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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Descumprimento de prazo pelas distribuidoras atinge quase 70% das reclamações na geração distribuída solar fotovoltaica


Apuração da Ouvidoria da ABSOLAR aponta que, entre as principais violações das regras da Aneel, estão atrasos na emissão do parecer de acesso, demoras nas vistorias e lentidão na substituição do medidor

Serviço da entidade traz mais transparência e alerta para abusos das concessionárias com os clientes de geração distribuída no Brasil

 


Levantamento exclusivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) mostra que as distribuidoras de energia elétrica têm descumprido as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e dificultado a vida dos consumidores brasileiros que querem instalar sistemas fotovoltaicos em suas residências, comércios, indústrias e propriedades rurais.

Segundo dados apurados pela Ouvidoria da ABSOLAR, canal gratuito de denúncias das irregularidades cometidas pelas distribuidoras com relação às regras da geração distribuída no Brasil, o descumprimento dos prazos atinge quase 70% das reclamações das empresas que instalam sistemas de geração distribuída solar fotovoltaica para os consumidores brasileiros.

A violação dos prazos estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) envolve desde o tempo para vistoria dos sistemas, com 17,5% das reclamações, a substituição do medidor, com 18,5% das queixas, até a emissão do parecer de acesso, registrado como o caso mais grave e afetando 31,7% dos denunciantes.

Com base nos dados da Ouvidoria, a ABSOLAR elaborou um relatório com as denúncias recebidas e protocolou neste mês a primeira edição do documento na Aneel. “Os abusos cometidos pelas distribuidoras prejudicam diretamente os consumidores brasileiros que, sozinhos, muitas vezes não conseguem garantir que seus direitos sejam respeitados. Com este documento queremos conscientizar a sociedade e motivar a Aneel e suas agências regulatórias estaduais conveniadas a fiscalizar e tomar providências para solucionar estes graves problemas", diz Bárbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída da ABSOLAR.

Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, os descumprimentos recorrentes de regras da Aneel por parte das distribuidoras precisam ser devidamente investigados pelas autoridades responsáveis, uma vez que prejudicam os consumidores e a sociedade brasileira como um todo. “Quaisquer irregularidades identificadas pelos órgãos fiscalizadores precisam ser rapidamente reportadas à Aneel e, assim que comprovadas, rigidamente punidas. Isso dará o sinal claro de que as regras devem ser cumpridas e seguidas por todos, sem exceção”, recomenda.

Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, o consumidor sentiu no bolso a forte alta das tarifas de energia elétrica e encontrou na geração distribuída solar fotovoltaica uma solução eficaz e sustentável para economizar e aliviar o seu orçamento. “O consumidor não pode ser lesado dessa forma. Ainda por cima, ele está contribuindo com a geração de emprego e renda, redução de perdas elétricas, postergação de investimentos em novas linhas de transmissão, redução do despacho de termelétricas caras e poluentes, entre outros benefícios para toda a sociedade”, aponta Sauaia.

O levantamento da ABSOLAR considerou uma amostra de 416 reclamações, registradas entre janeiro e agosto de 2019. A Ouvidoria da entidade é um serviço gratuito e aberto a todos os cidadãos e empresários do setor solar fotovoltaico brasileiro, servido como ferramenta para denunciar problemas junto às distribuidoras no segmento de geração distribuída no Brasil, especialmente durante a conexão de novos sistemas para consumidores junto à sua distribuidora local. O serviço pode ser acessado pelo: http://www.absolar.org.br/ouvidoria.



O "pulo do gato" nas vendas em tempos de crise


Os últimos anos não foram favoráveis para vendas na maioria dos setores do Brasil, já que, com a crise econômica, houve um grande aperto no orçamento das empresas e do governo. Neste cenário, a área comercial é uma das mais afetadas devido ao aumento da concorrência, diminuição das margens e a escassez de novos negócios. Diante desta constatação, o que podemos fazer para dar o pulo do gato e melhorar os resultados das vendas?

A negociação, tanto em vendas, quanto em compras, passa a ser estratégica para as empresas manterem suas margens, sempre pressionadas em tempos de crise, e seus clientes, cada vez mais escassos e com orçamento limitado. Esta é a nova realidade das empresas: redução nas margens de lucro em um mercado acirrado. Desta forma, garantir maiores índices de lucratividade exige negociação e, por isso, organizações passaram a buscar mais eficácia na gestão de seus negócios, fazendo uso principalmente das técnicas de negociação com fornecedores e clientes para se tornarem mais competitivas.

Nas compras empresarias, o uso das técnicas, princípios e o correto cumprimento de todas as etapas do processo de negociação já é uma constante há algum tempo, desde que os executivos perceberam que cortar custos em compras é a melhor forma de melhorar a lucratividade da empresa. O caminho de menor esforço para melhorar o resultado das empresas é o ganho por meio das negociações em compras, pois com a crescente competitividade nos pontos de venda, grandes aumentos são raros. Além disso, as empresas já trabalham com estruturas extremamente enxutas, o que dificulta a redução dos gastos gerais. Comprar bem influencia diretamente a lucratividade dos negócios.

O perfil do profissional de compras nas empresas também mudou, passando a ser mais jovem, bem selecionado e formado, com cotas de cortes de custos incidindo sobre seu salário variável e, sem dúvidas, investimentos em treinamentos e sistemas de informação para apoio às negociações de compras (procurement) também contribuem para o trabalho.

Esse profissional precisa agora ter visão sistêmica, conhecer a organização, saber negociar (não apenas com fornecedores, mas também com clientes internos), tomar decisões com base nos indicadores de desempenho e estar atento ao ambiente externo de modo a adotar estratégias de negociação coerentes com a conjuntura econômica e as necessidades da empresa. Empresas necessitam de compradores que detenham conhecimentos em assuntos estratégicos, sejam bons negociadores, tenham iniciativa, capacidade de decisão e credibilidade.

Em vendas, o atual cenário econômico brasileiro também fez com que a importância da utilização de técnicas, princípios e processos de negociação aumentassem. Um aluno, que trabalha em empresa do ramo de óleo e gás em Campos/RJ, fez a seguinte colocação em aula: “Alguns anos atrás, quando o petróleo estava com alto valor de venda e altas margens de lucratividade tudo estava certo. Agora que a crise chegou, os preços das commodities caíram e as margens diminuíram, começaram a acontecer os cortes e a aparecer os problemas de má de gestão, até mesmo em vendas”.

Num cenário de crise econômica como o atual, a necessidade de se preparar para as negociações mais importantes é fundamental para os vendedores de empresas de serviços e produtos. Porém, nem sempre damos o devido valor a esta etapa do processo de negociação. Queremos ter um bom resultado nas negociações, mas não dedicamos o devido tempo antes de fazê-las para que o acordo seja mais satisfatório para as partes envolvidas.

Quando me perguntam qual é o “pulo do gato”, a sacada que caracteriza e difere o bom vendedor em tempos de crise, respondo utilizando o artigo ‘O Pulo do Gato’, do Max Gehringer, no qual ele mostra que o pulo do animal gato é, literalmente, seguir a metodologia, pois desta forma ele consegue livrar-se da queda no chão de mau jeito, sempre seguindo a metodologia. Analisando vendedores de alta performance, podemos notar que utilizar as metodologias e os estudos em vendas e negociação é o melhor caminho para enfrentar os momentos de crise.

A palavra metodologia às vezes nos leva a pensar que é uma coisa difícil, complicada, mas a metodologia é exatamente para ajudar a executar algo difícil, normalmente dividindo um processo complexo e longo em etapas, como no caso de vendas e negociação. Para executar vendas precisamos de preparação e o uso de uma metodologia de preparação é fundamental para o vendedor atual.

Nos sistemas de CRM (Customer Relationship Management), na parte de funil vendas – gestão de clientes, existe a metodologia de verificação da saúde da oportunidade, fundamental para identificar se o cliente está “quente ou frio”. No meu ponto de vista, isso é umas das coisas mais importantes em gestão de vendas consultivas (grandes) e previsão de vendas (forecast).

Nos livros de negociação existem as metodologias de apoio à preparação das negociações e vendas com seus formulários para preenchimento prévio, que lembram itens-chave para a negociação antes de executá-las, além de servir de material de apoio para a execução da venda/negociação. Portanto, vendas e negociação têm sim estudos, não precisam ser feitas empiricamente como a maioria dos vendedores insistem em fazer. As vendas e negociações podem e devem ser feitas metodologicamente.

Em tempos de crise, o “pulo do gato” em vendas é seguir as metodologias de vendas e negociação, preparar-se cada vez mais, dedicar tempo ao momento anterior, ou seja, na preparação da negociação e também depois, na fase de controle, para fazer uma avaliação (feedback) da negociação. Tudo isso nada mais é do que fazer o processo de vendas e negociação completo. Em outras palavras, foque no processo que o resultado virá como consequência. Este é o “pulo do gato”.





Alfredo Bravo - professor, palestrante na área de vendas, consultor da empresa GC-5 Soluções Corporativas e um dos autores do livro ‘Gestão Estratégica de Vendas’. É Doutor em Administração pela Universidade Federal de Rosário, na Argentina, Mestre em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense (UFF), MBA em Administração de Empresas e Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Graduado em Administração de Empresas pela UFF.


Alta do consumo das famílias melhora confiança dos empresários e expansão do comércio avança


FecomercioSP sugere que os comerciantes não alterem a margem de lucro e mantenham a estratégia de promoções


O Índice de Consumo das Famílias (ICF) obteve, em setembro, sua segunda alta consecutiva (2,7%). Com isso, a confiança do empresário registrou elevação de 5% após cinco quedas seguidas. Houve aquecimento nas intenções dos empreendedores em investir e fazer novas contratações, e o Índice de Expansão do Comércio (IEC) subiu 6,9%, depois de três baixas nos meses anteriores.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o panorama econômico apontou melhoras em setembro devido à entrada de mais dinheiro no mercado, após o pagamento da primeira parcela do 13º para os aposentados e a liberação de recursos do PIS/FGTS. Além disso, houve aumento no índice de emprego, a inflação está controlada e os juros caíram.

Com os juros em queda, as instituições financeiras procuram rentabilidade no mercado e facilitam a obtenção de crédito, o que também impulsiona a alta da confiança das famílias e dos empresários, com mais dinheiro em circulação para quitação de dívidas e aquisição de mercadorias.

Contudo, a Federação recomenda que os comerciantes ainda não alterem os preços dos produtos e mantenham a estratégia de liquidações do primeiro semestre, pois parte desse recurso que foi injetado na economia será utilizado para o pagamento de dívidas e a capacidade de consumo ainda está limitada.


ICF
 
O Índice de Consumo das Famílias (ICF) aumentou 2,7% em setembro, passando de 93,5 pontos em agosto para os atuais 96 pontos. Em relação ao mesmo período do ano passado, registrou alta de 9,7%.

Dos sete itens analisados, todos registraram alta na passagem de agosto para setembro, com destaque para momento para duráveis (4,8%) e acesso ao crédito (3,9%). Porém, mesmo com esses avanços, encontram-se abaixo dos 100 pontos.


ICEC
 
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou alta de 5% em setembro, 115,3 pontos, ante os 109,8 pontos de agosto. Na comparação com setembro de 2018, a elevação foi de 13,2%.


IEC
 
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) se recuperou em setembro e aumentou 6,9% – 98,8 pontos em agosto para os atuais 105,6 pontos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi de 12,2%. Os dois quesitos do IEC subiram na passagem de agosto para setembro: a propensão do empresário a investir (7,9%) e a expectativa de novas contratações (6,3%).


Notas metodológicas
 
ICF
 
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: emprego atual; perspectiva profissional; renda atual; acesso ao crédito; nível de consumo atual; perspectiva de consumo e momento para duráveis. O índice vai de 0 a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório e acima de 100 pontos é denotado como satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e para as instituições financeiras.


ICEC
 
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla as percepções do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que por sua vez pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.


IEC
 
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.


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