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quinta-feira, 16 de março de 2023

Coalizão Vozes do Advocacy lança projeto de capacitação em diabetes de agentes comunitários de saúde

Com o panorama de mais 16 milhões de brasileiros com diabetes no país*, sendo que cerca de 8 milhões deles sem o diagnóstico, a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade, em parceria com: a ADJ Birigui, a Associação Doentes Crônicos do Brasil, a Associação Cearense de Diabéticos e Hipertensos e a Associação de Diabetes de Cambuí lançam o Projeto Diabetes em Ação.

A iniciativa tem o intuito de capacitar agentes comunitários de saúde a respeito de diabetes em quatro municípios primeiramente, Birigui (no interior de São Paulo), Cambuí (interior de Minas Gerais), Nova Friburgo (no interior do Rio de Janeiro) e Fortaleza. A primeira edição ocorrerá em Birigui, no dia 27 de março, das 7h30 às 16h30, na sede da ADJ Birigui, localizada na Rua João Galo, 1092.

Desde janeiro deste ano, as profissões de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias são reconhecidas como profissionais de saúde e cada vez mais se amplia suas atuações junto à comunidade, pois são responsáveis por: identificar áreas e situações de risco individual e coletivo; encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário; orientar as pessoas, de acordo com as instruções da equipe de saúde; acompanhar a situação de saúde das pessoas, para ajudá-las a conseguir bons resultados.

Além disso, desde 2018, estes profissionais podem aferir a pressão e a glicemia da população e encaminhar as pessoas aos serviços de saúde, caso haja alteração em algum dos índices, tendo um papel relevante no diagnóstico precoce de diabetes e hipertensão. Mas para que estas tarefas possam ser executadas com êxito, os profissionais precisam ser treinados.

“A nossa expectativa é que possamos capacitar estes profissionais para que possam orientar melhor as pessoas sobre a importância da alimentação saudável, prática regular de atividade física, o uso correto de medicamentos e de insumos para que as pessoas possam aderir ao tratamento, evitando assim o surgimento de complicações de diabetes (neuropatia, nefropatia, doenças cardíacas, retinopatia, entre outras) e internações, e ao mesmo tempo, orientar as pessoas com propriedade quando houver um valor alterado de glicemia ou de pressão, facilitando o diagnóstico precoce”, esclarece Claudia Terensi, enfermeira, gerente da ADJ Birigui e gestora do projeto.

Gastos relacionados com diabetes no Brasil chegaram a 42,9 bilhões de dólares em 2021*. Os custos diretos atribuíveis à hipertensão arterial, ao diabetes e à obesidade no Brasil totalizaram R$ 3,45 bilhões, ou seja, US$ 890 milhões, considerando gastos do SUS com hospitalizações, procedimentos ambulatoriais e medicamentos***.

Nesta edição, o projeto conta com o apoio da Prefeitura de Birigui e da empresa Novo Nordisk.

Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais: Instagram: vozesdoadvocacy e no Facebook: vozesdoadvocacy.

Referências:

*Federação Internacional de Diabetes: https://diabetesatlas.org/

**Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf

*** Custos atribuíveis à obesidade, hipertensão e diabetes no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2018: https://scielosp.org/article/rpsp/2020.v44/e32/#:~:text=Os%20custos%20diretos%20atribu%C3%ADveis%20a,e%20medicamentos%20(tabela%202).

 

Sobre a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade

Com a participação de 22 associações e de 2 institutos de diabetes, o projeto promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade, para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do diabetes da obesidade e das complicações de ambas as doenças, além de promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado destas doenças no país.

 

É deficiência androgênica, e não andropausa que se fala

Os sintomas no homem idoso podem ser confundidos com os da velhice

30% dos pacientes com diabetes tipo 2 podem ter a deficiência androgênica

                                           #SBEMSP

 

Nos homens, existe uma queda progressiva dos níveis de testosterona a partir dos 30 anos de idade: uma redução aproximada de 1% a cada ano a partir de 30 anos de idade. Diferentemente da mulher, o homem não apresenta uma queda abrupta dos níveis de testosterona, ela é progressiva e muitos homens não vão chegar a ter sintomas. 

“Porém em alguns indivíduos, o nível de testosterona fica abaixo do ideal e isso leva a sintomas. E essa deficiência androgênica - que normalmente ocorre no idoso - pode ser chamada de hipogonadismo de instalação tardia. O que evitamos mesmo é o termo andropausa, porque não é uma queda abrupta como acontece na mulher”, explica Dr. Leonardo Parr, endocrinologista da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). 

Segundo Dr. Leonardo, os sinais clássicos para deficiência androgênica do idoso se confundem com os do próprio envelhecimento ou de outras doenças da idade avançada, tais como redução da libido, redução da força e massa muscular e apatia diante das atividades habituais. Há uma diminuição dos pelos pubianos e das axilas, redução do crescimento da barba e aumento da gordura visceral. Em casos mais severos, há alterações de atenção, de memória, dificuldade de concentração e, em alguns casos, quadros de depressão por causa da deficiência do hormônio masculino. 

"Nos homens com deficiência androgênica, o aumento de gordura visceral também vai aumentar a resistência insulínica e a chance de o paciente ter diabetes gerando um ambiente inflamatório. A gordura visceral é capaz de transformar a testosterona em estrogênio (que é o hormônio feminino) através de um processo chamado aromatização, elevando de maneira inapropriada os níveis desse hormônio e piorando os sintomas relacionados ao hipogonadismo. Cerca de 30% dos pacientes com diabetes tipo 2 podem ter a deficiência androgênica do idoso e 25% dos pacientes com obesidade também poderão apresentar a mesma deficiência hormonal”, comenta o endocrinologista. 

Ele destaca também a importância do tratamento individualizado, feito com a reposição da testosterona. “Cabe aqui também alertar: infelizmente temos visto com frequência manipulações de testosterona e nós não temos como comprovar que a formulação apresentará a quantidade do hormônio necessária com exatidão. Além disso, é preciso avaliar os benefícios que esse tratamento está trazendo para o paciente em relação às suas queixas e os possíveis efeitos colaterais. Portanto, reposição de testosterona apenas quando ela está abaixo dos níveis considerados normais e sempre com ‘acompanhamento de um endocrinologista e metabologista”, finaliza Dr. Leonardo.



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O que não te contaram sobre a relação da enxaqueca com o sono

No mês em que se comemora o Dia Mundial do Sono, neurologista explica o porquê noites mal dormidas causam dor de cabeça

 

Se você sofre com enxaqueca e ainda não descobriu qual a origem dessas dores, pode ser que elas estejam relacionadas a qualidade do seu sono e você nem imagina. Isso mesmo! As dores de cabeça, principalmente as enxaquecas, têm relação direta com o sono. Por isso, neste mês de março, quando é comemorado o Dia Mundial do Sono (dia 17), vamos entender sobre qual a importância de dormir bem para ficar livre das dores.

Para a Dra. Natália Longo, neurologista pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP, é preciso esclarecer que uma boa parcela das pessoas que convivem com a enxaqueca não se considera doente e acaba não buscando ajuda médica. E o que poderia ser tratado de maneira simples, acaba se tornando um grande problema na rotina da pessoa.

“A enxaqueca é na maioria das vezes uma dor unilateral e latejante que pode ser tão intensa a ponto de impedir tarefas diárias básicas, quando acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade ao som e à luz. Mesmo assim, as pessoas tendem a tratar como algo natural de família ou apenas relacionado a rotina intensa daquele dia. O mesmo acontece com o sono de má qualidade. Às pessoas o tratam como algo corriqueiro e não como uma questão de saúde. Isso pode atrapalhar a qualidade de vida, tanto do paciente como da família”, alertou.

Para não arrastar o problema por meses, a melhor opção é procurar por um médico neurologista e marcar uma consulta. Em alguns casos, apenas pelo relato pessoal do paciente é possível diagnosticar a privação de sono como a principal causa para o paciente estar tendo crises de enxaqueca.

Segundo a especialista, alguns tipos de dores de cabeça estão relacionados ao ciclo hormonal do organismo e o mesmo acontece no ciclo sono e vigília, quando a desregulação do sono é um gatilho para a crise de enxaqueca. 

“A melatonina é a principal substância que regula o ciclo de sono e vigília. Além disso, o período de sono é muito importante para o nosso organismo, de uma forma bem simples é o momento em que “nosso corpo descansa e o cérebro trabalha”, consolidando nossas memórias e assimilando o que aconteceu naquele dia, mantendo com isto o equilíbrio do corpo e a mente. Se qualquer coisa desregular este ciclo, a manifestação de pessoas que têm enxaqueca, pode ser uma crise de enxaqueca durante o período de sono.

Em alguns casos, as crises de enxaqueca chegam a despertar o paciente no meio da madrugada com dores muito fortes. O tratamento geralmente envolve medicamentos profiláticos e medicamentos para aliviar as crises. Em alguns casos há a prescrição de melatonina para ajudar na regulação do sono e na dor de cabeça.

As orientações mais importantes são que o paciente mantenha uma rotina de sono, dormindo e acordando mais ou menos no mesmo horário todos os dias e faça uma preparação antes de dormir, conhecida também como higienização do sono. Usar técnicas de relaxamento, ficar longe das telas e preparar o ambiente adequado para sinalizar ao organismo a hora de dormir auxiliam bastante no processo. Além do controle do estresse, da boa alimentação e da prática regular de exercícios físicos.



Dra. Natália Longo – médica neurologista e neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará. Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia, eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.


Podendo levar à cegueira, glaucoma é sinal de alerta para quem tem histórico da doença na família; veja como evitar

No Brasil, estima-se que aproximadamente 2 milhões de pessoas sejam portadoras de glaucoma

 

O glaucoma é uma doença causada na maioria das vezes pela elevação da pressão intraocular, que, se não for tratada, pode levar à cegueira. Considerada silenciosa por não apresentar sintomas iniciais, a enfermidade que afeta a visão pode ser herdada geneticamente em uma percentagem dos casos. Por isso, quem possui histórico familiar de glaucoma deve redobrar a atenção e fazer acompanhamento regular com o médico oftalmologista.

No Brasil, estima-se que aproximadamente 2 milhões de pessoas sejam portadoras de glaucoma, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Apesar da gravidade, a maioria dos casos podem ser controlados com o tratamento adequado. Deste modo, o diagnóstico precoce pode evitar a perda da visão.

Igo Enomoto, médico oftalmologista responsável pelo setor de glaucoma do Núcleo de Oftalmologia, clínica referência em cirurgia de glaucoma, destaca que o paciente deve realizar acompanhamento médico de forma periódica. “Os principais grupos de risco para desenvolver glaucoma são aqueles pacientes acima de 40 anos, com alta miopia, afrodescendentes e com parentes de primeiro e segundo graus com a doença.”, afirma o especialista.

O médico explica ainda que, após o diagnóstico, o tratamento vai desde a utilização de colírios, laser e cirurgias. "A medicina avançou muito e já temos diversos tratamentos eficazes contra o glaucoma. Atualmente o tratamento inicial é com laser ou colírios, sendo a cirurgia reservada para casos mais avançados. Independente do tratamento, o principal objetivo é diminuir a pressão intraocular e impedir a progressão da doença”, discorre.


Sintomas silenciosos

A doença pode se desenvolver durante meses sem apresentar sintomas iniciais. O paciente só começa a sentir sintomas em uma fase mais avançada da doença, quando ocorre a maior parte da perda do campo visual. Caso não haja tratamento adequado, o glaucoma pode levar à perda total da visão.

"O paciente começa a não ver alguns objetos que estão no seu campo de visão periférico. Por progredir lentamente, a pessoa vai se adaptando a essa situação e só percebe a alteração em um estágio mais avançado da doença. Nessa fase, a visão central também é atingida e o glaucoma pode evoluir para a cegueira se não tratado adequadamente", informa Enomoto.

O especialista também recomenda que aqueles pacientes com maior risco de desenvolver a doença façam o acompanhamento periódico com o seu oftalmologista. “A prevenção e a instituição do tratamento nas fases iniciais da doença ainda é o melhor a se fazer”, recomenda. 

 

Núcleo de Oftalmologia


80% dos casos de câncer de intestino podem ser evitados com exames de rotina, alerta especialista

 

O ‘Março Azul-Marinho’ existe com o objetivo de conscientizar a população para a prevenção da doença.
 

A cantora Preta Gil, diagnosticada com câncer de intestino, concedeu uma entrevista, na noite deste domingo (12), ao Fantástico e contou sobre suas boas expectativas de tratamento, o apoio dos amigos e também do quanto adiou os exames solicitados pelos médicos. “Quando voltei da turnê para o Brasil a primeira coisa que eu deveria ter feito eram os exames, mas eu adiei duas vezes; essa vida que priorizamos o trabalho e outros afazeres. Eu estava tendo crises de enxaqueca, pressão alta - que eu nunca tive. No dia seguinte fui ao banheiro e senti escorrer algo na minha perna e, quando olhei, era sangue”, relatou. 

De acordo com o Dr. João Antonio Schemberk Jr, Cirurgião do Aparelho Digestivo e Endoscopista do Eco Medical Center, em Curitiba, os exames de prevenção são indispensáveis, já que 80% dos casos de tumores colorretais são provenientes dos pólipos intestinais. “São pequenas lesões, semelhantes a uma verruga, que ocorrem dentro do intestino e vão se transformando em câncer em um período de oito a dez anos. Se é feito um acompanhamento médico adequado, com a realização dos exames necessários, é possível remover essa lesão antes que ela se torne um câncer, o que faz com que tumores malignos do intestino sejam um dos únicos possíveis de prevenir”, alerta. 

Neste mês é celebrado o "Março Azul-Marinho", voltado para a prevenção e conscientização do câncer colorretal, que origina-se no intestino grosso, também chamado de cólon, e no reto, região final do trato digestivo e anterior ao ânus.
 

Incidência alta - O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum na população brasileira, atrás apenas do câncer de pele e de mama nas mulheres e de próstata nos homens. Somente no Paraná são esperados 7 diagnósticos ao dia, segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que aponta 2.560 novos casos para o estado e 45 mil em todo o país, em 2023. 

A taxa de incidência de câncer de intestino no Paraná é uma das maiores do Brasil, com cerca de 20,8 casos a cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. 

O Dr. Thiago S. Chamma, que também é Endoscopista do Eco Medical Center, ressalta que alguns hábitos de vida são considerados fatores de risco. “Sabemos que este tipo de câncer é mais comum após os 45 anos de idade e fatores como o sedentarismo, obesidade, consumo exagerado de carnes vermelhas, embutidos, alcoolismo, tabagismo, diabetes tipo 2, histórico familiar ou pessoal de pólipos ou câncer de intestino, de doença inflamatória intestinal (doença de Crohn, por exemplo) e o baixo consumo de alimentos ricos em fibras aumentam o risco do paciente desenvolver a doença. A boa notícia é que é possível optar por uma alimentação balanceada e pela prática regular de atividades físicas”, ressalta. 

A colonoscopia é o único exame que pode identificar e remover os pólipos intestinais que podem evoluir para o câncer de intestino. Os pólipos são retirados e encaminhados para um exame de biópsia, que aponta se a lesão é benigna, pré-cancerígena ou cancerígena. Não existem causas específicas para o desenvolvimento de câncer intestinal, mas a herança genética é um fator importante nesses casos. 

Quem tem histórico familiar deve ficar ainda mais atento. Apesar de ser mais comum em idades avançadas, casos de câncer de intestino em pacientes jovens, a partir dos 20 anos de idade, também podem ocorrer. “É cada vez mais comum receber em consultório casos de jovens com tumores intestinais, que muitas vezes estão relacionados aos hábitos de vida”, disse o Dr. João Antonio Schemberk Jr.

 

Sinais de alerta - Devido a alta incidência deste tumor é importante que todos fiquem atentos aos sinais para procurar um especialista. “Alteração no ritmo intestinal, dor ou cólica abdominal, presença de sangue nas fezes, emagrecimento e anemia sem causa aparente devem ser avaliados”, explica Thiago Chamma. 

Os sinais iniciais ou a chegada da idade de acompanhamento levam a necessidade de realização de exames. “O exame de fezes para avaliar a presença de sangue oculto é muito comum e também a colonoscopia, avaliação na qual o paciente é sedado para a avaliação da mucosa intestinal, procurando por possíveis alterações, como é o caso dos pólipos”. 

A colonoscopia é indicada para todas as pessoas com mais de 45 anos, histórico familiar de câncer de cólon e para aquelas que apresentam sintomas de alterações intestinais. O tempo de intervalo entre os exames é definido em consulta médica de acordo com o caso de cada paciente.
 

Tratamento - Mesmo nas situações nas quais o pólipo já se tornou um câncer, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura, conforme explica a Dra. Diesica Nalena Prochnow, coloproctologista do Eco Medical Center. “O tratamento depende do estadiamento do tumor, ou seja, o quanto ele já se espalhou pelo corpo. Em alguns casos iniciais é possível fazer a remoção (ressecção) por colonoscopia ou por cirurgia minimamente invasiva. Já quando o tumor está mais avançado, além de cirurgias abdominais maiores, o paciente pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia”, explica a especialista. 

A demora na realização do exame para identificação do câncer permite que ele cresça e se espalhe. “Pode levar células cancerígenas para outros órgãos, como pulmão, fígado, ossos… E quando isso acontece é muito difícil o tratamento, pois trata-se de uma doença metastática, onde a cura é bem difícil de ser conquistada”.
  

ECO MEDICAL CENTER
www.ecomedicalcenter.com.br/

Abril Azul: como detectar o autismo tardio na adolescência?

Estima-se que a cada 44 crianças e adolescentes uma seja autista

 

Diagnóstico tardio, dúvidas, questionamentos, incertezas. Sensações como essas são, muitas vezes, trazidas aos consultórios por adolescentes que começam a se perguntar: será que eu sou autista? No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas carregam o Transtorno de Espectro Autista (TEA), segundo o Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC).

Apesar do autismo tardio ser uma realidade, por outro lado o diagnóstico cedo também tem crescido. Hoje, as chances de um diagnóstico assertivo para crianças de até 4 anos já chega aos 50%. Contudo, o acesso à informação, compreensão e diálogo sobre o assunto tem trazido à tona aquela parcela da população que não foi diagnosticada precocemente. E é aí que entram os adolescentes.

“Muitos adolescentes que chegam ao consultório, às vezes até por iniciativa própria, trazem alguns questionamentos acerca de seus comportamentos que diferem de alguns colegas de escola ou de outras pessoas com quem convivem no cotidiano”, comenta a psicóloga Bruna Rodrigues.

A profissional ainda destaca que “costumo receber adolescentes com dificuldade que vão desde entender o sarcasmo do outro, iniciar um relacionamento amoroso até mesmo enfrentar bloqueios em interações simples no trabalho ou para desenvolver uma amizade”. Ou seja, pela percepção desses adolescentes há algo realmente diferente, que gera desconforto, e por conta do acesso à medicina optam por tentar entender melhor com a ajuda de um profissional.

 

Como detectar o autismo na adolescência? 

Mesmo apresentando vários sintomas do TEA, para se chegar a um diagnóstico final em adolescentes entre os 12 e 18 anos são necessários exames e  acompanhamento de especialistas. 

Um time composto por psiquiatras, neuropsiquiatras e neuropsicopedagogos, juntamente do psicólogo do adolescente, conseguem chegar a uma resposta desde que tenham total acesso às informações de como ocorreu a infância da pessoa.

A média para um diagnóstico certo costumava necessitar de um acompanhamento de 5 anos. Contudo, quando acompanhado por psicólogos e outros especialistas, esse período de análise tem reduzido muito e os médicos conseguem chegar a um diagnóstico final dentro de 3 a 6 meses.

 

Quais os sintomas do autismo na adolescência?

É possível ficar atento para certos sinais que as pessoas com espectro autista na adolescência apresentam:

  • Interesses restritos: adolescentes mais fechados, com interesses particulares bem específicos
  • Dificuldade de comunicação: alguns adolescentes podem até se recusar a interagir com outros
  • Linguagem formal: usam palavras mais difíceis e muitas vezes nem usadas na linguagem geral do dia a dia
  • Problemas de entendimento: sarcasmo, piadas, tons de conversação podem não ser entendidos pelos autistas
  • Dificuldade em entender linguagem não verbal: ou seja, não interpretam sinais corporais como um simples franzir de testa
  • Isolamento social: quando não se sentem à vontade em situações sociais
  • Comportamentos estereotipados: quando apresentam comportamentos repetitivos com o corpo. Ex: se balançam bastante ou mexem muito as mãos
  • Baixa tolerância a mudanças: como a troca de escola, de turma ou de casa

 

A psicóloga Bruna Rordigues destaca também como geralmente esses adolescentes notam eles próprios alguns dos sintomas. “Algo que também acontece é quando amigos e familiares notam um comportamento diferente nesses adolescentes, tais como, dificuldade de realizar contato visual levantando questionamentos sobre um possível TEA”, comenta.

Ela ainda ressalta que “por outro lado, outros nos procuram, pois, apresentam os sintomas, mas não entendem o porquê se comportam de determinadas formas. Claro, que embora tenhamos que investigar todos os sintomas, nem sempre o diagnóstico é de autismo”.

Ou seja, há ainda os “novos problemas” que essa geração tem mostrado desafiadora. “Diante do cenário que temos hoje, posterior à pandemia, temos que levantar hipóteses de crianças que não desenvolveram habilidade da comunicação e interação social por conta do isolamento”, aponta Bruna.

 

O que existe hoje de apoio?

Em 2012, foi sancionada a Lei Berenice Piana (12.764, 2012), que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Já em 2020, foi sancionada a Lei 13.977, de 2020, que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea).

A vantagem do documento é assegurar aos portadores atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

Paralelo a isso, existe um aplicativo chamado Rede Azul, que reúne indicações de locais, serviços e oportunidades amigáveis à comunidade autista em quase todos os estados brasileiro.

 


Bruna Rodrigues - Psicóloga (CRP 06/119.229) Pós-graduada em psicanálise pelo Instituto de Pós-graduação (IPOG); Pós-graduanda em Intervenção ABA para Transtorno do Espectro Autista pela Faculdade Metropolitana (FAMEESP) em ludoterapeuta pelo Instituto Cinco (I5); Uma das idealizadoras do 1º Grupo de Psicólogos e Estudantes de Psicologia do Alto do Tietê, Fundadora do Instituto Diferente Mente e do projeto Psicologia em Ação, psicoterapeuta, palestrante e treinadora.


Dia Mundial do Sono: atividades lúdicas e sem tela ajudam a dormir

 Criação de rotinas e brincadeiras criativas, como atividades de recorte e colagem, ajudam a acalmar e a melhorar a qualidade do sono

 

Um dos grandes desafios de pais e responsáveis é fazer com que a criança consiga dormir. São diversas as razões para essa dificuldade em pegar no sono, sendo o uso excessivo de atividades digitais, sobretudo próximo ao período noturno, um dos fatores que prejudicam a qualidade do sono.
 

O Dia Mundial do Sono, celebrado no dia 17 de março, foi criado justamente para conscientizar a sociedade sobre a importância do sono para a saúde. As causas da insônia infantil devem ser analisadas por especialistas, afinal questões sociais, culturais e familiares também influenciam no descanso noturno.

Geraldo Lorenzi Filho, médico especialista em Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, destaca a necessidade de criação de rotinas diárias, inclusive aos fins de semana, para garantir um sono melhor. O médico também orienta os pais a investirem em atividades lúdicas e mais relaxantes com as crianças momentos antes de dormir, sem aparelhos celulares e videogames ligados.

“A tela de computador e de celular emite luz que inibe a produção de melatonina, hormônio que regula o nosso ‘relógio biológico’, essencial para o processo do sono. Portanto, próximo do horário de dormir, interações digitais devem ser trocadas por atividades leves, como leitura e brincadeiras de recorte e colagem que ajudam a acalmar e que também podem ser feitas em companhia de adultos”, explica o médico.

Aliadas na redução do agito noturno, atividades lúdicas também podem contribuir para o desenvolvimento motor e cognitivo. Brincadeiras fáceis de fazer, como desenho e colagens em folhas usando soluções adesivas como a Pritt Bastão, ajudam a desacelerar enquanto a criança se concentra na interação.
 

“Atividades de recorte e colagem são interativas, ajudam a acalmar e estimulam uma série de competências individuais, como o raciocínio, criatividade, improviso, precisão, e trabalho em conjunto, importantes para o aprendizado. A fácil aplicação da cola deixa a tarefa mais dinâmica e acessível.”, destaca Beatriz Negrão, Gerente de Marketing da Pritt, adesivo escolar da Henkel.
 

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) dá mais dicas para um sono melhor: evite alimentos e bebidas (chocolate, refrigerante, chá mate ou cafeinados) e medicações que contenham estimulantes próximas à hora de dormir; coloque a criança ainda acordada em sua cama; e mantenha o mesmo horário para dormir e acordar todos os dias, incluindo finais de semana e feriados.
 

Henkel
  

5 benefícios do sono para a criança

Dormir não é luxo e a falta de repouso pode gerar impactos na vida adulta, alerta a especialista em sono e consultora da Philips Avent, Danielle Cogo 

 

Com a proximidade do Dia Mundial do Sono, neste ano comemorado em 17 de março, a especialista em sono e consultora da Philips Avent, Danielle Cogo, destaca que dormir não é luxo e que a privação do sono pode gerar impactos na vida adulta. 

Ao anoitecer, as famílias começam a se organizar para seguir com as últimas tarefas do dia e, principalmente, se preparar para colocar as crianças para dormir. Sabemos que manter uma constância no horário do sono é importante para o desenvolvimento dos pequenos, mas quais são os verdadeiros benefícios que esse descanso proporciona? 

A especialista listou os 5 principais benefícios do sono para as crianças. Acompanhe:

  1. Consolidação de memória e melhor aprendizado;
  2. Crescimento adequado;
  3. Habilidades motoras fortalecidas;
  4. Melhora na alimentação;
  5. Aumento da resistência à infecções.

“Sono é uma necessidade do organismo como outra qualquer: comer, beber água, eliminações fisiológicas, entre outras. É um estado de comportamento do cérebro, em que cada pessoa possui o seu ritmo biológico e uma necessidade. O sono de uma pessoa não deve ser comparado com o de outra”, reforça a especialista. 

De acordo com Danielle Cogo, uma boa noite de sono começa a ser construída a partir do momento em que levantamos da cama, por isso a rotina é fundamental. A especialista ressalta ainda que crianças que não dormem bem, têm diversos prejuízos, entre eles, irritabilidade, desânimo, baixa tolerância à frustração, falta de autocontrole, inclusive, dores de cabeça. 

Para auxiliar as crianças a terem uma noite de sono de qualidade, a especialista orienta ainda a oferecer um ambiente adequado, organizar a rotina diária de acordo com a necessidade da criança e na dúvida de como fazer uma boa organização e não privar os pequenos do sono, procurar auxílio profissional. 

“Sono tem características próprias, não existe uma quantidade ideal de horas de descanso igual para todos. É importante que os pais consigam identificar as necessidades de sono de seus filhos para organizarem uma rotina de acordo com o que eles realmente precisam”, esclarece Danielle. 

A especialista aponta que não se deve ignorar a privação de sono dos pequenos: “Pode ser uma fase, que passa, mas as noites mal dormidas na infância não se recuperam e vão impactar inclusive na vida adulta da criança”. 

 


Danielle Cogo - especialista em sono e parceria da Philips Avent. Com Certificação Internacional pelo Instituto Internacional de Maternidade de San Francisco - Califórnia; Danielle é certificada pela Universidade de São Paulo (USP) em "Medicina do Sono"; com curso de aperfeiçoamento em "Sono e Obesidade" pela Learncafe, em "Apneia Obstrutiva do Sono" pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e como "Educadora de Envolvimento Familiar" pela Universidade de Harvard. Danielle é técnica em polissonografia pela NiCs, além de pós-graduada em Transtorno do Espectro Autista. Por mais de cinco anos, a especialista atuou na área de pesquisa clínica com estudos pediátricos e é proprietária do Instituto Assessoria Mamãe.



Philips Avent
www.loja.philips.com.br/avent

 

Reumatologista ou ortopedista: quais as principais diferenças e como saber qual médico consultar?

É comum as pessoas ficarem na dúvida após notar alguma dor persistente se é melhor procurar um médico reumatologista ou um ortopedista, tendo em vista, que as duas especialidades são parecidas e em alguns casos até se complementam.

Contudo ambas as áreas possuem suas especificidades. O reumatologista, geralmente, trata de casos clínicos, além de ter como função diagnosticar, tratar e acompanhar inflamações e doenças autoimunes que atingem tecidos conjuntivos e parte do sistema musculoesquelético, como as articulações, músculos, ligamentos, tendões e ossos.

A reumatologista Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg ressalta que as principais doenças tratadas por essa especialidade são “a artrose (desgaste da cartilagem), a fibromialgia (dores pelo corpo), a osteoporose (enfraquecimento dos ossos), a artrite reumatoide (juntas inflamadas, deformações e dificuldade de movimentos) e as tendinites (inflamação dos tendões), entre outras”.

Por outro lado, o ortopedista trata de casos cirúrgicos, além de diagnosticar e reabilitar distúrbios mecânicos, associados aos ossos. Os problemas que esse profissional atende pode estar relacionado com luxações, deformidades ósseas, lesões no ligamento, fraturas, etc.

Uma maneira simplificada para entender qual especialidade procurar em um quadro de dor, vai depender dos sintomas e situações vividas pelo paciente. Quando os primeiros sintomas aparecem após um trauma, por exemplo, uma queda, batida ou torção, o ideal é procurar um ortopedista. Caso as dores sejam crônicas e surjam acompanhadas de dificuldade de movimentação, calor e vermelhidão, o paciente deve procurar um reumatologista, por poderem se tratar de alguma doença reumática.

 

Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg - especialista em Reumatologia e Reumatologia Pediátrica. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado em Medicina (Reumatologia) pela Universidade de São Paulo, especialização nos EUA e Canadá. Atualmente é professora e mentora de novos profissionais na Universidade de São Paulo.

 

17 de março Dia Mundial do Sono, psiquiatra deixa 4 dicas para dormir melhor

Todo mundo precisa de no mínimo 6 horas de sono contínuo por noite, o cérebro que não sente essa necessidade pode não estar funcionando dentro da normalidade

 

A falta de sono, apesar de não ser uma doença, pode ser um alarme de muitos distúrbios como obesidade, doenças cardíacas e até Parkinson e Alzheimer. Mas, se uma pessoa não sente necessidade de dormir, pelo menos, 6 horas por noite sem que nenhuma destas doenças seja diagnosticada, é porque a causa está nos maus hábitos na hora de dormir. 

A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, explica que o segredo para se livrar das noites mal dormidas está escondido dentro da mente de cada um. “Nossa mente é uma máquina. Vamos imaginar que ela seja como um celular, que precisa ser recarregado todas as noites para que possa funcionar no outro dia -- é praticamente o mesmo mecanismo. Por isso, é tão essencial que as informações recebidas durante o dia sejam bem administradas e possam ser desligadas antes de ir para a cama “, fala a psiquiatra que deixa algumas dicas básicas para ter uma noite reparadora e um cérebro em perfeito funcionamento para o dia seguinte.
 

Crie uma rotina

Tente dormir e acordar todos os dias no mesmo horário e vá para a cama mais cedo do que o costume quando suas noites não forem de, no mínimo, 6 horas de sono contínuo;

Evite estimulantes

Não exagere em cafés, chás, chocolates e refrigerantes de cola cerca de 2 horas antes de deitar-se;

Faça atividades físicas 

É preciso cansar o corpo para que a mente consiga descansar;

Tenha uma cama confortável 

Utilize travesseiros que alinhem o pescoço e o tronco e opte por um colchão adaptado às curvas anatômicas.

 

Dra. Jéssica Martani - Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque -- EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP.
CRM 163249/ RQE 86127


Dores que confundem. Fisioterapeuta ensina a diferenciar.


 

É enxaqueca ou tensão muscular? É dor no peito ou infarto? Dor nas costas ou na coluna? Essas e muitas outras dores podem ser facilmente confundidas porque quem sente e o grande perigo dos sintomas parecidos é que muita gente negligencia ou minimiza o problema e não se trata ou se preocupa tanto que acaba não olhando para questões que são bem mais fáceis de resolver. É o caso das dores musculares, que podem ter sinais parecido até com a dor do infarto, por exemplo. 

O fisioterapeuta clínico Cadu Ramos de SP, especialista em Fisioterapia e Traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ensina como identificar a se a dor é de origem muscular ou se pode indicar algo mais sério. “O corpo é uma cadeia muscular interligada que facilmente irradia dores de um lugar para o outro e por isso que tem dor que basta alongar e soltar a musculatura e em questão poucas horas já tem a dor sanada, e outras que merecem tratamento mais longo de adequado”, fala Cadu que dá alguns exemplos práticos:
 

Dor de cabeça x tensão muscular

A dor de cabeça constante pode parecer enxaqueca, mas na verdade pode ser apenas uma contração dos músculos, que formal os nódulos de tensão na região cervical, no pescoço, que irradia para a cabeça.
 

Dores no peito x infarto

Dor no peito provocada por lesões musculares que aparecem em decorrência da prática de alguma atividade física, na maioria das vezes, pode aparecer após atividades simples, como tossir muito ou pegar objetos pesados. Mas, se causar sensação de aperto, pressão, queimação e vier acompanhada de outros sintomas, como falta de ar, sudorese, palidez e tontura daí sim pode ser sinal de infarto.
 

Dor nas costas x dor na coluna

A dor nas costas é causada por tensões ou lesões musculares que podem ter sido ocasionadas por trabalhos repetitivos ou que exigiram um esforço físico muito intenso. Os sintomas podem envolver espasmos, sensação de cansaço, fadiga, reações dolorosas que podem atrapalhar algumas atividades ao longo do dia.

Já a dor na coluna está relacionada a problemas ósseos como alterações degenerativas nos discos intervertebrais ou articulações, problemas nas vértebras, desvios dos eixos normais da coluna, hérnia de disco, artrose, dentre outras doenças. Esses sintomas são ainda mais fortes já que a dor pode irradiar para outras áreas do corpo, como pernas, braços, nádegas, etc. Em alguns casos, a dor na coluna pode ser considerada incapacitante, causar perda de sensibilidade e sensação de queimação/formigamento na região.

“A dor muscular pode ser reconhecida pela grande irritação no local em que ela está ocorrendo. Isso resulta na limitação dos movimentos feitos pela pessoa, já que, ao se mexer, ela piora”, avisa o especialista que deixa alguns sinais que podem ajudar a identificar a dor muscular:

• dor com sensação de picada, formigamento, comichão, esfaqueamento ou queimação;

• rigidez, que ocasiona em desconforto e/ou dificuldade ao realizar certos movimentos;

• sensação de dormência ou formigamento;

• espasmos;

• inchaço.

Mesmo com tantas diferenças, Cadu afirma ainda que a dor muscular pode ser sinal de alguma outra doença, por isso, é importante ficar atento.
 

Cadu Ramos - Fisioterapeuta clínico - CREFITO 130030. Especialista em Fisioterapia e Traumatologia -- Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) -- Escola Paulista de Medicina (EPM), em Aparelho Respiratório -- Ventilação Mecânica Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) -- Escola Paulista de Medicina (EPM) e em Fisioterapia em Geriatria -- trabalho voltado para queixa principal, atividades da vida diária (AVD ‘S) e socialização do idoso. (Instituto ILEA). Graduado em Fisioterapia pela Universidade Bandeirante de São Paulo.

 

O coração das mulheres como protagonista


Março é um mês dedicado às mulheres, suas lutas e conquistas, e para lembrar à sociedade de que ainda há muitos espaços que elas devem ocupar antes que possamos falar em equidade. Porém, mais do que isso, trata-se de um mês que a área da saúde aproveita para conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde da mulher. Hoje, eu gostaria de chamar atenção sobre a saúde cardiovascular da mulher, a necessidade dos cuidados de prevenção e sobre a importância de uma avaliação correta em caso de qualquer suspeita de doença.  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou mais de 23 mil por dia. No Brasil, mais de 30% das mortes estão relacionadas a esta condição. Um fato preocupante é que, ao contrário do que muitos imaginam, as doenças do coração matam mais mulheres (32%) do que homens (28%), e estudos mostram que elas sequer têm conhecimento disso – desse total mencionado antes, de uma a cada três, apenas uma em cada cinco mulheres acreditam que doenças cardiovasculares são uma ameaça para sua saúde. Os fatores de riscos são diversos, mas podemos destacar sedentarismo, obesidade, diabetes, colesterol alto, pressão arterial alta, estresse, tabagismo e problemas na rotina do sono. E, como falamos de mulheres, outros pontos devem ser levados em consideração, como complicações na gravidez, uso de anticoncepcionais e menopausa. 

A pós-menopausa também merece toda a nossa atenção. Nesta fase, a mulher costuma ganhar peso e aumentar a gordura corporal e pode haver um aumento da pressão arterial e da taxa de colesterol. É quando o risco de desenvolver uma doença cardiovascular fica ainda maior. 

Uma pergunta frequente que ouço no consultório é sobre como reduzir estes riscos cardiovasculares. A resposta inicial é que é possível o cuidado preventivo. O melhor caminho é, sem dúvida, manter hábitos saudáveis, preferencialmente desde a primeira infância, com dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, manter o equilíbrio emocional e ter boa qualidade de sono. Tudo isso sempre acompanhado de uma avaliação periódica das funções do coração. 

Outro ponto bastante importante é manter a atenção sobre os possíveis sintomas como mal-estar, desconforto torácico e até mesmo dor na região do estômago e náuseas. Caso qualquer um destes sinais surjam ou persistam, é necessário buscar ajuda médica imediata.    

Sabemos que temos um longo desafio na conscientização da mulher sobre a saúde do seu coração. É nossa tarefa, comunidade médica, opinião pública e governo, trabalhar na prevenção e no incentivo pela busca de acompanhamento médico constante. Só assim teremos resultados mais eficazes e conseguiremos diminuir as estatísticas atuais. 

 

Rafaela Penalva - cardiologista, membro do departamento de cardiologia da mulher (SBC) e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa. 

 

Dia Mundial da Infância: Vacinação é direito das crianças e dever de seus responsáveis, reforça SOBOPE

Segundo Ministério da Saúde, apenas 25% do público infantil foi vacinado contra a Covid-19, apesar de a vacina estar disponível desde o ano passado

 

No próximo dia 21 de março é celebrado o Dia Mundial da Infância. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) reforça o alerta sobre a importância da cobertura vacinal para a saúde e bem estar do público infantojuvenil, em especial de quem está em tratamento oncológico. Com queda acentuada nos três últimos anos, os números relacionados à vacinação infantil demonstram a necessidade de conscientizar pais e responsáveis para o dever de zelar pela imunização das crianças e adolescentes. 

O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral, perdendo apenas para acidentes. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade. Ao contrário dos índices expressivos de casos de câncer, os de vacinação continuam modestos. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, apesar de estarem disponíveis desde o ano passado, as vacinas contra a Covid-19 só foram aplicadas em 25% da população infantil. 

“Temos que lembrar que, segundo o Art.4 do Estatuto da Criança e do Adolescente: é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Assim, é de total responsabilidade dos pais zelar pela saúde de seus filhos e isso inclui, claro, a vacinação”, reforça o Dr. Patrick Godinho, médico oncologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE). 

Segundo a SOBOPE, as vacinas são seguras e eficazes, incluindo a vacina contra a Covid-19. A entidade ressalta apenas que as crianças em tratamento quimioterápico devem seguir as orientações dadas pelo seu oncologista para receber todas as vacinas permitidas e indicadas nesse período e no intervalo de quimioterapia adequado. “Como a imunidade das crianças costuma baixar durante o processo de tratamento oncológico, o ideal é que seja realizada uma consulta prévia ao oncologista para que este determine o melhor momento em que a criança poderá ser vacinada”, explica o especialista da SOBOPE.
 

Casos e sintomas agravados

Outro ponto de atenção é que, segundo estudo publicado no periódico International Journal of Infectious Diseases, crianças não vacinadas são mais propensas a desenvolver sintomas graves de Covid-19, por exemplo, representando 90% dos casos moderados a graves da doença entre o público pediátrico. A análise foi desenvolvida por pesquisadores de diferentes universidades chinesas durante o surto da variante Ômicron em Xangai, entre março e maio de 2022. Entre 2.620 crianças e adolescentes infectados, 62% não estavam vacinados e 38,6% eram assintomáticos. Destes, a maior parte dos casos ocorreu em crianças que estavam com o esquema completo de imunização. Dos quadros moderados a graves, 90,6% dos casos ocorreram em não vacinados.
 

Respeito à infância

“Temos que lembrar que, na ausência de imunização, as crianças - até pelas ações características desta fase da vida, ou seja, brincadeiras, contatos físicos e sem muita consciência dos cuidados com a higiene - podem se tornar propagadoras dos vírus, liberando as partículas virais a outras crianças e adultos”, lembra o Dr. Patrick Godinho. 

O especialista da SOBOPE, no entanto, faz questão de ponderar a importância de não privar as crianças de serem crianças, em especial as que estão em tratamento. “Não se pode esquecer que elas já estão passando por algumas privações. Por mais cuidados que devemos ter, é necessário, até mesmo para o sucesso do tratamento, que elas continuem brincando, se relacionando entre si e realizando suas atividades habituais, na medida em que o tratamento permitir”, finaliza.


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