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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Medicina alternativa é opção para pets com problemas de saúde

Freepik

Descubra como funciona a técnica e quando ela pode ser utilizada para aliviar dores e curar doenças


Muitas pessoas têm buscado alternativas na hora de tratar seus problemas de saúde a fim de evitar métodos invasivos ou até mesmo o uso de medicamentos. Uma das opções mais procuradas é a acupuntura, conjunto de técnicas milenares da medicina chinesa que, por meio da aplicação de agulhas em pontos pré-definidos do corpo, os chamados “canais de energia”, estimulam diferentes efeitos terapêuticos. O método é indolor e também pode fazer uso de outros recursos, como ondas de calor, laser e cristais, que são utilizados para curar e aliviar sintomas.

Se entre as pessoas a medicina alternativa tem se tornado cada vez mais comum, é natural que os pets também sintam essa transformação. “Sempre que o animal possuir uma doença que o comprometa fisicamente ou que cause incômodos que interfiram em sua qualidade de vida, a acupuntura pode ser utilizada, muitas vezes, em conjunto com práticas da medicina ocidental, com o objetivo de melhorar a resposta ao tratamento convencional”, explica o veterinário Jorge Morais, fundador da rede Animal Place. “Em casos de doenças neuromusculares, problemas de coluna, distúrbios respiratórios, digestivos e sequelas de cinomose, a acupuntura veterinária é particularmente útil”, completa.

Assim como em humanos, os procedimentos procuram restabelecer o equilíbrio corporal, com base na estimulação de determinados pontos, especialmente áreas que possuem grande concentração de terminações nervosas. Com as aplicações, é possível atingir o sistema nervoso central do bichinho e amenizar dores, tratar lesões e até prevenir doenças como inflamações, problemas de coluna, artroses, dermatites e obesidade. Por vezes, o conjunto de técnicas também ajuda a combater de problemas emocionais, tais como depressão, ansiedade, hiperatividade, traumas e medos.

A opção é excelente para os pets mais idosos, que costumam ter restrições em relação a alguns medicamentos. “Há ainda casos em que o animal não pode ser submetido ao risco cirúrgico e a medicina chinesa pode ser a melhor saída”, salienta o veterinário, acrescentando que, embora a acupuntura seja frequentemente utilizada em cães e gatos, pode ser também aplicada a outros bichinhos de estimação, como os répteis e as aves. “Não há distinções para raças e nem sexo, qualquer animal pode realizar esse procedimento, que não causa dor e não possui contra indicação, desde que o tutor busque um local idôneo com veterinário especializado para realizar o atendimento”, conclui.





Animal Place


Leishmaniose: entenda a doença que avança em diversas regiões do país


Doença infecciosa e de caráter zoonótico ainda tem maior parte dos casos concentrada no Nordeste, mas avança em outros estados; Brasil concentra 90% dos casos da América Latina 


Você já ouviu falar em leishmaniose visceral? A doença, também conhecida em algumas regiões como calazar, pode levar a morte quando não diagnosticada e tratada a tempo. Causada por um parasita, a leishmaniose é transmitida ao humano por meio da picada de mosquitos, sendo ainda pouco conhecida em grandes centros urbanos, mesmo com o seu avanço em diversas regiões do país: segundo levantamento feito pelo Ministério da Saúde em 2017, a doença tem expandido significativamente no Nordeste e Sudeste brasileiro, o que exige a adoção de medidas de prevenção e atenção aos seus sinais. 

De evolução crônica, a leishmaniose visceral quando não tratada pode levar a óbito até 90% dos casos, de acordo com o Ministério da Saúde. A sua transmissão se dá a partir da picada do mosquito-palha (Lutzomyia longipalpis – principal vetor) infectado pelo protozoário Leishmania chagasi. Nas regiões urbanas o cachorro é o principal reservatório da doença, já que também pode ser picado pelo inseto.  

Segundo Marcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico Pet da MSD Saúde Animal, o combate ao mosquito transmissor, uso de coleira antiparasitária e vacinação nos animais de estimação são as principais medidas preventivas a serem adotadas. A dispersão territorial resultante da urbanização tem contribuído com o crescimento dos casos no país, daí a importância de incluir os animais domésticos nas estratégias de prevenção. 


Transmissão 

A transmissão da leishmaniose se dá após a picada do mosquito-palha infectado com o parasita. Esse mosquito se infecta após picar um cão infectado e passa a se tornar um transmissor da leishmania, transmitindo para outros cães saudáveis. O cão infectado pode apresentar sinais clínicos da doença ou se tornar um reservatório (não apresenta os sinais clínicos, mas está infectado). 

Após a infecção, tanto o cão doente como o reservatório podem infectar outros mosquito-palhas, que disseminarão a doença para outros cães e até mesmo para seres humanos. Importante destacar que o cachorro não transmite diretamente a doença para os humanos. “Em regiões onde a doença é endêmica, o aumento de casos tende a se dar muito rapidamente, pois tanto as pessoas como os animais podem demorar a apresentar sintomas e, consequentemente, serem diagnosticados”, afirma Marcio.


Sintomas no pet 

Após o período de incubação do parasita, que pode variar de três a 18 meses, o animal contaminado começará a apresentar os sintomas mais comuns da doença, que são: falhas na pelagem, sangramento nasal, crescimento anormal das unhas, perda de peso repentina - mesmo sem a alteração de apetite, anemia, vômitos e diarreia. 

“O diagnóstico não deve ser baseado em um único exame e o médico veterinário é o único profissional habilitado a fazê-lo, bem como para indicar terapia e cuidados preventivos adequados”, afirma Marcio. Quando contaminado, o animal pode adoecer e vir a óbito se não diagnosticado e tratado a tempo.


Prevenção
 
Para o especialista, medidas preventivas são essenciais e mais práticas que o tratamento, já que este exige um alto investimento financeiro e não traz a cura – apenas melhora os sintomas e diminui a carga parasitária. 

Além disso, o Brasil é o país com maior número de casos de pessoas infectadas em toda a América Latina, sendo por isso essencial a prevenção para evitar a proliferação da doença. 

“O recomendado é que, estando ou não em uma área endêmica, o cão seja protegido com a coleira antiparasitária, que costuma ser muito efetiva na proteção. A associação com a vacina contra Leishmaniose também é indicada”, afirma Marcio, que complementa “a limpeza do ambiente e abrigo do animal é também essencial para manter o mosquito afastado”. 

O mosquito transmissor da doença tem preferência por locais ricos em matéria orgânica, plantas e árvores. Para aqueles que moram em ambientes mais arborizados, recomenda-se o uso de telas finas ao redor do abrigo do cão, mantendo-o nesse local durante o período do entardecer à noite, período que os mosquitos costumam atacar mais.




MSD Saúde Animal



Cegueira em cães e gatos: Dá para prevenir?


Os animais de companhia conseguem se comunicar por meio da troca de olhares com os seus tutores, e dessa forma, podem expressar fome, alguma situação que cause desconforto ou mesmo reconhecer o universo a sua volta. Por esse motivo, os cuidadores precisam estar sempre alertas aos problemas que podem causar cegueira em cães e gatos.

O desenvolvimento da cegueira em pequenos animais pode estar associado à vários fatores, sendo portanto, multifatorial, podendo até – em alguns casos - estar associada a quadros reversíveis. Como principais causas encontradas na literatura, nós temos a conjuntivite, glaucoma, catarata, doenças da córnea, doenças da retina, ceratoconjuntivite e doenças sistêmicas como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, Hipotireoidismo, Ehrlichiose e viroses como Cinomose nos cães e Herpesvírus nos gatos.

Não existe uma única faixa etária para o acometimento da cegueira em nossos bichinhos, pois depende da causa envolvida no processo. Por exemplo, a catarata que é uma das causas de cegueira, pode estar presente desde o nascimento como no caso da catarata congênita, mas pode também estar presente em animais de dois a quatro anos de idade (cataratas juvenis) ou ainda cataratas senis, que são observadas geralmente a partir dos oito anos de idade em cães. Não existe um único "tipo" de animal predisposto ao desenvolvimento da cegueira, uma vez que se trata de uma condição patológica multifatorial e apenas o médico veterinário, através de uma complexa avaliação clínica, poderá responder de forma mais adequada a esse questionamento.

O tratamento das doenças é bastante variável, pois está associada ao fator desencadeante. De acordo com a causa temos tratamentos medicamentosos, como é o caso da conjuntivite, ceratoconjuntivite seca e glaucoma, podendo chegar aos tratamentos cirúrgicos como nos casos de catarata, ectrópio e entrópio.

Certamente nossos amiguinhos terão algumas limitações, mas de uma maneira geral, a cegueira é um problema de visão com o qual eles podem perfeitamente conviver. Com relação ao ambiente em que o animal vive, deve-se evitar mudar objetos e móveis de lugar e o fornecimento de alimento e água deve ser feito sempre no mesmo local, pois como já observado, o animal se acostuma com a arrumação do ambiente em que vive. Um cuidado especial precisa ser tomado com relação às piscinas, que devem ser cobertas.

Dessa maneira, a prevenção da cegueira em animais de companhia está intimamente associada à avaliação médica veterinária, realizada por profissionais com o objetivo de identificar possíveis fatores predisponentes e a forma mais adequada para o controle, eliminação ou tratamento dos mesmos, a fim de evitar o aparecimento dessa condição patológica que, muitas vezes, compromete a qualidade de vida de nossos animais. 




 Úrsula Silva - professora do curso de Medicina Veterinária da Anhanguera de Niterói.


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