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segunda-feira, 2 de março de 2020

Você já reparou que a maioria dos idosos que conhecemos já teve pneumonia?


Tratamento da disfagia em idosos é fator importante para prevenção de doenças

O envelhecimento é um processo contínuo que ocorre em todo organismo e, mesmo assim, é falado muito pouco sobre ele. Nesse processo é natural que as estruturas e funções de vários órgãos sejam alterados e uma das mais comuns, embora menos comentada, é a alteração do processo de engolir os alimentos, chamada de presbifagia.

A presbifagia envolve diversas alterações no ato do idoso se alimentar e pode se manifestar de maneiras diferentes, variando de indivíduo para indivíduo. Alguns idosos tem alterações mais leves como sensação de comida presa na garganta, no céu da boca, língua ou bochechas, dor para engolir, aumento da tosse durante a alimentação e outros possuem alterações mais graves como falta de ar ao se alimentar, sonolência excessiva, exacerbação de problemas pulmonares e aumento da quantidade de secreção.

O que pouca gente sabe é que essas mudanças predispõem e muito o idoso a uma pneumonia.

Devido a essas dificuldades, que podem ocorrer no momento da ingesta de líquidos ou da comida sólida o idoso muitas vezes tente a fazer modificações por conta própria, como beber menos ou comer menos ou comer apenas comidas semi líquidas e pastosas podendo desenvolver quadros de desnutrição e /ou desidratação? E a pneumonia? Bem, ao perder peso os idosos acabam perdendo massa magra e os músculos envolvidos na deglutição acabam agindo de forma ineficiente. Ou seja, os músculos que abrem caminho para o alimento ir para o estômago e, ao mesmo tempo fecham o caminho para que nada vá para os pulmões não conseguem fazer bem o seu papel, e parte do conteúdo alimentar acaba chegando as vias aéreas e, às vezes, aos pulmões, causando dificuldades respiratórias graves e pneumonias. Alguns pacientes idosos, já possuem disfagia, que são as mesmas dificuldades de engolir, porém devido a uma doença neurológica, e não pelo envelhecimento em si.

Outro ponto importantíssimo e que poucas pessoas dão atenção é que, durante a vigência de um processo infeccioso esse desempenho muscular também muda. Então, num idoso que já tem alterações do processo de deglutição, a vigência de um processo infeccioso pode ser o suficiente para o predispor à pneumonia por aspiração. Segundo demonstrado no X Congresso de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro, a taxa de perda de massa muscular de um idoso em 72 horas de internação ou quando infecta é elevadíssima, podendo representar quase 1kg de massa magra perdida. Agora pensa num idoso, já com algumas alterações, em vigência de processo infeccioso internado há mais de três dias: As chances de ocorrer os distúrbios respiratórios por aspiração de conteúdo alimentar (às vezes até salivar) é enorme! Por isso é tão comum que o idoso faça volta e meia uma pneumonia ou quando internado, ainda que por outro motivo acabe fazendo uma.

Mas por que isso acontece? O grande problema é desconhecimento. Por não imaginarem que o ato de engolir tem relação com as infecções de vias aéreas ou exacerbação de sintomas pulmonares como a DPOC, por acharem que a alteração no processo de deglutição é algo inerente à idade e por desconhecerem que existe um trabalho para melhorar a qualidade da deglutição muitos idosos acabam não procuram o profissional habilitado para cuidar dessa questão ou sequer relatam aos demais profissionais de saúde que poderiam encaminhá-los para o profissional mais indicado, no caso o fonoaudiólogo.

Como isso poderia ser evitado? Acredito que os profissionais da saúde que trabalham com idosos poderiam incluir em suas anamneses e questionários perguntas e ou instrumentos que ajudam a detectar se a alimentação do idoso precisa de uma atenção maior não só no aspecto nutricional, mas da ingestão. Existem bons instrumentos disponíveis e que inclusive são gratuitos. Dessa forma, poderiam questionar e identificar o quadro da maneira mais precoce e caso necessário, seria dado início ao tratamento a fim de garantir a qualidade de vida dos idosos. Infelizmente, a maioria dos idosos chega após quadros infecciosos graves, desnutridos ou desidratados. O último caso que atendi a senhora já estava 20 quilos abaixo do peso e com consequências não só na parte muscular como na parte cognitiva.

Estabelecer o que seria o esperado para as funções orofaciais nessa etapa da vida e identificar as anormalidades é essencial visto que o envelhecimento é uma necessidade na sociedade mundial.

Por quê?, Porque a população vem envelhecendo a passos largos segundo o índice de XXXX e consequentemente, o aparecimento de problemas como as alterações de deglutição em idosos tem se tornado crescente e a tendência é que continue cada vez maior. Inclusive, um estudo publicado pela universidade norte-americana John Hopkins indica que 1 a cada 3 adultos sofrerá com disfagia. Com esse diagnóstico os pesquisadores acreditam que será possível prevenir milhares de mortes de pessoas com essa condição, já que 25% das pessoas que possuem o problema morrem em até dois meses e 50% morrem em até dois anos. Para não falar nos gastos com os tratamentos pelas consequências e /ou recorrência do problema aos cofres públicos e aos planos de saúde. Embora eu consiga tratar e prevenir essas questões todas nos pacientes que eu acompanho, ainda há uma parcela enorme da sociedade que segue sem nem imaginar o tamanho do problema que possuem e apenas tomam medicação para secreções pulmonares ou antibióticos de forma contínua. Outras, nem isso. É consequência demais para um problema permanecer mascarado embaixo apenas da falta de queixa dos velhinhos enquanto eles buscam soluções nos locais e das formas mais equivocadas possíveis. Como dizem por aí: Precisamos falar sobre isso.





Letícia Freixo - Fonoaudióloga formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós graduada pela FOB-USP e mestre na linha de distúrbios da voz, fala e funções orofaciais também pela FOB-USP, a profissional atua de forma integrada aos profissionais de medicina, fisioterapia e nutrição. Letícia Freixo consagrou-se na fonoaudiologia através do atendimento domiciliar de pacientes idosos e, atualmente, vem se destacando pelo seus resultados nos tratamentos de apneia do sono leve, moderada e grave.



Coronavírus no Brasil – Infectologista ensina a forma correta de se prevenir



Com confirmação da doença e o aumento do índice de letalidade, o especialista fala sobre higiene e uso de máscaras


Segundo o infectologista do São Cristóvão Saúde, Dr. Jorge Garcia, ficar alerta e ter cuidados básicos com a higiene são as melhores medidas de prevenção que as pessoas devem seguir no momento.

O coronavírus é contagioso e pode ser transmitido por meio de gotículas expelidas durante a tosse ou espirro, assim como a gripe. Os sintomas até o momento, além desses, são febre e falta de ar. O especialista reforça que pacientes com estes sintomas, devem procurar imediatamente por atendimento médico.

Muitos se perguntam o que fazer para se prevenir corretamente, agora que o vírus chegou ao Brasil. As medidas indicadas são básicas e muito simples como explica o infectologista, Dr. Jorge Garcia, “É preciso lavar as mãos frequentemente com água e sabonete, por pelo menos 20 segundos. Se por algum motivo não tiver disponível, deve-se usar um desinfetante para as mãos à base de álcool”. 


Oito passos de como lavar as mãos corretamente segundo o especialista:

1.   Comece a lavagem com movimentos circulares dos dedos de uma mão na palma da outra.

2.   Entrelace as duas mãos para higienizar o dorso delas e, principalmente, a região entre os dedos.

3.   Repita o processo de dedos cruzados — agora com as palmas juntas.

4.   Para assear as unhas, deixe as mãos em forma de concha e faça movimentos verticais uma na outra, juntando-as em sentido oposto.

5.   Com a mão ainda em forma de concha, fechada, desenhe círculos na palma.
6.   Use água corrente para tirar o sabão (e as bactérias) de sua pele.

7.   Se possível, feche a torneira com um papel ou uma toalha para não se sujar de novo.

8.   Por fim, seque bem as mãos com uma toalha limpa ou um pedaço de papel.


Outras medidas preventivas importantes:

·         Seguir a etiqueta respiratória: cobrir a boca e nariz com um lenço de papel quando tossir ou espirrar e descartar o lenço usado no lixo. Caso não tenha disponível lenço descartável, tossir ou espirrar no antebraço e não em suas mãos, que são importantes meios de contaminação.

  • Higienizar as mãos com frequência e sempre após tossir ou espirrar;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca sem ter higienizado as mãos;
  • Usar máscara cirúrgica se estiver com febre ou tosse e procurar atendimento médico.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Evitar aglomerações. 
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
  • Se tiver sintomas evitar de ir à escola ou ao trabalho 

“O uso de máscara é recomendado para pessoas que estiveram com sintomas respiratórios, como tosse ou espirro, para proteger os demais. Se a pessoa não tiver nenhum sintoma, não há necessidade de usá-la. Quem deve usar máscara, considerando casos suspeitos ou confirmados, são: todos os profissionais de saúde que prestam assistência direta ao paciente e profissionais designados para a triagem dos casos; toda a equipe de suporte, que tenha contato a uma distância menor que um metro dos pacientes suspeitos ou confirmados, incluindo pessoal de limpeza, nutrição e responsáveis pela retirada de roupas sujas da unidade de isolamento, porém, recomenda-se que o mínimo de pessoas entre no quarto do paciente; todos os profissionais de laboratório, durante coleta, transporte e manipulação de amostras de pacientes; familiares e visitantes que tenham contato com os pacientes, porém recomenda-se restringir o número de familiares e visitante e, profissionais de saúde que executam o procedimento de verificação de óbito”, finalizou o infectologista.


Epidemias


Opinião


Quando uma doença contagiosa atinge grande número de indivíduos em diversas localidades, de forma rápida e temporária, trata-se de uma epidemia. Sempre fomos expostos a infecções virais, mas com a intensa migração populacional dos últimos tempos estes agentes passaram a disseminar-se mais facilmente.

Embora ocorram grandes prejuízos individuais, uma epidemia viral sempre representa problema coletivo cujas soluções devem abranger a população. A maior responsabilidade de controle cabe aos órgãos públicos de saúde, mas as recomendações devem ser rigorosamente seguidas pelo cidadão. Como todos os setores da sociedade devem dar a sua contribuição, a AMRIGS e demais entidades médicas aqui se manifestam.

Além dos graves danos à saúde, uma epidemia viral leva a impactos sociais e econômicos pela retração de mercado, quedas nas bolsas, redução do turismo, e uma série de perdas. Corrupção e vantagens empresariais acontecem. Direta ou indiretamente, atinge todos.

Existem três recursos para nos protegermos de uma epidemia viral: vacina, prevenção de contágio e medicamento antiviral. Para a gripe comum, a influenza, dispomos dos três. No caso do coronavírus, como ainda não existe nem vacina e nem remédio antiviral a ênfase é evitar o contágio e tratar os doentes precocemente, principalmente casos graves. Evitar contágio exige isolar infectados e todos adotarem medidas higiênicas recomendadas como lavar mãos frequentemente, usar máscaras, luvas, etc. Casos suspeitos devem ser assistidos em locais com recursos e assistência de profissionais treinados.

Cenário mais inquietante é o das regiões frias e aglomerações. Nestas situações, ficar mais atento, reforçar as melhores práticas, e estimular a colaboração de todos.

Com os avanços da tecnologia o vasto e invisível mundo dos vírus está sendo melhor entendido e controlado, principalmente por medidas preventivas. Evitar a ansiedade e o medo gerados pela desinformação e que podem ter consequências até piores que a própria epidemia.

Encarar a epidemia do coronavirus como um grande desafio que logo terá solução tecnológico-epidemiológica. Manter-se informado por fontes confiáveis. E lembrar a cada instante que a vida é preciosa e continuará sendo bela para quem a valorize e defenda. Acredite!

A pior das epidemias, a do tabaco, mata milhões e se perpetua devido aos lucros financeiros.




Luiz Carlos Corrêa da Silva - Médico Pneumologista. Professor Universitário. Fumo Zero AMRIGS. Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina. Santa Casa de Porto Alegre.


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