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domingo, 1 de abril de 2018

7 milhões de brasileiras sofrem por causa da Endometriose


Se não tratada a doença pode causar até infertilidade

A endometriose, é uma doença que afeta mais de 15% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil. 

Embora o assunto tenha ganhado muita repercussão depois de declarações de uma atriz americana, ainda há muitas dúvidas e mitos acerca da condição. O Dr. Fernando Guastella, médico ginecologista e obstetra, com especialização em exames por imagem para endometriose e professor do Cetrus, diz diagnosticar pelo menos 10 pacientes por semana com endometriose. Segundo a Organização Mundial de Saúde cerca de 7 milhões de brasileiras possuem a doença, o que a torna uma questão de saúde pública.

O dia a dia conturbado tem relação direta com o crescimento do número de mulheres com este diagnóstico. "Estilo de vida com muito estresse, uma alimentação desequilibrada e a opção por uma gestação tardia são fatores que influenciam no surgimento da endometriose. É um problema biológico individual e tem relação genética, mas os fatores ambientais também contribuem. Hoje entre 5 e 15% das mulheres em idade reprodutiva tem endometriose", explica Guastella.


A doença

Endometriose é o desprendimento do tecido que reveste o útero, que pode grudar em outros órgãos causando desconforto e dores fortes, especialmente durante o período menstrual. Cerca de 70% das mulheres possuem lesões na região retrocervical, ou seja, na parte atrás do colo do útero; 40% no intestino; 30% na vagina e cerca de 10% na bexiga. É comum que as pacientes possuam mais de um local do corpo acometido, motivo pelo qual a soma destas porcentagens ultrapassa os 100%, explica Guastella.


Prevenção

De acordo com o especialista o ideal é prevenir para que a doença não atinja estágios mais avançados. Sendo assim, os exames periódicos são fundamentais. Tão importante quanto o acompanhamento é contar com um profissional capacitado para identificação da doença. Por exemplo, em estágio inicial é difícil detectar a endometriose, mas há sintomas que justificam um estudo mais aprofundado seja feito.

Tanto a ultrassonografia transvaginal quanto a ressonância magnética não conseguem detectar a doença na fase superficial, pois a lesão não invade de maneira significativa o peritônio, ou seja, o tecido de revestimento da cavidade abdominal que recobre tanto a parede abdominal, quanto as vísceras (órgãos da cavidade abdominal como intestino e bexiga). Isso dificulta bastante a identificação. No entanto, para os outros casos Guastella afirma que a ultrassonografia é a ferramenta mais eficaz neste processo. "Em 95% dos casos o ultrassom realizado por profissional capacitado para detectar endometriose, consegue diagnosticar a doença e quando sinaliza o diagnóstico tem 100% de acerto. Por isso, a ida com frequência ao médico é tão importante", reforça o ginecologista.


Sinais de alerta

Mais comum do que se imagina, a endometriose acomete muitas mulheres e pode ser detectada em algumas situações, ainda em estágio inicial. "O sintoma mais frequentemente encontrado em pacientes com endometriose é a dor pélvica, tipo cólica. Geralmente essa dor é no período menstrual e vai aumentando gradativamente com a evolução da doença", reforça Guastella.
"O controle do sintoma é realizado mais fácil quando o diagnóstico é precoce", completa. Veja alguns sinais de alerta listados pelo especialista:

  • Nunca teve cólica e passou a ter
  • Sempre teve cólica, mas as dores pioraram muito
  • Sente dor durante a relação sexual
  • Diarreia e dor para evacuar no período menstrual
  • Dor ao urinar no período menstrual
  • Independentemente dos sintomas de dor, se apresentar dificuldades para engravidar

Diagnóstico

Quando o diagnóstico é precoce há o tratamento medicamentoso para agir diretamente na dor e o cirúrgico que é para retirar o foco da doença – que tem chances de aparecer novamente.

A doença alcança estágios mais profundos entre os 30 e 35 anos. Mas há adolescentes com endometriose profunda. Então, fiquem atentos aos sintomas e procure o médico.

Se você identificar algum destes sinais, é importante dividir com seu ginecologista para que haja um estudo mais detalhado dos motivos dos sintomas. Como muitos sintomas podem facilmente ser confundidos com os incômodos do período menstrual, uma conversa franca com seu médico é fundamental para o tratamento.


Mitos X Verdade


A mulher com endometriose não pode engravidar

Mito. A mulher com endometriose pode engravidar sim. O Dr. Fernando Guastella diz que algumas mulheres com endometriose apresentam maior probabilidade de ter dificuldades para engravidar. Existem muitas mulheres com endometriose que não apresentam infertilidade. Quanto mais grave for a doença, maior será a probabilidade da dificuldade em engravidar.
Caso a paciente não consiga engravidar espontaneamente, poderá ser realizada fertilização em vitro ou cirurgia.


Endometriose é câncer

Mito. A endometriose não é uma doença que pode levar à morte.


A endometriose pode ser confundida com cólica

Verdade. Um dos sinais da endometriose é uma dor que pode ser confundida com cólica menstrual. Se você nunca teve cólica e passou a ter ou, se já tem, mas elas se intensificaram, é indicado procurar um ginecologista. Não é apenas a cólica que indica a doença, mas essas dores podem ser sinal.


Endometriose tem tratamento

Verdade. Há o tratamento medicamentoso para solucionar a dor e o cirúrgico que irá retirar a endometriose, que poderá estar em órgãos como o colo uterino, intestino, bexiga e vagina, por exemplo.


Um ginecologista especializado é o mais recomendado

Verdade. É importante buscar por ginecologistas especializados para que o diagnóstico seja realizado com mais rapidez e precisão. Para os profissionais que tiverem interesse em aprimorar os conhecimentos, o Centro de Ensino Cetrus oferece cursos de ultrassonografia para endometriose com aulas práticas e teóricas.






Dr. Fernando Guastella - Membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia, possui Título de Especialista na área de Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pelo CBR, Título de Especialista em Medicina Fetal pela FEBRASGO, Título de Especialista na área de Ultrassonografia Geral pelo CBR, Diretor Médico da Unitha Diagnósticos e da Humanize Diagnósticos. No Cetrus, coordena os cursos de: US Transvaginal Básico e Avançado para pesquisa de endometriose, Elastografia, Atualização e Preparatório para Prova de Título em US Geral 1ª fase, Atualização e Preparatório para Prova de Título em US GO 1ª fase e US Ginecologia e Obstetrícia + US Transvaginal.

Endometriose profunda é forma mais agressiva e dolorosa da doença


Endometriose atinge cerca de 10 milhões de brasileiras e não tem cura
 

A endometriose se caracteriza pela presença de tecido endometrial (semelhante ao que reveste a cavidade uterina) fora do útero e atinge de 10 a 15% das mulheres em idade fértil. O tecido cresce em outros locais, se implantando na cavidade pélvica.

Quando esses implantes alcançam uma profundidade maior que 0,5 cm e afetam outras estruturas e órgãos, como os ligamentos que sustentam o útero (útero-sacros), a bexiga, ureteres, o espaço entre o reto, útero e vagina (septo reto-vaginal) e o intestino, é chamada de Endometriose Profunda, sendo uma forma agressiva da doença.

Segundo o cirurgião ginecológico Dr. Edvaldo Cavalcante, a endometriose profunda é uma forma mais agressiva desta patologia. Sendo assim, há uma severidade maior na manifestação dos sintomas, que pode afetar o bem-estar e qualidade de vida das mulheres. Em casos mais avançados, os implantes podem atingir nervos, diafragma e até pulmões.

“A endometriose profunda manifesta-se por meio de diversos sintomas, sendo a dor pélvica crônica a mais importante, assim como a dismenorreia (cólica menstrual), fluxo menstrual abundante e dispareunia (dor durante ou logo depois da relação sexual). Também podem ocorrer dores para urinar, dor no fundo das costas, sangramento anal na época da menstruação e dificuldade para engravidar”, explica Dr. Edvaldo.

“Os implantes do tecido endometrial passam por mudanças de acordo com o ciclo menstrual, com sangramentos periódicos. Essas hemorragias induzem a uma intensa reação inflamatória na região pélvica, com formação de aderências e distorção das tubas uterinas e ovários, entre outros impactos. Esse aspecto da endometriose é um dos principais fatores que levam à dor pélvica, que tende a ser pior justamente na época da menstruação”, explica o médico.


Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base na avaliação clínica e em exames de imagem, como o ultrassom transvaginal com preparo intestinal. Além disso, a ressonância magnética é de grande importância no diagnóstico da endometriose.


Todo caso é cirúrgico?

Atualmente, a cirurgia não é a primeira opção para o tratamento da endometriose. Adota-se uma conduta conservadora, com o uso de medicamentos para controlar os sintomas e suspender a menstruação. “Entretanto, nas mulheres que não respondem ao tratamento hormonal, que apresentam um quadro de dor crônica e crescimento das lesões, há indicação para remoção cirúrgica dos implantes”, explica Dr. Edvaldo. 

Vale ressaltar que a terapia hormonal usada para tratar a endometriose é contraceptiva. Assim, a cirurgia também pode ser indicada para as mulheres que desejam engravidar. A cirurgia deve sempre ser realizada por um ginecologista especialista em cirurgia endoscópica. Quando há envolvimento do intestino é necessária a participação de uma equipe multidisciplinar – composta por um coloproctologista, além do cirurgião ginecológico.

Vários estudos mostram que a remoção das lesões da endometriose, principalmente as que atingem o intestino, está associada a uma melhora significativa dos sintomas gastrintestinais e na qualidade de vida. “Apesar da melhora da dor, é preciso lembrar que a cirurgia não cura a doença, pois a endometriose é uma doença crônica. A taxa de recidiva é muito variável, segundo a literatura, podendo variar de 8 a 20 % em 2 anos e de até 40 % em 5 anos após o tratamento cirúrgico”, comenta o médico.


Cirurgia robótica

A cirurgia robótica representa o avanço mais significativo em cirurgia minimamente invasiva. “Como a endometriose profunda é complexa devido à penetração das lesões nos órgãos e tecidos, a cirurgia robótica pode ser recomendada. Isso devido ao seu alto nível de detalhamento das estruturas anatômicas e precisão dos movimentos, dando mais conforto e segurança para o cirurgião”, explica Dr. Edvaldo.


Mídias sociais podem influenciar comportamentos parentais a respeito das vacinas?


Intervenções são necessárias para abordar a hesitação dos pais em relação às vacinas. Este estudo procurou determinar se uma intervenção, por meio da mídia social, aumenta a imunização na primeira infância



As mulheres grávidas que receberam informações sobre vacinas através de um site interativo monitorado por um especialista em vacinas eram mais propensas a vacinar seus filhos do que aquelas que não usavam o recurso da web, de acordo com um estudo publicado na revista Pediatrics.

Os achados da pesquisa se baseiam em um estudo anterior, também publicado no Pediatrics (2011), que descobriu que entre 10-15% dos pais optaram por atrasar ou recusar uma ou mais vacinas de seus filhos e em um estudo publicado no JAMA (2013) que encontrou um número crescente de pais que optaram por adiar ou não ministrar uma ou mais vacinas em seus filhos.

Este estudo examinou o impacto de uma intervenção baseada na web nas taxas de vacinação de 888 bebês no Colorado.

“Os resultados sugerem que os sites com componentes interativos têm o potencial de complementar as interações clínicas presenciais. É bem sabido que os pacientes usam a internet para obter informações sobre cuidados de saúde. Os médicos podem combater a desinformação dando aos pacientes acesso a sites que são clinicamente precisos, envolventes e oferecem maneiras de se comunicar com especialistas e outros pacientes sobre suas preocupações”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

De 2013 a 2016, os pesquisadores acompanharam 888 grávidas que participaram do estudo, criando um site que apresentava informações fáceis sobre os riscos e benefícios da vacinação, os horários recomendados, os componentes das vacinas e as leis sobre imunização.

Além da informação sobre vacinas, o site continha um blog, um fórum de discussão, uma sala de bate-papo e um chat ("Pergunte uma pergunta"), onde os pais poderiam trazer questionamentos aos especialistas sobre o tema.

Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de estudo:

·         Site com informações sobre vacinas e componentes interativos de mídia social (ou VSM); 

·         Site com informações sobre vacinas (ou VI); 

·         Cuidados habituais apenas (UC).

Os bebês das participantes do estudo foram acompanhados do nascimento até a idade de 200 dias para avaliar as taxas de imunização relativas às vacinas na primeira infância. Os bebês dos pais no grupo VSM tinham cerca de duas vezes mais probabilidades de estar atualizados em todas as vacinas recomendadas do que os bebês no grupo UC. O status atualizado não foi estatisticamente diferente entre os grupos VI e UC, ou entre os grupos VSM e VI.

De acordo com os pesquisadores, “os resultados do estudo também têm implicações sobre quando a informação sobre vacina é apresentada aos pais. Este tipo de informação geralmente é ofertada após o nascimento, durante os exames no recém-nascido. Como os pais geralmente começam a pesquisar sobre vacinas durante a gravidez, o estudo sugere que a informação parece ser mais efetiva quando apresentada antes do nascimento da  criança”, observa o pediatra.



Rejeição de vacinas e hesitação examinadas

O centro de um debate sobre saúde pública é se os pais devem ter seus filhos vacinados. Tara Smith, professora de epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Estadual de Kent, desafia as declarações feitas por indivíduos influentes que se opõem ao uso generalizado de vacinas e pede aos colegas da comunidade científica que falem para promover a vacinação.

O artigo, publicado pelo Oxford Forum Open For Infectious Diseases, apresenta argumentos claros e cientificamente fundamentados para explicar por que as declarações anti-vacinação são imprecisas, enganosas e até mesmo falsas. Como especialista reconhecida em microbiologia das doenças infecciosas, sua preocupação é que o público pode se confundir sobre a segurança das vacinas e pode hesitar em imunizar a si próprio e seus filhos.

A recusa generalizada das vacinas pode levar a que mais pessoas sejam infectadas com doenças preveníveis por vacinas, como o sarampo, caxumba e gripe. “Embora existam poucas evidências de que a recusa é genuinamente crescente na população, vários estudos demonstraram declínio da confiança nas vacinas. Os profissionais médicos que administram e os cientistas que estudam e desenvolvem vacinas constatam o mesmo”, escrevem os pesquisadores.

“O artigo apresenta informações confiáveis ​​sobre a segurança das vacinas, enquanto desmascara mitos que estão sendo propagados, criando mal-entendidos entre o público em geral. O artigo também apresenta sugestões para que os profissionais de saúde e que estudam doenças infecciosas possam ativamente promover a vacinação para amigos, familiares e a comunidade”, destaca Chencinski.

 

 

 

 

Moises Chencinski

Site: http://www.drmoises.com.br

Email: fale_comigo@doutormoises.com.br

 

 

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