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quinta-feira, 3 de março de 2022

'Síndrome​ de Gaiola': na volta das crianças à rotina, saiba identificar possíveis​ sinais

 Transtorno está associado à dificuldade de sair de casa e socializar novamente; Pais e escolas devem estar em constante contato para observar comportamento dos pequenos neste momento


A rotina já​​ voltou parcialmente em todo o mundo e, no Brasil, as escolas voltaram a receber os alunos presencialmente para o ano letivo de 2022. O assunto desde o início da pandemia gerou muitas controvérsias, mas fato é: ficar em casa potencializou (e muito) os transtornos psicológicos nas crianças e, por isso, o retorno à vida "normal” requer muito cuidado e atenção de pais e escolas. Em muitos casos, o retorno à socialização era mais do que esperado. Mas em outros, a "Síndrome de Gaiola dificultará o momento. 

Mesmo antes da pandemia, tanto no âmbito familiar como no escolar, as reflexões sobre a saúde mental das crianças já eram cada vez mais comuns. Isso porque os transtornos psicológicos já atingiam de 7 a 20%, dependendo da região,​​ das crianças brasileiras, de acordo com um estudo da Faculdade de Medicina de São José dos Rio Preto. Após o surgimento do novo coronavírus e dos isolamentos sociais, uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, relatou que uma em cada quatro crianças e adolescentes apresentam sinais de ansiedade e depressão a nível clínico.  

Para a psicóloga clínica da Amparo Saúde, Muriell Coelho, existem muitos aspectos que devem ser observados na ressocialização das crianças e adolescentes para minimizar eventuais problemas associados. “Sabemos, por exemplo, que crianças mais novas muitas vezes já possuem uma dificuldade na socialização, sendo assim, o distanciamento social pode, em muitos casos, ter potencializado o fator da ansiedade generalizada, o que torna agora muito mais difícil esse relacionamento com outros colegas, até mesmo gerando um quadro de fobia social de fato”, explica.  

A especialista ainda avalia crianças que ainda não tinham tido a oportunidade de socializar anteriormente, por conta da idade, e também por terem passado muito tempo com os pais por perto. “Precisamos pensar que muitas crianças mais novas, de 1 a 3 anos, passavam a maior parte da sua vida, até o momento, com os pais dentro de casa e também sem terem tido oportunidade de vivenciar o ambiente de creches e escolas. Portanto, será tudo novo para essa faixa etária. Para estes pequenos, a Síndrome de Gaiola poderá acontecer e é preciso ficar atento para conseguir reverter a fobia social”, conclui.
 

Mas o que de fato é a Síndrome de Gaiola e como ter sinais?  

Associada a aves que são criadas em cativeiro, mas quando as gaiolas se abrem elas têm dificuldade para sair, a Síndrome de Gaiola reflete exatamente o sentimento de ter a oportunidade (e muitas vezes a necessidade) de sair, mas ter uma pressão interna que te prende e não te faz querer seguir com essa ação. Além de causar uma vontade cada vez maior de se fechar, essa síndrome pode causar transtornos em crianças no período escolar e adolescentes, uma vez que são “forçadas” a saírem do seu ambiente seguro e confortável e socializarem com outras pessoas, algo muito difícil e complexo nestes casos, que podem trazer outros problemas para a vida como um todo, como dificuldade de aprendizagem, transtornos de humor, etc.  

Pais e educadores devem ficar atentos aos sinais e sintomas como dificuldades de conversar com pessoas fora do convívio e da dinâmica familiar, de expressar sentimentos no que remete ao acontecimento vindouro(por exemplo: “como você imagina que será”), expressão de medo, angústia e choro diante da ação, além de ansiedade e nervosismo aparente por expectativas de saídas. 

Para a especialista da Amparo Saúde, a Síndrome de Gaiola não está somente associada a crianças, existem muitos casos em adolescentes, jovens e adultos. “A diferença é que os pequenos não sabem ainda se expressar, o que torna mais difícil o diagnóstico deste transtorno. Em pessoas mais velhas é mais fácil identificar e tratar. Portanto, é essencial que os pais e as escolas criem recursos para tentar minimizar as dificuldades que este momento de ressocialização trará”, finaliza.
 

Amparo Saúde


Mulheres: como encontrar equilíbrio na vida para cuidar dos idosos

Estatísticas indicam que a quantidade de idosos que precisam de cuidados aumentou, fazendo com que as mulheres acabem sendo responsáveis pelos cuidados e fiquem mais sobrecarregadas


Dia 8 de março chegando, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Com a data vem a lembrança do quanto foi e é importante a conquista dos direitos femininos. Mas com essa conquista também vem a quantidade de responsabilidades que a mulher adquiriu ao longo da vida moderna. Entre eles, o cuidado com os filhos, com os pais idosos e com a vida profissional.

Apesar de tantas conquistas, algumas tarefas ainda são “supostamente” atribuídas diretamente às mulheres, como cuidar dos pais idosos. Antigamente, sempre havia uma tia, uma nora, uma sobrinha que era dona de casa e ficava responsável por cuidar dos idosos da família. Hoje todas essas tias, noras e sobrinhas estão no mercado de trabalho, mas ao mesmo tempo, a sobrecarga de dar suporte aos pais envelhecendo ainda continua com elas.O desafio de cuidar dos pais na velhice tem sido um dos assuntos mais debatidos da atualidade, pois traz demandas reais, práticas e, também uma série de angústias.

Estudo comparativo das sociólogas Nadya Araujo Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de Paris, na França, divulgado em janeiro de 2021 na revista da Fapesp, identificou, nos últimos 20 anos, o surgimento de arranjos que visam amparar indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com deficiência. E dentro deste cenário elas apontaram que, na América Latina, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como as cuidadoras de crianças, idosos e pessoas com deficiência.

“Culturalmente as mulheres acabam assumindo mais esta função, o que acarreta uma sobrecarga no dia a dia feminino”, conta Marcia Sena, fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade.

Marcia criou a Senior Concierge justamente por vivenciar essas e outras dores, a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estavam envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia de pessoas da melhor idade no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança contra males súbitos.

Este panorama se agravou ainda mais durante a pandemia. Segundo recente levantamento realizado por estudiosos da Fiocruz, 77,5% das cuidadoras familiares disseram que o tempo de dedicação aos cuidados aumentou e 75% responderam que a quantidade de esforço também aumentou nesse período, o que refletiu nas saúdes física e mental das mulheres.

De acordo com o último Censo brasileiro de 2019, mais brasileiros tiveram de cuidar de seus parentes idosos. O número de familiares que se dedicavam a cuidados de indivíduos de 60 anos ou mais saltou de 3,7 milhões em 2016 para 5,1 milhões em 2019.

Junta-se a essa realidade o fato de a população estar ficando cada vez mais velha, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que até 2060 o número de idosos no País irá quadruplicar e chegar à casa dos 58,4 milhões. Hoje essa população é de 14,9 milhões.

Cuidar de idosos é uma atividade que demanda tempo e, basicamente, os filhos contam com três formas de providenciar esses cuidados: dar aos pais a assistência para que sejam independentes em suas próprias casas, colocá-los em algum tipo de moradia assistida ou trazê-los para viver com a família. 

Essa última opção, que é a mais utilizada, traz também a necessidades de adaptar os lares para receber os familiares que estão envelhecendo, como a instalação de rampas, barras de apoio e outras mudanças de rotina que trazem impactos na vida de toda a família.

De acordo com Márcia, o primeiro passo que deve ser tomado e, também o mais difícil é, desde cedo, ter uma conversa franca com os pais sobre suas finanças e sobre como eles pretendem passar esse momento da vida. “É uma questão para a qual todos nós devemos nos preparar”, comenta.

A responsabilidade de cuidar de parentes idosos pode trazer angústias em todas as esferas da vida de um profissional, que muitas vezes tem que se ausentar do escritório para levar os pais a compromissos ou consultas ou pode ser interrompido por questões de urgência.

De acordo com a especialista, os impactos na vida pessoal também podem ser significativos. “Pode afetar o relacionamento com os filhos e o cônjuge, além de alterar a dinâmica familiar. Isso tudo deve alavancar a demanda por serviços pensados exclusivamente para a qualidade de vida daqueles que vivenciam a situação no dia a dia”.

Entre as facilidades que são bem-vindas estão, por exemplo, ter alguém que possa acompanhar os idosos em exames, consultas e, também atividades de lazer ou compras, orientação médica e farmacêutica por telefone e até mesmo aplicativos que mantenha os responsáveis informados sobre a rotina e bem-estar dos pais.

Diante de tantos desafios vivenciados, assim como ela, enfrentando as mesmas situações, Márcia teve a ideia de criar uma empresa para ajudar as famílias a cuidarem dos pais que estão envelhecendo e começam a precisar de apoio para suas atividades diárias e manterem sua qualidade de vida. Assim nasceu a Senior Concierge, trazendo para o Brasil um novo conceito, chamado de Aging in Place, de cuidados para a terceira idade.

Já popular nos Estados Unidos e Europa, o modelo oferece um pool de serviços que permitem que o idoso continue sua rotina diária sem perder autonomia. Os serviços estão focados em cuidados gerais com os idosos, enfermagem, acompanhante para internação hospitalar, pós-operatório com welcome home, cuidados com idosos que têm Parkinson e Alzheimer, leva e traz de idosos, ginástica, entre outros.

 

Márcia Sena - fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade. Tem MBA em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica.


Terapeuta dá dicas para controlar a ansiedade

Autoconhecimento é a chave para controlar medos e pensamentos que provocam ansiedade

 

Um estudo divulgado pela revista científica The Lancet revelou que a pandemia provocou um aumento de 26% nos casos de ansiedade em todo mundo. Antes de 2020 o Brasil já liderava o ranking de países mais ansiosos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde a crise provocada pela Covid-19, a situação se agravou e isso é observado nos consultórios dos terapeutas. “Uma queixa comum entre as pessoas que me procuram é a ansiedade. E o principal combustível deste mal é o medo: medo de fracassar, da rejeição, de não controlar o futuro. Esses medos são alimentados pela nossa mente, pelos nossos pensamentos”, afirma a terapeuta do Instituto Plasma, Erika Thiele.

Ao lado do excesso de informações, outra causa muito comum que pode desencadear uma crise de ansiedade é a mudança, seja ela externa ou interna. “É comum que ocorram crises quando estamos diante de mudanças, como trocar de emprego, de cidade, de casa ou mesmo mudar um hábito”, diz. A terapeuta conta que, como qualquer outra patologia, a ansiedade apresenta sinais e sintomas físicos que podem ser facilmente identificados, como taquicardia, dificuldade de respirar e de se manter parado. “Toda essa movimentação, muitas vezes inconsciente, é o primeiro sinal da ansiedade no corpo”, diz.

Além disso, a energia que absorvemos de outras pessoas, lugares ou objetos pode provocar sensações de desconforto e desencadear uma crise. “Principalmente quem possui a sensibilidade ampliada, mesmo que não esteja consciente dessa característica, pode apresentar sintomas de ansiedade devido a uma baixa frequência do ambiente ou por alguma questão energética perigosa que esteja afetando o seu campo vibracional”, afirma a radiestesista. “Uma frequência vibracional é capaz de interferir em outra e, no caso das pessoas, está diretamente ligada à sensação de conforto ou desconforto”, completa.

A boa notícia é que essas crises podem ser controladas pelo “autoconhecimento, pela terapia e dedicação ao entendimento do que está desencadeando essa emoção negativa”. O autoconhecimento é importante para identificar os gatilhos que nos provocam essas sensações e, com ajuda especializada e algumas mudanças nos hábitos, podemos minimizar o impacto dos pensamentos no nosso corpo.

o principal combustível da ansiedade é o medo
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O primeiro passo para tratar o transtorno é reconhecer que precisa de ajuda e que toda essa carga emocional não é saudável. “É errado normatizar isso porque está todo mundo assim. É preciso buscar o autoconhecimento para ajudar a entender os gatilhos (complexos, traumas e crenças limitantes) que, quando disparados por alguma questão externa ou interna, vão acionar aquela sensação”, explica.

Outra forma de controlar a ansiedade é por meio da meditação. “A principal característica de uma pessoa ansiosa é sempre estar pensando no futuro e preocupada com situações que podem nem acontecer. A meditação feita de forma adequada vai ajudá-la no autoconhecimento, a prestar atenção em sua respiração, em si mesmo e a se concentrar em sua essência de modo que ela organize os pensamentos e se conecte com a realidade para viver o aqui e agora”, afirma a terapeuta.

Para quem tem dificuldade em se concentrar, Erika recomenda a meditação guiada. “Ela é mais fácil para iniciantes, pois tem o auxílio de um especialista que irá conduzir seu pensamento. Você só precisa fechar os olhos e prestar atenção somente no que a voz está te propondo, criando imagens e descobrindo sensações”, explica.

A prática regular de atividade física é outro hábito que ajuda a controlar a ansiedade. De acordo com um estudo publicado pela revista cientifica Frontiers of Psychiatry, ela é capaz de reduzir em quase 60% o risco de desenvolver ansiedade. “É importante escolher atividades que facilitem o uso da energia em excesso presente no corpo para aliviar a mente. Além disso, o exercício aliado à meditação vai ajudar a encontrar a paz interior e a trabalhar pela sua própria espiritualidade e sensibilidade”, acrescenta.

 

Dicas para controlar a ansiedade

- Rabisque um papel por um tempo indeterminado de forma intensa, leve ou moderada preocupar com o desenho

- Faça uso do floral Bach Rescue composto por essências que ajudam aliviar o estresse, tensões, ansiedade e a resgatar o equilíbrio emocional

- Coloque uma música agradável e cante junto

- Faça uma respiração concentrada prestando atenção ao movimento e colocando as mãos na base do esterno localizado na parte anterior do tórax

- Faça uma respiração dentro de saquinho de plástico com óleo essencial de lavanda

- Faça 2 minutos de respiração pranayana inspirando e expirando lentamente

Como fazer a respiração: coloque os dedos indicador e médio da mão direita entre as sobrancelhas e posicione seus dedos anelar e mindinho na narina esquerda, enquanto o polegar ficará posicionado na narina direita. Em seguida, feche a narina direita com o polegar e expire pela narina esquerda. Depois, inspire pela mesma narina, feche o lado esquerdo com o polegar e o mindinho e expire pela narina direita, inspirando.

 

 

Erika Thiele - terapeuta radiestesista do Instituto Plasma


Dia 4 de março é o Dia Mundial da Obesidade: Estação Socorro, na Linha 9-Esmeralda, recebe mostra informativa sobre o tema

Exposição é uma parceria da ViaMobilidade com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e  Metabologia de São Paulo
 


Para alertar a população sobre o impacto que o excesso de peso traz para a saúde, a ViaMobilidade Linhas 8 e 9, concessionária responsável pela operação e manutenção das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos se une à Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM -SP) para promover uma exposição sobre o tema na Estação Socorro.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as taxas de obesidade quase triplicaram desde 1975. Para chamar atenção para esse problema, a OMS instituiu o dia 4 de março como o Dia Mundial da Obesidade.

Durante a pandemia e o confinamento por conta da covid-19, muitas pessoas relataram ganho de peso, segundo a médica endocrinologista Maria Edna de Melo, da SBEM-SP. “A pandemia modificou a vida das pessoas, o isolamento levou a uma mudança no padrão de alimentação e de atividade física, o que contribuiu para o aumento de peso”, afirma.

Além de alertar para a gravidade do problema, a exposição tem a missão também de conscientizar os passageiros sobre a doença, que atinge todas as idades e grupos sociais.

“Com a proposta de fazer das linhas 8 e 9 mais do que um lugar de circulação de passageiros, a concessionária leva ao público ações de promoção da saúde e do bem-estar, divulgando informações de qualidade, com apoio de especialistas”, afirma Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaMobilidade Linhas 8 e 9.
 

Serviço:
Mostra sobre prevenção da obesidade -- Estação Socorro / Linha 9-Esmeralda: de 4 a 31 de março


Cuidados paliativos: o que são e quando devo procurá-los

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Segundo a OMS uma das grandes barreiras para aplicação deste tipo de assistência é a falta de conhecimento

Cuidado paliativo, ou paliativismo, é uma vertente recente no mundo da medicina. Foi reconhecido como tratamento pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas em 1990, e por isso existem alguns equívocos sobre o que ele é, e quando deve ser procurado.

O paliativismo não é apenas um tipo de procedimento ou tratamento específico, mas uma visão conjunta de vários profissionais, como psicólogos, terapeutas, médicos e até representantes religiosos, para que haja um apoio abrangente para o paciente que se encontra muito prejudicado por alguma condição.

“O cuidado paliativo pode ser complexo de determinar, pois seu plano é criado especificamente para a pessoa que irá recebê-lo, e envolve não só a medicina tradicional, como também medicina integrativa e, também, o cuidado espiritual, por exemplo,” esclarece Ana Claudia Quintana Arantes médica especialista em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium e Universidade de Oxford e sócia fundadora da Associação Casa do Cuidar, Prática e Ensino em Cuidados Paliativos.

Por conta da sua complexidade, e pouca disseminação na cultura da assistência à saúde brasileira, pouco se é falado sobre esses tipos de cuidados. “Muitas pessoas podem assumir que eles devam ser aplicados apenas quando o paciente está próximo do fim de sua vida, mas esse é um grave equívoco que pode levar a um sofrimento prolongado,” complementa Arantes.

O cuidado paliativo é na verdade indicado para pessoas que tem a sua qualidade de vida prejudicada por uma doença que ameace sua vida, mesmo que esteja numa fase final. Claro, podemos associá-los ao mais óbvio, como a idade avançada, e condições como câncer, Alzheimer ou Parkinson, mas vai bem além disso.

Segundo a OMS, por exemplo, 10.3% dos pacientes com doenças respiratórias crônicas necessitam de tratamentos paliativos, pois experienciam desconfortos, mudanças de estilo de vida e dores até o fim da vida. O mesmo se aplica a diabetes, doenças cardiovasculares, artrite ou esclerose, entre muitas outras. 

“Pode perceber que não são apenas condições que ameaçam a vida de imediato, como um câncer terminal, mas sim patologias que podem ocorrer a qualquer momento da vida ou serem congênitas, como acontece com muitas crianças. Por isso nem sempre é percebida a necessidade de cuidados diferentes além dos tradicionais”, explica a especialista.

Mas então qual a hora de procurar os cuidados paliativos? A médica explica que quando uma condição afeta de maneira grave a qualidade de vida do paciente, seja por precisar de remédios com efeitos colaterais, sofrer perda de mobilidade ou dores e desconforto crônicos, é importante buscar ajuda.

As opções e informações sobre o tema no Brasil são escassas, e pode ser difícil encontrar o cuidado paliativo, o que levou Ana Claudia a cofundar a Associação Casa do Cuidar, organização sem fins lucrativos que busca educar e formar uma rede de profissionais que possam atender esse tipo de paciente.

“Acreditamos na importância do respeito a dignidade e autonomia dos pacientes. Todos deveríamos ter o direito de passar por essa vida com o maior nível de conforto possível, e é isso que o cuidado paliativo busca oferecer. Não é necessário estar no fim da vida para procurá-lo,” finaliza.

 


Dra. Ana Claudia de Lima Quintana Arantes - Médica formada pela USP com residência em Geriatria e Gerontologia no Hospital das Clínicas da FMUSP. Fez pós-graduação em Psicologia – Intervenções em Luto pelo Instituto 4 Estações de Psicologia e especialização em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium e Universidade de Oxford. É sócia fundadora da Associação Casa do Cuidar, Prática e Ensino em Cuidados Paliativos.

www.casadocuidar.org.br

Instagram: @casa_do_cuidar


Impacto da pandemia: aumenta o número de obesos e reduz em 63% as cirurgias de prótese de joelho no Brasil

Divulgação
Apenas no Paraná a redução no número de próteses feita pelo SUS foi de 68%, saindo de 1.088 procedimentos realizados em 2019, para 329 em 2021


Um dos fatores que comprovadamente agravam os problemas nas articulações do joelho e quadril é o sobrepeso. Neste dia 04 de março - Dia Mundial de Combate à Obesidade - dois importantes dados chamam a atenção: o aumento da obesidade na população durante a pandemia e a redução em 63% no número de cirurgias de próteses de joelho pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Já os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que correspondem aos procedimentos feitos por planos de saúde no país, também apresentaram queda de 41,39%. Ao todo, foram realizados 10,6 mil procedimentos em 2019 e em, 2020, apenas 6.224. Os dados de 2021 ainda não estão disponíveis. 

 

O estudo - publicado em novembro de 2021, pelo Brazilian Journal of Development e intitulado “Impacto da pandemia pelo Covid-19 nos procedimentos de Artroplastia Total do Joelho (ATJ) no SUS" - apontou a redução que a região mais afetada foi o Centro-Oeste do país, com uma diminuição de 79,20% nas cirurgias. 

A ATJ ou prótese total do joelho é uma cirurgia que substitui a articulação por uma prótese, o que ajuda a devolver o movimento e a qualidade de vida para o paciente, independente da faixa etária. O objetivo é melhorar sintomas da artrose, corrigir o alinhamento e melhorar a mobilidade do joelho.
 

Queda nacional - Para que se tenha ideia, entre março e dezembro de 2019, foram realizadas pelo SUS 7.407 cirurgias de ATJ, sendo 86 na região Norte, 608 no Nordeste, 4.165 no Sudeste, 2.149 no Sul e 399 no Centro-Oeste. Já no mesmo período de 2020, foram feitas apenas 2.735 cirurgias de ATJ nas cinco regiões do país, sendo 23 no Norte, 254 no Nordeste, 1605 no Sudeste, 770 no Sul, e 83 no Centro-Oeste. Respectivamente, as reduções chegaram a 73,25%, 58,22%, 61,46%, 64,17% e 79,20%.  

Apenas no Paraná a redução no número de próteses de joelho pelo SUS foi de 68%, saindo de 1.088 procedimentos realizados em 2019, para 329 em 2021. Já pelos planos de saúde a redução foi de 25,77%. 

"O estudo indica uma real necessidade de estratégias para otimizar o tratamento dos pacientes que necessitam de ATJ na saúde pública e privada devido ao represamento da demanda durante a pandemia da Covid-19", alerta o ortopedista Rogério Fuchs, com mais de 35 anos de atuação na área. 

Obesidade - Segundo o ortopedista, cada quilo a mais na balança representa uma sobrecarga de, aproximadamente, 8 quilos para as articulações dos joelhos. "A obesidade agravou muito os problemas nas articulações durante o período de isolamento, devido a redução nas possibilidades de os pacientes realizarem atividades e aliado ao aumento na ingestão de alimentos", reforça Fuchs. 

Recentemente o The Journal of Arthroplasty divulgou um artigo onde a Associação Americana de Cirurgiões de Quadril e Joelho recomenda que pacientes com sobrepeso e obesidade continuem seus tratamentos ortopédicos, principalmente artroplastias de quadril e joelho. 

Já a recente pesquisa Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, em 2021, identificou que foram os brasileiros os que mais ganharam peso durante a pandemia de COVID-19. Aqui, cerca de 52% dos entrevistados declararam ter engordado. A média global é de apenas 31%. Ainda segundo a pesquisa, os brasileiros ganharam, em média, cerca de 6,5 quilos neste período. Além disso, de acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, um em cada quatro adultos está obeso. São 29,5% das mulheres e 21,8% dos homens.
 

Quadril - O ortopedista especializado em cirurgia do quadril, Thiago Fuchs, afirma que a obesidade, em relação a articulação do quadril, segue a mesma linha.

"O quadril sofre muita influência em relação ao peso do paciente. Isso porque o quadril suporta, por passo, de duas a três vezes o peso do corpo. Então, este aumento de peso constatado durante a pandemia é fator de risco para o desenvolvimento da artrose e, para aqueles que já têm lesões degenerativas, os sintomas de dor e dificuldade de locomoção pioram muito", afirma.

O cirurgião do quadril também faz um alerta para pacientes que aumentaram o peso e querem retomar as atividades físicas. "Estas pessoas terão mais dificuldades de retorno à prática de atividade física, tendo maior risco de lesão. É preciso cuidado e acompanhamento profissional para um retorno gradual", finaliza Thiago Fuchs.

 

04/03 Dia Mundial da Obesidade: os números e perigos

Uma em cada dez crianças brasileiras de até 5 anos está acima do peso. O mesmo acontece em mais da metade das mães com filhos nessa faixa etária: 58,5%. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019) em uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde.

 

Dia 04 de março é o Dia Mundial da Obesidade, para o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa, da capital paulista, essa não é uma questão de estilo de vida, mas sim de uma doença crônica, recidivante e multifatorial. Por isso, deve ser olhada com cuidado e atenção. 

Para o médico, a obesidade é um desequilíbrio entre a quantidade de calorias consumidas e a quantidade que se gasta e muitos pacientes não conseguem por um fim ao sobrepeso utilizando de mudanças de hábitos e dieta, eles realmente precisam de intervenção cirúrgica. É aí que entra a cirurgia bariátrica. 

Esse tipo de cirurgia está indicada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para pacientes com IMC acima de 35 Kg/m² que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue e problemas articulares, ou para pacientes com IMC maior que 40 Kg/m² que não tenham obtido sucesso na perda de peso após dois anos de tratamento clínico (incluindo o uso de medicamentos)”, revela. Para Dr. Rodrigo, o mais importante e essencial é que uma pessoa com esse perfil busque ajuda médica, já que a qualidade de vida e a saúde são itens que nenhuma balança ou fita métrica são capazes de medir. 

Já para a médica nutróloga Dra. Ana Luisa Vilela, especialista em emagrecimento, isso pode ser sinal de doenças como hipotireoidismo, intolerância alimentar e até estresse, que também pode influenciar no funcionamento normal do metabolismo e dificultar o processo de emagrecimento. 

"Os distúrbios hormonais e as doenças metabólicas são alguns fatores que dificultam ou até impedem a perda de peso", fala a médica. "O estresse, por exemplo, faz o organismo liberar cortisol - um hormônio capaz de acumular gordura abdominal. Além disso, os acometidos pelo estresse muitas vezes descontam o estado emocional em comidas gordurosas", fala. 

Dra. Ana também conta que doenças metabólicas ou hormonais também dificultam o processo de emagrecimento, como o hipotireoidismo, por exemplo, que também pode alterar a produção de hormônios que regulam o metabolismo e assim, em menor quantidade, o deixam mais lento e dificultam também a perda de peso", completa a médica.

 

 Dr Rodrigo Barbosa - Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com internato médico pelo Hospital Sírio-Libanês - SP. Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cirurgião do aparelho digestivo pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP e titulação de mestrado pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de S. Paulo (IAMSPE).

Dra. Ana Luisa Vilela - Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá -- MG, especialista pelo Instituto Garrido de Obesidade e Gastroenterologia (Beneficência Portuguesa de São Paulo) e pós graduada em Nutrição Médica pelo Instituto GANEP de Nutrição Humana também na Beneficência Portuguesa de São Paulo e estágio concluído pelo Hospital das Clinicas de São Paulo -- HCFMUSP. Hoje, dedica-se a frente da rede da Clínica Slim Form a melhorar a autoestima de seus pacientes com sobrepeso com tratamentos personalizados que aliam beleza e saúde.

 

Doenças de pele aumentam pelo estresse

 Estressores psicológicos são gatilhos para deflagração e piora de quadros cutâneos, que vão desde queda de cabelo até doenças mais graves conhecidas como psicodermatoses. Segundo estudos, as questões psicológicas aumentaram 90% e os casos de estresse e ansiedade mais que dobrou.

 

O maior órgão do corpo é o que mais sente os efeitos do estresse -- a pele. A médica Dra. Adriana Vilarinho, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD), conta porque isso acontece e como reverter este quadro. 

“O estresse vivido aumenta a inflamação e a liberação de uma série de hormônios (como o cortisol, adrenalina e derivados) que interferem em receptores e neurotransmissores em diversas regiões do corpo”, explica. A pele é, não apenas um canal imediato de situações de estresse, como um alvo para algumas respostas ao estresse (os mediadores do estresse atuam nela, promovendo respostas inflamatórias e até imunológicas). 

A pele e o sistema nervoso têm a mesma origem embrionária, e permanecem ligados por toda a nossa vida. Trata-se de um órgão sensorial que permite a sensação térmica, a capacidade sensitiva de tensão mecânica e a dor. “Se ficamos envergonhados ou emocionados nossa pele exprime essas emoções através da ruborização e dos arrepios. Enfim, tamanha é a complexidade das funções da pele em conexão com terminais nervosos que este tema vem trazendo novas descobertas científicas”, sinaliza a médica. 

O estresse aumenta a liberação de células inflamatórias, reduz a imunidade e aumenta o estado de alerta na pele, promovendo maior incidência de alergias, acne, dermatites, urticária. “Quando o grau de estresse é elevado ou cronificado, doenças mais sérias (como as autoimunes) podem se apropriar do momento e serem deflagradas, em indivíduos predispostos”, explica. 

Enquanto a acne aparece por aumento da oleosidade e inflamação dos poros, com infecção, gerando as tão conhecidas espinhas e cravos, as demais inflamações provocam outros sintomas a serem observados no contexto individual do paciente. A dermatite causa vermelhidão, coceiras e até mesmo bolhas. Outras condições pioradas podem ser a urticária, uma reação alérgica que pode aparecer por meio de vergões na pele. Temos recebido muitos casos de urticária generalizada, de difícil tratamento, em que é preciso “desligar” os fatores psicoemocionais envolvidos de forma pontual. 

Para tratar e prevenir, a médica lembra que é importante manter uma rotina de cuidados específicos para cada tipo de pele, respeitando a sazonalidade (o inverno requer mais cuidados, e evitar água quente) e a individualidade do paciente. Atividades que promovem bem-estar e saúde, como a prática de exercícios físicos, meditações e técnicas respiratórias, também são grandes aliados para minimizar os efeitos do estresse. 

Muitas vezes o paciente chega a tentar esses recursos, mas não consegue sozinho, ou possui recidivas sucessivas das alergias e outros problemas de pele, afetando drasticamente sua autoestima. Esse paciente necessita de um tratamento individualizado, e, por vezes, multifatorial.

 

Dra Adriana Vilarinho - Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da AAD - Academia Americana de Dermatologia. CREMESP 78.300/ RQE -- SP 27.614. • Graduada em Medicina e Residência Médica em Dermatologia pela Faculdade de Medicina do ABC -- São Paulo. • Título de Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). • Preceptora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC -- 1993 a 2003. • Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia -- SBD -- e regional de São Paulo. • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica -- SBCD. • Membro da American Academy of Dermatology -- AAD. • Autora do livro "Beleza à Flor da Pele" -- Ed. Abril.


Calçados da moda podem aumentar risco de lesões nos pés


Você costuma seguir as tendências da moda? Caso sua resposta seja sim, atenção! Nos últimos anos, foram lançados calçados que não são presos aos pés, ou seja, são aqueles que deixam o calcanhar de fora. Embora sejam mais fáceis de calçar, podem causar diversos problemas nos seus pés, coluna e quadris.
 
Um dos itens fashionistas do momento é o mule. Esse calçado dos anos 90 voltou a ser uma tendência nos últimos anos. Além disso, ganhou versões em outros tipos de sapatos, como mocassins, tênis e tamancos.

O próprio mule ganhou modelos com a frente aberta, com saltos altos, finos, grossos e médios, lembrando, praticamente, um chinelo para ocasiões sociais.  
 
E por falar em chinelo, em 2022 foi a vez do chinelo “nuvem”, que promete ser um calçado confortável e ortopédico. Será mesmo?

Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, é cada vez maior o número de mulheres que chegam à clínica com queixas de dores nos pés, quadris e coluna depois de começarem a usar esses calçados da moda.

“Nem sempre o que é bonito faz bem para a saúde. E essa lógica vale, também, para a saúde musculoesquelética. Há diversos problemas que podem afetar os pés quando usamos calçados inadequados, por tempo prolongado e em terrenos não apropriados”, diz.



Prenda-me se for capaz

“Os chinelos, tamancos, mules e todos os outros calçados que não ficam presos ao pé, exigem um esforço maior para permanecerem no lugar e não dão estabilidade para o tornozelo. Isso também vale para o chinelo nuvem”, comenta Walkíria.

Quando esse movimento de prender o calçado no pé é feito de forma repetitiva, pode causar uma tendinite e dores nos dedos, arco plantar, calcanhar e nas pernas.

“Além disso, dependendo do quanto a pessoa caminhou com esse calçado e em qual tipo de terreno ela pisou, podem surgir dores na coluna lombar e nos quadris. Sem contar o aumento do risco de tropeços e entorses”.

“Naturalmente, se o calçado é usado em ocasiões especiais, por poucas horas, o risco é menor. Mas, se a pessoa adotou esses sapatos no seu dia a dia, para ir trabalhar, estudar e passear, a chance de desenvolver uma fascite plantar, por exemplo, aumenta bastante”, ressalta a especialista.



Meu pé, meu querido pé

A fascite plantar pode afetar 1 em cada 10 pessoas após os 40 anos. Trata-se de uma inflamação no tecido que se estende do osso do calcanhar por toda a planta do pé, chamada de fáscia plantar.

Ao darmos o impulso para caminhar, a planta do pé é comprimida e uma força de tração é gerada. A cada passo, a fáscia é submetida a movimentos repetitivos de tração. Além de calçados inadequados, há outros fatores de risco, como obesidade, permanecer em pé por muitas horas, esportes como corrida, ter os pés planos (sem o arco plantar), ter os pés cavos (com o arco alto demais), entre outros.

Vale lembrar que os homens não estão isentos de problemas causados pelos sapatos. Para eles, o risco se torna maior com o uso de sapatênis e chinelos.



Existe calçado ideal?

O calçado ideal vai depender da ocasião, do tipo de atividade e do terreno. Contudo, uma das principais recomendações é que a pessoa deixe os chinelos para ambientes como piscina, praia e, eventualmente, em casa.

“Usar chinelos o tempo todo, além de aumentar o risco de lesões musculoesqueléticas, eleva a chance da pessoa se machucar em pedras, vidros, bater os pés em objetos cortantes etc.”, reforça Walkíria.

“Uma opção confortável para usar dentro de casa são alguns chinelos ortopédicos, que possuem um sistema de amortecimento e um solado mais alto. Para a prática de esportes, é sempre importante usar um tênis adequado ao tipo de atividade que será feita. Caso seja uma atividade de maior impacto, é preciso um sistema de amortecimento mais robusto”, comenta a fisioterapeuta.

No dia a dia do trabalho, mercado e caminhadas mais longas, o ideal é usar sapatos com saltos de 3 a 4 cm ou Anabela. Uma opção interessante são os calçados flatform. Eles têm um solado reto, com uma altura boa que dá maior estabilidade na caminhada, além de prevenir dores nos pés e nas costas.
 
Walkíria recomenda que os mules, tamancos e demais calçados que não são fixos aos pés, sejam usados em ocasiões especiais para prevenir lesões nos pés, coluna e quadris. “A recomendação para se manter na moda, sem aumentar o risco de problemas, é usar por menos tempo, para ocasiões específicas”.



Problema instalado, trabalho dobrado

Todavia, se você já desenvolveu uma fascite plantar ou uma tendinite, será preciso investir em sessões de fisioterapia para devolver a mobilidade e reduzir as dores. O trabalho mais importante é o alongamento e o fortalecimento dos músculos da panturrilha e da cadeia posterior para estabilizar o tornozelo.

“Uma dica para quem dores nos pés ou usa sapatos nem sempre adequados, é realizar compressas de gelo e exercícios para relaxamento da fáscia. Para esse exercício, a pessoa deve apoiar as mãos numa parede, colocar um objeto que se encaixe na planta dos pés, com uma bolinha de tênis ou um cilindro. A partir disso, deve deslizar os pés para frente e para trás. Alongamentos também são bem-vindos”, finaliza Walkíria.

Fibromialgia em pauta - Como tratar a doença que intensifica as dores musculares

A fibromialgia é uma doença que afeta os músculos do corpo inteiro, devido à falha do cérebro em processar a intensidade do desconforto que o corpo sente com a dor. O diagnóstico requer cuidado, porque a fibromialgia está entre as doenças reumatológicas que não têm causa específica e a dor crônica pode motivar outras patologias, como depressão e ansiedade. O número de pacientes com a doença é maior em mulheres do que em homens, pela amplitude dos efeitos hormonais do ciclo menstrual e pela diferença na maneira como as mulheres respondem ao estresse. Entre aquelas que sofrem com a fibromialgia, Lady Gaga ganhou destaque ao cancelar um show no Rock in Rio de 2017, por estar com crise fibromiálgica, e colocar a discussão sobre a enfermidade em pauta, com a famosa "Brasil, eu estou devastada". 

A condição reumatológica da fibromialgia não tem cura, mas também não é fatal nem progressiva. A literatura médica sugere a relação da fibromialgia com o mau funcionamento da produção de hormônios, mas essa teoria ainda não tem comprovação científica. O que está provado é que a doença tem influência sobre a produção de substâncias químicas cerebrais e a herança genética é um dos fatores envolvidos em seu desenvolvimento. Apesar de a fibromialgia não ser autoimune nem inflamatória, a ação do sistema nervoso para intensificar a dor, faz com que o corpo trabalhe contra ele mesmo. 

 

Os principais sintomas da fibromialgia são: alteração do sono e fadiga, depressão ou ansiedade, dor por mais de três meses no corpo todo ou em alguma parte dele, alterações no hábito intestinal, dificuldade de concentração, falta de memória, dor ao toque e dor de cabeça. Não há exames que comprovem a doença e as ocorrências variam de caso a caso, mas podem ser feitos testes que calculam as dores e a gravidade de suas manifestações. Na fibromialgia, a dor aguda de um beliscão pode continuar por horas. Expressões como "parece que um caminhão passou por cima de mim" ou "dor até a ponta do fio do cabelo" são comuns para identificar o universo da doença. Pequenas tarefas como acordar de manhã e pisar no chão podem ser uma experiência de agonia. Em outros momentos, a presença da dor é como um formigamento no corpo inteiro, somado a um lugar específico que parece doer, mas, ao apertar, a sensação escapa.

 

O fato de não existir um exame que detecte a fibromialgia não diminui sua existência. Um tópico importante a ressaltar, e que por muito tempo dificultou o diagnóstico, é a descrença de familiares e amigos em relação à dor do paciente. A média de tempo para fechar um diagnóstico de fibromialgia é de três anos. Isso porque a resposta para a pergunta "Onde dói?" não é dada nos exames, pois eles não apontam lesões musculares nem inflamações. Neste período, para que os pacientes tenham qualidade de vida, o Colégio Americano de Reumatologia indica medidas importantes, entre eles: exercícios de fortalecimento muscular e resistência; meditação para treinar a respiração consciente; preparação para o sono, cortando estímulos como luz e sons; evitar o uso de drogas.

 

Com o diagnóstico fechado, o tratamento passa a envolver remédios para dissolver a dor, como antidepressivos (dual ou tricíclico) e anticonvulsivantes (neuromoduladores, como a gabapentina e a pregabalina), os quais aumentam a quantidade de neurotransmissores, minimizando o desconforto. Além disso, é válido procurar fóruns e grupos de apoio, para compartilhar experiências. A atitude é uma maneira de saber que você não está sozinho, percebendo as diferenças de cada pessoa em relação à doença. A rede de amizades dessa natureza é um poderoso remédio no aumento da qualidade de vida. A busca por informações — por meio de filmes, documentários e livros — ajuda a entender a situação por outros ângulos. Dessa maneira, gradualmente, a fibromialgia será apenas mais um dos elementos que compõem a identidade do paciente, e não o principal.

 

Outra dica é manter o corpo sempre hidratado e aliar essa prática a exercícios como yoga e pilates, além de acupuntura, massagens e outras terapias da medicina tradicional chinesa. O mais importante é manter ativo o processo de educação para hábitos de vida saudáveis. O tratamento também depende da individualidade das necessidades e das formas de manifestação da doença em cada paciente. Fatores físicos e emocionais podem gerar picos de incidência da dor. O autocuidado como maneira de lidar ou prevenir complicações da fibromialgia, a exemplo da depressão e ansiedade, é essencial.

 

Por fim, vale destacar que a dor crônica caracteriza a fibromialgia, mas há formas de conviver com o problema. Apesar de haver uma tendência de hospitalização recorrente de pessoas com o diagnóstico, a expectativa de vida está no mesmo nível de quem não tem a enfermidade.

 

Fonte: Blog do Cartão de TODOS


Contagem de passos: qual o número ideal para manter a saúde?

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Embora equipamentos sejam úteis, é preciso fazer acompanhamento profissional para garantir segurança e qualidade de vida


Um, dois, três, dez mil. Na telinha do relógio ou do celular, a contagem progressiva vai mostrando quantos passos você deu para ir ao mercado, à padaria ou na caminhada no fim do dia. É uma forma de controlar sua atividade física, claro, mas, afinal, quantos passos é preciso dar por dia para se manter saudável? 

Os smartwatches viraram febre no Brasil ao longo dos últimos anos. De acordo com levantamento feito pela Counterpoint Research, só em 2021, esse mercado cresceu 35%. Desenvolvidos pelas grandes empresas de tecnologia do mundo, como Apple, Samsung e Huawei, os aparelhos se tornam cada vez mais tecnológicos e precisos - e começam a fazer parte da rotina de cuidados com a saúde.

Para o doutor em Ciências da Saúde e coordenador do curso de Educação Física da Universidade Positivo, Zair Cândido de Oliveira Netto, essa é uma forma prática de monitorar o nível de atividade física diária e, até mesmo, de respeitar os próprios limites, desde que haja um acompanhamento feito por profissionais. “É importante consultar um cardiologista, principalmente se a pessoa é sedentária, está acima do peso ou tem uma dieta desregulada, com muito carboidrato, muita gordura ou consumo excessivo de álcool”, explica. 

O cardiologista pode, junto do paciente, calcular os limites apropriados de atividade física para cada caso - e o smartwatch ajuda a se manter dentro desses limites. “Do contrário, quando você acelera os batimentos cardíacos e aumenta a pressão arterial - o que acontece durante os exercícios - há o risco de deslocar placas de gordura de alguma artéria ou entupir um capilar do sistema nervoso central, por exemplo, e acarretar um problema sério de saúde”, alerta. Com esses equipamentos, é possível monitorar o nível de atividade que se quer atingir, e até programar alertas para quando esse nível for ultrapassado. 


Um passo de cada vez

Qualquer atividade física é melhor que nenhuma atividade física. No entanto, quando se trata de melhorar o condicionamento e fortalecer o sistema cardiovascular, o ritmo conta muito. Segundo Zair Netto, o ideal é cumprir entre sete e dez mil passos por dia. Isso equivale a aproximadamente nove quilômetros percorridos. “Se eu der quatro mil passos, estarei caminhando três quilômetros, o que é pouco para os sistemas cardiovascular e muscular”, afirma.

Também é importante saber de que forma esses passos estão sendo dados. “Se as passadas são aleatórias, por exemplo, para ir à padaria ou ao trabalho, é provável que não estejam servindo para fortalecer o organismo.” A melhor opção é destinar um tempo diário a fazer uma caminhada em bom ritmo ou uma corrida. “Dessa forma, há um ganho melhor porque mantém-se a frequência cardíaca mais elevada, um ritmo muscular mais adequado. Isso agrega mais valores fisiológicos à atividade física”, detalha.

Não há um ideal universal. Segundo o especialista, cada organismo tem suas próprias necessidades e limitações, que precisam ser respeitadas. Segundo ele, para um exercício físico ser proveitoso, muitos fatores devem ser levados em conta. Intensidade, idade do praticante, nível de condicionamento físico, roupas e calçados escolhidos, temperatura do ambiente, umidade do ar e alimentação prévia são apenas alguns deles.

“De forma genérica, eu aconselharia entre 40 e 50 minutos de caminhada por dia, de cinco a seis vezes por semana. Assim, somaremos ao menos 5 quilômetros de caminhada, ou quase seis mil passos. Somada à rotina, teríamos cerca de sete ou oito mil passos diários, o que é um bom número”, pontua o especialista. Ele considera que algo em torno de 200 minutos de atividade física por semana já é um nível adequado para reduzir os riscos cardiovasculares, que atingem principalmente os mais sedentários.

Por fim, os aparelhos de contagem de passos ajudam a manter um histórico importante de saúde porque fornecem informações sobre movimentação, gasto calórico, batimentos cardíacos, pressão arterial, entre outras. “Se houver acompanhamento com educador físico e nutricionista, é possível montar uma rotina muito saudável para o usuário”, finaliza.

 

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