O uso dos aplicativos de relacionamento está cada vez mais presente na rotina dos brasileiros, mas como será que essa escolha tem influenciado na percepção dos jovens sobre o namoro?
Segundo Tatiane Paula,
Psicóloga Clínica, é importante enfatizar que desde que
o mundo é mundo as pessoas desejam estar apaixonadas, encontrar alguém e amar,
abraçar, estabelecer vínculos duradouros... a paixão do ponto de vista
cerebral está associada a demência temporária (Cortex pré frontal), afeta juízo
que a pessoa faz da situação em que está vivenciando com aspectos
hiperestimulação cognitiva, estresse e compulsão, ou seja, perpetua essa
condição segundo estudos neurociência de duração de 12 a 18 meses. A paixão
desencadeia atividade aumentada, áreas subcorticais associadas a euforia,
recompensa imediata e motivação, área tegmentar ventral, núcleo caudado,
putâmen ricos de neurônios dopaminérgicos – dopamina neurotransmissor aumenta
paixão.
“Antes
da era das telas as pessoas precisavam ser mais ativas nas relações
interpessoais e assim eram oportunidades de encontrar o par, o nível de
cobrança social era menor em relação aos tempos de hoje em que as redes sociais
tomaram espaço de importância e que de certa forma validam se é uma pessoa em
potencial ou não diante do que se espera dos critérios que são facilmente
definidos nos filtros em que os adeptos dos aplicativos de relacionamento
encontram: musica favorita, hobby, profissão, preferências...”, explica Tatiane Paula.
Através de
critérios característicos em que existe ideal a ser alcançado o nível de
exigência em que a pessoa faz para si mesma e auto cobrança são enormes e ao
mesmo tempo conforme as expectativas geradas dessa interação inicial leva a
desenvolver sintomas, como: ansiedade, angústias, impotência, desregulação do
sono, compulsões os impactos observados são compatíveis aos sintomas de
ansiedade e depressão, aumento de níveis de desesperança, desvalor, desemparo,
medos excessivos de rejeição, quando não há aceitação.
“Já
se fala de dating burnout, termo utilizado para classificar nível de
esgotamento emocional desencadeado por uso excessivo de aplicativos de
relacionamentos. Queixa muito comum dos pacientes é rejeição, ausência de
curtidas, ausência de respostas, comprometimento e aumento de cobranças
relacionadas a aparência (comparação excessiva a modelos de beleza padrão que
recebem mais match) aumentando níveis de crenças distorcidas e confirmadas a
partir de tentativas mal sucedidas, potencializando sentimento de ser
dispensáveis e sem valor (ativa esquemas de comportamentos desamparo e
desvalor)”, destaca a psicóloga.
O excesso de
estímulos e informações no cérebro ficará tendencioso a entrar em sobrecarga e
aumento altos níveis de estresse, as atividades cerebrais passam a ficar em
estado constante de alerta, com uso excessivo de aplicativos de relacionamentos
pode potencializar riscos de ansiedade, depressão, baixo auto estima entre
outros espectros associações sintomas que requer tratamento psicológico e
psiquiátricos.
Nesse meio de
relacionamento, também tem sido muito comum os golpes, por isso é preciso ficar
atento (a) ao se nível de expectativas em relação a interação com outro;
fornecer o mínimo de informações sobre a sua rotina, local que trabalha,
endereço onde mora; se ocorrer primeiros encontros mandar e compartilhar sua
localização com alguém da sua confiança; não partilhar sobre a sua vida
financeira e jamais fornecer dados pessoais de cartões de credito; cuidados em
levar pessoas que não estabelecer minimamente segurança para conhecer seus
amigos e locais que você pode estar vulnerável; conhecer redes sociais,
certificar se informações fornecidas pela pessoa são verídicas; jamais
depositar no outro suas questões pessoais, vá com calma! Conhecer o máximo que
puder e principalmente muito importante entender como era dinâmica de
funcionamento dessa pessoa em relacionamentos anteriores.
“Normalmente
golpistas são comportamentos muito similar a padrões de comportamentos de
transtorno de personalidade narcisistas: grandiosidade, exibicionista,
indiferente em relação as suas necessidades emocionais, manipulação (jogos
perversidades) te faz pensar que você está distorcida mesmo correta na verdade
te faz sentir dependente emocionalmente dele (a); incapacidade de empatia,
cuidado com outro; trata-se de uma pessoa com senso inflado da própria
importância, necessidade de aprovação e egocentrismo característico, se
relaciona com outro sem empatia apenas para obter algo; usam de sua capacidade
manipulativa de estratégias de convencimento para desestabilizar e manter a
pessoa no relacionamento como vítima dependente até conseguir atingir
objetivo definido. São pessoas que descartam relações quando não lhe faz mais
sentido, não existe empatia, envolvimento existe interesse. Mentem para validar
e satisfazer as suas necessidades não se importando com sentimentos e
consequências que podem destruir no outro que considera seu objeto”, alerta Tatiane Paula.
Para se blindar
emocionalmente contra esse tipo de perfil, é importante trabalhar muito o
relacionamento consigo mesma (o), método mais eficaz para entender o que
realmente está buscando, principalmente esse processo de conhecer pessoas podem
ocorrer ausências e isso é normal, evitar atribuir sentimentos de auto cobrança
excessivos em relação a si mesmo! Desenvolver-se de forma que entenda que da
mesma forma que outro estará fazendo julgamento se combina com aspectos seus,
você também estará fazendo essa avaliação, entender que no processo de
conquista é normal fazer julgamentos, principalmente para tomadas de decisão se
os encontros passam para relação mais profunda ou se ficara apenas no flerte
inicial. Entender que assim como você, a pessoa que está te conhecendo, está
fazendo o mesmo, e tudo bem!
“Ter auto eficácia e autoconfiança fortalecido suficiente entender as suas vulnerabilidades é fundamental para processo e reconhecimento é ter mais clareza das interações a partir do que você julga estar fazendo bem! Lembrar que amor romântico que vemos através de filmes e arte mostra visão total distorcida sobre o que é ser e se relacionar com outro alguém, citam as relações como encontrar a outra metade e não é! Questionar sempre, o amor só é amor desde que eu desenvolva na pessoa apaixonada limites necessários para estabelecer relações com profundidade e mais seguras de si! Preservando aspectos da essência, personalidade!”, finaliza.
Fonte
Tatiane Paula - Psicóloga Clínica
@tatianepaula.psi