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quarta-feira, 2 de março de 2022

Head de psicologia da OrienteMe explica sobre segurança psicológica

 Renata Tavolaro fala sobre a importância e como aplicar o tema nas empresas

 

A segurança psicológica consiste em oferecer um ambiente de trabalho saudável para que os colaboradores exponham suas ideias e habilidades sem preocupações. Além disso, é um dos pilares para que as empresas alcancem a inovação e o alto desempenho.

Para Renata Tavolaro, Head de Psicologia da OrienteMe, healthtech especializada em saúde corporativa, a segurança psicológica corresponde à construção de um ambiente de trabalho colaborativo e receptivo que estimula as pessoas a serem elas mesmas. "Segurança psicológica significa estar inserido em um ambiente de trabalho que proporcione liberdade de expressão, um espaço livre de receios, onde qualquer pessoa da equipe se sinta confortável em expressar suas opiniões, propor novas ideias, com muito respeito e empatia", explica.  

Um estudo do Google, nomeado de Projeto Aristóteles, descobriu que o fator mais relevante, entre as equipes mais eficientes da empresa, era a percepção de ser possível tomar riscos sem vivenciar reações negativas. 

Porém, esse cenário do Google está longe de ser a realidade de muitas organizações. Uma pesquisa realizada pela Workhuman com mais de três mil pessoas mostra que 48% dos entrevistados já tiveram a síndrome de burnout, 61% disseram ter passado por altos níveis de estresse e 32% declararam que já se sentiram sozinhos no trabalho. 

Aí vem a pergunta, porque as empresas devem investir em segurança psicológica? Os impactos da construção de um ambiente emocionalmente seguro e confortável refletem também nos indicadores de recursos humanos. Um estudo da Gallup mostra que esse fator pode reduzir o turnover em 27% e aumentar a produtividade em 12%. 

Os benefícios se apresentam em uma via de mão dupla. Os colaboradores se sentem empoderados para compartilhar perspectivas, enquanto o setor de recursos humanos obtém resultados positivos que podem impactar até mesmo no faturamento do negócio. 

Para Renata, para as pessoas terem segurança psicológica no trabalho é necessário um ambiente onde elas se sintam seguras e não julgadas por se expressarem de forma mais aberta, sabendo inclusive desenvolver a escuta atenta e ter troca de ideias saudáveis. 

Ela ainda explica que a segurança psicológica é classificada em quatro estágios de acordo com a liberdade e confiança que o ambiente transmite aos colaboradores. São eles: segurança em pertencer, em aprender, em contribuir e em desafiar.  

O primeiro estágio diz respeito ao desenvolvimento de um espaço aberto à inclusão. A empresa aceita as pessoas da forma que elas são e valoriza a diversidade de experiências, perfis, personalidades, entre outros fatores. 

A segurança em aprender corresponde ao quanto os colaboradores se sentem livres para perguntar, experimentar e errar sem haver algum tipo de constrangimento como consequência. 

O terceiro estágio representa a confiança que os profissionais possuem para contribuir com o crescimento do negócio. O objetivo é que todos se sintam confortáveis em usar suas habilidades e experiências para aprimorar processos. 

Por último, mas não menos importante, a segurança em desafiar se refere à liberdade para sugerir e implementar mudanças na empresa. Esse é o alicerce para a inovação. Os colaboradores precisam ter a possibilidade de questionar processos antigos para torná-los mais eficientes. 

Apesar dos benefícios, não é fácil construir um ambiente de trabalho saudável. Há uma série de desafios que podem dificultar o caminho até essa conquista 

"Aplicar a segurança psicológica numa empresa envolve muitas vezes mudança cultural. Deve-se partir da premissa organizacional com a ajuda da área de Recursos Humanos, para se implantar este ambiente livre de preconceito e julgamentos", finaliza Renata.


 

OrienteMe - plataforma de saúde corporativa que mapeia a saúde da população da empresa, realiza o atendimento aos colaboradores de forma personalizada com psicólogos e nutricionistas licenciados e disponibiliza um painel corporativo exclusivo em tempo real para as empresas acompanharem a evolução da saúde de seus colaboradores.


A Importância da Hipnoterapia no combate ao suicídio

Por meio da hipnose é possível tratar pacientes com transtornos mentais e outras doenças psicológicas


A atenção sobre o combate ao suicídio seja maior, o cuidado sobre pessoas que sofrem com esse tipo de vulnerabilidade deve ser frequente. Uma das formas de precaver esse mal que poucas pessoas conhecem é com relação a hipnoterapia. De acordo com a hipnoterapeuta, Madalena Feliciano, “por meio desta terapia é possível tratar doenças relacionadas ao controle das emoções, sentimentos e pensamentos negativos”.

A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio por conta de depressão, términos de relacionamento, fracassos no trabalho, rejeição e problemas pessoais, de acordo com dados divulgados pela OMS. Segundo Madalena Feliciano, hipnoterapeuta, “está terapia, sem misticismo nenhum, ajuda a tratar a origem do problema”. Por isso, esse tipo de processo é de grande ajuda para pessoas com tendências suicidas. 

Desse modo, ao identificar a origem do problema, a hipnoterapia ajuda no combate ao suicídio de forma a eliminar, ressignificar e reeducar padrões de comportamento e pensamento. Porém, além do suicídio, essa terapia tem grande poder curativo em outros tipos de problemas relacionados à saúde mental. “Depressão, ansiedade, distúrbios de autoestima e outros problemas podem ser tratados com grande sucesso e a curto prazo”, explica Madalena. 

É importante ressaltar que o suicídio é um mal crescente e, por isso, precisa ser combatido. A Hipnoterapia, portanto, nesses casos, ajuda a salvar vidas. “Ao não ver mais possibilidades de felicidade em sua vida, por conta de traumas vividos, o único desejo da pessoa passa a ser se livrar da dor angustiante que a assola”, alerta a profissional. 

“Deve-se sempre observar sinais e indícios que levam a acreditar que a pessoa tem comportamentos suicidas”, explica Madalena. Se perceber machucados em seu corpo sem explicações, como cortes, conversas que fala da própria morte compulsivamente, pesquisas sobre modos de se matar e outras atitudes suspeitas, é essencial procurar ajuda de um profissional da área da saúde mental. Além disso, o CVV, pelo número 188 é um ótimo canal para conseguir ajuda por meio da faculdade de ouvir do próximo. O suicídio é um dos maiores perigos do nosso século. É importante ficar de olhos abertos. 

 


Madalena Feliciano - Gestora de Carreira                                                                                         

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Existe segredo para a felicidade?


Muitos filósofos e pesquisadores criaram teorias sobre o que é ser feliz e como atingir a felicidade. Reconhecendo a importância deste tema, analisamos a questão da Felicidade através de três ângulos: Mitologia, Filosofia e a Ciência.

Iniciando pela Mitologia Grega, encontramos as filhas de Zeus, chamadas Deusas da Felicidade, conhecidas como as ‘Três Graças’, isto é, a personificação do Esplendor, a Alegria e o Desabrochar. Neste mito das Três Graças, vemos que as Graças estão vinculadas à promoção do encantamento, prazer, satisfação, contentamento, júbilo e deleite, ou seja, sentimentos relacionados ao desfrute da vida. O mito também nos ensina que, apesar da Felicidade ser uma dádiva dos Deuses, ela é também uma Conquista do “esforço Individual”, pois é preciso vencer os desafios da vida para desfrutar a felicidade.

Na filosofia, a opinião de Sócrates não é muito diferente da mitologia. Para ele, o meio para atingir a felicidade é a conduta virtuosa e justa. A grande contribuição de Sócrates para os estudos sobre a Felicidade é que ela é responsabilidade exclusiva de cada pessoa. É importante lembrar que esta é uma reflexão feita aproximadamente 400 anos antes de Cristo.

Ingressando no campo da Ciência, constatamos que inúmeros estudiosos têm se dedicado ao estudo da Felicidade, em diversas áreas como a psicologia, fisiologia, bioquímica, neurociência, entre outras. Alguns estudos apontam que a felicidade pode ser entendida como a combinação entre o grau e a frequência das emoções positivas e o nível médio de satisfação que obtemos durante um período, desta forma, diminuímos a presença de sentimentos negativos, principalmente a tristeza e a raiva.

A felicidade pode ser constatada através de vários aspectos: família, amigos, viagens e bens materiais, dentre os quais conta-se o dinheiro no banco. Mas afinal, qual a resposta para a famosa questão se o dinheiro traz Felicidade? Na minha opinião, quando bem administrado, sim. É fato que a falta de dinheiro afeta a nossa Felicidade.

Pesquisas nas áreas sociais e na psicologia demonstram que a felicidade tende a aumentar à medida que a renda aumenta, entretanto, somente até um certo ponto. Dependendo do nível financeiro de uma pessoa e de sua ambição, um aumento de renda não necessariamente aumentaria o grau de Felicidade. Segundo estudos, dois fatores impactam diretamente a Felicidade: laços afetivos e o que podemos chamar de Significado Maior da vida.

Quando falamos de laços afetivos estamos considerando o Amor que damos e recebemos. O Amor é a força motriz do universo, que o estabiliza, harmoniza e equilibra. Já com relação ao Significado Maior da Vida, é preciso pensá-lo em relação ao propósito. Viver por um propósito nos traz a sensação de estar contribuindo para algo maior do que nós mesmos, para o bem comum.

Estudos da psicóloga Sonja Liubomirsky da Universidade da Califórnia, comprovam que as pessoas mais felizes têm mais capacidade para atingir seus objetivos. Elas normalmente são mais confiantes, otimistas, energizadas e sociáveis.

Através desse artigo, podemos concluir que há muito tempo a humanidade busca alcançar a Felicidade, porém ela é uma conquista individual, que depende do desenvolvimento da consciência do ser humano. E você? Está pronto para ser Feliz?

 

Cesar Giaconi - Especialista em Capacitação da Liderança, Cesar trabalha na melhoria de performance para alavancar resultados, obter excelência na Gestão de Pessoas e Melhoria de Processos. Com carreira executiva de 42 anos na Scania, Giaconi é formado em Administração de Empresas, Psicologia Organizacional, Gestão Empresarial, Mestrado em Gestão Empresarial e Gestão de Pessoas e pós graduando de Educação e Tecnologia pela Universidade de São Carlos.


Dormir é a solução! Entenda a importância do sono para a saúde física e psicológica

 

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Tempo ideal, dicas e benefícios sobre uma noite bem dormida são explicitadas por especialistas na área

 

Apesar de ser uma ação desaconselhada pelos coaches de vida e trabalho, dormir pode ser a solução que muitos procuram para seus problemas. Ter um sono de qualidade está ligado ao emagrecimento, controle de apetite, formação de músculos, melhor desenvolvimento do cérebro, maior libido, fortalecimento do sistema imunológico e até regeneração de lesões. É certo que cada um tem o seu horário favorito de trabalhar, malhar e dormir, sendo isso o cronotipo de cada indivíduo, seja ele matutino (dormir e acordar mais cedo), vespertino (dormir tarde e acordar tarde), ou até ser flexível. 

O sono é uma característica biológica que todos têm, e que é sincronizado de acordo com as características ambientais e geográficas, sendo a maior delas a emissão de luz. Por isso, em viagens para lugares com características ambientais diferentes, é comum o sono ficar desregulado (jat lag). A neurologista e especialista do sono, Jane Lúcia Machado, explica que quando o sol desponta no horizonte, o relógio biológico, localizado no quiasma óptico, já dá um sinal para o corpo, “os quiasmas ópticos são acionados através de uma rede de conexões, acionam o mecanismo de acordar e à noite, com a chegada da escuridão, entram os mecanismos de dormir”.

 

Tempo de descanso necessário 

Uma das maiores dúvidas é o tempo ideal para cada um descansar totalmente. Jane Machado explica que não tem como afirmar o tempo mínimo necessário para dormir, “mas podemos afirmar que cada indivíduo já nasce com seu tempo de sono definido geneticamente, em seus relógios biológicos, mas sofrerá interferências de outros fatores ao longo da vida e cada um deve entender a necessidade de seguir seu ritmo e sono conforme suas características genéticas”. 

“Nesse mesmo contexto, há indivíduos dormidores curtos, ou seja, que ficam satisfeitos e prontos para as atividades diurnas com apenas 6 a 6,5 horas de sono por noite; e os dormidores longos que só ficam satisfeitos com 9 a 10 horas de sono; além dos intermediários que com 7 a 8 horas funcionam plenamente. Para ser mais exata, o tempo mínimo de sono necessário é aquele onde faz o indivíduo acordar com sensação de noite bem dormida e pronto para enfrentar as atividades do dia sem cansaço, fadiga, irritação, ou outras queixas que impeçam-no de produzir com plenitude”, conclui Jane. 

Com a falta desse autoconhecimento sobre o sono, o funcionamento geral do corpo, tanto físico quanto psicológico, pode ficar prejudicado, como explica a psicóloga Valéria Mori, “não ter uma boa noite de sono pode implicar em problemas de memória, irritabilidade e performance ao longo do dia, ou seja, prejudica a forma como a gente vai organizando o nosso cotidiano. A privação de sono vai deixando os nossos reflexos para responder e pensar mais lentos”. 

Ela ainda chama a atenção para o uso dos celulares antes de dormir, pois podem atrapalhar o sono, “se não conseguir se desconectar, use o modo noturno. As luzes das telas inibem a produção de melatonina, nos deixando mais ativas bem na hora do descanso. É fundamental que você tenha uma rotina de sono”, conclui a psicóloga que também é professora do Centro Universitário de Brasília (CEUB).
 

Atividade física e uma noite bem dormida 

Um estudo publicado pela revista JAMA Internal Medicine, no dia 7 de fevereiro de 2022, mostra que é possível perder quase 300 calorias por dia dormindo. O estudo foi feito com jovens adultos com excesso de peso e que normalmente dormiam menos de seis horas e meia, e mostrou que os participantes diminuíram a ingestão calórica após aumentarem de 6 para 8,5 horas de sono. A privação de sono, independente do motivo, afeta a grelina e a leptina, hormônios responsáveis por controlar a fome e a saciedade, respectivamente. 

Thais Yeleni, profissional de Educação Física, empresária e Presidente do Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac-DF), também fala que a atividade física é fundamental para a manutenção da saúde, “a pessoa que se mantém ativa, com uma boa alimentação, atividade física regular de média a baixa intensidade, e um bom sono, tende a diminuir em até 60% a chance de adquirir uma doença”.

 

Dicas para um bom sono 

Quem dorme bem tem um dia feliz e produtivo! A boa qualidade de sono faz com que haja equilíbrio energético e a manutenção da massa corporal. “Para se ter uma ideia da gravidade de se ter má qualidade de sono, as evidências científicas mostram o avanço da obesidade a níveis alarmantes em todo o mundo devido às alterações metabólicas. É importante salientar que o cortisol também sofre aumento e está envolvido no desbalanço dos níveis de glicose e geração de estresse, quando em níveis elevados, corroborando não só para a obesidade mas também para a diabetes”, esclarece a especialista em sono, Jane Machado.

2. A maior dificuldade em regular o sono é o de mudar o comportamento sobre alguns hábitos relacionados com a má higiene do sono. Jane explica ainda: “muitas vezes é necessário a introdução de medicamentos indutores e mantenedores do sono, inclusive com uso de suporte psicológico, como a Terapia Cognitiva Comportamental e mudanças de estilo de vida para saúde. Para se chegar a um sono ideal deve-se identificar e corrigir o distúrbio do sono aliado a uma boa higiene do sono”.

3. Muitos aplicativos que medem a qualidade do sono podem dar uma boa dica se está ocorrendo ou não sono profundo a quem o usa, sendo útil no início do tratamento da insônia, mas “o maior indicador de um boa qualidade de sono é a percepção do próprio indivíduo de como está a disposição física e mental, a relação com todos os setores da vida, a felicidade e bem- estar durante o dia. Enfim, a plenitude depois de uma noite de sono”, finaliza a especialista do Hospital Anchieta de Brasília.


Saúde mental já afeta 57% das profissionais brasileiras

Levantamento da edtech Todas Group deu origem ao Índice Geral de Bem-Estar que, aplicado pelas companhias, fornece um raio-x personalizado da real situação das mulheres que trabalham nelas

 

A preocupação com o bem-estar nunca esteve tão em alta. Desconhecida e sorrateira, a pandemia de Covid-19 nos levou a refletir sobre hábitos, rotinas e valores que boa parte de nós estava, provavelmente, conduzindo no piloto automático. A necessidade de rever tudo que era feito -- e como era feito -- até então suscitou questionamentos em diversas áreas das nossas vidas. 

A jornada dupla das mulheres -- agora dentro de casa -- expôs uma sobrecarga que todos já sabiam existir, mas fingiam não ver. As empresas precisaram correr atrás de métodos capazes de preservar a saúde mental de suas colaboradoras, sob o risco de comprometer ainda mais suas operações. Muitas lançaram mão de aplicativos especializados no tema, enquanto outras tentaram flexibilizar a carga horária e a rotina de atividades.  

Hoje, quase dois anos depois do início da crise sanitária no Brasil, a pergunta que fica é se essas medidas realmente funcionaram. “É preciso ter em mente que o bem-estar é formado por vários fatores subjetivos, como relações pessoais e o estado de saúde, entre outros”, explica Tatiana Sadala,cofundadora da Todas Group, primeira edtech brasileira totalmente dedicada às mulheres. “Mensurar isso depende da criação e análise de parâmetros para cada um deles.” 

Com base nesse cenário, a startup, com o apoio de Viviane Leite, especialista em bem-estar, e da consultoria de pesquisa Inside Insights, realizou uma pesquisa quantitativa com 673 mulheres que atuam no mercado de trabalho brasileiro. Nela, as participantes avaliaram as seguintes esferas de suas vidas: situação no trabalho, confiança e saúde mental, relacionamentos, saúde física e padrão de vida. Essas informações foram, em seguida, cruzadas com 12 indicadores de perfis, como faixas etária e salarial, tempo de empresa, área de atuação, tamanho da companhia, cargo e estado, entre outros. 

Com base no resultado, o Todas Group criou um Índice Geral de Bem-Estar, com parâmetros bem definidos para cada esfera, que serve de base de comparação para qualquer empresa interessada na implementação de políticas que realmente atendam às necessidades de suas colaboradoras. “A partir da identificação real do bem-estar das funcionárias, fica muito mais fácil para as empresas desenvolverem soluções também reais”, explica Viviane Leite.

 

Principais Constatações

Os resultados revelaram que o bem-estar corporativo das mulheres no Brasil ainda está longe do ideal. Para se ter uma ideia, o índice de bem-estar geral da pesquisa consolidada foi de 57%, mas algumas esferas revelaram números preocupantes. “Na minha opinião, esse índice é muito baixo e deveria estar entre as três principais prioridades de qualquer empresa que pretende ser sustentável nos médio e longo prazos”, diz Tatiana. 

No quesito saúde mental, por exemplo, 51% das mulheres demonstraram impacto negativo ocasionado pelo trabalho, enquanto 70% delas alegaram que se sentem preocupadas ou deprimidas em função dele e 63% manifestaram tensão causada pela pressão. “Embora boa parte das empresas tenha se movimentado durante a pandemia para tentar minimizar esse quadro, muitas delas acabaram sobrecarregando ainda mais a rotina de suas funcionárias com workshops e atividades extras”, relata Tatiana. 

Para completar, apenas 45% têm confiança de que podem conquistar tudo que desejam na companhia na qual atuam e 51% conseguem equilibrar vida pessoal e profissional. “Este é outro dado preocupante, já que mostra que metade das mulheres não dá conta de tudo que precisa fazer.” 

Especificamente no que diz respeito à situação no trabalho, apesar de 74% delas declararem que sentem orgulho da empresa na qual atuam e acreditam na possibilidade de crescimento, apenas 56% se dizem realizadas. Fatores de atenção -- para as empresas -- são que 49% das entrevistadas se disseram preocupadas com a coerência entre a divulgação das ações de diversidade e a prática e 53% alegaram não acreditar no apoio genuíno das empresas no desenvolvimento da liderança feminina.  

Já na esfera dos relacionamentos, 70% das mulheres ouvidas disseram que os chefes e colegas de trabalho fazem bem a elas, deixando sua saúde social em dia, enquanto 64% se sentem parte de grupos e seguras para opinar com seus colegas. No entanto, metade delas alegou sentir falta de lideranças femininas reais por perto para aprenderem.

Assim como a saúde mental, a saúde física também preocupa. Apesar de 63% das entrevistadas dizerem que se alimentam de forma saudável independentemente do apoio da empresa, 62% dormem mal por conta do trabalho, 58% sentem que a empresa atrapalha sua rotina de atividade física, 61% estão sem disposição e energia para trabalhar e 50% têm dificuldade de concentração. 

Por último, o parâmetro relacionado ao padrão de vida revelou que 82% das mulheres sentem orgulho do que conquistaram no trabalho atual, o que é um ótimo indicador de bem-estar, no entanto, somente 29% delas estão satisfeitas com o que conquistaram na empresa na qual trabalham atualmente.  

“Esses pontos de atenção precisam ser investigados pelas empresas, uma vez que comprometem uma série de coisas, como a auto-confiança e a segurança psicológica no trabalho”, diz Viviane, lembrando ainda de outros problemas que interferem diretamente na produtividade e, consequentemente, na performance dos negócios, como turnover, absenteísmo e a Síndrome de Burnout, que a partir deste ano será considerada uma doença ocupacional pelo Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O bem-estar também evita gastos. No Brasil, o burnout custa para os empregadores cerca de USD 80 bilhões ao ano. Nos Estados Unidos, o montante é de USD 300 bilhões. 

“Além disso, as empresas que conseguirem, de fato, oferecer condições capazes de levar bem-estar às suas colaboradoras terão uma grande vantagem competitiva na atração dos melhores talentos, principalmente em posições sêniores, um problema que, a cada dia que passa, fica maior”, completa Tatiana. 

Viviane ressalta, no entanto, que a reflexão precisa ser dupla, ou seja, ser feita também do lado das mulheres, através da ampliação do autocuidado, de forma que elas ajudem a estabelecer melhores condições para o seu próprio desenvolvimento e a mitigar aquilo que atrapalha a sua performance na companhia. 

“Historicamente, as mulheres vêm ganhando espaço no mercado de trabalho, apesar das referências ainda serem poucas quando comparadas às dos homens. Por isso, essa conquista precisa vir acompanhada de programas de suporte específicos para elas, com abrangência profissional e pessoal , assim estarão mais fortalecidas e capazes de formarem novas referências para as próximas gerações.”


Por que precisamos dormir bem para ter uma boa performance?

Dormir é uma necessidade fisiológica, mas muitas pessoas ainda não se deram conta do quanto esta atividade rotineira é fundamental. Em uma pesquisa divulgada pelo Persono em 2021, que ouviu 2000 brasileiros em todos os estados, mais de 50% dos respondentes disseram acreditar que o sono tem pouco ou nenhum impacto na performance diurna. 

Esta é uma informação preocupante e completamente equivocada. A verdade é que dormir bem é tão importante quanto fazer exercícios com regularidade e se alimentar de forma equilibrada. O sono é fundamental para se ter mais disposição, criatividade, persistência, um sistema imunológico mais forte e uma memória melhor, além de estar diretamente relacionado à produtividade. 

Quando olhamos para o universo do trabalho e da economia, os números são alarmantes. Um estudo realizado pela RAND Corporation calculou que a queda de produtividade causada pelo sono de baixa qualidade afeta gravemente a economia global. O sono ruim causa uma queda no PIB global de US 680 bilhões por ano considerando apenas Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão e Alemanha. 

Um estudo conduzido no Canadá mostrou a relação entre a insônia e o absenteísmo no trabalho, mostrando que 25% das pessoas com insônia faltaram ao trabalho, comparado com 17% das pessoas sem este distúrbio. 

Quando olhamos para atletas, a relação entre sono e produtividade também é evidente. No caso de ciclistas, uma noite ruim pode derrubar em 4% o tempo de prova. Já entre os tenistas, os que dormem por apenas 5 horas têm uma diminuição de 53% na precisão do saque. 

A conclusão é simples: pessoas que dormem mal vão desempenhar suas funções de forma inferior a quem dorme bem. É importante destacar que uma boa noite de sono é multifatorial. Por isso, além de seguir a recomendação médica da quantidade mínima de horas de sono, é importante observar fatores como a regularidade do sono, a disposição e humor ao acordar, além da presença de sinais e sintomas como dores, nível de atenção e sonolência diurna.  

A solução para este problema individual e global, está na busca por um sono melhor e, para isso, é importante que as pessoas se conscientizem, buscando bons hábitos para uma rotina de sono mais adequada, medindo seu sono para saber onde melhorar e investindo em um ambiente de sono mais adequado, que favoreça o descanso do corpo e da mente.

Nesta busca, a tecnologia pode ser uma importante aliada, tanto na criação de um ambiente melhor quanto na mensuração. Acompanhar o sono por meio de sleep trackers, por exemplo, é uma ótima opção para entender o que pode melhorar na hora de dormir.  

Dormir bem é uma questão de saúde, qualidade de vida e performance, por isso, comece o quanto antes a investir na quantidade, na qualidade e na regularidade do seu sono!

 

Josué Alencar - diretor da Coteminas e criador do Persono


Março Azul Marinho alerta sobre câncer colorretal: conheça 10 sinais para ficar de olho

Apesar do tumor ser mais comum a partir dos 50 anos, estudos mostram que diagnóstico cresce anualmente nos mais jovens; Oncologista alerta sobre a importância do tratamento precoce 


O mês de março, conhecido pela conscientização contra o câncer colorretal, e que leva a cor azul marinho, traz um alerta fundamental: a importância do diagnóstico e tratamento precoce. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2020-2022 haja 20.520 casos da doença em homens e 20.470 em mulheres a cada ano. A neoplasia está ainda na lista dos três tipos de câncer que mais atingem os brasileiros, causando aproximadamente 20.578 mil óbitos em 2020.  

Com uma maior incidência a partir dos 50 anos, podendo aumentar com o avanço da idade, o tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso, também chamado de cólon, ou em sua porção final, no reto. Vale lembrar ainda que o principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região que, se não identificados e removidos, podem sofrer alterações ao longo dos anos, tornando-se cancerígenos.  

No entanto, é preciso olhar também para o diagnóstico em pessoas mais jovens. Um dos estudos científicos que embasam a argumentação foi publicado no Journal of the National Cancer Institute e realizado nos Estados Unidos de 1974 até 2013. A análise mostrou que nas pessoas entre 20 a 39 anos de idade, por exemplo, o número de novos casos de câncer de intestino vem crescendo, de 1% para 2,4% anualmente, desde a década de 1980. Já a incidência do câncer de reto tem se elevado mais rapidamente (aproximadamente 3,2% ao ano, de 1974 à 2013 nas pessoas entre 20 e 29 anos de idade).  

De acordo com o Dr. Artur Ferreira, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo, é muito importante que a população conheça os sinais do câncer colorretal e procure por um especialista o quanto antes. "Apesar da doença muitas vezes ser silenciosa, o paciente deve observar se há alteração nos hábitos intestinais, como constipação, diarreia, ou estreitamento do calibre das fezes, ausência da sensação de alívio após a evacuação, como se nem todo conteúdo fecal fosse eliminado, sangue nas fezes, cólicas, dor abdominal, perda de peso sem motivo aparente, fraqueza e sensação de fadiga", explica.
 

É possível prevenir? 

Dentre os fatores de risco do câncer colorretal, é possível observar uma relação com os hábitos alimentares e de vida, além de condições prévias de saúde. Como forma de prevenção, o oncologista reforça que é necessário seguir algumas orientações. 

"Deve-se investir em uma dieta rica em fibras e uma menor ingesta de carnes vermelhas, processadas, praticar atividades físicas, evitar bebidas alcoólicas e tabagismo e manter um peso saudável. Além disso, é importante investigar se o paciente possui doenças inflamatórias intestinais crônicas, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa, além do histórico familiar de casos de câncer colorretal", explica Artur Ferreira.

 

Como o diagnóstico é feito? 

Antes de tudo, o oncologista irá analisar o histórico do paciente e se existem possíveis sinais de risco para a doença. Em seguida, para que o diagnóstico seja de fato definido, é necessário a realização de exames, sendo o primeiro deles a avaliação física. Nela, o médico irá palpar o abdômen em busca de algum tipo de anormalidade, tais como órgãos aumentados ou massas no local e, em alguns casos, realizar o exame digital retal. Com o dedo protegido por uma luva lubrificada, o médico irá avaliar se existe alguma tumoração no reto do paciente. "Além do exame físico, para confirmar o diagnóstico, deve ser solicitado o exame de colonoscopia para a realização da biópsia de áreas suspeitas. Uma vez confirmado o diagnóstico, exames como a tomografia computadorizada, ressonância magnética, exames de sangue e, em alguns casos, o PET SCAN, devem ser realizados", comenta.  

Com estes exames, o médico irá avaliar também em qual estadio o câncer colorretal é classificado. Segundo o oncologista, essa informação é fundamental para determinar os passos do tratamento e entender se há ou não o comprometimento de outros órgãos.

  • Estádio I -- tumor confinado às partes mais superficiais do intestino, tais como a mucosa, submucosa ou a camada muscular do cólon ou do reto e sem comprometimento dos linfonodos regionais (gânglios);
  • Estádio II -- tumor confinado à serosa que reveste o cólon ou reto ou que atinge órgãos vizinhos, mas sem comprometimento dos linfonodos regionais;
  • Estádio III -- tumor que compromete os linfonodos próximos ao cólon ou reto, independente de sua extensão local;
  • Estádio IV -- tumor que compromete órgãos à distância (metástases).
     

Tratamento 

Na maioria dos casos, felizmente o câncer colorretal é potencialmente curável. No entanto, é essencial que o diagnóstico aconteça precocemente, aumentando assim o sucesso do tratamento. "A equipe multidisciplinar irá avaliar cada caso à parte, adotando quais serão as estratégias e opções disponíveis para o paciente", comenta o oncologista da Oncoclínicas em São Paulo.  

Os tratamentos para a neoplasia podem ser definidos em dois tipos:

  • Tratamentos locais (cirurgia, radioterapia, embolização e ablação): agem diretamente no tumor primário ou em metástases isoladas, sem afetar o restante do corpo. Portanto, podem ser indicados tanto nos casos iniciais quanto nas fases mais avançadas da doença.
  • Tratamentos sistêmicos (quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo): Podem ser realizados por drogas orais (comprimidos) ou endovenosas (na veia), aplicando diretamente na corrente sanguínea. Também podem ser indicados tanto nos casos precoces quanto avançados da doença

Vale lembrar ainda que o câncer colorretal é uma neoplasia que pode ser evitada enquanto estiver na fase pré-cancerosa. O procedimento consiste na retirada dos pólipos intestinais, através da colonoscopia, que podem surgir na parede interna do intestino grosso e reto. 

"Diferentemente do câncer de mama, por exemplo, onde a doença é identificada geralmente em fase inicial com os exames de rotina, o tumor colorretal pode ser descoberto na fase pré-cancerosa com a colonoscopia. A boa notícia é que quando as lesões são precocemente removidas, o aparecimento do câncer pode ser evitado", finaliza.


Uso simultâneo de medicamentos: é perigosa essa interação?

Os medicamentos são itens importantes para aliviar dores e tratar doenças, interferindo diretamente na qualidade de vida das pessoas. Nos últimos anos, o uso de remédios tem aumentado devido ao envelhecimento da população e ao crescimento de doenças crônicas, como, por exemplo, diabetes e pressão alta. Com isso, tem se tornado comum o uso de mais de um medicamento em um dia, principalmente por pessoas acima de 60 anos.

 

A polimedicação, ou seja, o consumo de múltiplos fármacos, pode trazer benefícios, desde que acompanhada por um profissional de saúde. A farmacêutica da Drogarias Pacheco, Iwanna de Paula Furtado Gomes, explica que o termo se refere à utilização simultânea de medicamentos diferentes, para tratamentos a longo prazo e alerta que a administração deve ser realizada na dose certa, no tempo determinado e nos horários prescritos pelo médico, para não correr o risco de eles interagirem entre si e causarem reações adversas, como diminuição dos efeitos desejados, agravamento do quadro clínico ou, até mesmo, levar a óbito. “A combinação com alimentos ou bebidas também pode trazer resultados inesperados”, avisa.

 

Quando o paciente vai ao médico, é fundamental que ele relate ao profissional todos os medicamentos dos quais faz uso contínuo. Assim, ele conseguirá fazer uma avaliação mais assertiva sobre o caso e indicar qual remédio a pessoa poderá fazer uso, sem correr riscos de reações adversas em decorrência da interação medicamentosa, visto que a combinação otimizada pode minimizar danos, aumentar a longevidade, melhorar a qualidade de vida e curar. “É preciso avaliar cada caso e buscar ajuda de um profissional, pois os medicamentos usados de forma correta e racional são aliados da boa saúde”, destaca Iwanna.

 

Por isso, é fundamental seguir as orientações do profissional de saúde para a utilização de qualquer medicamento e não se automedicar. A automedicação é vista, muitas vezes, como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, mas é considerada perigosa, pois, além de provocar reações com outros medicamentos e alimentos, pode esconder o diagnóstico de alguma doença e agravar uma enfermidade preexistente. “Além disso, vale reforçar que o consumo de medicamentos em dosagens mais elevadas e sem orientação pode causar sérios danos ao organismo, como choque anafilático, hepatite tóxica, tonturas, visão turva, entre outros”, alerta a farmacêutica.

 

 

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Saúde auditiva merece atenção especial

Neste Dia Mundial da Audição, médica alerta para cuidados com os fones de ouvidos, que não são vilões, mas podem vir a ser


O primeiro Relatório Mundial sobre Audição, lançado em março de 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que um quarto da população global, ou o equivalente a cerca de 2,5 bilhões de pessoas, terá algum grau de perda auditiva até 2050. O estudo destaca que cerca de 60% das perdas podem ser evitadas com prevenção e tratamento de doenças ligadas à surdez. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), mais de 10 milhões de pessoas no país têm algum problema relacionado à surdez, ou seja, 5% da população é surda. Entre elas, 2,7 milhões não ouvem nada. 

Para discutir o assunto, especialistas marcaram o dia 3 de março como o Dia Mundial da Audição. A otorrinolaringologista Alda Linhares de Freitas Borges (CRM 19205), que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca algumas questões sobre o que pode levar as pessoas a uma surdez precoce. Ao contrário do que muitos pensam, o fone de ouvido não é, necessariamente, o personagem malvado da questão. “Ele não é um vilão, mas pode se tornar um. Na verdade, ele vira um problema quando a pessoa faz uso muito prolongado com volume alto”, salienta. 

A pandemia fez com que as pessoas se adaptassem ao home office com várias reuniões remotas e ao ensino à distância, aumentando o uso dos fones de ouvido. Embora ainda não haja estudos sobre o impacto disso na saúde auditiva, especialmente de crianças e adolescentes, sabe-se que houve crescimento no consumo de fones de ouvido. Segundo a fabricante alemã Sennheiser, em 2020, houve aumento de 70% nas vendas desses acessórios no Brasil. A brasileira Multilaser também registrou um crescimento de mais de 50% na comercialização desse tipo de equipamento. 

“Isso torna-se uma preocupação, porque cada vez mais as pessoas estão usando o fone por um período maior e muitas vezes com um volume muito elevado. O ideal é tentar manter o uso por poucas horas no período de um dia, fazendo intervalos de uso, com uma intensidade menor que 50% da potência do aparelho, claro que isso irá depender da potência de cada aparelho, sendo o ideal manter em um volume menor ou igual a 50dB. Para intensidades de som maiores que 70dB, a OMS recomenda o uso do fone por no máximo uma hora ao dia”, detalha Alda Linhares. 

 

Mais fatores

No entanto, os fones de ouvido não são os únicos que podem afetar a audição, levando a uma surdez precoce. A otorrinolaringologista explica com o que se deve ter cuidado: “evitar a exposição a sons muito altos, intensos e súbitos. Fazer proteção auditiva com os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) adequados para aquelas pessoas que estão expostas diariamente, em especial em ambiente de trabalho, a ruídos contínuos e de volume elevado”. 

É preciso se atentar aos sintomas que indicam uma perda de audição. “Sinal comum é o isolamento social da pessoa, tanto em pacientes jovens quanto nos idosos, mas especialmente nos idosos. Isso decorre da dificuldade de compreensão da fala e distinção de sons, levando a constrangimentos. Outro sinal precoce de perda auditiva é o zumbido. Sensação de abafamento ou pressão nos ouvidos também podem servir de alerta”, pontua a especialista. 

Alda Linhares destaca que o ideal é procurar um médico antes dos sintomas começarem. “O certo é sempre fazer uma rotina de prevenção com o seu otorrinolaringologista. É muito melhor a gente prevenir do que remediar essa perda auditiva. A prevenção é ter os cuidados auditivos corretos e manter acompanhamento com um otorrino que possa te orientar”, reforça a médica que atende na clínica Audilife, no Órion Complex.


Ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizadas no SUS em dois anos de pandemi

O rastreamento do câncer colorretal por colonoscopia foi afetado durante os dois primeiros anos de Covid-19, aponta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Comparado com 2019, houve redução de 30,4% em 2020 e de 12,4% em 2021 no número de exames no SUS. A colonoscopia tem o potencial de evitar a doença, pois possibilita retirar pólipos que podem evoluir para câncer no intestino grosso e reto.

O câncer colorretal (intestino grosso/cólon e reto) é o segundo tumor maligno, excluindo o câncer de pele não melanoma, mais comum em homens e mulheres no Brasil, atrás apenas, respectivamente, de câncer de próstata e mama. São 41 mil novos casos previstos para 2022, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer. Em alusão ao Março Azul Marinho, mês de conscientização sobre a doença, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) alerta para um dado ainda mais preocupante que esta já alta incidência de tumores colorretais. Ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizados no Sistema Único de Saúde nos últimos dois anos.

Este número foi levantando pela SBCO ao conferir o banco de dados do DATASUS. O sistema registra a realização de 347.098 colonoscopias em 2019. Em 2020, quando houve medidas mais restritivas para contenção da disseminação do SarsCov-2, o que incluiu o fechamento de serviços de colonoscopia, foram realizados 241.329 exames (redução de 30,4% no ano passado)Em 2021, foi registrada uma retomada na procura pelo exame, porém, observou-se ainda uma significativa redução (304.004 colonoscopias, um volume 12,4% menor em relação a 2019).

O cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, explica que o câncer colorretal pode se desenvolver silenciosamente por um tempo, sem apresentar nenhum sintoma. Por conta disso, a vertiginosa redução de colonoscopias na pandemia é preocupante. “Quando o paciente apresenta sintomas, já pode ser sinal de uma doença mais avançada. É fundamental a realização de colonoscopia a partir dos 50 anos em pessoas sem sintomas– ou 40 anos, caso haja histórico de câncer na família. Este exame pode evitar a doença, pois, por meio dele, é possível retirar pólipos, que são lesões presas na parede do intestino que poderiam evoluir para câncer”, explica.

O cirurgião oncológico Bruno Roberto Braga Azevedo, membro da diretoria da SBCO e titular do Hospital Pilar e do Grupo Oncoclínica, explica que o papel da colonoscopia é evitar que o paciente desenvolva a doença e necessite de cirurgia. “Nosso papel, apesar de sermos cirurgiões, é evitar que o paciente chegue a precisar desse procedimento. A decisão dependerá da extensão, tamanho e localização do tumor, assim como das condições gerais de saúde do paciente. Dependendo do caso, o tratamento pode incluir a radioterapia associada ou não à quimioterapia, no intuito de diminuir a possibilidade de retorno do tumor. No caso de metástase, as chances de cura ficam reduzidas, mas há terapias eficazes, envolvendo quimioterapia e resgate cirúrgico. Por isso, em casos específicos, os pacientes metastáticos podem atingir longos períodos de sobrevida e até mesmo a cura, dependendo do quadro e resposta ao tratamento.

Quais são os sinais de alerta? - Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), assim como alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas), são sintomas de alerta, que devem ser investigados. Os demais sintomas mais comuns são sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia e perda de peso sem causa aparente.

Como prevenir? - Recomenda-se a adoção de uma dieta que contemple o consumo de frutas e hortaliças, assim como evitar o consumo de alimentos processados e de bebidas alcoólicas, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.  Moderação também é a palavra-chave em relação à carne vermelha e alimentos calóricos e/ou gordurosos. Os demais fatores de risco são sedentarismo, obesidade e tabagismo.

A hereditariedade representa entre 5% a 10% dos casos, sendo a síndrome de Lynch a mais prevalente. Há também a polipose adenomatosa familiar, que é quando os pacientes apresentam um maior número de pólipos, devendo ser submetidos mais frequentemente à colonoscopia. 

 

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)


Estilo alimentar com baixo consumo de carboidratos é eficaz no tratamento adjuvante de doenças neuropsiquiátricas

Já a dieta com muitos alimentos processados e carboidratos refinados, está relacionada com aumento de casos de depressão e ansiedade - inclusive entre as crianças

Associar alimentação e aspectos emocionais e mentais do ser humano é praxe do senso comum. Não é preciso ser um estudioso da área de nutrição ou psiquiatria para detectar que comer determinado alimento ou ficar sem se alimentar pode tornar uma pessoa mais irritável, por exemplo.

Segundo o médico psiquiatra, especialista em psiquiatria nutricional e membro da Brasil Low Carb, Regis Chachamovich, o que é relativamente novo é a descoberta de que o estilo alimentar impacta em quadros psiquiátricos, podendo ser utilizado no tratamento adjuvante e principal de doenças neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outras.

Chachamovich afirma que cada vez mais evidências científicas e clínicas confirmam que uma alimentação saudável, principalmente baseada em “comida de verdade”, (de origem natural e minimamente processada) pode ser de grande eficácia para o manejo de diversas doenças acima mencionadas.

Conforme o médico psiquiatra, as doenças neuropsiquiátricas aumentaram significativamente nas últimas décadas e alguns tratamentos (a maioria a base de medicamentos) não apresentam resultados satisfatórios. Nesse sentido, aumentou a busca por alternativas que complementem o uso de remédios, fazendo com que as doenças sejam combatidas com mais eficácia. “E na minha prática e de colegas, cuidar da alimentação tem se mostrado uma boa forma de mitigar essas doenças”, afirma.

Isto porque alguns alimentos, se consumidos em excesso, costumam trazer complicações ao organismo humano de modo geral, inclusive ao cérebro. O açúcar, por exemplo, é responsável por mecanismos – amplamente aceitos pela comunidade científica – que podem acarretar diversas doenças neuropsiquiátricas. Entre estes mecanismos estão: inflamação crônica em nível do sistema nervoso central; diminuição da produção de energia proveniente da glicose; resistência à insulina em âmbito cerebral; desbalanços de neurotransmissores; e aumento do estresse oxidativo.

De acordo com Chachamovih, ao preconizar o baixo consumo de carboidratos e priorizar a ingestão de alimentos ricos em proteínas e gorduras, a dieta cetogênica promove importantes alterações metabólicas no corpo como um todo e também no cérebro, fazendo com que seja capaz de atuar em diversos dos mecanismos responsáveis pelas doenças neuropsiquiátricas. “Desse modo, a estratégia alimentar torna-se uma ferramenta importante para auxiliar no tratamento dessas doenças”, diz.

O paciente, contudo, de maneira nenhuma, deve interroper o tratamento que está realizando para iniciar uma terapia alternativa por conta própria. “O uso da dieta cetogênica para o tratamento de distúrbios mentais necessita do acompanhamento de um profissional com conhecimento sobre a doença e sobre o manejo da alimentação”, diz Chachamovich. O médico psiquiatra explica que, apesar de a estratégia alimentar ser bastante segura para a maioria das pessoas, são necessários cuidados importantes em relação à implementação e fase de adaptação, ao controle das medicações em uso, e ao acompanhamento de alguns parâmetros.

Por fim, o membro da Brasil Low Carb reitera que o fato de estratégia alimentar com redução de carboidratos ter se mostrado eficaz no combate de mecanismos que levam a doenças neuropsiquiátricas não significa que a terapêutica concorre com uso de medicamentos tradicionais. “Estes muitas vezes têm um papel definitivo em diversos casos”, afirma. A melhor abordagem, destaca Chachamovich, deve ser decidida entre paciente e médico, após avaliação individual, levando em conta preferências pessoais e contra indicações.


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