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sexta-feira, 6 de maio de 2022

Câncer de Ovário: Inca estima 6,650 novos casos no Brasil anualmente.


Com sintomas silenciosos, o tumor de ovário é o mais letal dos cânceres ginecológicos, e, diferentemente do câncer de mama, não possui um exame específico de rastreamento, fatores que preocupam, já que 75% dos casos ainda são diagnosticados tardiamente¹. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados 6.650 novos casos do câncer de ovário no país por ano, sendo registrados aproximadamente 4 mil mortes somente em 2020². O tumor de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais prevalente entre as brasileiras, ficando apenas atrás do número de diagnósticos de câncer de útero². Em sua fase inicial, o tumor de ovário não causa sintomas específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce, mas na medida em que ele cresce pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante ¹.

Para detectar a doença são realizados exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, mas é importante manter as consultas regulares ao ginecologista ³. É fundamental que a mulher fique atenta a manifestações inesperadas e, sempre se lembre de relatar ao médico se existem casos de câncer na família. Entre os fatores de risco para esse tipo de tumor estão a idade, infertilidade, mulheres que não tiveram filhos, menarca precoce, menopausa tardia, histórico familiar, fatores genéticos e excesso de peso ³.

A falta de debate sobre o tema fez surgir em 2013 o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Câncer de Ovário, criado por um grupo de líderes de organizações engajadas no tema câncer de ovário em todo o mundo ⁴. A data, instituída pela Coalizão Mundial do Câncer de Ovário em 8 de Maio, é uma iniciativa de conscientização, apoiada por cerca de 200 organizações. Para estimular o debate sobre a importância do diagnóstico e do tratamento, a farmacêutica GSK lança este mês, a ação “Câncer de Ovário Importa”. Mariana Xavier, atriz que estrelou os filmes Minha Mãe É um Peça e Medida Provisória, participou da ação no Instagram. Ela, que já acompanhou a batalha de familiares contra o câncer, acredita ser importante alertar sobre a enfermidade. “Quanto mais informação, melhores são as chances das pacientes”, afirmou.

Anne Carrari foi diagnosticada com Câncer de Ovário aos 40 anos. Hoje, depois de sete anos e muitas metástases e várias cirurgias, ela alerta para a importância de falar sobre a doença. “Eu descobri depois um de inchaço abdominal persistente. Eu recebi o diagnóstico num pronto atendimento, já em estágio 4. E de lá para cá, ouvi vários médicos dizendo que eu tinha pouco tempo de vida. Mas, eu sou teimosa”, afirma Anne.

Ela conta que em 2015 foi para a internet pesquisar sobre Câncer de Ovário, mas encontrou muito pouca coisa. “Eu não achei ninguém e nenhuma informação. Me senti muito sozinha e culpada, pois sempre me achei esclarecida”. Anne então resolveu ser uma das vozes que informam e contam sua trajetória no enfretamento do câncer no Instagram. No perfil @sobrevivi_ao_cancer_de_ovario, ela fala sobre seu cotidiano. Com uma filha de 24 anos, ela espera que a conscientização cresça. “Quero deixar um legado para minha filha”.

 

A importância dos exames regulares

Segunda a médica Daniela de Freitas, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, é fundamental conversar sobre a doença e estar em contato regular com o médico. “Muitas vezes, não há sintomas no início da doença. As mulheres precisam incluir visitas anuais ao ginecologista, se submeterem aos exames necessários e não esquecer de contar sobre o histórico de câncer em sua família, caso haja algum caso relacionado”.

Alguns sinais, esclarece a médica, podem servir de alerta, como dores pélvicas persistentes, não restritas ao período pré-menstrual, inchaço abdominal, flatulência, dor lombar persistente, sangramento vaginal anormal, febre recorrente, dores de estômago ou alterações intestinais, perda de peso acentuada, anormalidades na vulva ou na vagina e fadiga.

É necessário ficar atenta a qualquer sintoma persistente, uma maneira de aumentar as possibilidades de diagnóstico precoce e início imediato de tratamento. Temos à disposição um novo arsenal de terapias eficazes que atuam em diferentes frentes e conseguem impedir o crescimento do tumor, resultando em maiores chances de controle e proporcionando aumento da expectativa e qualidade de vida à paciente”, destaca.


Tratamento reduz a progressão

A cirurgia de retirada do tumor e a quimioterapia sempre foram as principais opções de tratamento para esse tipo de neoplasia, mas há novas terapias que podem aumentar a esperança das pacientes.

Já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)⁵, o Zejula (niraparibe), da GSK, é uma nova terapia oral para o tratamento de manutenção do câncer de ovário e é indicado para pacientes com câncer de ovário recém-diagnosticadas ou nas quais a doença retornou, que fizeram quimioterapia à base de platina e tiveram resposta completa ou parcial a esta terapia ⁵. Com eficácia e segurança respaldadas por dois importantes estudos clínicos publicados no The New England Journal of Medicine: o PRIMA e o NOVA, em 2019 e 2016, respectivamente, o medicamento traz perspectivas otimistas de manejo do tumor de ovário ⁶ ⁷.

Segundo resultados do PRIMA, estudo realizado em pacientes recém-diagnosticadas com câncer de ovário, o medicamento apontou redução de 38% do risco de progressão da doença ou morte na população geral, e 60% na população com mutação no gene BRCA; já no NOVA, estudo realizado com pacientes que apresentaram doença recorrente, houve a redução de risco de progressão ou morte de 73% nas pacientes com mutação no gene BRCA, e de 55% nas pacientes sem essa mutação ⁶ ⁷.

Ao inibir e bloquear as enzimas PARP, o medicamento leva as células cancerígenas à morte, evitando que elas consigam se autorreparar. O BRCA1 e o BRCA2 (Breast Cancer gene 1 ou 2) são dois genes diferentes que afetam as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama e ovário ⁶ ⁷. Um dos diferenciais do Zejula é sua efetividade em ambos os casos: mulheres com ou sem o BRCA, condições detectadas por meio de teste genético ⁶ ⁷.

Para a oncologista clínica e diretora médica de Oncologia da GSK, Dra. Vanessa Fabricio, “esse tipo de terapia-alvo é eficaz na manutenção de casos de câncer de ovário por postergar a recidiva, aumentando a qualidade de vida das pacientes ⁶ ⁷. “O fato de haver um medicamento de uso oral com dose única diária é outra vantagem, pois evita a necessidade de deslocamento até o hospital e facilita o tratamento, aumentando a adesão”, esclarece.

 

 

GSK - empresa global de saúde com foco em ciência.

 

 

Referências:

  1. Instituto Nacional de Câncer. Câncer de ovário. Acesso em 2022.
  2. Instituto Nacional do Câncer. Números de câncer..
  3. IVOC (Instituto Vencer o Câncer). 75% dos diagnósticos de câncer de ovário chegam tardiamente. Acesso em 2022.
  4. World Ovarian Cancer Coalition. What is World Ovarian Cancer Day? Acesso em 2022.
  5. Diário Oficial da União. Disponível em DOU, Brasília DF. 08 de março de 2021. Seção 1 Pg. 129.
  6. GONZÁLEZ-MARTÍN, A. et al; for the PRIMA/ENGOT-OV26/GOG-3012 Investigators. Niraparib in patients with newly diagnosed advanced ovarian cancer. N Engl J Med. 2019;381(25):2391-2402.
  7. MIRZA, MR. et al; for the ENGOT-OV16/NOVA Investigators. Niraparib maintenance therapy in platinum-sensitive, recurrent ovarian cancer. N Engl J Med. 2016;375(22):2154-2164.

Precisa mesmo do creme dental na escovação dos dentes?

                                                   Divulgação / Toda Comunicação

Creme dental não pode ser substituído, pois além das propriedades de limpeza, previne doenças bucais



Sim! O produto é fundamental na rotina da sua higiene bucal. Entenda por quê


Conforme os vídeos tutoriais na internet foram se popularizando, muitas superstições e crenças acabaram convencendo as pessoas que ingredientes como o limão, o bicarbonato de sódio e o vinagre podem substituir o creme dental na limpeza dos dentes. Mas, o uso destes produtos pode prejudicar a saúde bucal.

A cirurgiã dentista Cláudia Gobor, especialista pelo MEC no tratamento da halitose, explica que além das propriedades de limpeza e clareamento do creme dental, ele previne doenças bucais.

“Os cremes dentais podem ter diversos componentes como umectantes, espumantes, corantes e abrasivos. Mas também possuem agentes para pessoas com demandas específicas, como clareamento dentário, sensibilidade, cicatrizantes ou necessidade de flúor”, complementa a profissional.

Sabendo da importância e da necessidade deste item no momento da escovação dos dentes, é preciso ressaltar que nada em excesso faz bem. “A quantidade ideal para uma correta escovação efetiva é semelhante a um grão de ervilha. Quantidades maiores de gel, pasta ou creme dental só vão causar desperdício do produto, bem como podem gerar uma falsa sensação de limpeza”, aconselha a cirurgiã dentista. 

Assim como o creme dental, o fio dental e o enxaguante bucal são grandes aliados na saúde e higiene. “É bom lembrar que o creme dental não faz o serviço sozinho. Temos que ter uma técnica correta de escovação e tempo correto para uma higienização bucal efetiva”, finaliza Cláudia.

Também não é aconselhado substituir o creme dental pelo bicarbonato de sódio. Como é abrasivo, pode polir os dentes e remover algumas manchas, dando a sensação de que os dentes estão mais brancos. Porém pode prejudicar o esmalte dentário se usado frequentemente e combinado com vinagre ou limão. Portanto, para o dia a dia, o creme dental é indicado.

 

Dra. Cláudia Christianne Gobor - Cirurgiã Dentista especialista pelo MEC no tratamento da Halitose. Ex-Presidente e atual Conselheira Consultiva da Associação Brasileira de Halitose 

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Atividades físicas são essenciais para prevenir diferentes comorbidades

Prática deve ser controlada para prevenir eventos cardiovasculares 

 

As doenças cardiovasculares representam as maiores causas de morte no país e no mundo. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, só em 2019, no estado do Rio de Janeiro, o número de casos de mortalidade por doenças cardiovasculares foi de 42.595 mil pessoas.

 

Segundo Dra. Joelma Dominato, cardiologista e coordenadora do Centro de Reabilitação Cardiopulmonar do Hospital de Clínicas do Ingá (HCI), é importante que as pessoas procurem atendimento cardiológico antes de fazer qualquer atividade física, seja ela supervisionada ou não. Até mesmo para saber se podem fazer o exercício ou se há alguma condição que impeça de praticar a atividade física sem supervisão.

 

Os sinais de alerta são dores no peito, falta de ar, cansaço exacerbado para determinado tipo de esforço, inchaço das pernas, dores no tórax, sensação de desmaio e palpitações, ou seja, todo sintoma que possa ser resultado de problemas cardiológicos. 

 

“As mortes por eventos cardiovasculares são as causas mais comuns em pessoas acima de 35 anos no Brasil. Quando a pessoa faz alguma avaliação cardiológica antes de iniciar uma atividade física, a chance de se ter um diagnóstico e tratar a doença é maior. E, dependendo do diagnóstico, o paciente será liberado para exercícios físicos supervisionados, onde trabalhamos nas zonas de frequência cardíaca e de pressão arterial que não coloquem o paciente em risco de ter algum evento e, potencialmente, uma morte súbita”, explica a Dra. Joelma, lembrando também que não existe contraindicação permanente à prática de exercícios. 

 

“No máximo, existem condições que merecem tratamento antes que a prática de exercício físico possa ser estabelecida. E, dependendo da doença, essa prática deve ser supervisionada em ambiente controlado, como numa clínica de reabilitação cardiopulmonar, ou não”, exemplifica a médica.

 

Benefícios 


A atividade física reduz a probabilidade de diferentes doenças, como o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, a obesidade e as doenças vasculares, além de melhorar a saúde mental, aumentar a força, melhorar a capacidade cardiorrespiratória, a flexibilidade, a coordenação motora e o equilíbrio e reduz o processo de formação da aterosclerose.

 

Cerca de 30% da população mundial é sedentária e em torno de 40% a 50% dos brasileiros são sedentários, sendo o sedentarismo considerado o 4º maior fator de risco de mortes no mundo.

 

Além de todos os benefícios cardiovasculares, o exercício reduz a mortalidade geral em 30%, reduz as chances de desenvolver depressão e/ou transtornos de ansiedade, reduz as chances de apresentar câncer de mama e cólon, além de reduzir em 30% as chances de desenvolver demência.

 

“As doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil. São mais de 1.100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 90 segundos. Elas causam o dobro de mortes que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS.”, alerta a cardiologista. 

 

A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças do coração e da circulação. Muitas dessas mortes podem ser evitadas ou postergadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas. O alerta à prevenção e ao tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças cardiovasculares podem reverter essa grave situação.



ENDOMETRIOSE X GRAVIDEZ

 7 de maio: Dia Internacional da Luta contra a Endometriose 

 

Silenciosa e dolorosa, a endometriose pode causar sérias dificuldades na vida de uma mulher, se não diagnosticada e tratada. A estimativa é de que uma a cada 10 mulheres sofra com os sintomas da doença e desconheça a sua existência. Em 2021, mais de 26,4 mil atendimentos foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), e oito mil internações registradas na rede pública de saúde. Por isso, o Ministério da Saúde chama a atenção para o problema e informa os serviços direcionados para a mulher na Atenção Primária à Saúde.

 

A endometriose é diagnosticada quando o endométrio, tecido que reveste o útero, não é eliminado na menstruação e cresce para fora da cavidade uterina, gerando uma inflamação onde se instala. O endométrio pode se aderir aos ovários, a parte de fora do útero, às tubas, ao intestino, à bexiga e em situações mais graves nos rins e até no pulmão.

A endometriose é vista como uma das causas de infertilidade feminina porque quando ela atinge às tubas a passagem do óvulo maduro para o útero é impedida e não há concepção. Porém, se a doença estiver em um estágio leve e não afetar os ovários e nem as tubas a mulher consegue engravidar de forma natural, explica Dr. Erica Mantelli

Durante a gestação, por causa da falta de estrogênio na corrente sanguínea o tecido endometrial tende a regredir, mas depois do nascimento do bebê a doença pode voltar e até de forma mais grave.

Não realizamos nenhum tipo de tratamento para a endometriose durante a gestação. Na maioria dos casos é possível esperar o nascimento do bebê para tomar outras medidas", explica a Dr. Domingos Mantelli

Mas, uma gestação em que a mãe tem endometriose deve ser acompanhada de perto, principalmente se a doença aprofundar ou grave. Neste caso os riscos são: abortamento, parto prematuro, complicações relacionadas à placenta e eclampsia.

Os três primeiros meses de gestação são os mais importantes. Há casos em que se faz necessário a reposição hormonal para aumentar a oferta de progesterona, mas não é preciso adotar nenhuma outra medida específica. Depois desse período a gravidez tende a transcorrer normalmente mesmo se houver focos de inflamação, acrescenta os ginecologistas e obstetras da Clínica Mantelli.

A maioria dessas pacientes sentem dores abdominais durante a menstruação, tem dificuldade de engravidar e relatam desconforto durante a relação sexual. Os incômodos podem ser leves ou impedir que elas realizem suas atividades de rotina. Porém, o alerta fica para as consultas ginecológicas de rotina, já que 5% dessas pacientes não terão nenhum sintoma de alerta para o problema.

 

 

Dr. Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra - autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e residência médica na área de Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição. Dr. Domingos Mantelli tem pós-graduação em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, e em Medicina Legal e Perícias Médicas.

 

Dra. Erica Mantelli - ginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Elsever Institute).

 

Clínica Mantelli 


Dia Nacional de Prevenção da Alergia: você sabe quais as principais alergias que podem surgir na vida adulta?

 

Freepik

Médica alergista do Hospital Anchieta de Brasília cita as alergias mais comuns e alerta sobre os cuidados a serem tomados para evitar crises e também sobre os tratamentos disponíveis a curto e longo prazo. Data é lembrada no dia 07 de maio

 

Apesar das alergias serem mais comuns de se manifestar no período da infância, vários tipos podem começar a surgir na idade adulta. Por exemplo, rinite alérgica, asma, urticária, alergias a medicamentos e até mesmo alimentares, especialmente a de crustáceos/frutos do mar que podem se desenvolver após vários contatos com o alimento e iniciar somente na vida adulta. De um modo geral, qualquer doença alérgica pode começar na vida adulta, só não é o mais comum.

 

O que explica esse problema surgir tão tardiamente? 

“As alergias envolvem uma complexa atuação do sistema imunológico e para o paciente apresentar qualquer tipo de alergia ele precisa ter uma predisposição genética e estar associado a algum fator ambiental externo para desencadear as crises. O que pode explicar alguns pacientes desencadearem esses sintomas tão tardiamente é que nos primeiros momentos, quando ocorre o contato com o alérgeno (alimentar, respiratório ou outro), ele vai se sensibilizando e produzindo células contra esse alérgeno específico, e por algum motivo, ainda não bem estabelecido, o sistema imunológico reconhece esse alérgeno como “agressor” e entra em atividade para o combater, manifestando assim os sintomas de alergia”, explica a alergista do Hospital Anchieta de Brasília. 

A diferença entre as manifestações alergia da infância e da vida adulta está totalmente ligada ao conceito de evolução das doenças alérgicas, como explica a alergista Dra. Mariana Bonfim Teixeira. O conceito é chamado de marcha atópica, que mostra a progressão das doenças alérgicas que são vistas desde a infância até a vida adulta. Sabe-se que na maioria das vezes as primeiras manifestações de doenças alérgicas são dermatite atópica e alergias alimentares, se e com o passar dos anos, aumenta a prevalência de outras doenças alérgicas, como as alergias respiratórias (rinite alérgica e asma), conclui.

 

Como se prevenir e tratar 

Apesar de muitas manifestações alérgicas que iniciam na infância melhorarem a intensidade e frequência com o passar tempo, algumas vezes os sintomas podem ser presentes por toda a vida. A Dra. Mariana explica ainda o que pode ser feito para se prevenir: “De um modo geral, ter hábitos saudáveis. Já para recém nascidos, o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade é uma das formas de ajudar a prevenir a alergia alimentar. Além disso, para todos os alérgicos, o importante é manter hábitos saudáveis de vida com alimentação saudável e a prática de atividades físicas que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, além de reduzir as chances de ter alergias respiratórias”, explica. 

Outro ponto importante a se considerar é ter contato desde cedo com a natureza, pois ajuda na regulação e no fortalecimento do sistema imunológico, diminuindo a chance do desenvolvimento de alergia no indivíduo. “Aqueles pacientes que já têm alguma alergia, por exemplo alergia alimentar, é necessário evitar completamente o contato com este alimento. Nas alergias respiratórias, a forma de ajudar a evitar as crises é manter um ambiente limpo, evitar objetos que acumulem poeira, e fazer higiene nasal com frequência”, esclarece Mariana. 

Segundo a doutora, o tratamento a curto prazo, em meio a crise, é o uso de anti-histamínicos orais, sendo que às vezes é preciso lançar mão de corticoides orais ou tópicos para tirar o paciente da crise, dependendo do tipo de manifestação. “Todas essas medicações devem ser prescritas por um médico”, alerta. Ela explica ainda que a imunoterapia, popularmente conhecida como vacinas para alergias, quando bem indicada, pode ajudar a modular o sistema imunológico e mudar o curso da doença, melhorando a qualidade de vida e reduzindo a frequência e intensidade das crises.

 

Cuidado para não confundir com outras doenças mais graves 

É muito comum confundir alergia com outras doenças, pois os sintomas podem ser os mesmos, como coriza, obstrução das vias nasais, espirros, e às vezes tosse, que são sintomas muito semelhantes a resfriados desencadeados por vírus. “Em outros casos, a urticária (lesões vermelhas com coceira na pele) pode ser desencadeada por alguma alergia, mas também pode ser desencadeada por processos infecciosos, podendo se confundir. É importante lembrar que quando há febre associada, é muito provável que se trate de alguma doença infecciosa e não alérgica”, alerta. 

“Outro exemplo é a diarreia com sangue nas fezes. Nem sempre essa causa é alérgica, pois pode ser de causa infecciosa também. Por isso, na suspeita, é muito importante a avaliação, investigação, diagnóstico correto e o tratamento adequado com o seu médico alergista”, conclui a Dra. Mariana.


IMUNIZAÇÃO MATERNA

  Você sabia que vacinas tomadas durante a gravidez ajudam a proteger o bebê contra diversas doenças ainda na barriga? 1 

O Brasil possui um calendário de imunização da gestante consolidado, além de disponibilizar gratuitamente os imunizantes nos postos de saúde do país. 1,2 

A coqueluche é uma doença altamente contagiosa que afeta principalmente crianças menores de um ano. Em gestantes, uma dose da vacina dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, deve ser tomada a cada gestação, a partir da 20ª semana. 4,8

 

Sim! É possível proteger o bebê contra diversas doenças ainda na barriga. Com a imunização durante a gravidez, as mães podem proteger seus filhos contra a coqueluche, o tétano, a difteria, a hepatite B e a gripe, com vacinas que são especialmente recomendadas para as gestantes e estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde de todo o país, além das unidades privadas de vacinação. 1,2,4,6 

Segundo o Dr. Emersom Mesquita, infectologista e gerente médico de vacinas da GSK, a imunização materna é um recurso importantíssimo para a proteção do filho ainda no útero. 3 “As vacinas recomendadas para as gestantes são seguras e visam exatamente a proteção das mamães e bebês. São todas inativadas, ou seja, são compostas por vírus ou bactérias mortos. Dessa forma, não apresentam riscos de causar infecção na gestante e no bebê. Com a vacinação, o corpo da mãe é estimulado a produzir anticorpos que são transferidos para o bebê através da placenta. Esses anticorpos que passam para o bebê, ainda em desenvolvimento, são fundamentais nos primeiros meses de vida, especialmente enquanto ele ainda não tem idade para receber as doses de rotina. Por isso, algumas vacinas devem ser repetidas a cada nova gestação, para proteger aquele novo bebê que está sendo gerado”, destaca. 

No Brasil, o calendário habitual da gestante conta com quatro vacinas: a dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche; a dT que imuniza contra difteria e tétano; a vacina contra hepatite B; e a influenza (contra gripe). 2,4,6 Além dessas, atualmente a vacinação contra COVID-19 também está recomendada. 14 Todas são oferecidas gratuitamente nos postos de saúde, pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. 2,4  

Além da vacinação durante a gravidez, as mulheres que planejam engravidar também devem se atentar para a atualização da caderneta vacinal, garantindo a imunidade contra doenças que são preveníveis através da vacinação, mas que são contraindicadas durante a gestação. 1,4,5,6,12 

Dr. Emersom explica: “Vacinas contra catapora, sarampo, caxumba, rubéola e HPV, por exemplo, são geralmente contraindicadas às gestantes e, por isso, devem ser administradas antes da gravidez e/ou no puerpério, mesmo que a mãe esteja amamentando. Após o nascimento do bebê, a vacinação materna é fundamental para quem não se imunizou antes, tanto para a proteção individual da mãe quanto para evitar a transmissão de doenças dela para o bebê. Já o bebê deve seguir o calendário de vacinação de crianças para gerar a sua própria proteção”.

 

A importância da imunização contra a coqueluche

A coqueluche é uma doença altamente contagiosa, que afeta principalmente crianças menores de um ano, podendo ser fatal. 7,8 Ela é transmitida por gotículas contaminadas pela bactéria Bordetella pertussis ao tossir, espirrar ou até mesmo falar. Em adultos costuma manifestar sintomas como mal-estar geral, secreção nasal, tosse seca e febre baixa, podendo ser confundida com outros quadros respiratórios e com frequência não é diagnosticada. 7,10 Nas crianças pequenas, que são o grupo mais vulnerável, a tosse é o sintoma que mais se destaca, podendo avançar para grave e descontrolada, comprometendo a respiração e até provocar vômitos e cansaço extremo. 7,10 Além disso, mais de 90% das crianças menores de 2 meses com a doença são hospitalizadas devido a complicações.9 

Dr. Emersom alerta sobre os perigos da coqueluche em crianças menores de um ano de idade, especialmente nos primeiros seis meses de vida: 7Antes dos seis meses de vida, os bebês ainda não completaram a maioria dos esquemas primários de vacinação e, com isso, são mais suscetíveis a infecções. Seguindo as recomendações de vacinação da gestante, a mãe pode ajudar a proteger o recém-nascido através da transferência de anticorpos dela para o bebê durante a gravidez, através da placenta. Assim, quando o bebê nasce, ele já tem alguma proteção oferecida pela mãe enquanto produz seus próprios anticorpos”. 

Segundo o Calendário de Vacinação da gestante do Ministério da Saúde (MS), uma dose da vacina dTpa é recomendada a partir da 20ª semana de gestação. 4 A vacina deve ser tomada a cada gestação. 4 Além do MS, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também endossam a vacinação com dTpa a partir da 20ª semana de gestação, a cada gestação. 4,6,11 

O Ministério da Saúde também dispõe de recomendações para gestantes nunca vacinadas ou com o histórico vacinal desconhecido. Neste caso, recomenda-se duas doses com a dT e uma dose de dTpa. 4,6,11

 

A importância de um casulo de proteção ao redor do novo bebê

Além da mãe, as pessoas que irão conviver com o bebê de forma mais próxima, como pai, irmãos, avós e babá, também precisam se vacinar contra a coqueluche, preferencialmente antes do nascimento. 3,7 

“Como a mãe é, normalmente, a pessoa que fica mais próxima durante os primeiros meses de vida do bebê, geralmente ela é a principal transmissora da coqueluche em lactentes, sendo responsável por aproximadamente 39% dos casos, segundo um estudo. Mas as outras pessoas que irão conviver com o bebê de forma mais próxima também oferecem riscos e podem transmitir a doença. Diferentemente da imunização materna, em que a mulher deve se vacinar contra a coqueluche a cada gravidez, para os familiares nunca vacinados ou com o histórico vacinal desconhecido, recomenda-se uma dose de dTpa e duas doses de dT, para garantir três doses do componente tetânico. Reforços decenais, a cada 10 anos, com dTpa são recomendados após o esquema inicial”, explica Dr. Emersom. 

Além de estar amplamente disponível na rede privada, a vacina dTpa também está disponível na rede pública para gestantes, todos os profissionais de saúde e para os receptores de transplante de células tronco hematopoiéticas. Com relação a vacina dT, está disponível para a população geral no sistema público. 12,13 


 

Referências

  1. CENTERS FOR DESEASE CONTROL AND PREVENTION. Vaccines and Pregnancy Home. Vaccine Safety for Moms-To-Be. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  2. SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Vacinação de gestantes: confira mitos e verdades. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  3. CENTERS FOR DESEASE CONTROL AND PREVENTION. Vaccines and Pregnancy Home. Vaccines & Pregnancy: Top 7 Things You Need to Know. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário de vacinação da gestante. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  5. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Vaccines and Pregnancy Home. Vaccines Before Pregnancy. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  6. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação SBIm gestante (2021/2022). Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  7. PORTAL FAMÍLIA SBIM. Doenças. Coqueluche (pertussis). Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim epidemiológico da coqueluche no Brasil de 2010 a 2014. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  9. HONG, J. et al. Update on pertussis and pertussis immunization. Korean Journal of Pediatrics, 53(5): 629-633, 2010.
  10. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde de A a Z. Coqueluche: causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  11. FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Programa Vacinal para Mulheres. São Paulo: FEBRASGO, 2021. Disponível em. Acesso em: 29 abr. 2022.
  12. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação do nascimento à terceira idade: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) - 2021/2022 (atualizado 10/05/2021). Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  13. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Calendário de vacinação de adultos e idosos. Disponível em. Acesso em: 14 abr. 2022.
  14. MINISTÉRIO DA SAÚDE. NOTA TÉCNICA Nº 2/2021-SECOVID/GAB/SECOVID/MS. Disponível em. Acesso em: 05 de maio de 2022

Hospital Paulista destaca importância do olfato para manutenção de lembranças

Na semana do Dia das Mães, especialista explica como é estabelecida a relação genética entre mãe e filho, para que se reconheçam pelo cheiro

 

Os cheiros têm a capacidade de nos remeter a diversas sensações marcantes e experiências passadas, sejam boas ou ruins. Isso só é possível graças à memória olfativa, função emocional do olfato, que faz com que as pessoas associem certos aromas à infância, lugares ou entes queridos.  

A otorrinolaringologista do Hospital Paulista Dra. Leila Ortiz Tamiso explica que o ser humano tem uma capacidade de associar cheiros e gerar memórias no cérebro, em uma área chamada sistema límbico, de onde provém nossas emoções.

“Os cheiros têm o poder de interferir no comportamento humano e no seu emocional, por isso, o olfato é um dos principais dos cinco sentidos e desempenha um importante papel na vida humana”, destaca.

De acordo com a especialista, o cérebro é como se fosse uma máquina, capaz de armazenar inúmeras lembranças, enquanto o nariz abriga seis milhões de receptores de odor. E o aroma funciona como um estímulo externo, desencadeando uma reação neurológica no hipocampo – estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro humano, considerada a principal sede da memória –, e associando tal cheiro a fatos importantes da nossa vida.

“Dessa forma, o cheiro tem o potencial de retomar as emoções com maior força do que qualquer outro sentido, devido ao grande número de conexões entre a região olfativa e o cérebro”, ressalta.


Relação mãe e filho

O olfato é o sentido mais desenvolvido nos recém-nascidos. Conforme Dra. Leila, a cavidade nasal dos fetos começa a funcionar já na 9ª semana da gestação e, a partir da 13ª, os nervos olfativos – responsáveis por formar o nariz –, já estão conectados ao cérebro.

Segundo a Dra. Leila, o cheiro dos filhos acalma as mamães, transmitindo tranquilidade.


Perda de olfato x perda de memória 

A perda de olfato é um dos sintomas mais característicos da contaminação pela Covid-19, que afeta as células responsáveis pelo sentido. No entanto, a especialista explica que além da COVID, alergias nasais (rinite), sinusites, problemas respiratórios, traumatismo craniano, doença de Parkinson, Alzheimer e até câncer, podem afetar o olfato, o que, consequentemente, interfere na perda de memórias importantes à vida. 

Dra. Leila reitera que, em muitos casos, o olfato pode ser recuperado. Para tanto, um dos tratamentos mais utilizados é o treinamento olfativo.

Além do treinamento, hidratantes da mucosa nasal, corticoides e descongestionantes nasais também podem ser utilizados para tratar e recuperar o olfato.


Ambulatório de Olfato

Inaugurado em 2020 – auge da pandemia – com o objetivo de identificar corretamente a razão da perda de olfato e paladar, ampliando e qualificando o diagnóstico e o tratamento destes sintomas, o Ambulatório de Olfato do Hospital Paulista auxilia no tratamento correto para resolver problemas como anosmia (perda do olfato) e ageusia (perda do paladar), sintomas muito comuns em pacientes com sequelas da Covid-19.

Durante o atendimento, os pacientes são estimulados a sentir diferentes cheiros, como uma terapia para quem perdeu um ou os dois sentidos.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


5 Dúvidas mais frequentes nos consultórios ginecológicos

O ginecologista e obstetra Domingos Mantelli enumerou as cinco perguntas mais frequentes que as mulheres fazem nos consultórios ginecológicos. 

As dúvidas perpassam assuntos como menstruação irregular, exames, gravidez, sangramentos e até métodos anticoncepcionais. Seguem os questionamentos e as breves respostas do especialista:

 

1 Qual é o período considerado correto para uma menstruação regular?

R. A menstruação normal dura em média 25 a 35 dias regularmente.

 

2 O que os médicos buscam com o teste de Papanicolau?

R. Este exame é um dos mais eficientes para o rastreamento do câncer de colo uterino.

 

3 É possível engravidar quando está menstruada?

R. sim, é possível apesar de raro. Tem mulher que podem ovular as vezes duas vezes no mês, uma delas coincidindo com o período da menstruação e pode ocorrer a gravidez, apesar de ser um caso extremamente raro.

 

4 Namoro há muito tempo (ou sou casada). Preciso usar camisinha em todas as relações?

R. O preservativo é um método eficiente de prevenir a gravidez indesejada, além de evitar muitas doenças. Por isso é imprescindível.

 

5 O que são os sangramentos quando estou no meio da cartela da pílula?

R. Esses sangramentos são chamados “spotting”e costumam aterrorizar as mulheres. Sempre que houver mais de um sangramento por mês, a mulher deve procurar um ginecologista e realizar exames para medir as dosagens hormonais. Muitas vezes, estamos diante de alguma doença, como por exemplo, a síndrome dos ovários policísticos ou endometriose.

 

Dr. Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra - autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e residência médica na área de Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição. Dr. Domingos Mantelli tem pós-graduação em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, e em Medicina Legal e Perícias Médicas.


07 de maio: Dia do Oftalmologista

 

É fácil reconhecer a importância da visão em nossas vidas. Setenta por cento das informações que recebemos do meio onde vivemos são percebidas por meio da visão. De toda a energia dispendida para o funcionamento do cérebro humano, 40% é destinada a processar informações relacionadas à visão. É fundamental enxergar bem para termos um desempenho adequado em nossas vidas. 

Para entendermos o olho humano com mais facilidade, podemos compará-lo a uma máquina de fotografia na qual temos o filme para registrar as imagens. As lentes da máquina podem ser comparadas com a córnea humana e o cristalino. Essas duas lentes, juntas, fazem a focalização da imagem. Assim como podemos controlar a quantidade de luz para uma boa fotografia, os olhos humanos dispõem da íris - colorido do olho - e da pupila, buraco de entrada, para permitir a entrada da quantidade certa de luz. E, no fundo do olho, temos o nosso filme, representado pela retina. Posteriormente, este filme deve ser levado por ‘alguém’ até o laboratório, que vai revelar as imagens, é o nosso nervo óptico e o córtex visual no cérebro. 

O ser humano desenvolveu várias adaptações para poder enxergar bem. As pálpebras para manter a proteção e a lubrificação adequada, a posição dos dois olhos em relação à cabeça, que permitem uma visão binocular de profundidade, e uma qualidade óptica muito boa. 

Nós, oftalmologistas, temos como profissão cuidar deste nobre sentido: a visão. Cuidamos desde as pálpebras em sua funcionalidade e aspectos estéticos, passando pela lubrificação ocular, córnea, cristalino, retina, visão binocular, até a percepção da imagem em nosso córtex visual. Após o curso de medicina, para cuidar de cada uma dessas estruturas, os oftalmologistas estudam, em média, 5 anos adicionais.

 

Prevenção 

Apesar de todos reconhecerem que a prevenção das doenças é fundamental para cuidarmos de nossa saúde, poucos têm a consciência de realizar consultas preventivas. Na oftalmologia existem algumas fases da vida, quando as pessoas devem fazer uma consulta, mesmo sem queixas específicas. 

Tudo se inicia no nascimento, com o teste do olhinho. Não exclusivamente realizado pelo oftalmo, é um exame importante para prevenir casos graves de redução da visão. Ainda antes da alfabetização, por volta dos 5 anos de idade, a criança precisa ser examinada para prevenir problemas no aprendizado. Crianças que enxergam mal podem ser rotuladas como hiperativas ou com dificuldades diversas de cognição, quando, na verdade, precisam de óculos. 

Ao longo da adolescência, filhos de pessoas míopes, ou que possuam outras condições familiares, precisam ser examinados. Atenção especial deve ser dada aos adolescentes que estudam muito no cursinho. Casos de cefaleia ou dificuldade de concentração podem ser explicados pela presença de pequenos graus de astigmatismo, ou outro defeito qualquer, e que facilmente podem ser diagnosticados. 

Já na idade adulta, com a vida moderna e o uso excessivo do computador, cada vez mais percebemos alterações significantes da lubrificação ocular, que podem levar a olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira e diminuição da capacidade laborativa. 

Entre os 45/50 anos de idade, inicia-se a fase na qual a visão fica cansada, a chamada presbiopia. A pessoa relata dificuldades para ler ou fazer trabalhos manuais, bem como dificuldade para enxergar os detalhes de perto. Nesta fase, é fundamental um check up da visão, pois podem aparecer doenças como Glaucoma, ou mesmo a catarata. É uma fase difícil, pois o restante das atividades físicas está preservado, com o corpo e a mente funcionando como jovens, mas a visão pede óculos para ler ou os óculos multifocais. A partir daí, uma avaliação anual é preconizada. 

Catarata e o glaucoma são preocupações que devem ser acompanhadas para o resto da vida, mas, já na senescência, problemas como a DMRI (degeneração macular relacionada à idade) são nossa preocupação mais frequente.

 

Tecnologia 

A oftalmologia talvez seja a especialidade médica que mais depende dos avanços tecnológicos. Dispomos de equipamentos automatizados desde o momento que o paciente entra na clínica, medindo a pressão e o grau dos olhos, até equipamentos para verificar a saúde da córnea, diagnóstico da catarata, e avaliar a saúde da retina e nervo óptico. 

Na oftalmologia, todas as cirurgias são realizadas com equipamentos sofisticados auxiliados pelo microscópio cirúrgico. Já dispomos de equipamentos de raios laser até para as cirurgias de catarata e retina, e a segurança das cirurgias tem aumentado a cada ano. 

A oftalmologia é uma especialidade maravilhosa. Cuidar da visão das pessoas é a missão de todos nós oftalmologistas. Promover a qualidade de vida, restaurar e a visão é muito gratificante!
 

Amo minha profissão.

 

Hamilton Moreira - professor de Oftalmologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e é ex-presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Possui pós-graduação em Córnea e Catarata pela USC-Califórnia.


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