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terça-feira, 3 de março de 2020

O desenvolvimento da inteligência emocional na mediação de conflito


A psicóloga clínica Nanci Belmonte explica a importância da inteligência emocional para o sucesso das mediações extrajudiciais


A inteligência emocional é uma habilidade, uma competência que as pessoas precisam ter para administrar suas emoções e alcançar seus objetivos. Na Mediação, é utilizada como gatilho para motivar as partes a usarem essa capacidade para entender e administrar os próprios sentimentos e emoções que existem por trás do conflito.

Ela regula o próprio estado de espírito dos envolvidos no conflito e ajuda a impedir que a aflição invada a capacidade de pensar, além de criar empatia e saber esperar, tudo com o objetivo de garantir uma condição mais favorável, em um cenário divergente. A inteligência emocional propicia a criação de uma realidade mais humana e ampliada, já que o conflito está relacionado a indivíduos que buscam determinados resultados a partir de uma comunicação desgastada e sem consenso.

Num universo de competições e da busca pelo que se acredita ser justo, desenvolver essas competências é condição fundamental para a resolução de conflitos, sejam de qualquer ordem. Vale aqui observar a diferença existente entre confronto e conflito. O conflito é uma discordância de posição, postura, ideias, atitudes e interesses. No conflito, as pessoas estão dispostas a defender seus pontos de vista, mas sempre com a intenção de preservar a continuidade da relação. No confronto existe sempre o componente hostil, em que as pessoas se opõem no plano pessoal, temem o debate de ideias.

Na Mediação, compreendemos que o conflito é necessário para gerar mudanças, justamente por ser inerente ao processo de desenvolvimento humano, pois em qualquer área da vida há algum tipo de conflito que deverá ser enfrentado.

Quando nos deparamos com as angústias de outra pessoa, que às vezes está mascarando todo conteúdo emocional num problema mais concreto, é necessário ampliar nossas percepções enxergando o aspecto mais frágil travestido de conflito, fazendo com que essas emoções militem a seu favor, usando-as como alavanca para novas ponderações, ajustes de comportamentos e até na forma como as partes conseguem olhar para tudo isso.

Nós da Sena Mediação buscamos esse “Novo Olhar para o Conflito”, pois entendemos que o fator emocional comanda o comportamento pessoal, com resultados positivos ou negativos dependendo do impacto das situações fáticas no cotidiano das pessoas. Todo o trabalho consiste em permitir que as partes envolvidas possam perceber o conflito de forma mais ampla e aguda. Na Mediação, facilitamos essa comunicação com técnicas adequadas, reduzindo o ruído do ambiente inicial, sem que as partes se sintam julgadas ou ameaçadas em suas crenças e convicções.

A imparcialidade dos mediadores ou mediadoras diante do conflito é imprescindível para criar um vínculo de confiança e credibilidade com as partes. Por meio da escuta ativa e da inteligência emocional, a Mediação tem marcado posição como uma nova alternativa facilitadora do consenso, sem uma visão meramente técnica, com os envolvidos totalmente alijados do processo decisório, como nas soluções via Poder Judiciário.




Sena Mediação


A ARAPUCA


O que pretendo aqui é alertar para uma armadilha retórica que a esquerda usa como pedacinhos de pão para atrair inocentes e incautas pombinhas à sua gaiola.         Se há um talento nessas facções ele está em sua capacidade de extrair dos males do mundo o combustível necessário à sedução e mobilização de ativistas. Nesse sentido, a canhota ideológica funciona como uma refinaria projetada para transformar insatisfações sociais em energia pura.

        Nick Cohen, em What's Left (2007), já mostrava que a esquerda, no mundo todo, aliava-se a movimentos e governos totalitários e fascistas. Com efeito, comunismo, nazismo e fascismo são trigêmeos univitelinos. Quando Porto Alegre acolhia a fogosa militância dos Fóruns Sociais Mundiais (2001 a 2005), a cidade era adornada com pichações que davam vivas a Saddam e ao terrorista Arafat. Alegorias de mão louvando os ícones dos totalitarismos do século passado dominavam a paisagem nas ruidosas passeatas que promoviam. E não há silêncio maior do que o da esquerda em relação aos crimes dos irmãos Castro, à construção totalitária de Hugo Chávez e à sua amplificação sob Nicolás Maduro. Nada que façam extrai sequer um murmúrio de protesto.

        O que leva jovens idealistas a entrarem numa canoa com tantos furos no casco, tão incompatível com ideais elevados? Resposta: a arapuca. Ela consiste em: 

1) apontar os problemas constatáveis em sociedades de livre iniciativa, de economia de empresa, de capitalismo, enfim; 

2) apresentar como resposta a esses problemas os mais consensuais e nobres anseios da humanidade; e 

3) denominar esses anseios de socialismo ou comunismo.

É a ternura sem endurecimento. Nessa retórica, passa sem qualquer menção o fato de suas experiências, malgrado terem mantido bilhões de pessoas em sucessivas gerações sob servidão totalitária, não produziram uma única democracia, uma economia que se sustentasse e um estadista de respeito.

Após um século de insucessos, os seus modelos acumulam cem milhões de cadáveres e disputam com a peste do século XIV o troféu universal da letalidade. É o endurecimento sem ternura.

        A arapuca, portanto, consiste em comparar coisas desiguais, ou seja, a experiência real e muito mais bem sucedida das sociedades livres, nas quais obviamente persistem problemas, com a fantasia do paraíso descrito no falatório esquerdista. Em regra, quem arma essa arapuca é um manipulador que confia na ingenuidade alheia. No entanto, só se pode comparar coisas de fato confrontáveis, ou seja, cada doutrina com sua prática, ou doutrina com doutrina e resultado com resultado. E aí não tem nem graça.




 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 2 de março de 2020

Março amarelo


O que é endometriose? Doença pode causar infertilidade. Entenda!

Problema atinge uma em cada 10 brasileiras. O mês de março é mundialmente dedicado à conscientização da doença.


A endometriose é uma das principais causas de infertilidade no sexo feminino no mundo, afetando cerca de 200 milhões de pessoas, segundo as organizações mundiais de endometriose. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 10 brasileiras tem a doença. Por isso, o mês de março é dedicado à conscientização mundial da endometriose.

“Cerca de 50% a 60% das pacientes com endometriose podem desenvolver a infertilidade”, alerta a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro. Isso significa que apenas uma parcela dessas mulheres não será infértil. “Algumas têm o problema, mas não apresentam dificuldade para engravidar”, diz a especialista.


O que é?

A endometriose é uma doença que se caracteriza pela presença do endométrio - camada que reveste o interior do útero – fora dele, podendo acometer vários órgãos, entre eles a bexiga, os ovários e o intestino. Além disso, é comum em mulheres em idade fértil, diagnosticada principalmente na faixa etária dos 20 aos 30 anos.


Sintomas

O sintoma mais comum é a cólica forte e prolongada, muitas vezes interpretada como um sinal comum da menstruação. “Por isso, pouca gente decide investigá-la. Em alguns casos, ela pode vir acompanhada de dor durante a relação sexual ou na hora de evacuar. Porém, nem sempre há sintomas e muitas mulheres só descobrem a endometriose quando começam a investigar a infertilidade”, pontua a especialista.

Cláudia esclarece, porém, que o grau da dor nem sempre está relacionado à gravidade da doença. “Podemos ter pacientes totalmente assintomáticas com lesões severas e pacientes com sintomas muito fortes e uma endometriose leve”, explica.  As dores, segundo a médica, e a dificuldade para engravidar são os principais sintomas que levam as mulheres a investigarem o problema.


Diagnóstico e tratamento

Exames de ultrassonografia ou ressonância magnética podem sugerir fortemente a presença de endometriose. Isso ajuda o médico a programar uma conduta individualizada. Segundo a especialista, os tratamentos para a endometriose podem ser divididos em cirúrgicos ou medicamentosos:
  • Entre os tratamentos medicamentosos, o mais utilizado é o uso da pílula anticoncepcional, principalmente de forma contínua;
  • As injeções de hormônio também podem ser utilizadas, mas, o mais importante, atualmente, é a individualização do tratamento;
  • Anti-inflamatórios e analgésicos podem ser administrados, porém, eles apenas aliviam os sintomas, e não tratam a doença em si;
  • Já o tratamento cirúrgico irá depender, principalmente, da forma de apresentação da doença e dos sintomas da paciente.

Desejo de ser mãe

Segundo Cláudia Navarro, o tratamento da endometriose precisa levar em consideração o desejo da mulher em ser mãe. “Se a gravidez estiver no planejamento do casal, precisamos saber se é um desejo imediato”, pondera. “É importante considerar se não há interferência de fatores externos como, por exemplo, um resultado alterado no espermograma do parceiro”, diz.

“Caso a paciente esteja enfrentando dificuldade para engravidar, a melhor proposta é utilizar um dos tratamentos disponíveis para infertilidade”, orienta Cláudia. As mulheres que planejam uma maternidade futura devem ser acompanhadas por especialista para evitar a progressão ou piora da doença.
“O importante é sempre procurar ajuda especializada, e não esquecer que cada paciente deve ser avaliada individualmente. O melhor tratamento para uma paciente pode não ser eficaz para outra”, explica.





Cláudia Navarro - especialista em reprodução assistida e diretora clínica da Life Search. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, Cláudia titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.  


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