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terça-feira, 11 de outubro de 2022

Puberdade precoce: a pandemia fez as crianças amadurecerem mais cedo

Estudos e indícios médicos mostram que as crianças começaram a fase de puberdade física mais cedo após os períodos de isolamento

 

Uma coisa é certa: ainda não sabemos todos os efeitos da pandemia de coronavírus na vida de crianças e adolescentes. Porém, algumas das mudanças decorrentes dos períodos de isolamento e quarentena já são perceptíveis, como a puberdade precoce. 

"Chamamos de puberdade precoce o desenvolvimento que começa antes dos nove anos nos meninos, ou antes dos oito anos nas meninas", explica a Dra. Ludmilla Pedrosa, endocrinologista pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria. 

De acordo com a profissional, a causa da puberdade precoce não é clara na maioria dos casos, no entanto, é perceptível que quadros dessa natureza têm aumentado - uma prova disso é um estudo feito no Hospital Infantil Bambino Gesù, em Roma, na Itália. 

A pesquisa concluiu que, comparado ao ano anterior à pandemia de covid-19, os casos mais que dobraram em um ano, saltando de 118, em 2019, para 246, em 2020, conforme registrado pela Unidade de Endocrinologia da instituição. 

Embora seja um estudo preliminar, ele reforça a impressão generalizada entre os profissionais de saúde de que houve, sim, um aumento no número de casos de puberdade precoce desde o início da pandemia. 

"O que se sabe é que o início do amadurecimento sexual tem a ver com fatores genéticos e ambientais", diz Ludmilla. "A idade da puberdade dos pais, o desenvolvimento no período fetal e até fatores como obesidade influenciam esse momento."

 

Sinais (e consequências) da puberdade precoce 

Nas meninas, o primeiro sinal de puberdade é o surgimento do broto mamário, com um pequeno aumento no volume das mamas. Já nos meninos, o fator primário é o aumento dos testículos, que costuma ser seguido, após cerca de 6 meses, pelo crescimento do pênis e o aparecimento dos pelos pubianos. 

"A maturação sexual antes da faixa etária padrão pode trazer consequências negativas para as crianças, tanto físicas como psicológicas", explica a Dra. Thais Mussi, endocrinologista e metabologista pela SBEM. "Uma das suas consequências, é a baixa estatura na vida adulta, já que o crescimento para de forma antecipada. A longo prazo, também pode aumentar o risco de câncer de mama, por exemplo." 

Outro ponto que chama a atenção nesse quesito é o fator emocional. Afinal, as crianças não sabem, ainda, lidar com as mudanças e com os sentimentos que surgem com elas. Para as meninas, o desconforto com o período menstrual e o risco aumentando de abuso sexual são duas questões reforçadas pela puberdade precoce.

 

Afinal, por que as crianças estão amadurecendo mais cedo? 

"Uma das hipóteses que podemos destacar para o aumento dos casos de puberdade precoce é o aumento da obesidade e a exposição a certos produtos que estão acelerando esse processo. Substâncias presentes nos plásticos podem funcionar como disruptores do sistema endócrino, capazes de disparar mudanças hormonais", continua a Dra. Thais. 

Sabe-se, ainda, que as crianças ganharam mais peso, ficaram mais sedentárias e mais expostas às telas. "O uso de eletrônicos, além de estimular a inatividade física, também impacta o ciclo da melatonina, que também está associada à antecipação da puberdade", diz. 

É por isso que pais e responsáveis devem estar atentos às mudanças corporais dos filhos e levá-los ao médico endocrinologista quando notarem qualquer mudança nos corpos das crianças, para que seja iniciado um atendimento personalizado e, se necessário, um tratamento adequado.

 

Dra. Ludmila Fernandes Pedrosa - CRM 165215 @draludpedrosa. Formada pela Faculdade de Medicina da UFMG. Residência médica em Pediatra pelo Hospital das Clínicas da UFMG. Especialização em Endocrinologia Pediátrica pela Santa Casa de São Paulo. Título de Especialista em Pediatria pela SBP. Título de Especialista em Endocrinologia Pediátrica pela SBEM. Endocrinologista Pediatrica do Hospital Nove de Julho.


Conheças os remédios inovadores para tratar a osteoporose

20 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Osteoporose

Infusões podem trazer comodidade e menos efeitos adversos


“A osteoporose é causada pelo enfraquecimento dos ossos, que passam a se quebrar com muita facilidade, provocando dores, deformidades, dependência física e antecipando a morte. Ela é resultado de uma perda da massa óssea exagerada, que acontece conforme vamos envelhecendo.

 

“Em geral, começamos a perder massa óssea lentamente depois dos 40 anos de idade, e algumas pessoas acabam chegando na osteoporose. Isso é determinado geneticamente, com a contribuição do estilo de vida. Uma alimentação pobre em cálcio, o sedentarismo, o tabagismo e a deficiência de Vitamina D podem contribuir para a chegada da osteoporose”, explica Dra. Marise Lazaretti Castro, endocrinologista, professora da Escola Paulista de Medicina – Unifesp.

 

Entretanto, muitas vezes, mesmo com hábitos de vida saudáveis, as pessoas acabam desenvolvendo a osteoporose por possuírem uma predisposição genética. E, particularmente na mulher, esta perda óssea é acelerada pela menopausa.

 

A osteoporose é uma doença que impacta muito a qualidade de vida e encarece o sistema de Saúde por conta das fraturas. Felizmente, existe tratamento tanto para preveni-la como para tratá-la, quando já instalada, que reduzem muito o risco de fraturas. As fraturas mais comuns decorrentes da osteoporose acontecem no punho, no úmero (braço), nas vértebras da coluna, e no quadril (colo do fêmur). Quem já teve uma destas fraturas deve procurar imediatamente o atendimento por um clínico para prevenir novas fraturas, porque o risco é muito grande.

 

“Para estes casos mais graves existem novos medicamentos que, por meio de infusão (injeções), podem contribuir de maneira significativa melhorar este prognóstico”, conta Dra. Marise, que também é diretora da Clínica Croce.

 

Ela explica que um desses medicamentos é o denosumabe, um anticorpo monoclonal usado a cada 6 meses. Ainda de acordo com a especialista em saúde óssea, o ácido zoledrônico é outro medicamento que, por meio do tratamento com infusões sanguíneas anuais, pode aumentar a densidade óssea em homens e mulheres com osteoporose, além de tratar e prevenir a doença induzida por glicocorticoides e tratar a doença de Paget óssea.

 

“O romosozumabe é o mais novo medicamento da classe dos anticorpos monoclonais disponível para tratar a osteoporose grave, para indivíduos com histórico de fratura osteoporótica ou múltiplos fatores de risco para fraturas. Pode ser usado como uma alternativa para pessoas cujo risco de fratura está muito elevado ou naquelas que não obtiveram sucesso com outras linhas terapêuticas disponíveis”, comenta Dra. Marise. Apesar de poder ser utilizado em casa, é sempre recomendado que o paciente o aplique em ambiente seguro, cercado de profissionais da saúde que poderão auxiliá-lo em caso de qualquer reação adversa.

 

Esses medicamentos parenterais (por infusão) apresentam uma posologia mais cômoda. Como a maioria dos tratamentos para osteoporose duram anos, o uso por infusão torna o tratamento mais confortável, sem afetar o estômago.

 

Prevenção da Osteoporose

Uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos sofrerão uma fratura por fragilidade (osso quebrado) por causa da osteoporose. O risco desta doença pode ser reduzido, mas não totalmente evitado, com adoção de hábitos de vida saudáveis tais como:

 

- Prática de exercício físico regular;


- Dieta rica em nutrientes bons para os ossos, como proteínas e alimentos ricos em cálcio, como os derivados do leite;


- Exposição solar para adequar os níveis de vitamina D;


- Evitar hábitos tabagistas e consumo de álcool;


- Reposição hormonal na pós menopausa.

 

A investigação da osteoporose é feita pelo exame de densitometria óssea, que deve ser pedido para todos homens e mulheres com fatores de risco para a doença. 

“Observação importante: os medicamentos à base de anticorpos monoclonais utilizados nas infusões necessitam serem mantidos sob refrigeração com temperatura controlada, e manipulação cuidadosa. Por este motivo, é recomendado que seja aplicado por profissionais da saúde”, finaliza Dra. Marise.


Clínica Croce

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Osteoporose: a ordem dos medicamentos interfere no tratamento

Para pacientes de muito alto risco é recomendado iniciar cuidados com remédios mais potentes

         20 de Outubro é o Dia Mundial de Combate à Osteoporose


Atualmente, há uma série opções de medicamentos para tratar a osteoporose. Os medicamentos antirreabsortivos – que inibem a reabsorção da massa óssea - são mais comumente usados para a grande maioria dos pacientes com a doença. Porém, os medicamentos mais potentes para os casos mais graves da osteoporose são os chamados anabólicos, cuja função é estimular a formação de osso novo.

 

O osso está o tempo todo sendo reabsorvido. Porções mais antigas do osso ou que tenham microdanos ou microfraturas são reabsorvidas. Paralelamente, há a formação de osso. Um desequilíbrio entre a quantidade de osso que é reabsorvida e a quantidade de osso que é formada leva a uma massa óssea mais baixa, resultando na osteoporose.

 

“O que faz a diferença no tratamento é a sequência: se você começa com tratamento antirreabsortivo e depois troca para o anabólico, perde-se a potência deste tratamento. O ideal é começar com medicamento anabólico, que pode ser feito só por um ou dois anos, dependendo da classe de medicamento escolhido e aí, na sequência, tem que se trocar para o tratamento antirreabsortivo”, explica Dra. Manuela Rocha Braz, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). Ela reforça que essa linha terapêutica deve ser usada para tratar pacientes com alto risco de fratura – normalmente que já apresentaram múltiplas fraturas – e sem contraindicação.

 

Dentre os medicamentos antirreabsortivos para tratar a osteoporose estão os bisfosfonatos, já bem conhecidos, e cujos principais representantes na forma oral são o alendronato, risedronato e ibandronato, e o ácido zoledrônico, recebido por infusão intravenosa, assim como o denosumabe, que é um anticorpo monoclonal (proteína) administrado no subcutâneo (injeção).

 

Entre os medicamentos anabólicos, que são os mais potentes, existe a teriparatida, que é um análogo do PTH, ou seja, uma forma do hormônio da paratireoide. Esse medicamento é administrado por injeção subcutânea diária e usado por dois anos, indicado, principalmente, para mulheres na pós menopausa com alto risco de fraturas vertebrais ou não vertebrais.

 

“Outro anabólico disponível aqui no Brasil é o romosozumabe, injeção subcutânea administrada uma vez por mês e que usamos no tratamento apenas por um ano antes de trocar para o antirreabsortivo. Além de pessoas múltiplas fraturas, os pacientes elegíveis para o tratamento com anabólicos também são aqueles com densitometria com índices muito baixos de massa óssea ou que tenham outros fatores de risco, como os que caem com muita frequência ou têm outras doenças como artrite reumatoide. Isso tudo aumenta o risco de ter fraturas, então nessas situações preferimos começar com o tratamento anabólico”, explica a endocrinologista que é especialista em osteometabolismo. 

Para os colegas médicos, ela enfatiza que é importante prestar atenção antes de iniciar o tratamento para osteoporose. Os pacientes mais graves - em que se consegue prever a necessidade de uma terapia mais potente - precisam ser selecionados para poderem já iniciar o tratamento anabólico e obterem um benefício maior. 



SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo)
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Agilidade no diagnóstico da tuberculose garante tratamento assertivo desde o início

 

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Testes moleculares são indicados pela OMS e entregam resultados mais rápidos e assertivos


A descoberta de qualquer doença com agilidade é fundamental para direcionar os pacientes a um tratamento seguro e eficaz, principalmente quando se fala de uma patologia  altamente contagiosa, como é o caso da tuberculose. Estima-se que uma pessoa contaminada infecte de 10 a 15 pessoas no ano. Segundo dados do último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, em 2021 foram notificados 68.271 casos novos de tuberculose no país. 

A tuberculose é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, podendo também atingir outras partes do organismo. Os principais sintomas da doença são tosse persistente (com ou sem catarro e nos casos mais graves, podendo ter sangue), febre, sudorese noturna, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento. 

A transmissão é por via aérea, ocorrendo por meio de partículas contaminadas liberadas quando um indivíduo doente espirra, tosse ou fala. O tratamento tem duração mínima de seis meses, é feito com antibióticos e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). 


Resultado rápido evita tratamento inadequado 

Dentre os exames utilizados para  diagnosticar a tuberculose, a baciloscopia de escarro ainda é o mais comumente utilizado. Porém, segundo o médico infectologista Dr. Francisco Beraldi de Magalhães, apresenta sensibilidade de 40% a 60%, em média.  

“Muito dessa baixa sensibilidade se dá pelo fato de que o limite inferior de detecção da baciloscopia é de 10.000 bacilos/ml, quantidade suficiente para que o paciente já apresente cavitações pulmonares. Portanto, a baciloscopia nos trás um diagnóstico mais tardio da doença. Além disso, outros agentes infecciosos como as micobactérias não-tuberculosas (MNT), cada vez mais presentes no nosso dia a dia e que apresentam terapêutica específica, também cursam com baciloscopia positiva. Ou seja, a baciloscopia além de não ter boa sensibilidade não é um exame espécie-específico e pode nos induzir a tratamentos errôneos”, explica Beraldi. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo como causa isolada. A demora no resultado pode gerar inúmeros problemas, como agravamento do quadro clínico do paciente, tratamentos incorretos e maior transmissão da doença na comunidade. Além disso, a necessidade de um maior número de visitas médicas, suporte medicamentoso ou a necessidade de um leito de isolamento em caso de internação, elevam significativamente os custos médico-hospitalares. Um diagnóstico preciso e em tempo oportuno, melhora a qualidade de vida do paciente, da comunidade e reduz custos médico-hospitalares.

Desde 2008, a OMS recomenda técnicas de biologia molecular para o diagnóstico da tuberculose. Em julho de 2021, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação desses testes de sonda em linha, no rol de exames. A Mobius Life Science, por exemplo, oferece testes com diagnóstico completo para detectar a tuberculose. O Kit XGEN MASTER MTB oferece  um resultado rápido, assertivo e com uma alta sensibilidade e especificidade.


Dificuldade no diagnóstico de resistências medicamentosas

Uma grande ameaça ao tratamento da tuberculose  é a resistência aos medicamentos. Um dos motivos que leva ao surgimento desse quadro é o abandono dos pacientes ao tratamento após melhora nos sintomas, como explica o infectologista. “Se o esquema terapêutico é equivocado, realizado de maneira irregular, com doses inadequadas ou interrompido precocemente, cepas resistentes aos medicamentos podem ser selecionadas, caracterizando a resistência adquirida”.

Ainda segundo Beraldi, a demora no diagnóstico da resistência pode comprometer o tratamento e permitir a transmissão de cepas resistentes na comunidade. “Sem diagnóstico de resistência, o tratamento não é adequado. Com tratamento inadequado, o paciente não melhora, potencializa o surgimento de resistência aos demais fármacos, e acaba por transmitir TB-DR”.

Para esses casos, a Mobius oferece dois testes que detectam a tuberculose e os genes que provocam resistência aos fármacos de 1º e 2º linha, o Genotype MTBDRplus e Genotype MTBDRsl. Ambos, garantem em poucas horas um resultado seguro e confiável a partir de amostras clínicas ou isolados de cultura.

 

Mobius Life Science

 www.mobiuslife.com.br


Obesidade atinge mais de 3 milhões de crianças e adolescentes no Brasil

Pequeno Príncipe alerta para a condição que pode trazer diversos riscos à saúde


A cada ano que passa, o aumento no número de casos de obesidade na população pediátrica chama atenção. De acordo com dados do Ministério da Saúde, só no Brasil, estima-se que mais de seis milhões de crianças e adolescentes estejam acima do peso e três milhões delas já tenham evoluído para obesidade. Outro dado que preocupa é que o quadro grave da doença saltou de 1,59% em 2018 para quase 3% dos casos em 2021.


Neste 11 de outubro, lembrado como Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, o Hospital Pequeno Príncipe alerta para essa doença, que pode trazer inúmeros riscos à saúde. “As consequências da obesidade para as crianças são enormes, desde a questão emocional, podendo aumentar distúrbios como ansiedade e depressão, até reflexos sobre o funcionamento de todos os órgãos do nosso corpo. Podem surgir problemas ortopédicos, alterações hormonais e o início antecipado da puberdade e primeira menstruação nas meninas. Além disso, a obesidade também pode causar problemas hepáticos, cardíacos, hipertensão arterial, dislipidemias, que são as alterações de colesterol e de triglicerídeos, e até mesmo o aumento de resistência insulínica ou diabetes tipo 2”, explica a endocrinologista pediátrica Julienne Carvalho, do Pequeno Príncipe.

A obesidade acontece quando uma criança ou adolescente está acima do peso esperado para sua idade, altura e sexo. A tendência genética associada a hábitos de vida pouco saudáveis são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento da doença. Raramente distúrbios hormonais são a causa da obesidade. “Hoje em dia, o consumo de alimentos ricos em carboidratos, açúcar, gordura e sódio é muito mais acessível à população. Além disso, a própria questão da falta de atividade física favorece a ocorrência da obesidade. As crianças brincam muito pouco, ficam muito tempo dentro de casa e utilizam demais as telas, videogames, celular e televisão, enquanto deveriam estar gastando energia, brincando, correndo e praticando esportes”, completa a endocrinologista.


Mudança de hábitos

Após o diagnóstico de excesso de peso ou de obesidade, o tratamento mais indicado é a mudança dos hábitos daquele paciente, e isso inclui a prática de atividades físicas e a reeducação alimentar. “Nós temos que resgatar para o paciente e sua família os hábitos saudáveis, a prática de esportes e de brincadeiras, a redução no consumo de alimentos ultraprocessados, procurando sempre ingerir alimentos na sua forma mais in natura e de forma diversificada, incluindo frutas, legumes, verduras, grãos do tipo arroz, feijão e os integrais”, frisa ainda Julienne.

A nutricionista Maria Emilia Suplicy, do maior hospital exclusivamente pediátrico do país, ressalta que hábitos saudáveis devem começar já na introdução alimentar da criança, evitando a oferta de alguns produtos até os 2 anos de idade. Após isso, o consumo deve acontecer de forma moderada. “Carboidrato a gente come desde o nosso nascimento já no leite materno ou na mamadeira e quando começa a introdução alimentar com o pão, macarrão e batata. Esses alimentos podem ser consumidos sem preocupação. Já o açúcar não é recomendado que se consuma e que ofereça para a criança até os seus 2 anos. Após essa idade, a ingestão de refrigerantes, bolos e docinhos devem ser feitos com muita moderação e prudência”, diz.

Ela ainda dá uma dica para que sejam consumidos menos industrializados durante a falta de tempo e rotina do dia a dia. “Quando as famílias procuram por orientação, sempre damos a dica de separar um tempinho no final de semana ou em um fim de dia para já deixar preparado as refeições da semana ou pelo menos do dia seguinte. Isso traz ganhos para a saúde e é um tempo gasto no preparo dos alimentos que vale a pena”, finaliza.


Prevenção

A melhor forma de evitar o aparecimento de novos casos de obesidade, especialmente em crianças e adolescentes, é a prevenção:

  • Durante a gestação, conserve bons hábitos.
  • Promova o aleitamento materno.
  • Mantenha uma alimentação saudável.
  • Pratique atividades físicas.
  • Não ofereça açúcar para crianças antes dos 2 anos.
  • Incentive brincadeiras.
  • Diminua o consumo de industrializados.

Estudo revela como a estimulação cerebral profunda ajuda no controle da epilepsia


Experimentos com roedores feitos na Unifesp sugerem que a técnica promove uma reprogramação dos neurônios afetados pela doença, fazendo-os retornar ao estado normal e interrompendo as crises. O aumento na produção de uma substância chamada adenosina parece ter papel-chave no processo (fotos: acervo dos pesquisadores)

 

Pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) têm investigado, por meio de experimentos com animais, como a estimulação cerebral profunda (ECP) com alta frequência pode ajudar no controle da epilepsia – doença neurológica caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro que são recorrentes, gerando convulsões. Resultados recentes foram publicados na revista Brain Stimulation.

Coordenado pela professora Luciene Covolan, o estudo mostrou que a estimulação do núcleo anterior do tálamo por meio de eletrodos implantados na parte central do cérebro é capaz de suprimir as crises epilépticas em longo prazo ao aumentar a produção de adenosina – substância resultante do metabolismo energético das células e que tem um papel importante no processo de comunicação entre neurônios.

O artigo é fruto do projeto “Contribuição da adenosina para o papel antiepileptogênico da estimulação cerebral profunda no núcleo anterior do tálamo”, desenvolvido com o apoio da FAPESP. A pesquisa continua agora, numa nova etapa, em parceria com a Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos.

“Quando uma pessoa tem epilepsia, ela tem excesso de adenosina quinase [ADK] no cérebro. Essa enzima faz a metilação do DNA dos neurônios – uma modificação bioquímica [adição de um grupo metil à molécula] que altera a expressão dos genes. Basicamente, isso altera a função da célula e pode ser um dos fatores responsáveis pela geração das crises epilépticas. Então, quando observamos que aumentando a adenosina com a estimulação cerebral profunda ocorre uma redução da enzima adenosina quinase, notamos que há também uma redução dessas crises. Concluímos que é possível que esteja acontecendo uma espécie de reprogramação dos neurônios envolvidos nos circuitos epilépticos. Nossa hipótese é que, ao estimular o núcleo anterior do tálamo, o aumento da adenosina e a redução da adenosina quinase levam à atenuação e até remissão das crises em alguns casos, por atuar na transmetilação do DNA presente nas células desses circuitos cerebrais”, explica Covolan.

A hipótese que está sendo testada no modelo experimental, com os roedores, é que o tecido cerebral pode estar sofrendo modificações no DNA. “O efeito do tratamento das crises epilépticas com a estimulação cerebral profunda tem caráter de melhora progressiva, ou seja, as crises vão sendo reduzidas ao longo do tratamento. Elas não cessam abruptamente. Isso indica que a adenosina pode estar atuando para além da simples ligação com os seus receptores, em diversos outros mecanismos. Um deles, por exemplo, seria a estabilização do potencial elétrico das membranas neuronais. Esse é um mecanismo que nós ainda temos de investigar melhor, mas há um forte indício de que possa estar acontecendo”, destaca.

Conforme Covolan, a descoberta é importante porque, em longo prazo, pode ajudar a desenvolver tratamentos menos invasivos para os pacientes que não têm indicação para cirurgia.

“Entendemos que esse mecanismo da adenosina funciona como se estivéssemos ensinando a célula a voltar ao normal. Se estivermos certos, poderemos, por exemplo, começar a pensar em estratégias e tratamentos para a epilepsia em si e não apenas para a redução das crises, como vínhamos fazendo até aqui”, explica a pesquisadora à Agência FAPESP.

A epilepsia atinge atualmente mais de 50 milhões de pessoas no mundo e cerca de 3 milhões de brasileiros, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Cerca de 70% dos casos são controlados com o uso de medicamentos adequados, entretanto, 30% não respondem à medicação e para eles há poucas alternativas, entre elas a cirurgia de ressecção, que envolve a retirada da região do cérebro em que as crises epilépticas acontecem. Quando essa área está bem definida no paciente, a probabilidade de controle no longo prazo é razoavelmente alta. Contudo, nem sempre isso acontece. Em alguns pacientes, não é possível saber onde as crises começam ou, mesmo que se saiba, às vezes não é possível obter sucesso com essa técnica.

É por isso que o grupo da Unifesp tenta, por meio dos experimentos com roedores, entender como seria possível abrir outras frentes de tratamento para a epilepsia, especialmente a de lobo temporal, que acomete 30% das pessoas com a doença.

A cirurgia para o implante dos eletrodos que fazem a estimulação cerebral profunda foi recentemente aprovada nos Estados Unidos e no Brasil como uma opção de tratamento alternativo para os pacientes que já não respondem ao tratamento medicamentoso. Apesar dos estudos clínicos mostrarem que um número expressivo deles apresenta redução das crises, o mecanismo de ação ainda é pouco estudado.

“Em 2010, um achado clínico importante de um outro grupo de pesquisadores mostrou que os pacientes epilépticos que passavam por essa cirurgia e tinham eletrodos implantados no núcleo anterior do tálamo apresentavam redução progressiva das crises ao longo dos anos de estimulação. Muitos apresentavam reversão total do quadro entre dois e cinco anos de tratamento, com uma melhora significante na qualidade de vida, mas ainda faltava entender como e por que isso estava acontecendo”, ressalta.


Papel do tálamo na epilepsia

O tálamo é uma espécie de chave “liga e desliga” para as nossas ações. Ele está localizado em uma posição central do cérebro, que recebe informações de todas as vias sensoriais e as distribui para o córtex. Também faz importantes conexões entre sistemas envolvidos na geração e propagação das crises epilépticas límbicas. Toda vez que uma crise epiléptica se inicia (em uma região cortical), necessariamente, essa informação passa instantaneamente pelo tálamo e é distribuída por todo o circuito, retornando ao córtex cerebral de onde surgem as manifestações no paciente. É por esse motivo que ele foi escolhido para o estudo da Unifesp, segundo a professora Covolan.

“O que nós estamos tentando fazer, quando investigamos o que acontece na estimulação cerebral profunda, é evitar que essa informação da crise epiléptica que aconteceu em um ponto específico do cérebro chegue a outras áreas, para que a crise não se espalhe”, explica a coordenadora do estudo.

De acordo com a cientista, a manifestação clínica da crise epiléptica está relacionada com a área do cérebro onde ela é gerada. A convulsão pode ser rápida ou prolongada; com ou sem alteração da consciência; com fenômeno motor, sensitivo ou sensorial; única ou em salvas; quando a pessoa está acordada ou durante o sono, por exemplo. E tudo vai depender de onde isso vai se originar no cérebro.

“É como uma orquestra, o seu sistema nervoso te prepara para dar uma resposta. E o tálamo seria o regente dentro desse circuito, que inclui o hipocampo e outras estruturas límbicas que caracterizam a epilepsia de lobo temporal”, explica Covolan.

“Se a gente modular a atividade do tálamo, por meio da estimulação cerebral profunda, quando ele for conversar com o córtex vai inibir essa passagem de informações. As crises epilépticas podem gerar respostas de contrações musculares e chegar até a perda da consciência. A crise só vai ter expressão motora, por exemplo, se ela chegar ao córtex motor, que vai dar aos neurônios da medula espinhal a ordem para os músculos contraírem ou não. Então, pode acontecer de a pessoa estar tendo uma crise no hipocampo e ela não chegar ao córtex? Pode. E é exatamente isso que estamos tentando fazer, modular a atividade neuronal para que ela não se espalhe pelo córtex com intensidade suficiente, evitando que o paciente tenha essas descargas ou perca a consciência”, explica.


Próximos passos

Nesta próxima etapa, Covolan conta que os pesquisadores querem entender, entre outras questões, como está sendo realizada a metilação do DNA dos neurônios após a redução da adenosina quinase, isto é, esse processo de mudança de função das células.

“Nós vimos que diminuiu a adenosina quinase, que fazia uma metilação no DNA num determinado nível do rato epiléptico, mas eu estou agora fazendo testes para mensurar exatamente essa metilação”, pondera.

Além disso, também é preciso entender, a partir de agora, que novas substâncias ou medicamentos poderiam ser desenvolvidos para auxiliar o tratamento dos pacientes, tendo em vista que conseguiram compreender melhor o mecanismo de ação da estimulação cerebral profunda na epilepsia.

“Estamos fazendo uma revisão sistemática dos modelos experimentais de epilepsia que usam a estimulação cerebral profunda e analisando muitos dados. Vamos fazer análises mais complexas do DNA, para ver o que está mudando de fato. Se essa metilação ou transmetilação vai gerar diferentes proteínas que serão transcritas, se o DNA está mudado ou não após a estimulação. Mas são experimentos de alto custo. Vamos submeter outros projetos. Seria muito legal se tivéssemos um produto, talvez uma patente”, comenta a pesquisadora.

Também participaram da pesquisa Christiane Gimenes, Maria Luiza Motta Pollo e Eduardo Diaz, do Departamento de Fisiologia da Unifesp, bem como Eric Hargreaves, do Jersey Shore University Medical Center, e Detlev Boison, da Robert Wood Johnson Medical School, da Universidade de Rutgers.

O artigo Deep brain stimulation of the anterior thalamus attenuates PTZ kindling with concomitant reduction of adenosine kinase expression in rats pode ser lido em: www.brainstimjrnl.com/article/S1935-861X(22)00099-7/fulltext.

 

 

Cristiane Paião

 Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-revela-como-a-estimulacao-cerebral-profunda-ajuda-no-controle-da-epilepsia/39781/


Descubra quais métodos contraceptivos são mais indicados para mulheres que possuem Implante hormonal

Referência no assunto, ginecologista Dra. Loreta Canivilo explica as diferenças entre implante hormonal e a contracepção

 

Os implantes hormonais são poderosos aliados das mulheres quando usados corretamente. A recomendação do uso deve levar em consideração aspectos como idade, peso, nível de sedentarismo, doenças e histórico familiar, por exemplo. O método é capaz de regularizar disfunções hormonais e apresentar ganhos incontestáveis ao bem-estar e à saúde da mulher, se ministrados corretamente e com acompanhamento médico.

Além disso é importante se atentar que existem possíveis efeitos colaterais ao uso desse método. Fatores como o tipo do hormônio utilizado influenciam reações e podem causar aumento ou irregularidade de sangramento, acne, seborreia, queda de cabelo, entre outros.

Por outro lado, muitas pessoas acreditam que o Implante hormonal é um método contraceptivo, entretanto, isso é uma inverdade, pois, geralmente, está ligado apenas a reposição hormonal que tem como intuito complementar os hormônios que estão com déficit na produção, diferente de um contraceptivo que é uma medicação usada para bloquear a ovulação.

Muitas mulheres têm dúvida sobre qual método contraceptivo utilizar. A ginecologista Loreta Canivilo esclarece quais métodos que menos contrapõem a ação do hormônio “Quando uma paciente tem o implante hormonal, seja de Estradiol, Testosterona ou Gestrinona o melhor contraceptivo para ser associado pode ser um DIU de cobre ou um DIU com Endoceptivo como Mirena e Cailina. Outra alternativa são as minipílulas, uma dose pequena que promova a mudança do muco da vagina e não permitir que os espermatozoides subam”, explica a especialista.

Dra. Loreta Cavinilo também reforça. “É preciso estar atenta: implante hormonal não é método contraceptivo. São propostas distintas. Para mulheres que têm implante hormonal e querem evitar filhos, a recomendação é sempre aliar a um método contraceptivo seguro e condizente com a saúde, e a boa e eficaz camisinha”, conclui a especialista.


Exercício físico e reeducação alimentar são o segredo para combater a obesidade

Dia Nacional de Prevenção da Obesidade é chamado para reflexão sobre o avanço do problema no país


Apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos principais problemas de saúde pública no mundo, a obesidade tem se tornado um quadro cada vez mais presente na sociedade brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de obesos no país mais do que dobrou nos últimos 20 anos, saindo de 12,3% do total da população, em 2002, para 26,8%, em 2019. O quadro faz com que o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, seja um momento de necessária reflexão sobre as causas que agravaram as estatísticas e sobre as estratégias mais eficientes para mudar este cenário. 

De acordo com o médico especialista em fisiologia metabólica, Dr. Ludsclay Delmondes Cação, a razão do avanço da obesidade está no sedentarismo e nos maus hábitos alimentares típicos da sociedade atual. “Estes dois fatores se expressam em um quadro no qual as pessoas se movimentam menos e deixam de lado o preparo de uma comida de verdade para se apoiarem nas facilidades tecnológicas das comidas pedidas via aplicativos”, afirma Cação.

O médico aponta que o quadro é problemático, visto que a obesidade é uma potencial causadora de problemas como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e cerebrais, bem como de sintomas como cansaço excessivo, falta de energia no dia a dia, infecções de repetição, má qualidade do sono, intestino lento, e baixa da libido.


Exercício físico e reeducação alimentar são essenciais para prevenir e combater a obesidade

Para que haja mudança no cenário, Cação aponta que é preciso atacar exatamente as suas duas maiores causas: o sedentarismo e a má alimentação. Por conta disso, o protocolo usado pelo médico tem como pontos centrais o exercício físico e o acompanhamento nutricional, pilares que, segundo ele, devem ser conduzidos por profissionais especializados na área.

Professor de educação física da Smart Fit, Guilherme Micheski aponta que a paciência para realizar uma evolução gradual é um dos segredos para engajar uma pessoa obesa em uma rotina de atividade física. "Toda mudança de comportamento deve ser direcionada e organizada de uma forma que colabore para gerar o menor impacto possível nas demais tarefas do dia", afirma.  Micheski acrescenta ainda que, além de contribuir para a adoção de uma frequência sustentável de treinos, uma abordagem mais gradual, quando somada a um programa que mistura musculação com atividades aeróbicas, auxilia na preservação das articulações e na manutenção da massa muscular do aluno.

Promover pequenos avanços comportamentais para impulsionar resultados sustentáveis é também fundamental no campo da nutrição, aponta a nutricionista da Smart Fit, Caroline Guimarães. Ela destaca que realizar mudanças significativas na alimentação é um processo difícil e demorado, o que exige um processo de adaptação complexo. “Por isso, é fundamental contar com ajuda profissional e, se possível, com o apoio familiar, sobretudo nos primeiros passos", recomenda. Sobre algumas das medidas práticas para realizar a transição rumo a uma alimentação mais saudável, a nutricionista ainda sugere o consumo diário de alimentos naturais como frutas, legumes, vegetais, alimentos integrais, grãos, carnes magras e leite e derivado e a moderação do consumo de alimentos como doces, frituras e guloseimas.


Guilherme Micheski prescreve treino geral para quem quer espantar a obesidade. Confira:


AQUECIMENTO

Agachamento

Mobilidade de tronco

Agachamento isométrico

Perdigueiro alternado

2 passagens em circuito: 20 seg. cada exercício sem pausa

 

PARTE PRINCIPAL

Agachamento insistido

Afundo

Skipping (intensidade 7, de 1 a 10)

Remada curvada fechada

Perdigueiro alternado

Polichinelo (intensidade 8, de 1 a 10)

Supino com halter

Abdominal curto

Polisapato (intensidade 9, de 1 a 10)

2 passagens em circuito: 45 seg. de cada exercício com 15 seg. de pausa

 

VOLTA À CALMA

Mobilidade de tronco

Alongamento de pescoço

Alongamento de peitoral

1 passagem: 20 seg. cada exercício

 

O vídeo da execução completa do treino pode ser baixado no link:

 https://drive.google.com/drive/folders/17xeEc2khAe8n85LfyJ3w32sR8OqhsdK7?usp=sharing

 

Smart Fit

https://www.smartfit.com.br/


Outubro Rosa: porque é tão importante falar sobre!

Divulgação

Um dos movimentos internacionais de saúde maior sucesso, o Outubro Rosa há três décadas alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer da mama. Seu maior objetivo é chamar a atenção para a doença que mais acomete mulheres em todo o mundo.

Desde o ano da criação da iniciativa, em 1991, aconteceram muitos avanços na ciência, nos tratamentos e também na disseminação do conhecimento. Entretanto, somente em 2022 são esperados 66 mil novos casos da doença e de acordo com o INCA, 18 mil mulheres morrem anualmente no país, devido ao câncer de mama.

O mais importante a salientar nesse momento é: como devemos prevenir a doença?  Como médica, posso afirmar que a exemplo de muitas doenças na medicina, não é possível garantir a prevenção do câncer em absolutamente todos os casos. No entanto, existem hábitos que, se incorporados à rotina podem auxiliar a reduzir significativamente as chances.

Entre eles: o não tabagismo, a alimentação saudável, a prática de exercícios físicos, manter o peso adequado, quando possível, optar pela amamentação, evitar a ingestão de bebidas alcóolicas, manter o calendário de vacinação em dia (principalmente hepatite B e HPV) e fazer auto exame das mamas, pois caso encontre um nódulo, é imprescindível procurar um médico imediatamente para investigação.

Os exames de screening (rastreamento), que possibilitam o diagnóstico precoce, também são muito importantes, mesmo mantendo todos esses hábitos saudáveis. O diagnóstico precoce aumenta em 90% as chances de cura da doença. Entre esses exames está a mamografia. No Brasil ela é recomendada para mulheres a partir dos 40 anos e de forma anual, segundo a FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Dados recentes publicados na Radiology, periódico da Radiological Society of North America, demonstraram que o exame em mulheres acima dos 40 anos é capaz de reduzir em até 30% o número de mortes provocadas pelo câncer de mama. Essa é a razão do Outubro Rosa ser tão importante! Ele nos lembra da necessidade da prevenção da doença, que é uma condição desafiadora e coloca não apenas a saúde física em risco, mas devasta o emocional de pacientes, familiares e amigos.

Vale lembrar que a mamografia, um exame não-invasivo e com um pequeno desconforto, associada a exames clínicos das mamas é a melhor estratégia de prevenção da doença. Não deixe você para depois! Aproveite este mês para colocar seus exames em dia. Previna-se!

 

Ana Travassos - médica e atua na área farmacêutica, como escritora de literatura brasileira, é conhecida por Anne C. Beker.


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