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domingo, 2 de julho de 2017

Doença renal crônica: soluções para o panorama brasileiro



Situação da Doença Renal Crônica no Brasil


O mundo enfrenta uma epidemia da doença renal crônica (DRC)1. O número de pacientes em estágio terminal da doença renal (DRCT) no mundo está crescendo e o maior potencial de crescimento encontra-se nos países em desenvolvimento2, como o Brasil.

Ambas as modalidades de diálise crônica, hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP), são disponibilizadas pelo sistema de saúde. Deve-se mencionar que a vasta maioria dos pacientes que recebe tratamento crônico de diálise origina-se de atendimentos de emergência em hospitais públicos ou clínicas pré-diálise do sistema público de saúde. A partir daí, estes pacientes são redirecionados para o centro de diálise mais próximo às suas residências; em muitos casos, após terem iniciado um tratamento dialítico como pacientes internados. Uma pequena fração é encaminhada individualmente dos consultórios médicos.


Números de pacientes no Brasil

A doença renal crônica atinge 10% da população mundial e afeta pessoas de todas as idades e raças. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que 122 mil pessoas fazem diálise no Brasil. Atualmente, existem 750 unidades cadastradas no País, sendo 35 apenas na cidade de São Paulo. Os números mostram ainda que 70% dos pacientes que fazem diálise descobrem a doença tardiamente. A taxa de mortalidade para quem enfrenta o tratamento é 15%.


O impacto da doença renal crônica terminal (DRCT) no Brasil

•             A DRCT é subdiagnosticada no Brasil: a prevalência de pacientes em terapia renal substitutiva (TRS) no Brasil é inferior à observada em países desenvolvidos (metade da observada na Europa e 1/3 da registrada nos Estados Unidos), e mesmo em comparação a outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Uruguai3-5. 

•             O fato acima, aliado aos dados de prevalência de fatores de risco para doença renal observados no Brasil6, indica que a IRCT é subdiagnosticada em nosso país. 

•             A atual estrutura de clínicas e equipamentos de diálise não tem sido suficiente para atender à demanda: enquanto o número de pacientes em TRS aumentou em 4,5% ao ano entre 2000 e 2009, o número de unidades dialíticas aumentou apenas 1,2% no mesmo período. 

•             Dados recentes do IBGE mostram que menos de 500 cidades no Brasil têm atendimento adequado aos pacientes realizando diálise. A cobertura de tratamento em municípios menores abaixo de 200.000 habitantes é de apenas 5%. 

•             Outro dado preocupante é a queda do percentual de pacientes em Diálise Peritoneal entre 2014 e 2015 tanto no SUS (de 9% para 7%), quanto entre os pacientes de operadoras de saúde (de 12% para 8%), segundo o Censo de 2015 da SBN. 



A importância da Diálise Peritoneal (DP) no Brasil 


•             A importância da implantação de programas de DP não reside, apenas, nas observações de que mais de 90% dos pacientes incidentes em TRS não apresentam contraindicação médica para realização de PD de acordo com diretrizes recém-publicadas, mas, também, no fato de que aproximadamente 15% dos pacientes em HD necessitarão, ao longo do tempo, de transferência para DP por falha da técnica, especialmente por problemas de acesso vascular e hipotensão pós-diálise. Outro aspecto reforça a necessidade de manter programas regulares de DP nas unidades de diálise: a observação recorrente na literatura de que um maior volume de pacientes tratados sob DP assegura ao serviço de TRS uma maior qualidade e adequação no uso da técnica, refletindo na melhor evolução clínica dos pacientes assistidos.7-9

•             A DP proporciona uma maior capacidade de absorção de pacientes com necessidade de TRS em um cenário de provável aumento da prevalência de pacientes com IRCT bem como consiste em uma opção viável para expandir o acesso aos pacientes em áreas remotas, sendo uma solução adequada e economicamente atrativa de cuidado sem necessidade de instalação de novas unidades de tratamento e com menor necessidade de recursos humanos adicionais. 


Portaria do Ministério da Saúde

•             A Portaria de número 389 de 13 de março de 2014, publicada pelo Ministério da Saúde, que define os critérios para a organização da linha de cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica (DRC) e institui incentivo financeiro de custeio destinado ao cuidado ambulatorial pré-dialítico, estabelece como meta que, em dois anos após a implementação da política, haja um paciente em DP para cada 4 pacientes em HD, ou seja, uma participação de 20% da DP no total de pacientes em terapia renal substitutiva. Atualmente, segundo o Censo de 2014 da SBN, este número é de apenas 8,4% no Sistema Público de Saúde (SUS).





Os efeitos silenciosos da hipertensão



Especialista alerta para a importância do tratamento da pressão arterial elevada, mesmo quando não há sintomas


A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Trata-se de uma doença silenciosa e assintomática na maioria dos casos. Sintomas como dor de cabeça, dor na nuca, náuseas, tonturas e falta de ar são frequentemente associados a essa condição, mas podem estar relacionados a outras doenças associadas. No Brasil, cerca de 30% dos pacientes apresentam elevação da pressão arterial e o número de pessoas diagnosticadas cresceu em quase 15% nos últimos dez anos, segundo dados do Ministério da Saúde. O tratamento inadequado pode levar a complicações cardiovasculares e a redução na expectativa de vida.

A elevação da pressão arterial causa alterações nos principais órgãos – coração, cérebro, olhos e rins – e nas artérias que os irrigam. Assim, o hipertenso sem tratamento está sujeito a sofrer uma série de consequências, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, aneurisma, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, alterações visuais, impotência sexual e até demência.

“Como medida de prevenção, em pessoas que não são hipertensas, é importante a aferição da pressão arterial, por um profissional de saúde, pelo menos uma vez ao ano. Quando o paciente é hipertenso, a frequência da medida depende do valor da pressão e do risco de cada caso. O valor ideal para a redução do risco cardiovascular é de 120 por 80, ou menos. Quando superior, principalmente se isso ocorre com frequência, é importante procurar um médico. Por não apresentarem sintomas, muitos hipertensos só o fazem quando já ocorreu repercussão sobre algum órgão”, afirma o cardiologista Thiago Macedo, do Hospital TotalCor.

Mesmo quando o paciente não apresenta sintomas, o tratamento da hipertensão deve ser feito de forma contínua e com acompanhamento médico periódico, o que reduz consideravelmente o risco cardiovascular. Na consulta, o profissional pode avaliar se há necessidade de ajustes na medicação e pode fornecer orientações sobre alimentação e prática de exercícios físicos, assim como solicitar exames para verificar a evolução clínica.





REJUVENESCIMENTO DA COLUNA



Quais procedimentos podem ser realizados para restaurar a mobilidade ​ de quem sofre com problemas na coluna vertebral


As doenças degenerativas dos ossos e articulações atingem cada vez mais não apenas os idosos, mas também uma parcela jovem da população. Esses males continuam sendo uma das maiores preocupações da área da saúde, principalmente, quando o assunto é qualidade de vida.

Ficar muito tempo numa mesma posição, manter hábitos de má postura e o desgaste natural, são apenas algumas situações que trazem consequências graves e demonstram que a coluna vertebral precisa de atenção.

Uma vez instalados os mais variados tipos de problemas, como Cervicalgia, Lombalgia, Espondilose, Hérnia de Disco, Artrose, Lordose, Cifose, Escoliose, entre outros, o principal objetivo, durante o tratamento da coluna, é livrar o paciente da dor tendo em vista o menor prejuízo para suas funções diárias.

Muitos medicamentos prescritos nos consultórios, dependendo das características químicas de cada um, terão efeitos colaterais nos rins, fígado, coração e sistema nervoso central, resultando em problemas, muitas vezes, mais graves, como insuficiência renal ou hepática, infarto, sonolência e déficits em geral de concentração e memória, citando apenas alguns deles.

Para reduzir a administração de medicamentos, muitos médicos lançam mão da fisioterapia, práticas de melhorias na postura e reeducação de comportamento e atitudes para uma coluna mais saudável, menos comprometida e sem dores.

Porém, o que muita gente não sabe é que, quando o desarranjo que se estabelece na região e causa dores tem origem numa alteração mecânica (isto é, uma estrutura saiu de seu lugar e invadiu o espaço de outra). Essa situação vai afetar em grandes proporções toda a anatomia original da coluna com pioras progressivas e, mesmo com o grande apelo popular das práticas
descritas acima, o sucesso será sempre temporário.

A única maneira de restabelecer o equilíbrio é "remover o invasor da área invadida", ou seja, se o paciente tem uma hérnia de disco, uma dilatação do disco intervertebral causando compressão de uma raiz do ciático, não haverá outra medida capaz de resolver definitivamente o problema a não ser uma intervenção nesse local.

De acordo com o ortopedista José Otávio Correard Teixeira, graças à evolução técnica, hoje é possível abordar diferentes problemas da coluna vertebral por vídeo cirurgia, acessos microscópicos e procedimentos minimamente invasivos. "É feita uma pequena dilatação de espaços entre os músculos, onde será possível abordar diretamente o problema que causa a dor, com o intuito de corrigí-lo sem grande perturbação das estruturas vizinhas. A não introdução de 'corpos estranhos', por exemplo, oferece a possibilidade de uma rápida regeneração e permite um quadro cirúrgico de pequena agressão ao corpo, fazendo com que o paciente retorne rapidamente às atividades rotineiras. E sempre bom lembrar que problemas tratados no seu início têm soluções mais simples e recuperação mais rápida".

Quanto mais cedo se avaliar a necessidade deste tipo de tratamento, mais fácil será a recuperação e maiores serão as chances de uma vida sem dor e com mais qualidade.

A anestesia costuma ser local com sedação e o procedimento demora em torno de uma hora e meia a duas horas. A internação dura 24 horas, com 15 dias de repouso e, após este período, já é possível o retorno gradativo do paciente às atividades normais.

As cirurgias minimamente invasivas estão se tornando o procedimento mais eficaz para tratar esses problemas e garantir uma vida sem preocupação aos pacientes que sofreram durante anos com problemas na coluna vertebral.

Uma vida sem dores e a mobilidade para realizar as tarefas do dia-a-dia têm comprovado que, quanto mais cedo os diagnósticos forem detectados, mais qualidade de vida os pacientes terão. "Uma vez observado que alguns paliativos já foram adotados e não surtiram o efeito esperado, uma avaliação médica e um bom planejamento cirúrgico garantem resultados satisfatórios e eficientes", finaliza o especialista.







JOSÉ OTÁVIO CORREARD TEIXEIRA - Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo, fez residência médica durante 3 anos na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, com destaque para cirurgia da coluna, cirurgia de grandes articulações, criopreservação de tecidos para transplante. Também estudou por 3 anos na UCLA, nos EUA, com ênfase em cirurgia da coluna vertebral, fatores de crescimento e diferenciação celular e células tronco. Nesses locais teve contato com as pesquisas de regeneração de tecidos, transplantes e células tronco.
Instalou o Banco de Tecidos para o Hospital das Clínicas de SP e desenvolveu aloenxertos de válvulas cardíacas para o INCOR.
Atua há 20 anos como ortopedista e trabalha nos Hospitais Sírio-Libanês, Santa Catarina e 9 de Julho. Foi pioneiro em técnicas minimamente invasivas e, além da rotina de cirurgião nos hospitais citados, desenvolve técnicas de regeneração discal e participa do desenvolvimento de aplicativo para prevenção de problemas da coluna.
Realizou um bem-sucedido transplante de cotovelo num paciente que sofreu um acidente de carro e chegou ao hospital sem sentidos por conta do impacto da batida.







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