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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Como utilizar o podcast em sala de aula?


Ferramenta contribui para o protagonismo do aluno e estimula interesse pela aprendizagem


Um dos desafios dos educadores é sempre pensar em novas maneiras de estimular o interesse dos alunos pela aprendizagem. E como estão imersos em um ambiente tecnológico, por que não utilizar ferramentas modernas e inovadoras para despertar a atenção deles?

O podcast, por exemplo, é uma dessas ferramentas que entra no exercício dos Gêneros Digitais, citado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Segundo o professor e autor do Sistema Anglo de Ensino, Henrique Braga, os programas de áudio estimulam o interesse do aluno pela busca do conhecimento.

“O que gera o envolvimento é o estudante estar no centro da própria aprendizagem, aquilo que chamamos de metodologias ativas; com o podcast, o aluno não aprende somente a produzir um material multimídia, mas também entende conceitos éticos de risco, exposição e filtro de conteúdo na internet, além de explorar um leque de temas que saiam da zona de conforto, ligando com assuntos das disciplinas obrigatórias”, afirma.

Segundo o autor do Anglo, uma proposta de atividade válida para fazer em sala é dividir os alunos em grupos em que cada um possa desenvolver um podcast. “Em Língua Portuguesa, por exemplo, podemos trabalhar a oralidade em forma de podcast, fazendo com que os alunos analisem uma obra literária, um conto ou um contexto de atualidades em um programa de áudio roteirizado”, explica Braga.

É importante, porém, entender que nem sempre o que dá certo em uma turma, dará em todas. Novas abordagens sempre precisam ser testadas de acordo com o perfil das salas de aula. O importante é entender que o formato de aula onde o professor é detentor do conhecimento e transmite isso aos estudantes já não tem mais o mesmo impacto que anos atrás. Por isso, é necessário fazer do aluno também o protagonista do seu próprio aprendizado. “O professor precisa trabalhar em conjunto com o aluno e propor atividades com recursos multimídia pode ser uma boa maneira de estreitar essa relação”, conclui Henrique Braga.





Sistema Anglo de Ensino

Livre brincar: saúde psico emocional e desenvolvimento infantil


É só entrar em qualquer shopping para constatar as inúmeras opções de brinquedos e de brincadeiras programadas que existem atualmente à disposição da garotada. São atividades para estimular isso ou aquilo, e, supostamente tornar a criança “mais inteligente”. 

Mas afinal, o que é “Brincar”? Como disse Walter Benjamin - no livro Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação - “não há dúvida que brincar significa sempre libertação.” 

“Livre Brincar” é uma atividade espontânea que dá total liberdade para a criança dar asas à imaginação. 

Em contraposição às brincadeiras assistidas/organizadas, onde há diretrizes e regras pré estabelecidas, o “Livre Brincar” é um convite à criatividade da criança, estimulando-a a experimentar e a buscar o novo, frente a um universo de possibilidades, permitindo que ela se expresse, invente e construa as bases da sua própria brincadeira.

É justamente isso que torna essa modalidade de brincar tão enriquecedora e relevante para a formação da criança. Se engana quem acredita que o “Livre Brincar” é uma ação lúdica “descompromissada”. Na brincadeira assistida há o compromisso com determinadas regras ou propostas inerentes à própria brincadeira (por exemplo, as regras de um jogo). 

Já no “Livre Brincar” o compromisso é com a imaginação. “Livre Brincar” é ato criativo, similar à do artista ou do escritor. Aqui cabe lembrar um verso de Manoel de Barros na Terceira Infância de suas Memórias Inventadas: “Inventei um menino levado da breca para me Ser.” 

Assim como a invenção do menino-poeta precede o seu Ser, no “Livre Brincar” a invenção da brincadeira precede o ato de brincar. Começa-se a brincar antes da própria brincadeira, pois aqui, brincar é aventurar-se e descobrir-se.

O “Livre Brincar” guarda semelhança com o ato da leitura: os livros, por mais que conduzam o leitor em narrativas pré-determinadas, precisam ser  preenchidos pela imaginação. Cada leitor imagina a personagem, o desenrolar da ação ou determinada paisagem de forma única, a partir de suas próprias referências. É isso que torna ainda mais complexa a transposição de um livro (versão aberta que insere o leitor) para o cinema (versão fechada que reflete a visão do diretor).

O “Brincar Livre” é momento onde a criança vai explorar o mundo, criar conexões e aprender experimentando. Além de estimular o cérebro, esta modalidade de brincadeira permite que ela faça ensaios da futura vida adulta ( brincar de casinha por exemplo) e elabore questões psicoemocionais, formulando perguntas e encontrando respostas por uma via lúdica. Através da brincadeira a criança experimenta e se insere no mundo. 

A despeito de sua importância, o “Livre Brincar” é uma modalidade lúdica sob risco de extinção no mundo moderno, pois as crianças de hoje não são mais  convidadas a criarem suas próprias narrativas. Ao contrário, são estimuladas à adentrarem narrativas prontas, pré definidas, seja por meio de videogames, programas televisivos, aplicativos de celular e etc. 

Ao expor excessivamente a criança à essas atividades estamos comprometendo sua capacidade de criar, não somente no que tange ao aspecto lúdico e imaginativo, mas atrofiando sua capacidade de resposta aos inúmeros desafios que certamente a vida irá lhe propor.

Não por acaso proliferam os manuais de autoajuda, com fórmulas prontas que servem a diferentes propósitos, mas não contemplam as especificidades de cada indivíduo.  

Para cada criança deveria ser permitido construir seu modo de ser único, de forma a conseguir elaborar suas questões valendo-se de seus próprios recursos e instrumental, resultantes de sua bagagem e experiência. 

É preciso sempre lembrar do que disse Tolstói em seu romance de estreia, Infância: “Se tomarmos tudo ao pé da letra, não haverá brincadeira nenhuma.” E, se não houver brincadeiras, o que é que sobra?”





Lílian Cristina Moreira - Pediatra e Homeopata - Cliente Comunica me - CRM: 53.53292-0



[1] Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação, pg. 85
[2] Infância. Ed. Todavia. Pg. 52

Por que é tão difícil educar nossos filhos?


É preciso resolver nossos próprios problemas para nos dedicar sem obstáculos
 
Diferente do que muitos pensam, não é o sucesso individual que proporciona a felicidade, somos seres sociais e precisamos, sobretudo, de vínculos afetivos. Para as crianças pequenas, o estabelecimento de vínculo consistente com os pais impacta no desenvolvimento cognitivo, emocional e social.

“Atualmente, há muito acesso a informações, o que é muito positivo porque podemos rever certas formas de educar que geraram experiências emocionais desagradáveis”, conta Ana Paula de Carvalho, consultora parental.

 Em contraponto, muitos pais se sentem inseguros e constantemente julgados diante de tantas informações que, muitas vezes, são até contraditórias.

Um dos mais profundos desejos é fazer o melhor para os filhos. Mas, muitas vezes, a rotina tumultuada (cheia de pressa e estresse) não permite abandonar o “piloto automático” e acaba (de forma inconsciente) repetindo ou refutando a forma como fomos educados. Os pensamentos giram em torno de “eu passei por isso e não quero que meu filho passe” e “nada disso me traumatizou, então, vou agir assim mesmo”.

“Durante um atendimento individual, uma cliente me relatou que sempre caia em um círculo vicioso – ela transitava entre o comportamento autoritário e o permissivo, ocasionando muito estresse para ela e seus filhos – exemplificando, se no mercado o filho pedia um chocolate, ela primeiro negava veementemente, a criança insistia (berrando), ela cedia e finalizava afirmando de forma agressiva: é última vez que isso acontece”, relata a consultora.

No decorrer dos atendimentos, a mãe conseguiu incorporar novas ferramentas no dia-a-dia, rever rotinas, olhar para ela mesma, para os filhos, buscar auxílios e (o mais importante) perceber sua potência como mãe, notar que sabia muito mais do pressupunha.

“De fato, é muito difícil educar nossos filhos porque muitos de nós tivemos poucas oportunidades de olhar para as nossas habilidades parentais de forma consciente e conhecemos muito pouco sobre o desenvolvimento infantil”, explica Ana.

Ter a oportunidade de olhar para nós e para nossos filhos pode nos propiciar um ambiente familiar muito mais aconchegante e o endereço da felicidade está no estabelecimento saudável de vínculos afetivos. 





Ana Paula de Carvalho - Consultora Parental, Pedagoga, Especialista em Educação Especial, em Educação Transformadora e Mestre em Educação
A Tenda - Rua Fernandes de Barros, 1426, Cristo Rei, Curitiba - SP

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