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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Como evitar o Ctrl C Ctrl V dos filhos na hora de estudar?


Com a chegada do último trimestre escolar, época de provas e necessidade de reforço escolar, como fazer com que os filhos aproveitem da melhor maneira as informações disponíveis na internet? E como monitorar a navegação, saber se eles estão usando o Ctrl C Ctrl V ou realmente aprendendo a matéria? E como fornecer um apoio profissional virtual no entendimento das matérias do dia a dia?

Com diferentes formatos (animações em 3D, table top, filmes, youtubers, bonecos, ventríloquo e jingles), o SacaSó (
sacaso.com.br) é a primeira videopédia escolar criada no país, pensada como ferramenta de reforço escolar e pesquisa. Possui conteúdo alinhado com a Nova Base Curricular do MEC para alunos do 6º ao 9º ano. São mais de mil vídeos com linguagem apropriada e atrativa para cada idade, feitos por educadores e que recuperam tópicos de aulas de Matemática, Ciências, Língua Portuguesa, História e Geografia, além de vídeos com curiosidades históricas e científicas.

A grande diferença para os pais neste caso é que o acesso ao SacaSó, oferecido por assinatura, evita a dispersão e ainda pode ser monitorado por meio de gráficos com informações sobre desempenho dos filhos. Os vídeos trazem exercícios, testes e games cujos resultados podem ser visualizados pelos pais.

“Escolhemos essa faixa etária porque essa é a fase em que a aluno começa a ter dificuldade na escola. No fundamental 1 é apenas um professor, que estabelece uma relação mais próxima e de acolhimento com a criança. Quando ela passa para o 6.º ano, esse vínculo se perde, o aluno passa a ter vários professores, as aulas são curtas. A criança não tem quem a ajude e muitas vezes os pais não conseguem apoiá-la na lição de casa”, explica Marcos Amazonas, idealizador do SacaSó.

“É uma plataforma de apoio ao estudante. Ela não substitui a escola, nem o professor. Sua função é ajudar o aluno a estudar em casa, a se preparar para as provas e a revisar conteúdos que talvez não tenha compreendido na escola.”



Por que é importante os pais aceitarem a internet nos estudos, mas monitorarem a navegação?

Oito de cada dez estudantes brasileiros recorrem à internet para pesquisas escolares. Realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2015 apontou que o estudante brasileiro é o que mais tempo fica na internet (3 horas por dia), atrás apenas do Chile (195 minutos/dia).

O excesso de exposição à rede, segundo o estudo, torna o estudante brasileiro um dos mais ansiosos – mesmo estando preparado para uma prova, 80,8% declararam ansiedade na hora do teste, quando a média entre os países estudados é de 55,5%. A pesquisa apontou também que o uso da tecnologia nos estudos faz com que os jovens se sintam agentes do próprio conhecimento, autonomia que é positiva na autoestima e consequentemente na melhoria do desempenho e interesse no conteúdo.





O perigo disfarçado de entretenimento


Além de consequências psicológicas e físicas, o uso excessivo da tecnologia está sendo tratado como vício

Com o avanço tecnológico e a aproximação de uma era totalmente digital, estar desconectado pode parecer impossível e incomodo. No ano de 2017, a União Internacional de Telecomunicações (UTI) quantificou mais de 7 bilhões de aparelhos celulares em uso no mundo. As oportunidades disponíveis nesses pequenos aparelhos são inúmeras, entretanto, em que momento o uso excessivo pode ser sinal de dependência? A partir de que ponto essa dependência se torna Nomofobia?

Enquanto você lê esse texto, em todo e qualquer lugar do mundo existem pessoas conectadas por diversos motivos, sejam eles de trabalho, estudo, lazer ou por pura necessidade de se sentir surfando nas redes. Apesar das vantagens, que não são poucas, algumas pessoas podem apresentar um padrão de uso problemático conhecido como Nomofobia, palavra derivada da abreviação de no-mobile-phone phobia.

Segundo dados de uma pesquisadora brasileira Anna Lúcia King, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 34% dos entrevistados de diversas faixas etárias e classes sociais, afirmam ter alto grau de ansiedade quando seus aparelhos celulares não estão por perto. O caso se agrava mais ainda quando pensamos na Nomofobia na infância, onde pesquisas apontam que durante os 18 primeiros anos de vida, um jovem consome mais de 20mil horas conectado. 

Hoje, crianças e adolescentes tem total liberdade, desde muito jovens, a utilizarem das tecnologias como principal fonte de entretenimento. Comportamento esse que, sem o devido acompanhamento dos pais podem acarretar diversos problemas físicos, psicológicos e alterar as habilidades de relacionamento interpessoal na vida desses futuros adultos.


Como identificar se seu filho é nomofóbico 

Enganam-se aqueles que acreditam que pelo fato de estar sempre conectado a pessoa pode ser classificada como nomofobica, mas não, existe uma série de fatores que devem ser avaliados, como sinais e sintomas muito semelhantes com a dependência de drogas.
  1. Apego – usar do smartphone como bengala para suas reações emocionais, assim como quando se está cabisbaixo.
  2. Abstinência – preocupação excessiva ao perder chamadas ou mensagens e inquietação sempre que precisa desligar o telefone.  
  3. Perda de responsabilidade – atraso em compromissos, gastos imprevistos nas contas de telefone e redução de produtividade no estudo e trabalho
  4. Perda de controle - falta de atenção aos amigos e familiares e conexão durante longos períodos, sem intervalo algum.

"Ao acordar é preciso dedicar as primeiras horas do dia exclusivamente para cuidados com consigo próprio. Caso note a dependência de smartphone em você ou em seus filhos, procure o psiquiatra de sua confiança", orienta, por fim, Valeria Ribeiro.






Valeria Ribeiro - Terapeuta e Coach Familiar, especializada em Terapia Familiar Sistêmica e Fundadora do Filhosofia


A lição que sabemos de cor, mas nos custa aprender


O Ministério da Educação publicou os dados do Sistema de Avaliação da educação Básica (Saeb), referentes ao ano de 2017. Pela primeira vez, o MEC apresentou os dados em uma escala de valores de 0 a 9 - sendo que de 0 a 3, o conhecimento é insuficiente; de 4 a 6, básico; e de 7 a 9, adequado. Pois bem: o Ensino Médio foi classificado no nível 2 de proficiência. Na série histórica, o quadro é o mesmo de 2009. Em matemática, a média de pontos conseguiu, inclusive, ficar pior do que há 8 anos.

Um pouco mais de informações: nenhum Estado da federação alcançou a meta do Ideb para o Ensino Médio, que era de 4,4. São Paulo, inclusive, baixou. Também o Rio Janeiro e o Distrito Federal. As escolas particulares não vão mal, mas não vão bem. Se a média para passar de ano fosse 6, só as redes particulares de Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Distrito Federal teriam nota azul. Piauí, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul teriam de conversar com a professora e propor um trabalho extra, pois ficaram com nota 5,9.

Para o 9o ano do Ensino Fundamental, a média esperada era de 4,7 e foi de 4,4.  No entanto, no quinto ano do Ensino Fundamental, apenas quatro Estados não cumpriram as metas previstas: Sergipe, Amapá, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os pequenos conseguem ir bem até o quinto ano. Quando ingressam no chamado Fundamental II, a coisa apura. No Ensino Médio, desanda.

E o que isso significa realmente? Que nossos jovens do Ensino Médio, na sua imensa maioria, não sabem destacar a ideia principal de um texto, ou interpretar um gráfico simples. Erram conta de mais. Trocam o S pelo Z, o P pelo B. Ou seja, em pouco tempo, os alunos do Ensino Fundamental saberão mais que os alunos do Ensino Médio. E o diploma, em vez de um carimbo do MEC, terá uma imagem do fundo do poço. 

A pergunta que não quer calar é: por que isso acontece? E a resposta é simples, o que não quer dizer fácil: a escola não está gerando aprendizado. O aluno aprende algo em uma série, mas não está usando esse aprendizado na série seguinte. Daí esquece. E começa tudo de novo e, então, aprende outras coisas, mas não aprofunda, não consolida, não sedimenta conhecimento nenhum. Tudo fica ali, na superfície, nas duas primeiras linhas. E quando o jovem é apresentado a um desafio que exija a mobilização das suas aprendizagens, como quem usa ferramentas para consertar ou inventar algo, ele estaca. Dá “tilt”.

E como gerar aprendizado? Em primeiríssimo lugar, pela literacia. Se não soubermos ler e compreender os signos da nossa cultura, nunca poderemos cultivar nada. Somos humanos porque nos inventamos por meio de nossas mãos e nossas palavras. Desde milhares de anos, fazemos e ensinamos aos outros como se faz e, então, os que aprendem, ensinam sem precisar mais fazer, por meio das palavras. As palavras permitem a multiplicação do aprendizado sobre as obras dos homens e mulheres no mundo. Se não soubermos utilizar com desenvoltura e familiaridade a linguagem, nada será possível. Nem a matemática, nem a física, nem a química, pela razão óbvia de que seu aprendizado depende fundamentalmente da língua materna. 

Faço coro ao que afirmava Roland Barthes: “se tivesse que deixar uma única disciplina para ser ensinada na escola, escolheria a Literatura”. Pois se compreendemos como as pessoas falam do mundo e como explicam o mundo, como o resumem, como o enfrentam com as palavras, como buscam decifrá-lo e transformá-lo, saberemos como fazer todo o resto, pois que compreenderemos. Mas sem a ferramenta mestra da linguagem e da compreensão, quando muito pescaremos um peixinho magro que só servirá para lembrar de nossa fome e de nossa incapacidade de viver na beira de um rio caudaloso.  “Minha Pátria é minha língua”, já dizia o poeta. Sem saber ler e compreender o que se lê, somos como os cegos do Saramago : “cegos que vêem, cegos que, vendo, não vêem”.






Daniel Medeiros - Doutor em Educação Histórica pela UFPR, consultor de conteúdos da área de Humanidades e professor no Curso Positivo.



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