Especialista da Maternidade São Luiz
Itaim esclarece questões essenciais da gravidez múltipla
Toda gestação é única, mas descobrir uma
gravidez de gêmeos pode ser uma grande surpresa para os pais. Além disso, esse
tipo de gestação também requer atenção e acompanhamento especial, pois tem
características particulares. Por isso, são necessárias consultas mais
frequentes, acompanhamento multiprofissional e uma boa maternidade.
Segundo o
Dr. Wagner Hernandez, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São
Luiz Itaim, toda gestação de gêmeos deve ser considerada uma gravidez de risco,
devido ao potencial elevado de complicações que elas apresentam.
“Cerca de
oito em cada 10 gestações gemelares apresentarão algum grau de complicação até
o parto. Isso decorre pelo corpo da mulher idealmente ter capacidade para o
desenvolvimento de um bebê e na presença de dois ou mais, essa sobrecarga
poderá gerar dificuldades”, explica o especialista.
A seguir, o
médico responde cinco dúvidas frequentes sobre este assunto:
1. É comum
os gêmeos nascerem antes de 40 semanas de gravidez?
Metade dos
gêmeos nasce antes de 37 semanas. A idade gestacional média de nascimento deles
é de 36 semanas e, quanto mais cedo eles vem ao mundo, maior é a chance de
precisarem de uma UTI neonatal. No entanto, isso não é uma regra. Com um bom
acompanhamento e cuidados adequados, sempre tentamos levar estas gestações o
mais próximo possível de 40 semanas, minimizando os riscos e aumentando as
chances desses bebês ficarem no quarto com as mães e de ir para casa de alta
com elas.
2. Quais
são os problemas mais comuns na gestação de gêmeos?
A principal
complicação nas gestações gemelares é o parto prematuro, muito a frente de
todas as outras. Além dela, podemos observar bebês com crescimento abaixo da
média e alterações morfológicas, por exemplo. Temos ainda complicações fetais
específicas e mais raras de acordo com o número de placentas e de bolsas, como
a síndrome transfusor feto fetal, na qual existe o fluxo preferencial de sangue
de um dos bebês para o outro.
Além das
possíveis complicações para os bebês, ainda temos os riscos maternos. Dentre as
principais, observamos uma incidência maior de anemia, hipertensão, diabetes
gestacional, depressão e problemas decorrentes do parto.
3. É
possível ter parto normal?
Sim, é
muito possível. Para isto acontecer, depende basicamente de três fatores: a
vontade do casal, encontrar um obstetra que tenha experiência nesse tipo de parto
e que o primeiro bebê no dia do parto esteja virado para baixo.
4. Sintomas
da gestação, como mal-estar e enjoo, são mais acentuados?
Pode ser
que sim. Devido especialmente aos níveis hormonais mais elevados, as grávidas
de gêmeos podem apresentar mais sintomas iniciais, especialmente os enjoos e
vômitos.
5. O número
de exames durante a gestação também é maior? Por quê?
Sim. Em
relação aos exames laboratoriais, pouca coisa a mais deve ser feita.
Geralmente, um hemograma por trimestre para avaliar uma possível anemia, que é
mais frequente nas gestações gemelares, e um exame de urina trimestral em busca
de infecção urinária costumam ser suficientes.
A maior
diferença ocorre quanto à frequência das ultrassonografias. Fazemos ultrassons
quinzenais, nos casos em que os bebês compartilham a placenta, para
diagnosticar precocemente o fluxo preferencial de sangue para um dos bebês.
Naquelas que tem uma placenta para cada bebê, a frequência costuma ser mensal,
com o objetivo de identificar problemas no crescimento dos bebês, avaliar o
colo do útero no intuito de identificar mulheres com maior risco de parto
prematuro e manter o controle de vitalidade dos bebês.
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