Pesquisar no Blog

segunda-feira, 10 de maio de 2021

4 falas que mostram que a criança está passando por alguma dificuldade

A violência infantil pode passar despercebida pelas pessoas mais próximas da criança; por conta disso, a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC, fala um pouco sobre o tema e lista algumas expressões das crianças que os responsáveis precisam ficar atentos

 

A violência contra a criança pode existir tanto dentro quanto fora de casa. Para se ter ideia, um levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta que entre 2010 e 2020, pelo menos 103.149 crianças e adolescentes acabaram morrendo no Brasil vítimas de agressão. Deste número, cerca de 2 mil vítimas tinham menos de quatro anos. Recentemente, esteve em destaque o caso de Henry Borel, uma criança de quatro anos que sofreu uma série de lesões que indicavam agressões físicas e supostamente causaram sua morte dentro da casa do padrasto.

 

De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, é importante estar sempre atento às reações das crianças sobre determinados temas. “Os sinais de que a criança está sofrendo algo podem aparecer de variadas formas, desde alterações no sono, crises de choro, marcas no corpo, dificuldade para dormir, problemas na escola e medo de certas pessoas. São alguns sinais que muitas vezes podem ser pequenos e interpretados como ‘birra’ pelos adultos, mas é necessário manter os olhos abertos para nunca deixar com que os casos cheguem a extremos”, explica.

 

Além disso, quando os responsáveis não conseguem identificar o motivo de certas reações da criança a determinadas situações, é importante buscar o olhar de um profissional. “Muitas vezes, a criança não consegue explicar o que está acontecendo com ela, seja por medo de alguém ou por não entender as situações direito. Por conta disso, uma boa iniciativa dos responsáveis é entrar em contato com profissionais que entendam de comportamento infantil para encontrar a melhor forma de compreender o que está acontecendo com a criança e ajudá-la”, complementa a psicóloga.

 

Pensando nisso, a psicóloga listou quatro expressões que podem ajudar a identificar situações de abuso e/ou violência infantil. Confira: 

 

“Mãe, não quero ir para escola” 

 

O medo de ir para a escola é uma característica de crianças que costumam sofrer violência física ou verbal dentro das dependências escolares. “Dentro das escolas, alguns jovens costumam se juntar em grupos para ter atitudes agressivas contra alguém. Quando a criança demonstra o medo de ir à escola, é importante que o responsável converse com ela e busque entender o motivo do sofrimento. Além disso, o ideal é ir até a escola para ter uma conversa com os coordenadores e professores e buscar algum posicionamento da parte deles para que isso não volte a ocorrer novamente”, explica.

 

“Eu não quero voltar para casa”

 

O receio da criança de voltar para casa é um grande indício de que ela pode estar sofrendo algum tipo de violência vinda por parte de alguém que mora com ela. “É necessário se manter atento aos mínimos sinais quando falamos de violência, seja física ou psicológica, dentro de casa. Se cometida por algum dos responsáveis, o esperado é que a criança tenha medo e mais dificuldade em contar o que está acontecendo dentro de casa. Por conta disso, é importante buscar criar uma relação de confiança com a criança para que ela consiga contar o que está acontecendo, e não invalidar suas reações, como muitas vezes acaba acontecendo por acreditarem que é birra ou algo que não merece atenção”, diz a psicóloga.

 

“Quando ele(a) vem quero ir para vovó ou outro parente” 

 

A necessidade de manter-se afastado de alguma pessoa, pode acontecer por conta de determinadas ações cometidas contra a criança. “Quando a criança não consegue ficar perto de alguém, os responsáveis devem se alertar imediatamente. Em situações como estas, é provável que a criança tenha sofrido com tentativas de violências, sejam físicas ou verbais, pela pessoa em específico. A melhor forma de lidar com a situação, é perguntar para a criança se aconteceu algo que tenha a deixado assustada”, explica Gebrim.

 

“Eu não quero brincar, quero ficar sozinho(a)”

 

A mudança drástica de comportamento é um dos principais indicativos de que a criança está passando por algum tipo de dificuldade. “Muitas vezes, os sinais são encontrados quando uma criança que é alegre e agitada, se torna quieta, acuada, triste e às vezes até mesmo agressiva. O sono e alimentação da criança podem mudar, além dela poder começar a apresentar sinais de baixa autoestima e depressão. Quando o responsável identifica esses comportamentos, é preciso procurar ajuda profissional para entender a origem do problema, principalmente se a criança não se abrir sobre o que está acontecendo", conclui a psicóloga.

 

É sempre importante ficar atento ao perfil do agressor que, na maioria das vezes, são diagnosticados com algum distúrbio. Nos casos de psicopatia, que podem estar entre as opções de diagnóstico, é preciso entender que existem diferentes graus, ou seja, nem todo psicopata comete crimes, podendo conviver em sociedade sem que jamais suspeitem da sua condição. Entretanto, é importante sempre manter os olhos abertos com qualquer atitude considerada suspeita.

 

“A psicopatia é um transtorno mental grave, em que a pessoa pode apresentar comportamentos amorais sem demonstrar remorso ou arrependimento. Na maioria das vezes, o psicopata não tem nenhuma empatia ao ver a dor do outro, conseguindo não desenvolver grandes vínculos afetivos. São pessoas que costumam manipular, mentir e fingir as próprias emoções. Por conta de tudo isso, é importante que os responsáveis estejam sempre atentos à quem colocam perto das crianças”, conclui Vanessa Gebrim.

 

 

 

Vanessa Gebrim - é Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Atua também como Consteladora Familiar, com abordagem sistêmica que promove o equilíbrio e melhora relações interpessoais. Tem amplo conhecimento clínico, humanista, positivista e sistêmico e trabalha para provocar mudanças profundas que contribuam para a evolução e o equilíbrio das pessoas. Mais de 20 anos de atendimento a crianças, adolescentes, adultos, casais e idosos, trata transtornos alimentares, depressão, bullying, síndrome do pânico, TOC, ansiedade, transtorno de estresse pós traumático, orientação de pais, distúrbios de aprendizagem, avaliação psicológica, conflitos familiares, luto, entre outros.

 

“Youtubês”: fenômeno prejudica desenvolvimento da comunicação e interação infantil

Fonoaudióloga Daniella Sales Brom alerta pais sobre sinais que podem indicar a necessidade de intervenção, como por exemplo a dificuldade da criança em contar e recontar histórias cotidianas

 

”Meu filho não está completando frases com começo, meio e fim” ou ”Minha filha não consegue contar como foi seu dia na escola. Essas são frases cada vez mais comuns no consultório da fonoaudióloga e diretora da FonoBabyKids, Daniella Sales Brom. Os pais, muito preocupados, começaram a reparar que os filhos não conseguem se comunicar ou interagir adequadamente. ”A ausência da escola e a falta de encontrar os amigos fez com que as crianças passassem a consumir mais vídeos e mais expostas aos vídeos dos youtubers. Isso tem acelerado o fenômeno do ‘youtubês’”, explica Daniella.

Segundo ela, o mais preocupante nesse cenário é que a criança passa a agir como se não houvesse um interlocutor com ela, ignorando a presença de outra pessoa que é necessária para que a comunicação aconteça. “Tenho recebido crianças que conversam como youtubers e usam expressões como ‘Oi galerinha!’, mesmo na avaliação onde estamos apenas nós. Como os vídeos são apenas narrados, sem a imagem da pessoa que está falando, a ‘interação’ fica prejudicada. Quando direciono a comunicação da criança, ela simplesmente age como se eu não estivesse ali e continua ‘narrando’ seu vídeo como fazem as personalidades no Youtube”, conta Daniella.

Esse comportamento é prejudicial porque as crianças estão com dificuldades de iniciar e manter diálogos com o outro, com uma pessoa real, devido ao consumo excessivo desse formato de conteúdo nas telas. “Do nada a criança começa a falar exatamente como nos vídeos, como se fosse uma ecolalia, que é o comportamento de repetição da fala que não tem função comunicativa, apenas de reprodução”, explica a fonoaudióloga. Além disso, é comum também o uso de expressões diferentes e sotaques regionais com os quais a criança não teve contato. 

“Isso é prejudicial porque a criança começa a perder sua fala própria, que aprendeu com a família, e começa a utilizar a fala que vem da internet. Costumamos dizer que ela perde sua identidade e começa a criar uma identidade que é do outro e não dela. Isso pode modificar as relações interpessoais quando pensamos em crianças e até adolescentes que estão aprimorando sua linguagem e comunicação, além de fazer imitações às vezes não condizem com o contexto social em que ela vive”, finaliza Daniella.


E se estudar fosse mais fácil? 5 motivos para você começar a estimular seu cérebro ainda hoje

Em uma coisa, todo mundo concorda: é quase impossível passar ileso pelos anos escolares.  Por mais aplicado que seja, todo aluno apresenta algum grau de dificuldade nas matérias do ensino regular, seja na temida matemática, português ou nos muitos detalhes de história e geografia. 

Mas afinal, é possível facilitar o processo de compreensão dos conteúdos ainda nesta fase da vida? A resposta é sim e está na estimulação cognitiva do cérebro, que pode ser feita em diferentes faixas etárias.   

Aprendendo a aprender – Há 15 anos a estimulação cognitiva, ou ginástica para o cérebro, oferecida pelo método Supera atua como um facilitador na vida de milhares de pessoas. São crianças, jovens e adultos que colheram os frutos de estimular o cérebro e conseguiram executar suas tarefas cotidianas com mais tranquilidade.  

No caso específico das crianças, a estimulação cognitiva permite excelentes resultados já a curto prazo porque com a estimulação cognitiva, o cérebro cria novas conexões entre os neurônios e fortalece as já existentes, criando “caminhos cerebrais” que facilitarão a compreensão de informações ao longo da vida.  

Entendendo o nosso cérebro – Segundo Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica do Supera, a estimulação cognitiva é fundamentada no conceito de neuroplasticidade - já comprovado pela neurociência –, ou seja, a capacidade do cérebro de se modificar de acordo com estímulos.  

“Atividades para o cérebro são traduzidas como estímulos, então é por meio dos estímulos de qualidade organizados que o cérebro é capaz de criar conexões, reestabelecer conexões neurais e melhorar seu desempenho. Exercitar nosso cérebro sistematicamente de diversas maneiras é tão importante quanto o exercício para o nosso corpo. Estes exercícios são efetivos quando nos dedicamos a aprender algo, quando criamos o hábito de nutrir e exigir mais do cérebro com experiências variadas de qualidade, quando os desafios são crescentes e constante e quando há uma boa dose de novidade, por isso quem faz estimulação cognitiva percebe, já a curto prazo, diferenças significativas”, explicou.  

Considerando o momento complexo que estamos vivendo, ainda com o regime de aulas online e presenciais, o Método Supera separou 5 motivos para você estimular seu cérebro hoje, confira: 

 

1. Novidade, variedade e grau desafio crescente:  Ler, aprender, fazer novas amizades, assim como a ginástica cerebral, são sempre atividades que trazem benefícios ao cérebro, porque estimulam todas as áreas, desenvolvendo diversas habilidades. Como benefícios de curto prazo podemos citar mais velocidade de raciocínio, criatividade, concentração e disciplina. A longo prazo, ganhamos em qualidade de vida e autodisciplina. A neuroplasticidade acontece em todos os períodos da vida. 

“O método Supera tem como princípios a novidade, a variedade e os desafios crescentes. A cada aula temos uma atividade nova. E, à medida que o aluno vai melhorando seu desempenho, vamos incluindo desafios maiores”, explicou Patrícia.

 

2. Uso das ferramentas certas: Algumas ferramentas, como a leitura, são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo ao longo da vida, mas, por si só não garantem o desenvolvimento do cérebro como um todo. O Supera reúne seis ferramentas que estimulam neurônios, que estimulam atenção, memória, raciocínio. Os alunos aprendem a usar o ábaco, resolvem desafios em apostilas exclusivas, usam jogos de tabuleiro, jogos online, participam de dinâmicas de grupo e assistem a vídeos. “Dentro disso, temos as neuróbicas, atividades que tiram o cérebro da zona de conforto que o Supera oferece com ampla variedade de possibilidades a todos os seus alunos no Brasil”, explicou. 

 

3. Maior resiliência: Em uma sociedade com tantas incertezas, saber lidar com frustrações e recomeçar é fundamental, para crianças jovens e adultos. Ao exercitar o cérebro, aprendemos a lidar melhor com as nossas emoções, tendo como efeito secundário uma maior resiliência, ou seja: a capacidade para superar adversidades da vida. “As recentes mudanças no mundo trouxeram um novo peso sobre a capacidade de resiliência do ser humano. Ao exercitar o cérebro de forma correta nossos alunos criam uma capacidade maior de responder aos desafios que se apresentam”, pontuou Patrícia.  

 

4. Mais reserva cognitiva: Tudo que fazemos ao longo da vida reflete na capacidade física que vamos ter ao longo do processo de envelhecimento. A prática de ginástica para o cérebro cria reserva cognitiva, o que significa fazer com que as conexões entre os neurônios sejam cada vez maiores, aproveitando assim o potencial de funcionamento do sistema nervoso, para gerar ao longo da vida uma reserva cerebral. Esta reserva é fundamental no processo de envelhecimento e tem se apresentado decisiva sobretudo na resposta a doenças graves, como a Covid-19. 

 

5. Impulso para o autoconhecimento:  Em todo o Brasil são inúmeros os relatos de alunos sobre os ganhos relacionados a autoestima e ao caminho de autoconhecimento ao se matricular no Método Supera. “Ao estimular o cérebro e conseguir responder aos estímulos com mais facilidade e agilidade nossos alunos relatam uma melhora significativa em pontos voltados a questão emocional, o que é um ganho secundário da prática de ginástica para o cérebro, no entanto, não menos importante e que hoje, mais do que nunca, tem feito a diferença na vida de milhares de alunos no Brasil”, concluiu Patrícia.

 

Psicólogo ensina a identificar transtornos mentais em crianças e adolescentes

Aumento dos casos de ansiedade e depressão acende alerta para evitar suicídio


Antes da pandemia, o suicídio já era a segunda causa de morte em adolescentes e o Brasil, campeão mundial em casos de transtorno de ansiedade e vice em transtornos depressivos. Pesquisas científicas recentes demonstraram o aumento no número de casos de distúrbios psiquiátricos em adultos e crianças após a pandemia e reforçam o alerta sobre os cuidados com a saúde mental dos jovens. “O isolamento social, que nos afastou de amigos, da escola e do trabalho presencial, vem agravando a saúde mental dos nossos jovens e é vital acompanharmos nossas crianças e adolescentes de perto”, afirma o psicólogo especializado em Crises e Emergências Alexandre Garrett.

O especialista conta que esse acompanhamento permite identificar rapidamente sinais de que algo não vai bem. “Irritabilidade, apatia, tristeza e retração recorrentes são indícios de que as crianças e adolescentes possam estar sofrendo de ansiedade, depressão ou outro transtorno mental”, explica.

Estudo publicado em abril na Pediatrics avaliou as taxas de ideação e tentativas de suicídio no Texas entre janeiro e julho de 2020 e revelou que 3,5% dos jovens apresentaram queixas relacionadas a comportamentos ou pensamentos suicidas. Ainda de acordo com a pesquisa, 15,8% dos pacientes se referiram à ideação suicida e 4,3% relataram tentativa de suicídio no período. “Os números são preocupantes e reforçam a necessidade de investirmos em campanhas educativas para derrubar os tabus que cercam o suicídio e os transtornos mentais no Brasil. Precisamos esclarecer pais e cuidadores sobre os sinais de alerta, os riscos e a necessidade de buscar ajuda profissional para enfrentar o problema”, afirma Garrett.

Isolamento social afetou a saúde mental
de crianças e adolescentes

Depositphotos

 

O psicólogo conta que sentimentos como desesperança, autocrítica elevada, dificuldade de concentração, ansiedade, alterações no sono e no apetite são outros sinais que os responsáveis devem observar. “Obviamente que muitos desses sentimentos afloram de forma ocasional durante situações de crise, por isso é importante observar de perto se esses sinais são recorrentes ou não. O melhor caminho é sempre o diálogo. Conversar com as crianças e tentar ouvir suas queixas são fundamentais em uma relação saudável”, completa.

Garrett conta que, neste período tão desafiador, pais devem estreitar as relações com os filhos. “Muitos pais estão conhecendo efetivamente seus filhos agora que passam muito mais tempo juntos. Apesar dos desafios que a nova rotina impõe, é fundamental fazer atividades em família, como brincar, cozinhar, assistir a filmes, jogar jogos de tabuleiro, por exemplo”, completa.

Outra sugestão do psicólogo é incentivar os jovens a praticarem exercícios físicos. “Fazer uma atividade física com os filhos é uma das formas de prevenir a ansiedade e de estreitar relações. Quando nos movimentamos, liberamos hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e relaxamento”, diz.


Ajuda


Garrett diz que ao sinal de qualquer alteração na saúde mental, um profissional deve ser procurado. “O Centro de Valorização da Vida (CVV) faz um trabalho importante e pode ajudar em casos de emergência pelo telefone 188. Para diagnosticar e tratar possíveis transtornos, um psicólogo ou psiquiatra deve ser procurado. É importante que as pessoas entendam que transtornos mentais não são demonstração de fraqueza, ‘frescura’ ou birra”, afirma Garrett.

 


Alexandre Garrett - psicólogo especializado em Crises e Emergências


Seis benefícios dos livros de colorir para o desenvolvimento infantil

Freepik
Selo Caminho Suave, da Editora Edipro, amplia conceito de alfabetização com material que une criatividade e aprendizado


Desenhar, pintar, rabiscar, colorir... essas brincadeiras são mais que diversão: ampliam a criatividade; auxiliam na alfabetização; na atividade motora e contribuem para o desenvolvimento infantil de modo geral. O tempo que a criança passa concentrada nessas brincadeiras será percebido no futuro.

O Livro de Colorir Caminho Suave une ensino e diversão com imagens pensadas no desenvolvimento dos pequenos, com figuras de animais; formas geométricas; números; cores e letras. As ilustrações reforçam o que é passado nas escolas e nos livros infantis, e por meio da pintura poderá guardar referencias mentais que serão úteis durante o processo de aprendizado.

A autora da obra é Maíra Lot Micales, mãe e editora de livros há dez anos, escritora dos livros infantis Cocô, Xixi e Pum e Careta para a chupeta!, obras que também são do catálogo do Selo Caminho Suave, da Editora Edipro, destaca que o livro para colorir é um excelente momento para estar em família e vivenciar experiencias únicas de interação.

“Como mãe e autora de livros infantis, acredito que o aprendizado é enriquecido quando há diversão”, garante Maíra. Perceba os seis benefícios desse simples ato na lista abaixo. Coloque a garotada para colorir, imaginar e brincar!

                                                                                                                                                  Divulgação | Grupo Editorial Edipro

Divulgação | Grupo Editorial Edipro

  1. Mais noção de espaço e profundidade: a compreensão da geometria especial é adquirida aos poucos, masas artes podem contribuir para acelerar esse processo que será fundamental na prática de esportes, no desenvolvimento motor e até mesmo auxiliar no futuro em disciplinas como a matemática e física.
  2. Mais coordenação motora fina e grossa: ao aprender a pintar, a criança inicia um processo, de forma suave, para desenvolver um dos aprendizados mais importantes: a escrita. Aquelas que já estão familiarizadas com o lápis e o papel aprenderão mais rápido a formar suas primeiras letras.
  3. Mais estímulo para a imaginação: mesmo os rabiscos – que para os adultos parece algo sem sentido – para os pequenos é a construção do lado lúdico deles. Esses riscos abstratos exercitam a imaginação e auxiliam no desenvolvimento cognitivo.  São os primeiros passos para entender com naturalidade o funcionamento do mundo físico e sua relação com o que eles veem com os olhos e sentem com as mãos.
  4. Mais senso crítico e estético: muitos dizem que o cérebro de uma criança em crescimento é como uma esponja, já que absorve conhecimentos à sua volta com muito mais facilidade que um adulto. Pois por isso mesmo, a exposição dos pequenos à arte é a melhor maneira de fazer com que adquiram naturalmente noções de estética e, inclusive, desenvolvam seu senso crítico.
  5. Mais capacidade de concentração: você provavelmente já ouviu falar nos livros de colorir para adultos, mas sabia que além da diversão, eles têm a função de melhorar nosso foco e concentração? Pois nas crianças, atividades como essa têm o mesmo efeito: quando os pequenos passam horas pintando um livro de desenho eles também estão aumentando sua capacidade de se concentrar.
  6. Mais autoestima e autoconfiança: quando uma criança produz algo, isso é motivo de orgulho não apenas para os pais, mas também para ela mesma. E justamente por isso, a arte ajuda a se valorizar, contribui para aumentar sua autoestima. A arte também traz autoconfiança, serve como escape para tensões e medos e permite que as crianças se expressem por meio das formas e aprenda a lidar com as emoções.

Fonte: https://novosalunos.com.br/fazendo-arte-para-aprender-como-as-artes-auxiliam-no-desenvolvimento-infantil/

Divulgação | Grupo Editorial Edipro

Ficha técnica

Nome: Livro de Colorir Caminho Suave
Autora: Maíra Lot Micales
Selo: Caminho Sauve
Editora: Editora Edipro
ISBN: 9786586742084
Formato: 27x20,5 cm
Páginas: 64
Preço: R$ 29.90
Link de venda: Edipro, Amazon e Travessa
Baixe a capa em alta aqui

 

Maíra Lot Micales - editora de livros há mais de 10 anos, tendo editado mais de quinhentas obras. É autora dos livros infantis: “Cocô, Xixi e Pum” e “Careta pra chupeta” além de também assinar as obras Caligrafia e Livro de Atividades Caminho Suave. Filha de livreiros, é defensora ferrenha do livro como instrumento para formação e engrandecimento pessoal, desde os primeiros anos de vida. Mãe de dois filhos, formada em Administração de Empresas pela EASP-FGV e pela HEC-Paris, com especialização em Negociação pela FGV, atuou por vários anos na gestão do Museu de Arte Moderna de São Paulo e da CASACOR, sempre lidando com bens culturais. Como mãe, adora inventar histórias como forma de transmitir mensagens educativas a seus filhos.


Conheça 5 maneiras de ajudar remotamente alunos com dislexia

Há diversos desafios e dificuldades a serem superados recentemente, devido a pandemia do novo coronavírus, e na educação, o cenário não é diferente. Para alunos com dislexia ou quaisquer dificuldades de aprendizagem, os obstáculos são ainda maiores.

Para Julia Braga, Gerente de Produtos e Desenvolvimento do Instituto ABCD "Neste período de atividades online, os alunos com dislexia precisam de uma atenção especial, para que dessa forma, consigam acompanhar os conteúdos e não se sintam atrasados em relação aos demais colegas", diz. A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente das palavras e pela baixa habilidade de decodificação e soletração.

O Instituto ABCD é uma instituição sem fins lucrativos, que trabalha desde 2009 para melhorar e desenvolver a vida de pessoas com dislexia, e outros transtornos de aprendizagem. Em seu site , é possível encontrar material e cursos sobre o assunto, e até um teste rápido que pode contribuir para identificar o transtorno.

E para ajudar esses alunos durante o ensino remoto, o Instituto listou algumas dicas. Confira:


1. Dê preferência às aulas síncronas.

Alunos com dislexia precisam de instrução direta e feedback em tempo real, aspectos que não estão presentes em aulas gravadas.


2.Encontre novos caminhos para ajudar os alunos com dificuldade.

Durante as aulas online, alunos com dislexia podem se sentir desconfortáveis expressando suas dificuldades diante de toda a classe. Combine previamente de que maneira e em qual momento o aluno pode sinalizar a sua dificuldade sem se sentir exposto.


3. Repense como e o que ensinar.

As estratégias que eram utilizadas na sala de aula tradicional nem sempre funcionarão no ensino remoto. Ao fazer a adaptação das atividades para o ensino online, é fundamental considerar as necessidades específicas dos alunos com dificuldades.


4. Tire proveito dos recursos remotos.

Professores e especialistas podem se beneficiar de ambientes virtuais para atender com maior frequência alunos com dificuldades.


5. Inclua tecnologias assistivas nas aulas.

Aproveite o fato de que muitos recursos tecnológicos já estão sendo utilizados no ensino remoto e inclua tecnologias assistivas para facilitar a participação dos alunos com dislexia, como um leitor automático ou um conversor de voz em texto, por exemplo.

 


Instituto ABCD

Instagram: @iabcd @edueduapp

Facebook: @InstitutoABCD


É na escola que as crianças e jovens aprendem sobre empatia e outras competências socioemocionais, diz especialista

Pessoas que desde cedo desenvolvem as chamadas soft skills tornam-se mais humanas e solidárias


A pandemia da Covid-19 também expôs feridas de uma sociedade que não é solidária diante de necessidades coletivas. Após mais de um ano de crise, o uso de máscaras de proteção e o distanciamento social ainda são vistos com reticências, especialmente entre os mais jovens. Festas clandestinas, viagens desnecessárias, grandes reuniões familiares, entre outras atividades que fomentam as aglomerações, evidenciam que a capacidade de se colocar no lugar do outro precisa ser estimulada. 

Entretanto, antes de mirar os holofotes para a juventude em busca de culpados, a neuropsicopedagoga Renata Aguilar diz que não adianta querer que o adolescente e o jovem mostrem empatia se essa competência não foi desenvolvida neles e estimulada desde a infância.

As habilidades, também conhecidas como competências socioemocionais, podem e devem ser desenvolvidas desde a primeira infância. “Como resultado, teremos crianças, jovens e adultos mais fortes e confiantes do ponto de vista emocional e com um olhar mais altruísta, voltado para o próximo”, diz ela, que é também autora da coleção de apostilas “Socioemocional”, um material lançado pelo Grupo Super Cérebro, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, para alunos de ensino fundamental e médio.

Para a neurociência, é nesta fase que ocorre o mais significativo desenvolvimento neurológico, fenômeno também conhecido como plasticidade cerebral. "Portanto, quando estimulamos desde pequenos competências como empatia, autoconhecimento, segurança e capacidade de argumentação podemos, inclusive, prevenir problemas de aprendizagem e dificuldades de socialização", afirma a neuropsicopedagoga. 


Escola como agente multiplicador

Por meio de abordagens e estímulos específicos embasados em materiais pedagógicos assertivos, a criança e o jovem entendem que as suas ações têm responsabilidades e que não devem jamais prejudicar o próximo. “Tudo, é claro, dentro de um contexto lúdico, reflexivo e de acolhimento. De preferência, dentro das escolas – que é a primeira sociedade que a criança vivencia.” 

Ao aprender a negociar um brinquedo ou ser capaz de defender suas ideias, exemplifica Renata, os pequenos vão entendendo que fazem parte de um grande sistema autossustentável, em que a relação de dependência é mútua. 

Quando a escola desenvolve esse papel junto das crianças e dos jovens o resultado reverbera na família e, por consequência, na sociedade. “As crianças são importantes agentes multiplicadores. Conforme vão aprendendo, vão reproduzindo em outros ambientes e, dessa forma, conseguimos atingir outras esferas da sociedade.” 

Além disso, prossegue, o professor que trabalha com as habilidades socioemocionais também é beneficiado. “Com o tempo ele passa a exercer a sua atividade com um nível mais profundo de autoconhecimento, autocuidado e autocrítica, estando, portanto, mais apto para lidar com as diferenças em sala de aula.”

Para a autora das apostilas “Socioemocional”, cabe ao professor e à escola observar esse aluno e cuidar para que o repertório linguístico não seja o único ponto a ser trabalhado pela instituição de ensino. “Porém, vale ressaltar que os gestores devem estar preparados. É necessário que estudem, busquem evidências científicas e entendam alguns aspectos da neurociência e do cérebro. Um exercício que gosto de praticar em sala de aula e que envolve o estímulo de áreas positivas do cérebro é: como converter a reclamação em gratidão? O resultado é transformador.” 


Como o lúdico e o brincar ajudam na compreensão das emoções

Altruísmo, empatia, autoconhecimento, segurança e capacidade de argumentação são algumas das habilidades socioemocionais que podem ser desenvolvidas por meio de brincadeiras e atividades lúdicas. Entre elas, rodas de conversa e levantamento de hipóteses, contação de histórias, músicas, cantigas, leitura de jornais, poemas, além da cultura digital (Fake News e Bullying), são apenas algumas das abordagens que podem ser praticadas em sala de aula. 

Segundo Renata Aguilar, tais práticas estimulam o olhar crítico, reflexivo e propiciam uma melhor compreensão das emoções. “No entanto, é essencial dar espaço para que as crianças sejam protagonistas do seu próprio conhecimento, a partir do repertório de vida que já possuem”, salienta, explicando que as apostilas foram desenvolvidas exatamente para que o aluno se torne protagonista e multiplicador no gerenciamento de suas emoções.

De acordo com o método, já presente em cerca de 150 escolas do Brasil, o professor deve se colocar na condição de mediador e não simplesmente entregar tudo pronto para a criança. “Ele deve dar liberdade, autonomia e desenvolver a consciência crítica e reflexiva dos seus alunos, sempre promovendo o próximo.”  

 

 


Grupo Super Cérebro

 https://www.supercerebro.com.br/


Mães: No Brasil, 46% das mães se sentem julgadas com frequência, mostra Ipsos

Para 46,3% das brasileiras, o sentimento de se sentirem julgadas enquanto mães é frequente. É o que aponta estudo da Ipsos realizado em 28 países. No comparativo com as respostas de pais, há uma diferença de mais de 10 pontos percentuais: 35,9% dos respondentes do sexo masculino disseram se sentir julgados frequentemente.

Além disso, 33,5% das mulheres e 47,5% dos homens afirmaram se sentir julgados às vezes. Somando as respostas do “frequentemente” e “às vezes”, 8 entre cada 10 pessoas entrevistadas pelo levantamento no Brasil sentem que a sociedade julga, em maior ou menor escala, sua maternidade ou paternidade.

Entre os principais tópicos pelos quais se sentem julgadas, as mães brasileiras citam: o comportamento do(s) filho(s) (49,7%), o que deixam ou proíbem o(s) filho(s) de fazer(em) (47,6%) e a forma como controlam os comportamentos da(s) crianças(s) (36,4%).

As mães do Brasil estão entre as que mais se sentem frequentemente julgadas no mundo, atrás apenas das indianas (60,6%), das sauditas (49,4%) e das australianas (48,5%). Na média global, o percentual de mulheres no exercício da função materna que sente julgamento frequente da sociedade é de 38%. De homens, é de 33,9%.

Foram realizadas 23 mil entrevistas em 28 países – sendo 1.000 entrevistas no Brasil – entre 23 de dezembro de 2020 e 8 de janeiro de 2021. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 p.p..

 

 

Ipsos

www.ipsos.com/pt-br


O consumo de álcool e alimentos de difícil digestão pioram a qualidade de sono do brasileiro, aponta pesquisa

Informações coletadas pela startup Vigilantes do Sono mostram que além da pandemia, alguns hábitos ruins prejudicam a qualidade do sono da população.

 

Um estudo realizado pela Royal Philips identificou que 74% dos brasileiros enfrentam um ou mais problemas de sono, sendo que 50% relataram que a pandemia afetou diretamente a capacidade de dormir bem.

Esses fatores aliados à má alimentação podem desencadear uma piora na qualidade do sono, como indica a análise realizada pela startup Vigilantes do Sono, a partir de 70 mil noites de sono registradas por mais de 6 mil pessoas que utilizaram o programa digital, indicam que consumir refeição pesada perto do horário de dormir aumenta em média 44 minutos o tempo que a pessoa permanece acordada na cama sem dormir. Isso acontece porque o organismo dá prioridade à digestão e não ao sono.

No que se refere ao consumo de cafeína, ao ingerir a bebida até cinco horas antes de dormir, a pessoa fica em média 42 minutos a mais na cama e acaba dormindo 12 minutos a menos. Já sobre o consumo de bebidas alcoólicas, as informações da Vigilantes do Sono afirmam que o álcool possui um efeito negativo que perturba a qualidade do sono, o que faz as pessoas acordarem mais cansadas e com menos disposição.

Segundo Laura Castro, sócia e diretora de psicologia na Vigilantes do Sono, "ao consumirmos alimentos mais pesados e bebidas mais energéticas antes de dormir o nosso corpo adquire um estado de alerta, quando na realidade deveria estar se preparando para adormecer, no caso da cafeína ela ainda atua com uma energizante e pode desregular o relógio biológico", esclarece a especialista.

Ainda segundo Laura, a cafeína por ser uma antagonista da adenosina (molécula que seu corpo identifica que seu corpo está cansado), engana seu corpo, fazendo pensar que ainda não está cansado e, desse modo, desestimulando o sono. "A cafeína também atrasa em 40 minutos a produção de melatonina, que controla nosso relógio biológico, quase a metade do retardo causado pela exposição à luz brilhante, retardando consequentemente o período de sono" " Contudo, é importante dizer que a cafeína nem sempre é uma vilã contra o sono. Ela pode ser importante ao ajudar a enfrentar o "jet lag" das viagens intercontinentais, e muitas vezes ser uma aliada quando praticada a técnica de restrição de sono, de forma a ajudar uma pessoa a aguentar a sonolência até o período adequado de ir para a cama" explica Laura.

O álcool por outro lado, não é estimulante como o café e, por isso, muitos têm o costume de beber algo para pegar no sono mais fácil. "O problema aqui é que existe um efeito rebote. O álcool desregula o sono, atrapalhando principalmente a segunda metade da noite. Em nossa pesquisa vimos que mesmo as pessoas passando mais tempo dormindo, elas alegam acordar mais cansadas e com menos disposição", conclui.


UM AMOR INESQUECÍVEL

A pergunta estava no Depósito de Tirinhas: “Amanhã é um dia a menos, ou um dia a mais na sua vida?” É uma boa pergunta. É sobre o meu tempo no mundo. A mim me parece que há uma única resposta capaz de atender à concretude do transcorrer da minha existência: amanhã é um dia a menos na minha vida; amanhã é um dia a mais para eu viver.


Vida é significado, prazer e intensidade. Eu me significo quando meço a apreciação em que me tenho: sendo quem sou, o que mereço dos outros e de mim mesmo? Sinto prazer se agrado minhas emoções, se atendo meu gosto. Sou intenso na medida em que me relaciono com categoria: quem me venha, que me seja grande; eu que não me vá pequeno a ninguém. E tudo com mundanidade, nada de viver em abstração.


Vida é tempo, e tempo tem futuro. Então, que se construa um futuro interessante e com alguma felicidade. Sobretudo, que não se sofra a tristeza de um futuro que não se soube ter. Assuntava sobre essas coisas, intrigado com o que ouvi em uma peça de teatro: alguém lá propôs que não se fizessem planos para o passado. Claro, o passado compõe a minha vida; o passado não passa, fica sempre em mim. A despeito disso, tenho que seguir: eu e o meu passado temos todo um futuro para fazer acontecer.


Pour Elise, um amor inesquecível, é um musical de Flávio de Souza e Claudio Goldman, dirigido por Pamela Duncan, teatro Folha, 2005: “Varsóvia, 1938. Em uma festa de classe social abastada, o pianista judeu Sbig se apaixona pela bela cantora Elise, casada com um líder da resistência antinazista. O amor acaba quando explode a Segunda Guerra Mundial e Elise embarca com seu marido para o Brasil. Anos depois, Sbig e Elise se reencontram no país tropical e retomam o romance” (prospecto, apresentação).


Tudo no enredo é sensível, divertido, afetivo, mas tudo trata da vida bruta, da gravidade dos acontecimentos, da fria incidência do aleatório nos nossos caminhos. Elise é socialmente sofisticada, mas pessoalmente cafajeste. Já na lua de mel “engana-se” de trem e vai ao encontro marcado com Sbig. Sbig é um apaixonado ingênuo que sabe calcular: está com Elise quando é possível; quando o dever a chama ao marido, põe-se de espera, como um bom “amante”.


Os autores afirmam que “o amor acaba quando explode a Segunda Guerra Mundial”. Discordo. Trata-se de um amor ardente, mas que sabe ser sensato. As afeições se interrompem sempre que o império dos fatos pede. Mas os amantes não se deixam vencer, resistem a matar sua paixão. Ela lembra dele enquanto cumpre os protocolos esponsais. Ele faz do seu desejo um amor buscado, e a busca até por ela ser encontrado. Embora esse amor tenha tanto de candente quanto de prático, em tudo é um amor de querer eternizar-se.


A representação teatral é angústia humorada quando, diante do futuro, o casal não pode determiná-lo para si próprio, e é humor angustiado quando os amantes se põem ingênuos ou cínicos para levar a vida como ela é. É o impreciso da condição humana tratado com gravidade e graça.


O motivo do texto é o amor, só que não trata de um amor piegas. Cuida do amor dos sobreviventes, como somos todos no mundo, ainda que alguns jamais compreendam essa nossa condição. É um amor sem controles, durado nas incertezas: “Quem quer amar vai ter que arriscar, vale a pena”, diz um personagem. Cada amanhã o dia é meu. Como na peça, não sei as surpresas que o meu dia me prepara. Espero que tenha amores, estou seguro de que haverá dores. É a vida. Quero vivê-la bem assim mesmo como ela é.
 



Léo Rosa de Andrade

Doutor em Direito pela UFSC.

Psicanalista e Jornalista.


Neurocientista diz que pós-pandemia a procura por relacionamentos pode ser exagerada

Com a pandemia a dificuldade para se relacionar aumentou, raros são os encontros amorosos. O risco de contato pessoal, tornou-se preocupante e a falta de demonstrações de afeto e carinhos físicos tem deixado a carência evidente. O neurocientista Nicolas Cesar afirma que pós-pandemia, possivelmente pode acontecer um “efeito rebote” na vida afetiva de muitas pessoas.

 

Existe um mecanismo no cérebro que chama sistema de recompensas, responsável por ações positivas ou negativas. Quando relacionada à sensação de prazer ou de satisfação, o cérebro aumenta a dopamina no sistema nervoso central (SNC), exaltando ainda mais o desejo e euforia. No caso de algumas pessoas, por passar um período muito longo de privação, tendem hipercompensar, exagerar na procura por alguém que supra o tempo recluso, com isso podem sofrer com as consequências do imediatismo, e não conseguir escapar das decepções amorosas.

 

"Períodos prolongados de solidão podem levar a uma certa desilusão com o mundo e a vida, culminando em uma tendência de isolamento cada vez maior. Pessoas que não aguentam mais a solidão e a privação, podem manifestar também em seu comportamento dificuldades (extras) para retomar o contato social", diz Nicolas Cesar.

 

A dica do neurocientista para se entregar ao amor, sem se machucar pós-pandemia, é se envolver com cuidado, ter autoconfiança e clareza no que deseja. Aproveitar o tempo do isolamento para se conhecer melhor, descobrir quais são as prioridades pessoais e profissionais, e não esquecer de avaliar se a outra pessoa é capaz de oferecer aquilo que busca em alguém, para não se arrepender depois. 

 




Nicolas Cesar -Formado em Ciência e Tecnologia, e Neurociência, palestrante, autor do livro “Neurociente - Por que algumas pessoas são mais felizes que outras”, professor dos cursos online “Neurociência no dia a dia” e “Neuroeducação”. Também do curso acadêmico de Pós-Graduação em Neurolearning. Atualmente participa de uma de linha de pesquisa em percepção de tempo no Laboratório de Cognição Humana da UFABC

Instagram: @nicaolasneuro


Velhices

 Quando eu nasci, a expectativa de vida no Brasil era de pouco mais de 50 anos. Ou seja, se eu tivesse a idade que eu tenho agora naquele tempo eu já seria considerado velhíssimo. No entanto, as melhorias no padrão médio de saúde, habitação, trabalho e tecnologia fazem de mim, agora, um homem de meia idade, com pelo menos mais vinte ou vinte e cinco anos de vida ativa, antes de entrar na categoria dos realmente velhos. Ou seja, ganhei um tempo enorme para saber o que ainda fazer da vida.

Sempre quis ser velho, porque acho ser velho algo muito digno, mas a modernidade pregou-me essa peça e, por isso, quando digo hoje para as pessoas que estou velho - porque é bacana e porque sinto-me alegremente assim, no meu terceiro cavalo - recebo reprimendas com olhares de quem não está brincando, como se eu tivesse dito algo imoral ou tivesse comido algo que engorda muito. A velhice está se tornando uma espécie de tabu, como “aquela doença” ou “aquele problema na família". Uma demonstração disso foi a polêmica em torno da campanha feita pela ONG Relate, no Reino Unido, sobre a intimidade sexual na velhice, sobre a continuação da atração pelo outro na velhice, sobre a permanência do desejo pelo corpo do outro na velhice, ainda que esse corpo esteja em fase de descoberta da inevitável força da gravidade e as reservas de colágeno já não sejam suficientes para encarar essa briga. Aliás, como eu sempre considerei desde muito jovem, o desejo não está na percepção do olhar, mas na reflexão da mente (obrigado, John Locke) e em como ela processa de maneira complexa o conjunto de informações que vêm juntas com a imagem desse corpo. Coisas que a idade normalmente ensina. E, às vezes, não.

A ideia contemporânea sobre a velhice tem deixado os velhos em uma situação de risco. Os mais jovens, de uma maneira geral, creem que a vitalidade física e a longa estrada de tempo que supostamente têm à frente, dá a eles uma primazia em termos de cidadania e, por isso, sentem-se incomodados com os mais velhos que estão em suposta “vantagem legal", na fila do supermercado, no aeroporto ou mesmo em situações cotidianas, quando, por exemplo, demoram para entrar no carro do Uber. Da mesma forma, acham "cute" quando veem duas pessoas com bastante idade namorando ou acham "terrific" quando uma delas faz alguma atividade - normalmente física - como dançar, pular, correr, carregar coisas - que não poderiam estar fazendo, afinal são velhos ou velhas.

Penso, então, nas pessoas jovens que ficaram velhas rapidamente, passando a jato pela vida e então morreram gloriosamente. A primeira imagem que me vem à cabeça é Noel Rosa, morto aos 26 anos, depois de ter revolucionado o samba brasileiro e composto mais de 250  canções. E também Cazuza, aos 32 anos, tendo realizado uma vida artística completa e marcado para sempre a música brasileira. Como também Nara Leão, morta aos 46, ou Raul Seixas, aos 44. E o que dizer de Torquato Neto, que achou que já tinha vivido o bastante aos 28 anos? Ou Glauber Rocha, que completou seu ciclo genial e inesquecível aos 42?

Penso também nas pessoas velhas que nos encantam e nos fazem perder o fôlego com tanto talento - e que os muitos jovens ressentidos insistem em dizer que são pessoas com “alma jovem”- como Fernanda Montenegro ou Ary Fontoura, ou Habermas ou Edgar Morin, ou Anthony Hopkins ou, bom, a ideia é essa e creio que já está bem exemplificada.

Quando nasci, as pessoas morriam cedo porque o país não era capaz de garantir um tempo de existência mais longo para elas, embora viver muitos anos ou poucos anos não signifique realmente viver bem. Hoje, depois de alguns governos que melhoraram as condições gerais do país - enquanto outros fazem um pouco de tudo para reverter essas conquistas - as pessoas  existem por mais tempo. Com a Medicina avançando, as próximas gerações chegarão aos cem anos com facilidade. É muito tempo para existir. E esse parece ser o grande xis da questão: existir não é exatamente igual a viver. Porque podemos encerrar o acerto com a nossa biografia aos 20, aos 40, aos 60 ou aos 104, como Oscar Niemeyer, tendo vivido muito ou existido muito. Viver é fazer desse tempo por aqui um testemunho útil e/ou fascinante da nossa existência, como pessoas de todas as idades - viva Greta Thunberg! - fazem, diariamente. 

Gosto da ideia de ser velho, porque vivi intensamente minha juventude e minha vida adulta, balançando em meio às cordas, umas  tensas, outras  frouxas das minhas decisões, gritando sempre ao contra regra: “sem rede de proteção!”. Agora, a calma que a memória desses tempos agitados e a certeza de que eles já ocorreram, enchem-me de vitalidade para um viver mais epicurista, de prazer com discernimento, de desejos moderados. Como um livro que nos envolve e acaricia, mas que sabemos que chegará à última página. Seja a Metamorfose de Kafka ou as Putas Tristes de Garcia Marquez; seja um grande romance de Pasternak ou Lúcio Cardoso; seja Ratos e Homens ou Vinhas da Ira, o importante é que, no fim, eu tenha saboreado cada página e, então, feche o livro e repouse minha cabeça na poltrona e (en)cerre os olhos para estender o prazer da jornada para o infinito. E além.

 


Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo.
danielmedeiros.articulista@gmail.com
@profdanielmedeiros


Posts mais acessados