O Dia Mundial da Trombose
quer ampliar o conhecimento da população sobre essa doença silenciosa
No Dia
Mundial da Trombose, 13 de outubro, ainda assusta o número de pessoas que
morrem em função dessa complicação em todo o mundo. Um em cada 4 pacientes
morrem por trombose, doença silenciosa que se manifesta quando ocorre a
formação de coágulos potencialmente fatais nas artérias ou veias. Os coágulos
de sangue, normalmente, ocorrem nas veias da perna (Trombose Venosa Profunda -
TVP), que podem se fragmentar e chegar através da circulação até os pulmões e
causar a Embolia Pulmonar (EP).
O médico
hematologista, patologista clínico e um dos diretores do Laboratório São Paulo,
Daniel Dias Ribeiro, revela que a incidência de trombose é de mil pessoas por 1
milhão na população mundial. “Se olhar a trombose cerebral, são 10 a 20 casos
por 1 milhão por ano. Em situações no dia a dia, temos os casos de trombose,
como voos com mais de 8 horas de duração – 217 casos para 1 milhão de pessoas.
O uso de anticoncepcional oral – 5 mil casos para cada 1 milhão de pessoas que
usam o medicamento”, acrescenta.
O problema também passou a ser
lembrado com a pandemia da Covid-19, lembra o médico hematologista. De
acordo com ele, é alta a incidência de trombose nos pacientes que têm casos
graves da Covid-19 e chegam em 20% a 30% aqueles que estão em CTI. “A vacinação
é muito importante para impedir a ocorrência do problema. Ter Covid grave traz
muito mais riscos de ter trombose do que tomar vacina contra a doença”, alerta
Daniel Ribeiro.
O diretor do Laboratório São Paulo
informa que algumas doenças, como o câncer, também são fatores de risco.
“Pacientes com câncer também estão mais sujeitos às tromboses venosas ou
arteriais em razão das cirurgias, internações, infecções, tratamentos e de
outros fatores específicos da doença”, explica ele.
“Felizmente, apesar dos altos índices
de complicações, o problema pode ser prevenido” informa Daniel Ribeiro. Nunca é
demais alertar à população sobre os fatores de risco para trombose, como: as
internações hospitalares, uso de medicações contendo estrógenos, acidentes e
traumatismos, histórico familiar, imobilização prolongada, obesidade, cirurgia,
câncer, gestação, puerpério e tabagismo.
A Associação Brasileira de Hematologia,
Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) lançou uma campanha com três focos para
conscientizar a população e prevenir os eventos trombóticos:
- Pacientes hospitalizados: cerca de
60% de todos os eventos trombóticos venosos ocorrem durante, ou nos 90 dias que
se seguem a uma internação hospitalar. Por isso, representam uma das principais
causas de morte intrahospitalar passível de prevenção.
- Pacientes com câncer: pacientes com
câncer apresentam maior risco de tromboses tanto venosas quanto arteriais. Além
disso, as tromboses venosas em pacientes com câncer resultam em aumento da
necessidade de internações e aumento da mortalidade, além de apresentarem maior
risco de recorrência.
- Pacientes com COVID-19: estes
pacientes apresentam risco aumentado para tromboembolismo venoso, além de
alterações ainda não completamente compreendidas no balanço hemostático local
(pulmões) e sistêmico. O reconhecimento deste risco é fundamental para o manejo
intrahospitalar destes casos.
Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas da trombose também devem ser observados e buscar o
tratamento médico no caso da manifestação. Entre eles, estão: dor ou
desconforto na panturrilha ou coxa, aumento da temperatura e inchaço da perna,
pés ou tornozelos, vermelhidão e/ou palidez, sensações e/ou falta de ar, dor no
peito (que pode piorar com a inspiração), taquicardia, Tontura e/ou desmaios.
Para finalizar, o médico acrescenta que sempre é bom lembrar quais as medidas
devem ser adotadas para evitar a trombose: hidratação diária; não ficar sentado
muito tempo (trabalho, viagens e pós-cirurgias); fazer atividade física, pelo
menos, 3 vezes por semana; preferir roupas e sapatos confortáveis; ter uma
alimentação balanceada; evitar fumar e bebidas alcoólicas.