Renata Tavolaro fala sobre a importância e como aplicar o tema nas empresas
A segurança psicológica consiste em
oferecer um ambiente de trabalho saudável para que os colaboradores exponham
suas ideias e habilidades sem preocupações. Além disso, é um dos pilares para
que as empresas alcancem a inovação e o alto desempenho.
Para Renata Tavolaro, Head de
Psicologia da OrienteMe, healthtech especializada em saúde corporativa, a segurança
psicológica corresponde à construção de um ambiente de trabalho colaborativo e
receptivo que estimula as pessoas a serem elas mesmas. "Segurança
psicológica significa estar inserido em um ambiente de trabalho que proporcione
liberdade de expressão, um espaço livre de receios, onde qualquer pessoa da
equipe se sinta confortável em expressar suas opiniões, propor novas ideias,
com muito respeito e empatia", explica.
Um estudo do Google, nomeado de
Projeto Aristóteles, descobriu que o fator mais relevante, entre as equipes
mais eficientes da empresa, era a percepção de ser possível tomar riscos sem
vivenciar reações negativas.
Porém, esse cenário do Google está
longe de ser a realidade de muitas organizações. Uma pesquisa realizada pela
Workhuman com mais de três mil pessoas mostra que 48% dos entrevistados já
tiveram a síndrome de burnout, 61% disseram ter passado por altos níveis de
estresse e 32% declararam que já se sentiram sozinhos no trabalho.
Aí vem a pergunta, porque as empresas
devem investir em segurança psicológica? Os impactos da construção de um
ambiente emocionalmente seguro e confortável refletem também nos indicadores de recursos humanos. Um estudo da Gallup
mostra que esse fator pode reduzir o turnover em 27% e aumentar a produtividade
em 12%.
Os benefícios se apresentam em uma
via de mão dupla. Os colaboradores se sentem empoderados para compartilhar
perspectivas, enquanto o setor de recursos humanos obtém resultados positivos
que podem impactar até mesmo no faturamento do negócio.
Para Renata, para as pessoas terem
segurança psicológica no trabalho é necessário um ambiente onde elas se sintam
seguras e não julgadas por se expressarem de forma mais aberta, sabendo
inclusive desenvolver a escuta atenta e ter troca de ideias saudáveis.
Ela ainda explica que a segurança
psicológica é classificada em quatro estágios de acordo com a liberdade e
confiança que o ambiente transmite aos colaboradores. São eles: segurança em
pertencer, em aprender, em contribuir e em desafiar.
O primeiro estágio diz respeito ao
desenvolvimento de um espaço aberto à inclusão. A empresa aceita as pessoas da
forma que elas são e valoriza a diversidade de experiências, perfis,
personalidades, entre outros fatores.
A segurança em aprender corresponde
ao quanto os colaboradores se sentem livres para perguntar, experimentar e
errar sem haver algum tipo de constrangimento como consequência.
O terceiro estágio representa a
confiança que os profissionais possuem para contribuir com o crescimento do negócio.
O objetivo é que todos se sintam confortáveis em usar suas habilidades e
experiências para aprimorar processos.
Por último, mas não menos importante,
a segurança em desafiar se refere à liberdade para sugerir e implementar
mudanças na empresa. Esse é o alicerce para a inovação. Os colaboradores
precisam ter a possibilidade de questionar processos antigos para torná-los
mais eficientes.
Apesar dos benefícios, não é fácil
construir um ambiente de trabalho saudável. Há uma série de desafios que podem
dificultar o caminho até essa conquista
"Aplicar a segurança psicológica
numa empresa envolve muitas vezes mudança cultural. Deve-se partir da premissa
organizacional com a ajuda da área de Recursos Humanos, para se implantar este
ambiente livre de preconceito e julgamentos", finaliza Renata.
OrienteMe -
plataforma de saúde corporativa que mapeia a saúde da população da empresa,
realiza o atendimento aos colaboradores de forma personalizada com psicólogos e
nutricionistas licenciados e disponibiliza um painel corporativo exclusivo em
tempo real para as empresas acompanharem a evolução da saúde de seus
colaboradores.