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quarta-feira, 3 de março de 2021

Vacina contra a tuberculose evita milhares de mortes no mundo anualmente


 Foto de Anastasia Shuraeva no Pexels

 


Conhecida como BCG, a imunização, que pode deixar uma pequena cicatriz no braço, protege contra a tuberculose


A maioria das pessoas tem uma marquinha, em geral no braço direito, desde a infância. Esse “carimbo” mostra que a pessoa foi imunizada com a BCG (Bacillus Calmette-Guérin) nos primeiros dias de vida. A aplicação serve para proteger o ser humano da tuberculose e alguns casos de meningite. O imunizante é encontrado na rede privada e no Sistema Único de Saúde (SUS). 

“A vacina BCG serve para defender o nosso organismo contra uma bactéria que gera a doença infecciosa que é a tuberculose, que pode desenvolver em qualquer lugar do organismo. O mais comum é acontecer no pulmão, mas existem formas graves de manifestação, como a meningite tuberculosa e tuberculose miliar”, explica a pediatra da Maternidade Brasília Sandi Sato. 

A pequena cicatriz que fica é fruto da reação inflamatória do organismo à bactéria inativada contida na vacina, a Mycobacterium bovis. Essa bactéria é a que causa a tuberculose. Entretanto, algumas pessoas não possuem a marca e isso não quer dizer que não tenham sido imunizadas. Na verdade, com o avanço da tecnologia na medicina, hoje é possível encontrar vacinas que não provocam a reação.

A pediatra ainda destaca que a imunização com a BCG deve ser feita nos primeiros dias de vida. Em alguns casos, a vacina pode ser aplicada até os cinco anos. Entretanto, a recomendação deve vir de um médico especialista. De acordo com Sandi Sato, mais de 40 mil mortes no mundo são evitadas por meio da vacinação contra a tuberculose. 


Vacinação em dia

Para a pediatra e Diretora Médica do laboratório Cedic Cedilab Natasha Slhessarenko, é muito importante manter uma carteira de vacinação completa para proteger contra diversas doenças. Muitas delas estão disponíveis na rede pública de saúde, como a própria BCG, mas é possível encontrar nos laboratórios privados várias opções para complementar a proteção.

“Existem vacinas que não estão disponíveis pelo SUS, como a meningocócica B, que previne contra alguns tipos de meningite e infecções generalizadas”, conta Natasha Slhessarenko. “Outro exemplo, é a pneumo 23, que tem indicações precisas para proteger contra certos tipos de pneumonia em idosos ou pessoas com complicações secundárias. Mesmo as vacinas anuais contra a gripe possuem diferenças nas doses da rede pública e da privada: enquanto na pública ela costuma proteger contra 3 cepas da doença, na rede privada está disponível uma versão mais completa, que protege contra 4 cepas da gripe”, finaliza.



Maternidade Brasília


Casos de dor nas costas aumentam durante a pandemia

 

Postura incorreta no home office e prática de atividades físicas sem orientação aumentam risco de desenvolver condições clínicas


O ano de 2020 foi marcado por mudanças drásticas na rotina dos brasileiros. Com a adoção do home office por várias empresas e a restrição de diversas atividades que pudessem causar aglomeração, houve um aumento no número de pessoas com problemas ósseos e musculares. Segundo a ferramenta Google Trends, logo no início da quarentena, entre 22 e 28 de março de 2020, foi registrado um aumento de 38% nas buscas pelo termo "dor nas costas".

Segundo Thiago Vinícius Ferreira, professor de fisioterapia no Centro Universitário Newton Paiva , um dos fatores que explica esse aumento é o fato das pessoas terem passado a trabalhar em suas casas. "Essa mudança pegou todos de surpresa, sem que houvesse muito tempo para adaptar o ambiente doméstico e torná-lo apto a realização das atividades profissionais. Sem a estrutura do escritório, elas encontram dificuldades em seguir as normas básicas de ergonomia e, portanto, tendem a ter mais problemas de postura", explica.

Além disso, também é importante destacar o fechamento de academias e atividades esportivas na primeira fase do isolamento social. Essa medida fez com que muitas pessoas ou ficassem sedentárias ou passassem a fazer seus exercícios físicos em casa, sem orientação, o que pode representar vários riscos de lesões.

Thiago explica que as dores podem ser sintomas de diversos tipos de problemas. "Desde fadigas musculares mais simples até mesmo lesões complexas. A indicação é buscar um ortopedista ou um fisioterapeuta de confiança para ter um diagnóstico correto, que deve nortear a definição acerca da melhor opção de tratamento", alerta.

Algumas medidas podem ajudar a reduzir os riscos de problemas relacionados ao movimento, como manter a postura correta e realizar pausas periódicas durante o expediente. Mas Thiago destaca a importância da fisioterapia nesse processo. "O diferencial da prática é a possibilidade de corrigir disfunções posturais e restabelecer a força e o equilíbrio do paciente por meio de exercícios específicos e direcionados", explica o professor.

 


Centro Universitário Newton Paiva

http://www.newtonpaiva.br


Atenção domiciliar a pacientes ajuda a desafogar hospitais ocupados por infectados com a Covid-19

A pandemia do novo coronavírus provocou superlotação nos hospitais de todo o país durante boa parte de 2020 e agora, com a chegada da segunda onda, já em 2021, o Brasil volta a conviver com o medo do colapso do sistema de saúde, seja pela falta de leitos ou pela escassez de insumos. Mesmo com o início da vacinação, os casos devem continuar crescendo até que a população seja totalmente imunizada.

Diante deste cenário, e do temor da população com relação à contaminação pela Covid-19, a procura por atendimento domiciliar cresceu em 2020. De acordo com a Pronep Life Care – marca do grupo Sodexo – pioneira no setor de home care no Brasil, houve um aumento de 36% no número de pacientes em atendimento, entre dezembro de 2019 até o mesmo mês do ano passado. No total, foram realizados 3.410 novos atendimentos.

“Podemos explicar que qualquer expansão de serviço é impulsionada pela demanda do mercado. Atendemos às necessidades da população, bem como as preferências de quem busca soluções de saúde em casa”, analisa Hyran Godinho, CEO da Pronep.

Ele lembra que atenção domiciliar não se trata apenas do acompanhamento de idosos ou de doentes graves crônicos. “A simples troca de curativo de um ferimento causado por acidente doméstico ou a aplicação de uma injeção, por exemplo, que por vezes necessitariam uma visita ao hospital ou posto de saúde, podem ser realizados em casa, por um profissional treinado. Este processo diminui a chance de o paciente se expor ao risco de contrair a Covid, entre outras doenças, e é recomendado por alguns médicos”, comenta.

Os indicadores de tipos de atendimento que aumentaram com a pandemia mostraram alguns números que merecem atenção. No início da pandemia houve aumento nos atendimentos domiciliares devido a quedas e queimaduras.

No segundo semestre de 2020, houve aumento significativo de internações domiciliares com pacientes que necessitaram de uso prolongado de oxigênio e de pacientes com lesões por pressão após quadro de Covid-19. Entre junho e agosto, a procura por atenção domiciliar superou o patamar dos 42%  na Pronep.

A maioria dos atendimentos em 2020, no entanto, não tiveram relação direta com a doença. Cerca de 53% foram relacionados a Doenças Neurológicas; 12,1% por doenças cardiovasculares; e 7,8% por doenças pulmonares. Somente cerca de 2% do total de atendimentos domiciliares na Pronep no ano passado foram decorrentes diretamente de complicações/sequelas de coronavírus, com necessidade principalmente de reabilitação respiratória e oxigenoterapia.

“Esses números mostram que, apesar de o atendimento aos infectados por covid-19 não ser tão grande, a procura pela atenção domiciliar cresceu, indicando uma mudança no comportamento das pessoas, que deixaram de ir aos hospitais e preferiram ser atendidas em casa”, analisa Godinho.

Dentro as doenças neurológicas, a demência responde por 18,8% dos atendimentos; 9,4% sequelas de doenças cerebrovasculares; 5,8% neoplasia, 4,6% hipertensão; 4,2% encefalopatia, 4,2% por doenças pulmonares obstrutivas crônicas.

Mesmo não apresentando números ou projeções de crescimento, a Pronep está contratando profissionais para atender a demanda em 2021. A empresa pretende ampliar em pelo menos 10% o quadro de colaboradores nas unidades atuais, englobando tanto o corpo clínico como enfermeiros, fonoaudiólogos e até profissionais da área administrativa.

“Todos os profissionais precisam ser altamente qualificados do ponto de vista técnico e terem boas habilidades interpessoais, pois entramos no lar do paciente”, diz João Paulo Faleiros, diretor de Capital Humano da Pronep Life Care. “Por estarmos muito próximo tanto do paciente quanto de seus familiares, é preciso saber tratar com cuidado, respeito e ter boa postura comportamental. Dessa forma, os 'soft skills' são tão importantes na hora da escolha do profissional, aliado, é claro, aos conhecimentos técnicos e atualizados”, completa.

 


Pronep Life Care


Médico da Vitallis alerta sobre cuidados para prevenir o câncer colorretal

Março Azul-Marinho chama atenção para doença que atinge 40 mil brasileiros por ano

Pixabay

Fãs de cinema e filmes de super-heróis foram surpreendidos, no ano passado, com o anúncio da morte do ator Chadwick Boseman, protagonista de Pantera Negra. O artista foi diagnosticado com câncer colorretal, segundo tipo de tumor mais comum entre os brasileiros e que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), só em 2021, deve atingir 41 mil novos casos diagnosticados no país. Assim como ocorre em outros meses ao longo do ano, a campanha “Março Azul-Marinho” faz um alerta à população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.

O câncer colorretal é considerado uma doença silenciosa já que, na maioria dos casos, não apresenta sintomas em seu estágio inicial. Se detectado precocemente, antes que a doença se espalhe para outras regiões do corpo, o paciente tem grandes chances de cura. “É importante ter acompanhamento contínuo e global da saúde de um médico de sua confiança. A prevenção ainda é a melhor forma de tratar”, orienta Alexandre de Figueiredo Maciel, oncologista da Vitallis, operadora de saúde pertencente ao grupo internacional Keralty. Ele explica que a doença atinge o intestino grosso, podendo se manifestar na região conhecida como cólon ou no reto.

Entre os principais fatores de risco que podem contribuir para o aparecimento da doença está a má alimentação. “Esse tipo de câncer está ligado, principalmente, a uma dieta pobre em fibras e com muita carne vermelha e processada, como salsichas, salame, presunto e defumados, além do excesso de peso e sedentarismo”, explica Maciel. O histórico familiar também é um fator de risco para o câncer colorretal, assim como doenças inflamatórias do intestino e doenças hereditárias, como a síndrome de Lynch. O tratamento desse câncer envolve várias modalidades como a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e a imunoterapia. “A escolha do tipo de tratamento é individualizada e depende de vários fatores”, explica o médico.

Os principais sintomas, à medida que a doença progride, são sangramento nas fezes, alteração do ritmo intestinal, como diarréia ou intestino preso, perda de peso, além de dor ou desconforto no abdômen. Foi exatamente o que fez com que a dona de casa Maria Lúcia Pires Silva, de 63 anos, percebesse que havia algo de errado. Ela relata que começou sentindo fortes cólicas e decidiu procurar um médico. “Descobri o câncer em 2013, justamente porque esse desconforto estava ficando cada vez mais frequente. Fiz um exame de sangue e depois o médico indicou que eu fizesse a colonoscopia”, relata. Desde maio, a paciente é atendida no espaço de oncologia da Vitallis, localizado na unidade Barro Preto. “Foi durante a pandemia que conheci o trabalho da operadora de saúde”, conta.

Ela, infelizmente, descobriu a doença já em estágio avançado e hoje segue em tratamento para conter a metástase, quando o tumor se espalha para outras partes do corpo. Porém, apesar do susto e longo tempo de tratamento, Maria Lúcia segue otimista e deixa uma mensagem de esperança para quem também está passando pela mesma situação. “O principal é não deixar a ‘peteca cair’. Confiar em Deus e seguir com o tratamento, porque a equipe médica sabe o que faz”, avalia. Ao longo do tratamento, Maria já passou por cirurgias e quimioterapia e, para ela, o apoio da família foi fundamental para que fosse, aos poucos, vencendo essa batalha contra o câncer. “Foi um grande susto no início, mas o apoio da minha família foi essencial. Para mim, não existia alternativa que não fosse enfrentar a doença de cabeça erguida”, declara.

O especialista Alexandre de Figueiredo Maciel ressalta a importância do acompanhamento médico. “As pessoas não devem fazer exames sem indicação médica. É importante ficar atento a qualquer anormalidade e consultar sempre um profissional qualificado”, afirma. Principalmente depois dos 50 anos, é indicado a realização de exames de rotina, também conhecidos como check up, conforme indicação do profissional de saúde. Além desse rastreamento, a prevenção inclui medidas para diminuir o risco de desenvolver a doença, como manter uma dieta rica em fibras, com frutas, verduras e legumes, e praticar exercícios físicos.


PSA: saiba a importância desse exame

Fonte: site Rede Dor
O exame do Antígeno Prostático Específico (PSA) é parte da rotina dos homens de meia idade, a partir dos 40 anos, e idosos. O ideal é que a investigação seja feita uma vez por ano. Simples e indolor, é realizado por meio da coleta de uma pequena amostra de sangue em laboratório de análises clínicas.

Este procedimento de rotina urológica verifica como estão os níveis da enzima produzida pela próstata. A glândula do sistema reprodutor masculino fica entre o pênis e a bexiga, produzindo um líquido alcalino que faz parte do sêmen, a fim de proteger e nutrir os espermatozoides, inclusive quando já estão no corpo da mulher.

Os valores de PSA total de homens saudáveis antes dos 65 anos costumam ser inferiores a 2,5 ng/ml, ou inferiores a 4 ng/ml, acima dos 65 anos. O aumento de concentração pode indicar alterações como prostatite, inflamação que provoca crescimento desordenado da próstata, causando dor e desconforto, hipertrofia benigna da próstata ou ser o ponto de partida para um diagnóstico de câncer de próstata.


Importância do exame da PSA

A próstata costuma ter o tamanho médio de uma noz. Pode ser maior em homens mais idosos, mas em alguns casos, esse crescimento indica um problema de saúde.

A dosagem do PSA na corrente sanguínea varia de homem para homem, conforme a faixa etária e a produção do organismo. No acompanhamento anual, o urologista solicita a dosagem do PSA total no sangue. Se o resultado estiver acima da normalidade, o paciente é orientado a fazer o exame de PSA livre, que mede a quantidade que circula solta no sangue.

Se a relação entre os dois resultados for superior a 15%, o aumento é benigno. Os diagnósticos possíveis nesse caso são prostatite, hiperplasia benigna da próstata - comum entre homens acima de 50 anos - a infecção urinária ou retenção urinária.

Se a alteração for menor do que 15%, o resultado pode indicar câncer de próstata. Neste caso, o especialista analisa fatores como a idade, hereditariedade e etnia, devido a maior incidência entre homens afrodescendentes. O médico verifica se o paciente apresenta outros sintomas relacionados a tumores e pede procedimentos adicionais como toque retal, ressonância magnética e biópsia.

Por causa dos casos de falso-positivos, é comum que o médico urologista também solicite o exame do Índice de Saúde da Próstata (PHI). A partir de uma terceira fração do PSA, a

investigação permite diagnóstico mais correto – o que leva à redução do pedido de biópsias.


Prevenir faz diferença para a cura

Na prevenção contra doenças da próstata, é importante que os homens não descuidem da rotina. Não é necessário esperar por sintomas característicos - como dor, queimação ou dificuldade para urinar, sangue no jato de urina e aumento da micção - para procurar o médico.

Ter uma rotina anual de consulta, monitoramento de resultados de exames de sangue, de urina, de imagens e a avaliação clínica são atos fundamentais para identificar e apontar para o tratamento de doenças em estágio precoce.

O PSA é um dos indicadores que podem levar até a identificação de um câncer de próstata, que é o segundo tipo mais comum entre os homens. A anomalia geralmente é silenciosa, ou seja, só apresenta sintomas em fases mais avançadas. A demora pode fazer diferença: 90% dos casos são curáveis quando diagnosticados em estágio inicial. Da mesma forma, quanto antes for detectado, diminui-se a possibilidade de haver complicações, como a incontinência urinária e a disfunção erétil.

 

Além da Covid-19, pais devem ficar atentos à disseminação de doenças virais, como bronquiolite, em crianças

De acordo com pediatra do Hospital Santa Catarina - Paulista, a tendência é que casos de infecções respiratórias aumentem entre as crianças nos próximos meses. Bronquiolite tem sint


Com a volta gradativa das escolas públicas e privadas, a cidade de São Paulo se prepara para a retomada experimental dos alunos, pais e professores às instituições de ensino. Além das preocupações de prevenção contra o novo coronavírus, o pediatra Dr. Werther Brunow de Carvalho, do Hospital Santa Catarina - Paulista, alerta sobre medidas fundamentais para prevenir a bronquiolite aguda, que pode ter seus sinais e sintomas confundidos com os da Covid-19 e se disseminar facilmente no ambiente escolar.

Causada por vírus, a bronquiolite aguda - infecção dos bronquíolos - acomete geralmente crianças de até dois anos de idade, principalmente aquelas em fase de amamentação. Começa com uma coriza que evolui para tosse, acometendo as vias aéreas inferiores. A doença também causa sintomas como febre, falta de ar, náusea e vômito, semelhantes aos da Covid-19.

Para o pediatra, é importante que os responsáveis pela criança fiquem atentos, caso ela apresente algum sintoma. "É difícil para as pessoas identificarem as infecções virais da sazonalidade, como a bronquiolite aguda, e a infecção pela Covid-19. Os pais vão ter que ter uma prontidão maior para trazer as crianças para avaliação médica. E os Hospitais precisam de agilidade para dar o diagnóstico correto ao pequeno".

O Hospital Santa Catarina - Paulista já registrou alguns casos de crianças acometidas pelo vírus sincicial respiratório, responsável pela bronquiolite, na Emergência, no início de fevereiro. "Para prevenir a doença, é indicado evitar contato com pessoas doentes, lavar as mãos, evitar espaços pouco ventilados e evitar o tabagismo passivo", afirma Dr. Werther. "Outra recomendação importante é levar a criança para consultas regulares com o pediatra".

Na presença de qualquer um dos sintomas mencionados, o indicado é hidratar a criança, mediante oferta frequente de líquidos, monitorar a febre, realizar a limpeza das narinas e inalação com solução salina. Também é recomendado manter o ambiente com bom grau de umidificação. A criança deve ser acompanhada até que esteja totalmente recuperada.


 

Hospital Santa Catarina
 

Inflamação pode ser positiva: entenda como

 

Vermelhidão, inchaço e calor indicam regeneração do organismo e não é preciso imobilizar aquela parte do corpo


Quando você sente um inchaço no corpo, vermelhidão e calor, fica preocupado? Pois saiba que a inflamação não é uma doença, e sim uma resposta do organismo a uma lesão. Ou seja: ela pode ser positiva.

É preciso diferenciar inflamação de infecção: essa última, sim, merece grandes cuidados por representar a presença de bactérias, com o aparecimento frequente de pus – um reflexo da reação do corpo a algum invasor, seja vírus, bactéria, parasita ou fungo. Outros sintomas de alerta são a febre, dor no local ou muscular, diarreia, fadiga e tosse.

Já a inflamação, ainda que traga dor, significa regeneração. E isso é bom! “A inflamação produz um edema, mas isso faz parte do processo de cura e reconstrução do tecido”, explica a terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk, que tem experiência de 30 anos na área.

Para resumir, a inflamação é uma resposta do corpo, seja a uma agressão, como um corte ou batida, ou parte do próprio sistema imunológico, quando as células de defesa ocasionam a dilatação dos vasos e aumento do fluxo sanguíneo. Os sintomas costumam ser a vermelhidão, o inchaço, a dor e o aquecimento da área.

Como exemplo, ela cita o período de pós-operatório da Síndrome de Quervain, uma das mais frequentes causas de dor na mão, que afeta o tendão ao lado do polegar. Quando é feita a cirurgia, após cerca de 15 dias existe a recomendação para que a pessoa inicie a terapia ocupacional. O profissional irá realizar atividades adequadas a cada caso.

“Hoje, o protocolo é muito mais ágil, porque a tendência das pessoas é imobilizar a área inflamada – e daí pode ocorrer uma contratura, que é ainda pior”, esclarece Syomara.  “Para evitar a rigidez muscular, o terapeuta ocupacional irá trabalhar o movimento de dedos, mão e braço, com toda a segurança.”

Ao tomar todos os cuidados e seguir as orientações do médico e do terapeuta, o paciente terá a força e movimentos restituídos rapidamente.

 


Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 30 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.


Há limite de idade para se tornar mãe? Dra. Paula Fettback esclarece mitos sobre infertilidade

Médica conta que procura por congelamento de óvulos cresceu 50% em clínica especializada

 

A incorporação da pílula anticoncepcional no cotidiano das mulheres, nos anos de 1960, foi um dos fatores que permitiu a conquista, gradual, de mais participação no mercado de trabalho, além de maior liberdade sexual. Segundo a Dra Paula Fettback, ginecologista especializada em fertilidade de alta complexidade, a Reprodução Assistida é outro grande avanço que levou à maior liberdade das mulheres em relação à escolha do momento ideal para a maternidade. 

 

É o que mostram estudos como este, da Universidade Harvard (EUA), em que os autores mostram como a pílula teve um papel fundamental nessa mudança. Os pesquisadores demonstraram que, à medida que as autoridades nos EUA liberavam o acesso à pílula, aumentava o número de matrículas de mulheres em cursos, assim como os seus salários. No entanto, apesar de a pílula ter colaborado para uma melhor escolha, muitas mulheres se depararam com uma situação paradoxal, entre o sucesso na carreira profissional e o sonho de construir uma família, este muitas vezes posto em segundo plano pelo tempo e, quando a tão esperada estabilidade financeira finalmente chegava, a idade do óvulo tornava-se um empecilho ao sonho da maternidade. 

 

A Dra. Paula reflete a respeito: “Com o maior controle da nossa fertilidade ao longo dos anos, a maternidade tem ficado para mais tarde e o papel da mulher como mãe também tem sido debatido - precisamos mesmo ser mães aos 20 e poucos anos?”, afirma e complementa: “A decisão passou a estar cada vez mais nas mãos das mulheres, principalmente com o congelamento de óvulos e técnicas como a fertilização in vitro”. 

 

Mesmo com tanta informação disponível, a infertilidade ainda está rodeada de tabus. O peso do sucesso da fecundação, por exemplo, costuma ficar centralizado na mulher e, por isso, é preciso reforçar a comunicação sobre o tema. Estima-se que até 15% dos casais precisarão de algum tratamento para engravidar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a infertilidade afeta de 50 a 80 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, cerca de 8 milhões de indivíduos podem ser inférteis (ASRM e ESHERE - OMS). 

 

Mas e o envelhecimento do corpo?

 

A criopreservação de embriões e gametas (oócitos) - o termo técnico para congelamento de óvulos - foi desenvolvida na década de 1980 e, naquela época, ficou restrita a pacientes com problemas de saúde graves, mas que desejavam ter um bebê em um outro momento. Entre  2012 e 2013, a American Society for Reproductive Medicine e o ESHERE popularizou o procedimento, declarando que a técnica de congelamento de óvulos não era mais considerada pelas sociedades médicas como experimental e, desta forma, abriu caminho para que o congelamento eletivo de óvulos crescesse. Nos últimos anos, esse procedimento tem ganhado popularidade, graças a pessoas influentes falando abertamente sobre sua decisão, além, também, do avanço das conversas em torno da maternidade, carreira, feminismo e outros aspectos que rondam a vida da mulher. 

 

A grande diferença entre os métodos de reprodução assistida e o congelamento é que este não se destina às mulheres que já optaram por uma gravidez. O principal público que busca pelo procedimento é quem deseja adiar a decisão da maternidade por diversos motivos, seja porque não está com um relacionamento estável, ou pelo foco na carreira, ou com alguma doença que necessita de mais atenção ou, ainda, por querer adiar a decisão da maternidade. Nos últimos três anos, por exemplo, a procura por congelamento de óvulos aumentou em 50% na Clínica Mãe, onde a Dra. Paula atende em São Paulo e em Londrina, PR. 

 

A verdade é que a Medicina ainda não conseguiu retardar o envelhecimento ovariano e, infelizmente, quando a mulher chega aos 37 anos, a maternidade acaba sendo um peso para muitas mulheres que ainda não decidiram se querem - ou se chegou a hora - de gerarem uma vida. 

 

Há uma grande pressão da sociedade, ainda, em associar a maternidade ao sucesso feminino e o congelamento de óvulos tem sido uma opção para aquelas que não querem carregar mais essa “pedra em sua bolsa”, diante de outras questões que já enfrentam na rotina. Queremos encorajar as mulheres a entenderem mais sobre sua fertilidade, seu ciclo menstrual e as opções que existem para que elas se empoderem dessas informações e tomem a decisão que mais cabe em sua vida”, explica Dra. Paula. O importante é saber que não há uma obrigação da mulher ter que engravidar até os 35 anos para não perder a chance de ser mãe. Está tudo bem se não quiser ser mãe, ou preferir adiar. Felizmente, a Medicina evoluiu para que tenhamos escolha e poder sob a nossa vida”, conclui. 

 

 

Dra Paula Fettback - ginecologista especialista em infertilidade com ênfase em alta complexidade. É doutora pela Faculdade de Medicina da USP. Atua com reprodução assistida desde 2006. Possui consultório em São Paulo e no Paraná.


Pediatra fala sobre os riscos da obesidade infantil que pode ser potencializada pela pandemia

A obesidade infantil é um tema que vem preocupando os pais e médicos a cada ano que passa. Segundo  dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma a cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso. Já uma pesquisa feita em 2019 pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, revelou que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso, 9,38% com obesidade e 5,22% com obesidade grave. Entre os adolescentes, os números também são preocupantes: 18% apresentam sobrepeso, 9,53% são obesos e 3,98% têm obesidade grave. A doença é uma preocupação generalizada e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025 o número de crianças obesas no planeta pode chegar a 75 milhões. 

Os números são realmente preocupantes se pensarmos que estamos vivendo uma pandemia há um ano, com escolas fechadas, rotinas completamente diferentes e ansiedade alta. Além disso, com a dificuldade econômica, o acesso a uma alimentação mais equilibrada e saudável, também está mais difícil. Com a alta dos preços dos alimentos, muitas pessoas acabam substituindo alimentos ricos em nutrientes por opções industrializadas e com excesso de açúcar e gorduras. 

“Estamos vivendo um momento muito atípico no mundo, mas é importante alertar que a obesidade infantil é um problema antigo e que precisa de mais atenção tanto dos pais como dos nossos líderes políticos, com ações como merendas mais saudáveis e ricas em nutrientes, além de uma educação alimentar”, explica a Pediatra Felícia Szeles. 

Além da alimentação, outro fator importante para o sobrepeso infantil é o estilo de vida das crianças e adolescentes, que estão cada vez mais sedentários por conta do excesso de telas e poucos estímulos físicos na rotina familiar. Os tempos também são outros, isso é fato: a nova geração não brinca na rua como a geração de seus pais, que jogavam bola na rua, brincavam de pega-pega ou tinham que exercitar a mente com brincadeiras criativas para ocupar o tempo. 

“As telas são, sem dúvida nenhuma, um dos fatores que mais facilitam o sedentarismo e, consequentemente, a obesidade. E com a pandemia, isso só piorou, já que a maioria das crianças acorda e já vai para as aulas online ou para o desenho. O desafio para os pais é grande, mas é preciso impor limites pensando na saúde e qualidade de vida dos pequenos. Por mais chato que seja ver a criança chorar ou fazer manha querendo as telas, vale a pena segurar agora para garantir mais saúde e qualidade de vida para os pequenos”, ressalta a Dra. 

#FicaADica - pequenas atitudes que incentivam as crianças a uma vida mais saudável: 

  • Use e abuse dos alimentos coloridos. As cores estimulam as crianças, facilitando a ingestão de verduras, legumes e frutas; 
  • Ofereça água várias vezes ao dia, seu filho pode achar que está com fome e muitas vezes ele está com sede.
  • Não dê suco de rotina. Mesmo os naturais são muito calóricos e possuem poucas fibras. 
  • Evite falar: “você tem que comer isso”. No lugar, coloque no prato de todos da casa e coma junto, o exemplo vale mais que mil palavras; 
  • Sempre  introduza novos alimentos - pode ser tipo ou forma de preparo -isso favorece a aceitação e dificulta a seletividade ; 
  • Faça da refeição um momento agradável. Comer sempre que possível em família e respeitar os sinais de saciedade de cada criança. Lembra-se que a quantidade que você acha ideal pode ser muito para seu filho; 
  • Leve seu filho à feira, deixe ele conviver com aquela variedade linda de cores e sabores. Deixe ele escolher o que quer experimentar, cheirar, tocar. Se sentir útil e importante já é meio caminho andado; 
  • Limite horários para as telas, evitando pelo menos duas horas antes de dormir. Dormir bem também é importante no combate à obesidade;  
  • Reserve um tempo para brincadeiras mais ativas, em pé, correndo, dançando ou fazendo algum esporte. Faça também alguma atividade física, atitudes saudáveis inspiram e estimulam;
  • Insira a criança em rotinas da casa, como por exemplo: peça ajuda para guardar os brinquedos,  arrumar a cama ou mesmo lavar as frutas e saladas;  
  • Não faça estoque de bolachas, refrigerantes e doces. É muito mais fácil falar que não tem do que não pode; 
  • Evite ao máximo o consumo de frituras 

 


Dra. Felícia Szeles - Formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC - Campinas), é especialista em Pediatria e Alergia e Imunologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Pediatra nas áreas de Puericultura, Infância e Adolescência, também realiza acompanhamento pediátrico pré-natal em gestante. Como Alergista, atua com foco no atendimento infantil.


Endometriose e infertilidade: entenda de uma vez essa relação!

Março é mês de conscientização mundial da endometriose, doença que afeta cerca de 200 milhões de pessoas, segundo as organizações mundiais de endometriose. No Brasil, uma em cada 10 brasileiras tem endometriose, segundo o Ministério da Saúde. Trata-se de uma doença enigmática e com vários mecanismos que a relacionam com a infertilidade.

Caracterizada pela presença do endométrio (tecido que reveste a cavidade uterina) fora do útero, a endometriose é mais comum na faixa etária dos 20 aos 30 anos. "Esse é justamente o período em que as mulheres se encontram em idade fértil, sendo que muitas desejam engravidar. Cerca de 50% das pacientes com endometriose podem vir a apresentar dificuldade para engravidar e essa é uma das principais preocupações delas", comenta Cláudia Navarro, especialista em Reprodução Assistida e diretora clínica da Life Search.


Infertilidade

Existem alguns fatores que podem estar relacionados à dificuldade de engravidar. A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) aponta alguns deles, como: distorção na anatomia da pelve, aderências, cicatrizes nas trompas, inflamações nas estruturas pélvicas e alteração na qualidade dos óvulos. "Mas é importante entender que ela se manifesta de formas diferentes em cada mulher, e as situações que levam à infertilidade serão diferentes também", pondera Cláudia Navarro.

A boa notícia é que, mesmo com a dificuldade, é possível engravidar e a medicina oferece uma série de alternativas que são avaliadas caso a caso.

Segundo a especialista, os sintomas da endometriose variam para cada paciente. E a intensidade deles não tem relação com a gravidade da doença, nem com a probabilidade de engravidar. "Podemos ter pessoas sem sintoma aparente e danos severos na pelve, ou sintomas bem presentes e poucas alterações no órgão", diz a médica. "Algumas mulheres podem sentir cólica forte e prolongada, dores durante ato sexual e na hora de evacuar, ou mesmo sintoma nenhum".


Diagnóstico

A ultrassonografia e a ressonância magnética sugerem fortemente a presença da endometriose. Dependendo da gravidade do caso, é necessária a laparoscopia, que além de confirmar a doença, pode tratar algumas lesões. "A conduta, nesses casos, será sempre individualizada, principalmente em relação aos tratamentos, que podem ser cirúrgicos ou medicamentosos", pondera Cláudia Navarro.

"Entre os medicamentosos, o mais utilizado é o uso da pílula anticoncepcional, principalmente de forma contínua. As injeções de hormônio também podem ser utilizadas. Anti-inflamatórios e analgésicos podem ser administrados, porém, eles apenas aliviam os sintomas, e não tratam a doença em si", detalha a especialista.

"Já o tratamento cirúrgico irá depender, principalmente, da forma de apresentação da doença e dos sintomas da paciente", diz. De acordo com a médica, todos eles precisam levar em consideração o desejo ou não da paciente em ser mãe. Em alguns casos, será necessário o auxílio das técnicas de Reprodução Assistida, que também vão seguir conduta individualizada. A presença da gravidez geralmente controla a endometriose, mas é importante manter o acompanhamento médico.

Portanto, não existe diagnóstico único e nem sempre será um fator impeditivo para gravidez. "O conhecimento e a conscientização sobre a doença, antes de tudo, ajudam a enfrentá-la com leveza", conclui a especialista.

 

 


Cláudia Navarro - especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal e hoje é membro do Corpo Clínico do Laboratório de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas, vinculado à mesma instituição.


Considerações da Academia Brasileira de Neurologia sobre a vacina contra o SARS-CoV-2 nas doenças neurológicas

O Brasil é o segundo país tanto em número de casos de infecção pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2, quanto em número de óbitos atribuídos à doença associada a este vírus, a COVID-19. Desde o início da pandemia, a comunidade científica neurológica preocupa-se com os possíveis efeitos da infecção no sistema nervoso. Ao longo destes 14 meses de pandemia, diversas manifestações neurológicas já foram associadas ao SARS-CoV-2. E agora, quando o mundo todo inicia o processo de imunização com as vacinas já disponíveis, uma segunda preocupação emerge, qual seja as possíveis implicações da imunização em pacientes portadores de doenças neurológicas, sobretudo as doenças inflamatórias autoimunes e as degenerativas, e os riscos da imunização em pacientes neurológicos imunossuprimidos. Este documento, elaborado pelos mais diversos Departamentos Científicos da Academia Brasileira de Neurologia, visa a esclarecer, à luz dos conhecimentos atuais, os possíveis riscos e potenciais complicações da vacina contra o SARS-CoV-2 em pessoas portadoras de doenças neurológicas.

 

PRINCÍPIO GERAL

 

As vacinas atualmente aprovadas no Brasil pelas agências reguladoras contra a doença SARS-CoV-2 são formuladas com vírus inativado (Sonovac) ou vetor viral adenovírus não replicante (Astra-Zeneca). Não há qualquer indício, no presente momento, de que doenças neurológicas sejam contraindicação para a utilização das vacinas atualmente disponibilizadas. Incluem-se dentre as doenças neurológicas as neurodegenerativas, vasculares, infecciosas, imunomediadas, carenciais, epilepsia, transtornos do sono, síndromes álgicas como a cefaleia e a fibromialgia, as síndromes vestibulares e as herdadas geneticamente, entre as mais comuns. Os principais efeitos colaterais associados às vacinas aprovadas para a SARS-COV2 são febre baixa, mialgia, cefaleia, náuseas, fadiga e dor/ vermelhidão no local de aplicação da injeção. Esses efeitos foram mais frequentes após a segunda dose (dose de reforço) da vacina e foram autolimitados. Dados adicionais serão disponíveis ao longo do tempo pelos programas de monitorização de vacinas existentes dos diversos países. É importante ressaltar que a maioria das vacinas foram testadas em pacientes acima de 18 anos de idade, porém não em gestantes. Neste grupo, não houve nenhuma evidência de efeitos colaterais para a gestante ou para o feto quando a vacina foi utilizada antes de que a gestação tivesse sido reconhecida.


 

USO DE MEDICAMENTO IMUNOSSUPRESSOR e DOENÇAS IMUNOMEDIADAS

 

Em razão das vacinas já aprovadas por agências reguladoras ou em desenvolvimento serem formuladas com ácidos nucleicos (RNA ou DNA), vetor viral com adenovírus, vírus inativado ou componente proteico do vírus, ou seja, tipos de vacina onde não existe chance de replicação de vírus, as vacinas são seguras para uso em pacientes imunossuprimidos, não sendo necessário a suspensão ou modificação da posologia das terapias citadas no item 2. Não há qualquer evidência de que as vacinas até o momento aprovadas estejam contraindicadas em pacientes com doença neurológica e em uso de imunossupressor. Não é indicada a suspensão ou modificação da posologia de pacientes em tratamento imunossupressor (lista abaixo). No entanto, não se sabe se a imunossupressão potencialmente diminui a eficácia da vacinação, portanto, após a vacinação, os cuidados (uso de máscara, distanciamento social) devem ser mantidos. Não é indicado o uso de vacinas a base de vírus vivo atenuado, caso aprovadas no futuro por alguma agência reguladora. Não existe, até o momento, nenhuma evidência de que a vacinação seja contraindicada em pacientes que tiveram doenças neuroimunológicas agudas no passado (exemplos: síndrome de Guillain-Barré, mielite, encefalite, etc.)


 

Lista de terapias imunossupressoras/imunomoduladoras:

 

Imunossupressores orais: Azatioprina, Micofenolato mofetil, Fumarato de Dimetila, Fingolimode, Teriflunomida, Cladribina, Siponimode, Prednisona Imunomoduladores: Interferons Beta, Acetato de Glatiramer Imunobiológicos/ Imunossupressores venosos: Natalizumabe, Rituximabe, Ocrelizumabe, Alemtuzumabe, Mitoxantrone, Ciclofosfamida, Imunoglobulina humana (endovenosa Transplante Autólogo de medula óssea

 

Terapias gênicas Observações: 1. Recomenda-se um intervalo mínimo de um mês após transplante de medula óssea ou após a rejeição. O intervalo após o emprego de Rituximab deve ser de 3 meses. 2. Como explicado acima, é necessário enfatizar que não se sabe se a imunossupressão diminui a eficácia da vacinação. Os cuidados de uso de máscara e distanciamento social devem ser mantidos.


 

PRIORIZAÇÃO DE PACIENTES COM DOENÇAS NEUROLÓGICAS

 

Até o momento não há qualquer normativa por parte das autoridades em relação à priorização baseada em doenças neurológicas.


 

RECOMENDAÇÕES ESPECIFICAS

 

1. A febre, que pode ocorrer depois da vacinação pode facilitar o aparecimento de crises epilépticas, motivo pelo qual recomenda-se o uso de antitérmico caso haja aumento da temperatura corporal. Outra opção seria o uso regular de antitérmicos durante as 48 horas pós vacinação, especialmente com a vacina da Astra-Zeneca, que pode provocar febre mais frequentemente. 2. Não há qualquer indicação para a interrupção dos medicamentos em uso.

 

 

 

 


 

Referências Consultadas

 

 

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