pacientes desinformados, a ânsia por um corpo impecável, entre outros fatores:

 

"É necessária muita cautela e paciência na decisão de se submeter a um procedimento estético ou o sonho pode virar pesadelo. Toda cirurgia tem uma possibilidade pequena de insucesso, mas o problema é que tem muitos falsos cirurgiões plásticos despreparados e sem título de especialista realizando estas cirurgias. Recebo muitos pacientes com complicações de lipoaspiração e de gluteoplastia. Uns 30% dos meus pacientes são de correção de complicações."

 

Silicone Industrial é proibido no Brasil

 

Além dos diversos níveis de informação expostos diariamente, existe um fato irrefutável sobre o uso de silicone industrial: de acordo com o Código Penal, a aplicação em pessoas é uma prática ilegal e constitui um crime contra a saúde pública, previsto como exercício ilegal da medicina, curandeirismo e lesão corporal.

 

Dr. Luiz Haroldo, alerta para os riscos dessas substâncias para a saúde do paciente: “São produtos que, quando injetados no corpo humano, não se tem controle sobre eles. É um grande erro que pessoas mal orientadas apliquem este tipo de tratamento. Para piorar, são realizados em locais inapropriados aumentando ainda mais os perigos à saúde.”

 

“Infelizmente muitas pessoas ainda são iludidas por este procedimento criminoso que é realizado por pessoas inescrupulosas que injetam produtos como silicone industrial e, na maioria das vezes, em forma de gluteoplastia”, alerta o médico.

 

Com mais de 40 anos de experiência, o cirurgião explica que os problemas por conta de produtos como silicone industrial, podem ser locais ou até mesmo sistêmicos.  “Locais são quando vemos endurecimento, eritema, infecção, alergia e migração deste produto, pois o silicone é um produto que migra por ação da gravidade ou por pressão sobre a área injetada. Também temos as complicações sistêmicas que são infecções locais graves ou mesmo a morte por injeção num vaso sanguíneo, levando a um caso de embolia pulmonar”. 

 

No caso de Lygia, a modelo passou cerca de 100 dias internada, e recentemente havia sofrido um AVC.

 

Dr. Haroldo recrimina a banalização da cirurgia plástica e a busca por padrões de beleza a todo custo: “A cirurgia plástica não é uma mercadoria, ela é uma prática médica, com todos os riscos e todos os benefícios. Na bioplastia não existe processo correto, apenas ilusão de que terá um resultado fantástico e profissionais negligentes. A finalidade do silicone industrial é limpar carros e pneus. Ser usado em pessoas é crime”. 

 

Cirurgia de retirada não é fácil

 

O médico conta ainda que a cirurgia de correção das complicações são delicadas: “Temos que aspirar esses produtos, retirar pedaços, tecidos comprometidos, e corrigir com enxerto de gordura e ou implante glúteo. Na lipoaspiração o tecido retirado é amarelo devido a cor da gordura e na aspiração da bioplastia vem sangue, gordura e silicone líquido em pequenos grumos ou pedaços. E nunca conseguimos retirar tudo, pois estes produtos se infiltram na musculatura causando endurecimento, tendo que muitas vezes, fazer cicatrizes imensas.”

 

Por isso, antes de se submeter a qualquer procedimento estético, é essencial verificar se o material que será utilizado tem registro na Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.  “A dica para quem quer um glúteo bonito é: procure um verdadeiro cirurgião plástico que faça enxerto de gordura, prótese de silicone ou associação das duas técnicas”, finaliza Dr. Luiz Haroldo. 

 

 

Dr. Luiz Haroldo Pereira - que atende em Copacabana, no Rio de Janeiro, é referência em cirurgia corporal e facial no Brasil. O médico já foi presidente regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) do Rio Janeiro, participou da banca de exames para título de especialista em cirurgia plástica durante 12 anos e, desde 2006, é membro da comissão de avaliação para médicos que desejam se torna titulares da SBCP, capacitados para realizar as cirurgias de abdominoplastia, lipoaspiração, implantes de silicone e outros procedimentos.

www.drluizharoldo.com.br/ 

www.instagram.com/luizharoldopereira 

 

Seus dentes possuem coloração alterada? Saiba quais são as possíveis causas e como reverter

Freepik
 As manchas dentárias podem ser amareladas, acastanhadas, escurecidas ou esbranquiçadas


O sorriso exerce grande influência na autoestima e em diversos aspectos da vida de um indivíduo. Além da estética, também está diretamente ligado à saúde e bem-estar, contribuindo para as relações interpessoais e até profissionais das pessoas. Dessa forma, dentes alinhados e não amarelados podem ser um desejo e objetivo para a maioria delas.

 

A cor dos dentes depende dos tecidos que os envolvem, o esmalte e a dentina, que desempenham funções como dureza, resiliência e sensibilidade. Existem dois principais tipos de descoloração dentária, a intrínseca - provocada por um desenvolvimento anormal ou manchas no esmalte ou dentina durante o desenvolvimento intrauterino - e a extrínseca, resultante da ingestão de alimentos pigmentados, tabagismo, falta de higiene bucal e uso prolongado de enxaguatórios à base de clorexidina.

 

“Essa mudança tem sido associada a bebidas pigmentadas como café, chás, vinho, drinks a base de cola e açaí, por exemplo. Vale ressaltar para os indivíduos consumidores, que a frequência do consumo e a coloração dentária própria do dente do indivíduo influenciam na piora ou não da coloração alterada dos dentes”, explica a professora do curso de Odontologia da UNINASSAU Olinda Gabriela Brito.

 

O tabagismo é um fator que influencia diretamente no esmalte do dente, ocasionando manchas ou linhas escurecidas ao redor e na região por trás deles. O grau das manchas da pessoa tabagista está diretamente relacionado à frequência e duração do uso da substância. Já o uso de alguns medicamentos para o tratamento de infecção bacteriana, osteoporose, doenças obstrutivas das vias aéreas, entre outros, estão indiretamente associados à descoloração dos dentes.

 

“As manchas dentárias podem ser amareladas, acastanhadas, escurecidas ou esbranquiçadas. Isso dependerá da causa - sejam elas erros de desenvolvimento no esmalte ou na dentina, ou sejam agentes externos. O tratamento deve ser realizado pelo cirurgião-dentista, pois dependendo da causa e gravidade, podem requerer profilaxia e raspagem dental, clareamento, microabrasão ou restauração estética. Em crianças, esses defeitos na estrutura do esmalte ou dentina podem estar relacionados à sensibilidade dentária, fragilidade dos dentes e dificuldade de mastigação”, explica.

 

Gabriela Brito alerta que as pessoas não devem de forma alguma tratar esse quadro sozinhas e nem utilizarem substâncias que prometem o clareamento como géis caseiros vendidos no mercado. "Esses produtos podem causar danos irreversíveis às estruturas dentárias, comprometendo o estado vital do dente, além de potencialmente poderem causar queimaduras e outros danos físicos à mucosa bucal, gengiva e tecidos da boca. É fundamental que o indivíduo que identificar algum problema bucal, ou seja usuário de quaisquer medicações relacionadas, busque o acompanhamento regular ao médico e do cirurgião-dentista", orienta.

 

Acúmulo de gordura abdominal aumenta risco de insuficiência de vitamina D, aponta estudo

Pesquisa da UFSCar em parceria com a University College London (Inglaterra)
mostrou, pela primeira vez, que a obesidade pode causar carência de vitamina D
 e não o contrário. No estudo, participantes que apresentavam obesidade
abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência e 64% mais risco
de deficiência de vitamina D (
imagem: Mohamed Hassan/Pixabay)

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London (Inglaterra), mostrou, pela primeira vez, que o acúmulo de gordura abdominal é um fator de risco para insuficiência e deficiência de vitamina D em pessoas com mais de 50 anos. Considerada um hormônio, a vitamina D desempenha diversas funções no organismo e sua carência pode acarretar diversos problemas, como na absorção de cálcio e fósforo e no funcionamento do sistema imune, por exemplo.

“Tanto a obesidade abdominal quanto a insuficiência e deficiência de vitamina D são questões prevalentes na população idosa. No entanto, com esse estudo mostramos que é a gordura abdominal que aumenta o risco de insuficiência e deficiência de vitamina D e não apenas a relação inversa, como alguns estudos já haviam demonstrado. Não estamos descartando que a vitamina D levaria à obesidade, apenas demonstrando que o acúmulo de gordura abdominal também é uma via para a carência dessa vitamina”, afirmou Tiago da Silva Alexandre, professor de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo publicado na revista Nutrients.

O trabalho envolveu a análise de um banco de dados de 2.459 britânicos com mais de 50 anos acompanhados por quatro anos. Os participantes da pesquisa integram o projeto English Longitudinal Study of Aging (ELSA), estudo longitudinal conduzido na Inglaterra que coleta dados multidisciplinares de uma amostra representativa da população inglesa. A análise contou com o apoio da FAPESP.

Para verificar a correlação entre os dois fatores, os pesquisadores selecionaram participantes do projeto ELSA com mais de 50 anos e que apresentavam taxas normais de vitamina D (maiores que 50 nmol/L). Os participantes foram divididos em dois grupos: um formado com pessoas com pouca gordura abdominal e outro, com acúmulo de gordura no abdômen (circunferência de cintura maior que 102 cm para homens e maior que 88 cm para mulheres).

“Ao avaliar o índice de vitamina D desses indivíduos quatro anos depois da primeira coleta de dados, verificamos que aqueles que apresentavam obesidade abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência e 64% mais risco de deficiência de vitamina D, quando comparado com o grupo que não tinha obesidade abdominal”, diz Alexandre.

No estudo, pessoas consideradas com insuficiência de vitamina D apresentavam taxas entre 30 e 50 nmol/L da substância na corrente sanguínea, enquanto a deficiência estava configurada para aqueles que tinham menos de 30 nmol/L de vitamina D.


Redução de receptores

Alexandre explica que estudos anteriores já haviam relacionado a falta de vitamina D com o desenvolvimento da obesidade. “No entanto, são estudos baseados em medidas de Índice de Medida Corporal (IMC), que usam dados de peso e altura, dão uma análise global da obesidade e são muito imprecisos. Porém, a pergunta que fica é como tantos países com alta ou baixa incidência solar têm prevalência muito grande de deficiência de vitamina D. A resposta é porque existe alta prevalência de obesidade”, diz o pesquisador.

A obtenção de vitamina D se dá, sobretudo, por meio da luz solar. Isso porque é nas camadas mais profundas da pele que uma substância precursora da vitamina D fica armazenada. Quando a pele é exposta ao sol sua estrutura é modificada e, por meio de vários processos metabólicos, a vitamina D é convertida em sua forma ativa que passa a circular pelo organismo e realizar várias funções.

Alexandre explica que, ao longo do processo de envelhecimento, é natural que ocorram mudanças na composição corporal, como o maior acúmulo de gordura na região do abdômen, por exemplo. Além disso, também é comum que haja uma diminuição da espessura da pele e, por consequência, uma menor disponibilidade da substância precursora da vitamina D na epiderme, bem como uma menor capacidade de síntese da forma ativa dessa vitamina.

“Por isso, no nosso estudo, utilizamos medidas de circunferência abdominal, que é uma medida prática é acessível que verifica o acúmulo de gordura no abdômen e é mais precisa que o IMC, por exemplo”, afirma.

Outra modificação apontada com o envelhecimento é a diminuição do número de receptores de vitamina D nos tecidos corporais, o que dificulta a captação dessa vitamina circulante no organismo.

No entanto, ressalta o estudo, o acúmulo de gordura abdominal tem papel importante no “sequestro” da vitamina D circulante na corrente sanguínea. “Ao analisarmos as células de gordura dessas pessoas, é possível observar que as enzimas da vitamina D estão baixas. Isso acontece porque um receptor da vitamina D (VDR) passa a capturar a vitamina D que está na corrente sanguínea. Isso ocorre como forma de compensar o baixo nível de enzimas na célula de gordura. De modo simplificado, é como se o tecido adiposo sequestrasse a vitamina D. O que faz com que haja uma menor biodisponibilidade de vitamina D nos exames de sangue, como vemos. É esse processo que vai acarretar insuficiência ou até deficiência de vitamina D”, explica Thais Barros Pereira da Silva, aluna de iniciação científica e primeira autora do estudo.

Alexandre ressalta que o estudo reforça a necessidade de políticas públicas para a prevenção e o enfrentamento tanto da obesidade quanto da carência de vitamina D na velhice. "Todos sabemos que é mais fácil prevenir que remediar e comprovamos que a obesidade abdominal pode interferir nas concentrações de vitamina D do sangue, algo que pode desencadear uma série de problemas de saúde nos idosos", disse.

O estudo Is Abdominal Obesity a Risk Factor for the Incidence of Vitamin D Insufficiency and Deficiency in Older Adults? Evidence from the ELSA Study pode ser lido em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9572900/.





Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/acumulo-de-gordura-abdominal-aumenta-risco-de-insuficiencia-de-vitamina-d-aponta-estudo/41545/


03 de junho - Dia Mundial da Conscienzação do Pé Congênito

No dia 03 de junho, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Pé Torto Congênito – uma má formação congênita que envolve os ossos, músculos, tendões e é descoberta durante a gestação.

Essa data foi escolhida pela Ponseti International Association (PIA) em homenagem ao nascimento do Dr. Ignacio Ponseti - criador do método PONSETI UTILIZADO com sucesso para tratar o pé torto. 

O Sabará Hospital Infantil, participa junto a ortopedistas pediátricos de outros países, de um protocolo internacional de estudo para reabilitação para crianças com pé torto congênito tratadas após a idade da marcha, desenvolvido pelo Comitê de Reabilitação Ortopédica do SICOT (Sociedade Internacional de Ortopedia e Traumatologia).

 

História do Pedro

Pedro Ferreira Castro é uma criança de cinco anos com pé torto congênito bilateral recidivado. Ele fez o tratamento quando bebe em outro serviço, usou a órtese de abdução corretamente, mas mesmo assim apresentou recidiva das deformidades. 

“Eu descobri na gestação, era suspeita com 12 semanas e confirmou com 16 semanas. Eu não sabia que tinha tratamento, correção, no começo foi um susto mesmo”. Com isso, ele iniciou o tratamento, mas aos 4 anos, os pais perceberam que o Pedro estava andando na ponta do pé. 

Foi quando os pais realizaram uma consulta e descobriram que ele precisaria passar novamente por todo o tratamento.

 “Eu achei num primeiro momento, que a culpa fosse nossa, em relação ao tratamento. Mas ele teve alta. Então quando chegamos na Dra. Tatiana ela explicou que ele precisava fazer o tratamento novamente, e que não houve nada ERRADO,mas é uma questão de BIOLOGIA que em alguns casos raros, acaba TENDO recidiva”, conta a mãe.

“O Pedro estava andando com os pés para dentro e sem encostar o calcanhar. O caso dele foi desafiador pela sua idade e pelas deformidades. E por isso, ele faz parte de um protocolo de um estudo multicêntrico que está sendo feito por ortopedistas especialistas em pé torto congênito de várias partes do mundo e, tem como objetivo, ajudar a criança na fase de gesso a não perder força muscular e equilíbrio”, explica Dra. Tatiana Guerschman, especialista no Método Ponseti no Brasil e ortopedista do Centro de Excelência do Sabará Hospital Infantil. 

A ortopedista pediátrica explica que “o Método Ponseti ,segundo a literatura, apresenta bons resultados em casos de recidiva que ocorrem em pés já tratados após a idade da marcha (dois anos) . Em um paciente de quase 6 anos as deformidades estão mais rígidas, mais estruturadas e a manipulação dos pés e confecção dos gessos é bem mais trabalhosa, MAS TAMBÉM MUITO GRATIFICANTE POIS CONSEGUIMOS RESULTADOS MUITO BONS.

Os períodos de imobilização são cerca de 8 semanas com gessos (incluindo o gesso pós tenotomia) seguidos por três meses de uso de órtese continua . Isto em uma criança maior, após a idade da marcha é bem diferente que em um bebê 

Observamos uma perda de força muscular e de equilíbrio que não acontece nos bebês. Por isto este protocolo é tão importante.

“Hoje o Pedro tem cinco anos, comparando os dois tratamentos, ele entende mais, porém eu achei ser muito mais difícil. Porque agora ele se comunica, então ele diz que dói, que coça, mas ele compreende que é para o bem dele”, conta a mãe.

O tratamento do Gael evoluiu bem. Já foram feitas as cinco trocas de gessos, tenotomia bilateral no centro cirúrgico do hospital e no momento ele está no uso contínuo da órtese de abdução.

 


Sabará Hospital Infantil
www.hospitalinfantilsabara.org.br

Sociedade x autismo: 5 dicas essenciais para uma interação respeitosa

Especialista em Transtorno do Espectro Autista destaca comportamentos a evitar ao conviver com crianças e adolescentes autistas, visando promover uma convivência saudável e inclusiva

 

Em um mundo cada vez mais diverso, é fundamental aprender a conviver com as diferenças e respeitar a singularidade de cada indivíduo. No contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde o número de diagnósticos tem aumentado significativamente, a educação sobre o tema e a busca por uma convivência harmoniosa e inclusiva tornam-se ainda mais relevantes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam cerca de 70 milhões de pessoas com diagnóstico de autismo em todo o mundo. No Brasil, estima-se que existam aproximadamente dois milhões de pessoas com algum grau do transtorno.

Com o objetivo de auxiliar nessa conscientização, a clínica TatuTEA, referência no cuidado de neurodivergentes, especialmente autistas, traz valiosas orientações. A especialista responsável por compartilhar essas dicas é Lívia Aureliano, psicóloga, doutora em Análise do Comportamento Aplicada (ABA). “Com o aumento de diagnósticos de TEA, é inevitável que tenhamos contato com pessoas no espectro autista, em diferentes contextos da vida. Portanto, é responsabilidade de todos buscar o conhecimento adequado e adotar atitudes inclusivas, buscando a compreensão e aceitação das particularidades de cada pessoa autista, a fim de promover uma convivência respeitosa e inclusiva.” - destaca a especialista.

Uma orientação importante, por exemplo, é evitar questionar os autistas em filas prioritárias ou qualquer situação que exija comprovação. De acordo com a especialista, é importante compreender que eles não precisam provar sua condição. “É necessário proporcionar um ambiente de inclusão e respeito para todos. Essa postura contribui para a promoção da autonomia e da igualdade de oportunidades dessas pessoas em todas as esferas da vida” - explica. A seguir a especialista traz 5 dicas essenciais para um convívio respeitoso com pessoas que fazem parte do Espectro Autista:

 

  1. Não faça suposições ou estereótipos: Evite generalizações ou estereótipos sobre o autismo. Cada indivíduo no espectro autista é único, com suas próprias características e necessidades. Portanto, não assuma que todos os autistas compartilham as mesmas habilidades ou desafios.

 

  1. Não ignore suas necessidades de comunicação: Respeite e valorize as diferentes formas de comunicação utilizadas pelos autistas. Alguns podem preferir a comunicação não verbal, enquanto outros podem utilizar a fala, a escrita ou a tecnologia assistiva. Não ignore ou desvalorize essas formas de expressão, mas esteja aberto e receptivo a elas.

 

  1. Não force a interação social: Cada autista tem seu próprio conforto e limite em relação à interação social. Evite pressionar ou forçar um autista a se envolver em situações sociais que lhe causem desconforto. Respeite seu espaço e permita que ele decida quando e como deseja se envolver socialmente.

 

  1. Não faça comentários ofensivos ou depreciativos: Não faça comentários depreciativos, ofensivos ou que desvalorizem as habilidades dos autistas. Comentários negativos ou julgamentos podem causar danos emocionais e prejudicar sua autoestima. Em vez disso, foque em valorizar suas conquistas e reconhecer suas habilidades únicas.

 

  1. Não minimize suas experiências ou desafios: Evite minimizar as dificuldades enfrentadas pelos autistas. As lutas e os desafios que eles enfrentam podem ser diferentes dos de pessoas neurotípicas. Portanto, não menospreze suas experiências, mas esteja disposto a ouvir, entender e oferecer apoio quando necessário.

 

A convivência respeitosa com pessoas no espectro autista é um desafio que requer conhecimento e empatia. “Respeite os limites pessoais de pessoas no espectro autista. Esteja atento aos sinais de desconforto e, sempre que possível, crie um ambiente tranquilo e acolhedor para eles. Além disso, outra dica é utilizar uma linguagem objetiva, evitando metáforas ou ironias, e dê tempo para que eles processem as informações e respondam. Evite mudanças bruscas e, caso necessário, informe-as antecipadamente, possibilitando que eles se preparem para a transição. Por fim, mas não menos importante, ajude a criar oportunidades em que crianças e adolescentes autistas possam participar de atividades em grupo, respeitando suas necessidades individuais.” - complementa Lívia Aureliano. 

O conhecimento é a chave para o respeito e a valorização da diversidade, contribuindo para que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tenham oportunidades igualitárias e uma vida com mais autonomia. A educação e a sensibilização são ferramentas poderosas para derrubar estigmas e preconceitos, permitindo que todos os indivíduos sejam reconhecidos e valorizados em sua plena capacidade.

 

Tatutea (Clínica de Atendimento à crianças e adolescentes com autismo)
https://www.tatutea.com.br/
https://www.facebook.com/tatutea.aba/
https://www.instagram.com/tatutea_aba/


Apoio emocional é essencial para o desenvolvimento de crianças e adolescentes

 

Você sabia que para uma criança de até 6 anos – período que representa a primeira infância – possa ter um bom desenvolvimento, é preciso construir bons vínculos familiares e viver em um ambiente saudável? Um estudo realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) comprova, que é o direcionamento emocional realizado nesta fase, que direciona as nossas vidas e afeta, diretamente, os rumos que tomaremos no futuro, incluindo a vida adulta. 

 

Isso, porque é durante a primeira infância que três importantes funções cerebrais são formadas: a flexibilidade cognitiva, a memória de trabalho e o controle inibitório. Em conjunto, essas funções nos auxiliam no armazenamento de informações de curto prazo.  Nesse mesmo período, também se formam as principais conexões do lobo frontal. Apesar de seguirem se aperfeiçoando durante toda a vida, essas conexões nos ajudam na concentração. 

 

Justamente por esses aspectos, tudo o que acontece nos primeiros anos da nossa infância provoca reflexos importantes no futuro e permanece ao longo dos anos. Observe que uma criança muito criticada na infância acaba se tornando um adulto inseguro, com baixa autoestima e pensamentos negativos constantes. Isso atrapalha o crescimento emocional, o sucesso na vida afetiva e na profissional. 

 

Ao mesmo tempo, é importante trabalhar as duas dimensões do estado emocional infantil: a reatividade e a autorregulação. A reatividade está ligada à forma como a criança reage a uma frustração. A autorregulação, por sua vez, está atrelada às correções, especialmente aquelas ligadas ao controle motor. 

 

Todos esses pontos devem ser somados à forte tendência apresentada pelas crianças de formar vínculos com as pessoas que estão ao seu redor. É essencial que os adultos ofereçam, principalmente durante esse período, demonstrações de afeto e carinho aos pequenos, com especial manifestação de cuidados e acolhimento. Quando isso não acontece, há um prejuízo posterior, que pode se manifestar no rendimento escolar, na vida profissional e em outras áreas. 

 

Diante de tantos desafios, é natural ter dúvidas sobre como lidar com o emocional das crianças e adolescentes. É importante orientá-los de forma que eles consigam estruturar e formar o que chamamos de inteligência emocional. É por meio dela, que eles saberão identificar as próprias emoções e de quem estiver no entorno. Também é interessante ensiná-los a controlar as emoções, como expressá-las e como canalizá-las de maneira produtiva. Isso tudo é feito por meio do diálogo constante e irrestrito, por parte dos pais, outros adultos que estejam por perto e façam parte da vida da criança e pelos professores. 

 

Assim, o apoio emocional se apresenta como parte essencial da formação de uma criança, para que ela possa enfrentar a adolescência e a vida adulta de forma mais simples. É justamente esse apoio emocional que levará a criança a interagir melhor com o mundo, a lidar da melhor maneira possível com as frustrações e a enfrentar desafios. É também por meio do suporte emocional que criamos seres humanos mais empáticos, mais sociáveis e mais capacitados a se adaptar às mudanças, sejam elas internas ou externas. 

 


Sueli Conte - aplicadora de Barras de Acess, licenciada em Psicologia, Mestre em Educação, Doutoranda em Neurociências e desenvolve um trabalho voltado para os aspectos socioemocionais e educacionais como fundadora e responsável pelo "Espaço Saúde Integrativa by Sueli Conte", em São Paulo - @sueliconteoficial

 

Apoio emocional é essencial para o desenvolvimento de crianças e adolescentes


 

Você sabia que para uma criança de até 6 anos – período que representa a primeira infância – possa ter um bom desenvolvimento, é preciso construir bons vínculos familiares e viver em um ambiente saudável? Um estudo realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) comprova, que é o direcionamento emocional realizado nesta fase, que direciona as nossas vidas e afeta, diretamente, os rumos que tomaremos no futuro, incluindo a vida adulta. 

 

Isso, porque é durante a primeira infância que três importantes funções cerebrais são formadas: a flexibilidade cognitiva, a memória de trabalho e o controle inibitório. Em conjunto, essas funções nos auxiliam no armazenamento de informações de curto prazo.  Nesse mesmo período, também se formam as principais conexões do lobo frontal. Apesar de seguirem se aperfeiçoando durante toda a vida, essas conexões nos ajudam na concentração. 

 

Justamente por esses aspectos, tudo o que acontece nos primeiros anos da nossa infância provoca reflexos importantes no futuro e permanece ao longo dos anos. Observe que uma criança muito criticada na infância acaba se tornando um adulto inseguro, com baixa autoestima e pensamentos negativos constantes. Isso atrapalha o crescimento emocional, o sucesso na vida afetiva e na profissional. 

 

Ao mesmo tempo, é importante trabalhar as duas dimensões do estado emocional infantil: a reatividade e a autorregulação. A reatividade está ligada à forma como a criança reage a uma frustração. A autorregulação, por sua vez, está atrelada às correções, especialmente aquelas ligadas ao controle motor. 

 

Todos esses pontos devem ser somados à forte tendência apresentada pelas crianças de formar vínculos com as pessoas que estão ao seu redor. É essencial que os adultos ofereçam, principalmente durante esse período, demonstrações de afeto e carinho aos pequenos, com especial manifestação de cuidados e acolhimento. Quando isso não acontece, há um prejuízo posterior, que pode se manifestar no rendimento escolar, na vida profissional e em outras áreas. 

 

Diante de tantos desafios, é natural ter dúvidas sobre como lidar com o emocional das crianças e adolescentes. É importante orientá-los de forma que eles consigam estruturar e formar o que chamamos de inteligência emocional. É por meio dela, que eles saberão identificar as próprias emoções e de quem estiver no entorno. Também é interessante ensiná-los a controlar as emoções, como expressá-las e como canalizá-las de maneira produtiva. Isso tudo é feito por meio do diálogo constante e irrestrito, por parte dos pais, outros adultos que estejam por perto e façam parte da vida da criança e pelos professores. 

 

Assim, o apoio emocional se apresenta como parte essencial da formação de uma criança, para que ela possa enfrentar a adolescência e a vida adulta de forma mais simples. É justamente esse apoio emocional que levará a criança a interagir melhor com o mundo, a lidar da melhor maneira possível com as frustrações e a enfrentar desafios. É também por meio do suporte emocional que criamos seres humanos mais empáticos, mais sociáveis e mais capacitados a se adaptar às mudanças, sejam elas internas ou externas. 

 

Sueli Conte - aplicadora de Barras de Acess, licenciada em Psicologia, Mestre em Educação, Doutoranda em Neurociências e desenvolve um trabalho voltado para os aspectos socioemocionais e educacionais como fundadora e responsável pelo "Espaço Saúde Integrativa by Sueli Conte", em São Paulo - @sueliconteoficial 

 

 

Guia gratuito ensina economizar e poupar dinheiro

 O projeto Minha jornada: trilhas da liberdade pretende apoiar aqueles que buscam sua liberdade financeira, trata-se de uma ferramenta que se adapta de acordo com o momento financeiro de cada pessoa

 

Com o propósito de ajudar os brasileiros a terem uma melhor relação com o dinheiro, o especialista em finanças pessoais, João Victorino, desenvolveu um guia gratuito que busca ajudar as pessoas rumo à liberdade financeira. Para ele, evitar o endividamento é o primeiro passo para a jornada cuja meta é começar a economizar dinheiro e poupar. 

Não faço dívidas, mas não sobra nada! Sabemos a importância de chegar ao final do mês com os gastos controlados, mas se a tarefa de guardar dinheiro continua sendo muito difícil, esse pode ser um alerta para o estado de falso equilíbrio financeiro. Segundo João, embora a pessoa esteja operando sem dívidas, este pode ser um cenário que deixa pouca margem de manobra caso ocorra um imprevisto financeiro. "Sabemos que nem tudo pode ser planejado e, por isso, é necessário estar preparado para surpresas indesejáveis", pontua.

Para João, é preciso identificar quais são seus gargalos financeiros, pois os custos adicionais, aqueles que não estavam planejados, podem comprometer a segurança financeira e, como consequência, pela falta de reserva emergencial, levá-lo ao endividamento. “É fundamental avaliar, dentro das necessidades, em qual delas é possível economizar. Identifique formas de reduzir despesas com a conta de energia, por exemplo. Evite as tentações das promoções imperdíveis e aprenda a pechinchar", explica.

Custos invisíveis, sim eles existem! Eles estão presentes no dia a dia: no combustível do veículo, no desperdício de alimentos e bebidas e até na hora do lazer. João recomenda que sejam revisados e renegociados os contratos de serviços, como assinaturas de plataformas de streamings (filmes e séries), manutenção de conta corrente, entre outros. 

Quanto aos cartões de crédito, já existem várias opções sem anuidade à disposição de quem quiser - se você tem histórico positivo num cartão de crédito - com certeza conseguirá outro. De acordo com o especialista, depois da revisão das contas e gastos, sem esquecer da disciplina, será possível começar a poupar e a ter uma reserva de emergência, com um valor suficiente para cobrir os gastos de seis a 12 meses. Esse é o começo de uma relação mais saudável com as finanças.

Por fim, João apresenta a analogia do equilibrista, onde compara esta prática com a árdua tarefa de quem busca equilibrar suas finanças. “Assim como um equilibrista na corda bamba se esforça muito (tanto física quanto mentalmente) para manter-se em pé, uma pessoa que está buscando o equilíbrio financeiro precisa se mover para compensar movimentos para o lado contrário, além da necessidade de pensar no próximo passo e, ainda, ter de manter a concentração. Por esse motivo, nossas trilhas podem ser um guia importante para ajudar nesta dinâmica.”

 

Sobre Minha jornada: trilhas da liberdade  

O projeto Minha jornada: trilhas da liberdade é uma iniciativa do canal A Hora do Dinheiro, trata-se de uma ferramenta que se adapta de acordo com o momento financeiro de cada pessoa. O programa é estruturado em três frentes: a primeira “Tô no vermelho”, indicado aos que gastam mais do recebem; a segunda “Equilibrando as contas”, recomendado para quem possui gastos e rendimentos no mesmo valor; e por fim, a terceira “Já tenho um oxigênio sobrando”, para começar a poupar de forma regular. 

 

João Victorino - administrador de empresas e especialista em finanças pessoais, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro. Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João é líder em diversidade e inclusão na Visa, atuando em prol de pessoas com deficiência. O especialista busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.


Produção mundial de plástico

Divulgação
Movimento Circular alerta que a economia circular deve ser um dos principais temas dos debates do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho
 


O plástico é onipresente no planeta e o tema torna-se emergente nos debates do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. O material que facilita a vida, se torna um desafio quando é descartado em lixões e na natureza. Mas essa história pode ser diferente a partir da prática da economia circular.
 

O Brasil produz por ano 13,8 milhões de toneladas de resíduos plásticos, 64 quilos por pessoa, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos de 2022 da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o que representa 23,2% do total de resíduos sólidos produzidos no País em 2022. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), apenas 23,4% dos resíduos plásticos foram reciclados em 2021, índice pouco maior que no ano anterior, quando foram reciclados 23,1%.  

Ainda assim, com menos de um quarto do plástico reciclado, os resultados de faturamento e empregos gerados foram expressivos, o que comprova a força da reciclagem associada à economia circular. De acordo com a Abiplast, a reciclagem de plástico faturou R$ 4 bilhões e empregou 14,7 mil pessoas em 1,3 mil empresas em 2021. Se todo o resíduo plástico fosse reciclado, o setor poderia faturar cerca de R$ 12 bilhões e empregar 58,8 mil pessoas.  

O estudo também mostra que a construção civil é o segmento econômico que mais gera resíduos plásticos, com 25,4% do total, seguido da indústria de alimentos, 21,9%, artigos de comércio em atacado e varejo, 7,8%, automóveis e autopeças, 6,2%, e bebidas, 6%. Quase todos os produtos feitos de plástico usam como matéria-prima o petróleo, um recurso não renovável, portanto, finito.  

O coordenador pedagógico do Movimento Circular, mestre em Ecologia, doutor em Educação e Sustentabilidade e pós-doutor pelo Programa Cidades Globais, Edson Grandisoli, aponta que há uma grande variedade de tipos de plástico e cada fabricante cria os seus, para usos diversos. Isso torna complexo o processo de reciclagem, já que cada plástico tem componentes diferentes que não deveriam ser misturados, uma vez que dificultam ou impedem a reciclagem ou reaproveitamento.

 

Longe do lixo 

Dessa forma, alerta Grandisoli, a maior parte dos resíduos plásticos acaba virando lixo, na terra, na água e até no ar. É importante compreender que há ao menos quatro maneiras de os plásticos serem reaproveitados: reuso, remanufatura, reciclagem mecânica e reciclagem avançada. Reusar é continuar usando a embalagem ou objeto para outras finalidades, não apenas em casa, mas também nas empresas e indústrias, como as garrafas retornáveis. 

A remanufatura é devolver o objeto quebrado ou obsoleto para a fábrica, que o conserta e atualiza para que seja novamente utilizado. A reciclagem mecânica hoje é bastante limitada. Muitos plásticos atuais não podem ser usados de novo. Por isso, cada vez mais os plásticos precisam ser criados com materiais que podem ser reciclados, preservando as características originais, para que novos produtos sejam criados. 

De acordo com o coordenador do Movimento Circular, uma novidade da Economia Circular será a possibilidade de desmanchar os plásticos, separando suas moléculas, os chamados polímeros, para depois combiná-las de novo, formando um novo tipo de plástico, o que é chamado de reciclagem avançada. Especialistas já falam em criar um repertório de moléculas que poderia ser adotado pelas empresas, a partir das quais seria possível criar qualquer tipo de plástico. 

 

Futuro promissor 

Grandisoli comenta que há várias alternativas de reaproveitamento do plástico que precisam entrar cada vez mais na pauta de empresas e das pessoas para um futuro promissor. Ele cita que os sistemas de retorno de resíduos devem se constituir como a principal fonte de material para quem produz objetos duráveis, limitando ao mínimo a extração de recursos finitos da natureza e geração de resíduos. 

Outra tendência são os produtos reutilizáveis, como um telefone móvel que pode ser atualizado apenas trocando as peças. Dentro desse conceito estão também os produtos em camadas. Já existem modelos de tênis, conta o coordenador do Movimento Circular, fabricados com materiais separados em camadas, que podem ser trocadas quando estiverem gastas.  

Há ainda a proposta de substituir produtos por serviços, lembra Grandisoli. No lugar de vender lâmpadas, a empresa vende serviços de iluminação, fica responsável pela manutenção e pelo reaproveitamento dos materiais. Ele cita ainda embalagens feitas de biomassa, que podem virar compostagem depois de descartadas. “A separação dos materiais após o uso já é uma fonte de oportunidades e de inclusão para as cooperativas e catadores, gerando emprego e renda. No futuro mais circular, isso poderá evoluir muito, com o uso de novas tecnologias”, afirma.

 

Aprender com a natureza 

O coordenador do Movimento Circular comenta que todas essas alternativas podem contribuir para que a economia circular se torne cada vez mais realidade. Ele explica que é possível aprender com a natureza. “Um material promissor em desenvolvimento é uma cola quimicamente inspirada no muco da lesma, que tem uma adesão fortíssima, mas se decompõem em água e nutrientes. Com o sistema todo pensado para evitar contaminações, tudo seria projetado levando-se em conta o que acontece depois do uso, sem que haja materiais tóxicos”, alega.  

Outras possibilidades de economia circular que já existem, conforme Grandisoli, é a criação de bancos de materiais, nos quais as pessoas poderão obter objetos para reutilizar ou vender, e a “internet física”, uma infraestrutura para logística de circulação e retorno de materiais, com protocolo padronizado, envolvendo meios de transporte e contêineres que permitem o transporte automatizado de cargas com a facilidade com que hoje são enviados arquivos na internet original. “Avançarmos na economia circular é uma  das principais maneiras de garantirmos que o dia do meio ambiente possa ser realmente celebrado por todos”, afirma o coordenador do Movimento Circular. 

 

Movimento Circular
 https://movimentocircular.io/
Instagram: @_movimentocircular


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