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terça-feira, 4 de outubro de 2016

O reflexo dos pais na saúde mental de seus filhos



A educação infantil engloba uma série de aspectos, que se estende além ao ensino escolar. Sua formação pessoal se desenvolve no contato mais íntimo da com seus cuidadores, portanto, o papel dos pais neste processo é fundamental, uma vez que são os primeiros a fazer parte de sua rotina.

O comportamento das crianças e adolescentes reflete seu relacionamento parental. Se mal resolvido, pode acarretar sérios problemas à sua saúde mental. Segundo a vice-presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), dra. Denise de Sousa Feliciano, muitas doenças físicas e psicológicas estão ligadas às questões emocionais, ou até mesmo potencializadas por elas.

“Crianças até os 3 anos possuem a mente fortemente ligada aos pais, o que
pode afetar tanto as questões básicas, como sono e alimentação, quanto seu
comportamento. Elas estão altamente sensíveis ao ambiente familiar, à questão
dos pais e suas dificuldades”, explica.

Nas escolas, por diversas vezes, o primeiro contato entre as crianças é parte do que aprenderam ou viram em casa. Este contato com o outro em grupo estimula o desenvolvimento de reações que, de seu psiquismocológico, e amplia as experiências de sua rotina familiar, mas não a substitui. “Muitas vezes os pais querem delegar à escola o papel de educar a criança e definir limites para ela. A escola não consegue abranger questões éticas ligadas aos valores desta família, ela lidará com a socialização, convivência e competências da criança, que contribui para sua identidade, porém os principais valores são advindos de seus familiares”, afirma a dra. Denise.

Com um acompanhamento atento do pediatra, os pais, especialmente os de primeira viagem, podem reconhecer seus limites, facilitando a aceitação de uma ajuda externa por parte de um psicólogo, quando necessário. A psicanalista afirma que não é preciso uma assistência psicológica da criança sem precedentes, porém, os pais não podem ignorar se o filho demonstrar sinais de algum problema.

Muitas vezes, problemas emocionais comunicados pela criança e o adolescente
através de seu comportamento e rotinas funcionais (alimentação, sono, excreções, etc),
mas são tratados como uma situação passageira e deixam de ser atendidos,
fazendo com que esses conflitos se tornem mais agudos e significativos.
Por isso, é fundamental se atentar ao que ocorre nesta fase, saber os problemas
que estão enfrentando, pois, uma vez deixados de lado, reaparecerão no futuro
como algo muito mais grave em termos psicológicos.

Em crianças pequenas de 0 a 3 anos, o atendimento psicanalítico é feito com
toda a família, são as consultas terapêuticas Pais Bebê. Mas é importante
que o encaminhamento seja feito à um psicanalista com formação
nessa modalidade de atendimento.

“Nunca é tarde para um pedido de ajuda, mas quanto mais cedo puder ser
atendido, menores serão os desdobramentos e complicações para o desenvolvimento
da saúde mental da criança. Por isso os pais devem ouvir as dificuldades na rotina
familiar e da criança como um pedido socorro. Um profissional qualificado pode
auxiliar neste processo, contribuindo para sanar as dificuldades deste relacionamento
entre pais e filhos”, esclarece.

Dra. Denise comenta que algumas instituições prestam atendimento especializado para questões psicológicas entre pais e filhos, como a Clínica do Instituto Sedes Sapientiae ou o Centro de Atendimento Psicanalítico da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Este tipo de assistência muitas vezes é oferecida em núcleos hospitalares, organizações não governamentais e órgãos públicos.




Crianças entendem mais de poesia do que os adultos



Estimular a leitura durante a infância pode render bons frutos no futuro


A poesia é a forma de ler mais natural para a criança. Ao contrário do que nos parece, aqueles versos complicados que recorrem a metáforas e a rimas não são muito difíceis no entendimento infantil, pois é na infância que desenvolvemos hábitos e apetites. E, para ler e entender poesia, não é necessário nenhum pré-requisito, pelo contrário, quanto mais “puros” estivermos, melhor digerimos e aproveitamos o conteúdo.  

Em alguns casos, quando pais, professores ou intermediadores recorrem à poesia como um recurso didático, ela é isenta de toda sua carga artística, que é o cerne de sua criação e benefício. Lendo poesia desde cedo, desenvolve-se uma sensibilidade em aspectos da vida com um todo. A função do poema transcende sua intenção enquanto instrumento educativo. Sua carga semântica é influente na aquisição de comportamentos e significados na infância.

Muitas pessoas possuem dificuldade em ler poesia, e isso se dá principalmente pelo fato do poema ser, em grande parte das vezes, cheio de metáforas e subentendidos. Para que esse tipo de leitura possa ser efetiva, principalmente na infância, é preciso que se estejam claras algumas coisas. O poema é uma forma de comunicação, ele sempre nos passará uma mensagem, uma ideia ou ideal, e para entender é preciso estar aberto.

Por isso, é importante ensinar as crianças a lerem os poemas livres de intenção, apenas lendo. Não é preciso que se tire tudo de letra, no final das contas, tiramos um pouco de tudo o que lemos. Incentivar a criança a refletir e meditar sobre o que leu também ajuda na compreensão e estimula a criatividade, além de contextualizar e ambientar a obra. Por fim, a poesia tem sua origem na fala. Quando parecer difícil de entender – faça a leitura em voz alta. O significado pode estar na sua declamação, em algumas palavras que se destaquem.

Além de estimular a imaginação, a poesia é um recurso ideal para que a criança se familiarize com o vocabulário e melhore sua expressão oral; além de ser um meio de transmissão de valores, de estímulo da criatividade e veículo de reflexão. A partir de uma certa idade, conseguimos estimular o abstrato nas crianças. Ao utilizarmos corretamente uma poesia adequada ao imaginário da criança, conseguimos adentrar no universo infantil, dando a ela a capacidade de lidar e experienciar a realidade em seus diversos modos.

Pensar em poesia é pensar em uma viagem: é sempre uma experiência de retorno, um exercício que, cada vez que o realizamos, vivemos uma experiência única. Mas como qualquer exercício, é preciso que tenhamos uma prática para que ele se torne cada vez melhor e eficaz. Então, encontre seus autores preferidos e aproveite a leitura!


Dica de Leitura: Antologia Ilustrada da Poesia Brasileira
“Por que motivo as crianças, de modo geral, são poetas e, com o tempo, deixam de sê-lo?”
Já que o clima é de poesia, lá vai uma dica à altura, organizada e ilustrada por Adriana Calcanhotto. Nesta obra, a cantora e compositora brasileira reuniu poesias dos maiores poetas brasileiros em um livro dedicado às crianças de todas as idades.
Livro: Antologia Ilustrada da Poesia Brasileira
Autora e ilustradora: Adriana Calcanhotto
Editora: Edições de Janeiro
Melhor idade: Todas
Onde encontrar: na Leiturinha Digital.



Sobre a Leiturinha
Criada em 2014, a Leiturinha é o maior clube de assinatura de livros infantis do Brasil, promovendo o momento da leitura compartilhada para mais de 18 mil famílias distribuídas em cerca de 2.700 cidades brasileiras. A atuação da empresa se baseia na entrega de experiência, carinho e curadoria para os leitores mirins, incentivando assim o hábito da leitura, além de aproximar e criar vínculos entre toda a família. Mensalmente cada assinante recebe em casa um kit contendo seus livros - selecionados de acordo com a etapa de desenvolvimento de cada pequeno leitor, uma carta pedagógica e outras surpresas, além do acesso gratuito ao aplicativo Leiturinha Digital - com mais de 700 livros e 300 vídeos - e também ao clube de vantagens com descontos de até 50% em diversas marcas e lojas parceiras. Para mais informações, acesse:www.leiturinha.com.br


Brinquedos e brincadeiras




Como estimular a linguagem e as habilidades linguísticas nas crianças


Os brinquedos e as brincadeiras, além de serem um meio de distração e de entretenimento para as crianças, são importantes no processo de desenvolvimento cognitivo. É brincando que elas desenvolvem a memória, a criatividade, o raciocínio e a solução de problemas. É nas brincadeiras que a criança se relaciona com o mundo e o brinquedo é o estimulador da curiosidade e da iniciativa, proporcionando uma divertida forma de desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da atenção.
Os primeiros seis anos de vida de desenvolvimento da criança são fundamentais. É a fase onde se deve ter mais atenção aos estímulos que as crianças recebem.

A fonoaudióloga Raquel Luzardo, especialista em linguagem e atendimento infantil, mostra a importância dos jogos lúdicos na primeira infância e dá algumas dicas de brinquedos e brincadeiras para cada faixa etária.


Estimulando os sentidos

De 0 a 2 anos

Durante os primeiros anos, a criança explora os brinquedos de várias maneiras: leva à boca, deixa rolar ou joga no chão. É importante experimentar por meio do tato, da audição, do olhar, do paladar ou do olfato. Os brinquedos devem ter diferentes texturas, diversas cores e fazer sons variados para desenvolver a percepção sensorial. São com os brinquedos que as crianças aprendem noções de tamanho, forma, som, textura e como funcionam as coisas.

"Os bebês adoram apertar, sacudir, jogar, bater, empilhar. Nessa fase, o ideal são brinquedos leves para que possam colocar na boca, móbiles que eles possam tocar, chocalhos, bichinhos de borracha que produzem som, brinquedos flutuantes para o banho, livrinhos de pano, grandes cubos para empilhar", sugere Raquel.

Por volta de um ano, as crianças começam a dar os primeiros passos e já conseguem interagir com outras crianças e adultos. Mas ainda levam coisas à boca. Nessa fase é importante que os brinquedos não contenham peças pequenas que podem ser engolidas. "Dê preferência aos brinquedos certificados pelo Inmetro", orienta.

Entre 1 e 2 anos, as crianças ainda vão se divertir com os brinquedos que já possuem, mas também vão gostar de livros com ilustrações de objetos familiares, carrinhos que possam puxar ou empurrar, brinquedos de montar e desmontar ou simples caixas com coisas dentro para tirar e colocar de volta. Instrumentos musicais, como pianinhos, cornetas e tambores também são indicados. "Nessa idade é importante que elas comecem a guardar seus brinquedos. Estimule a fazer isso como parte da brincadeira. Pode cantar uma musiquinha no tema para incentivar", sugere a fono.


No mundo da fantasia

De 3 a 6 anos

Nesta fase, os brinquedos vão ajudar a estimular, além da linguagem, o conhecimento, a coordenação motora e também a imaginação.

As crianças gostam de bonecas, casinhas, carrinhos, fantasias e tudo que estimule o faz de conta. É com essa idade que elas serão príncipes, princesas, super-heróis e vão adorar brincar de casinha, policial, mamãe e filhinha, e outros personagens. É vivendo esses papéis que elas entendem porque a mãe fica brava, elabora a raiva que sentiu quando o amiguinho pegou seu brinquedo, imita a professora, voa como o Super Homem, etc.

Brinquedos que estimulem o faz de conta, como fantasias e equipamentos que complementem o seu mundo imaginário são importantes nesta etapa. "Sugiro supermercado em miniatura com dinheirinho de brinquedo, caixa registradora, telefone, cidadezinhas, zoológico, fazendinha, posto de gasolina, fantoches, fantasias, bonecas e casinha com móveis, utensílios de cozinha e comidinhas.

Elas já podem brincar com brinquedos de montar e desmontar mais elaborados. Como não levam mais as peças à boca, os brinquedos podem ter pecinhas menores", diz Raquel. Livros de histórias com figuras coloridas também são indicados.

Jogos com regras fáceis também ajudam a trabalhar o raciocínio e as emoções. Com jogos em que se ganha ou perde, as crianças começam a trabalhar a frustração. Aprender a lidar com esse sentimento e poder verbalizar é essencial para o seu equilíbrio emocional e o desenvolvimento psicossocial.

Outras ideias: massinha de modelar, giz de cera, quadro-negro com giz, quebra-cabeça, jogo da memória, Lego.


Hora do Jogo

Crianças de 7 a 12 anos

Nesta idade, ser aceito pelos amigos é muito importante e o jogo corporal se evidencia nos esportes. A convivência se aprimora com os jogos de bolinhas de gude, brinquedos de montar, jogos de tabuleiro e de cartas que, além de incentivar a competição saudável, desenvolvem aspectos linguísticos e sociais. Mais velhas, as crianças desta faixa etária já podem brincar com jogos de regras e devem ser estimuladas a ler e fazer atividades que envolvam habilidades físicas. São indicados para esta fase os jogos como quebra-cabeças e jogos de tabuleiros, que devem começar de forma bem simplificada, com poucas peças ou peças grandes e regras simples de cumprir. Com o tempo, os jogos podem ir ganhando complexidade conforme as crianças forem crescendo. Também vão gostar de objetos que estimulem a imaginação e as descobertas, favorecendo também o aumento do vocabulário e a estruturação do pensamento.

Para esta fase, a sugestão também são livros, jogos de tabuleiro, jogos de mesa, lupa, luneta, kits de mágico ou de cientista, equipamentos eletrônicos e esportivos, bolinhas de gude, corda para pular, patinete, bicicleta, quebra-cabeças, Lego.


Entre 9 e 12 anos

Os pré-adolescentes já estão em fase de definir seus gostos e interesses. Segundo Raquel, os pais já podem consultá-los sobre o que gostariam de ganhar. No entanto, é válido despertar neles o gosto por coisas que os estimulem a raciocinar, a se mexer e usar a criatividade.

A orientação para a escolha dos brinquedos não pode se basear somente no critério de indicação por faixa etária. Cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento e características pessoais únicas que a diferencia das demais. "Além da idade, devemos também levar em consideração a individualidade da criança, seus interesses e gosto pessoal", lembra a fonoaudióloga.


Brincadeiras divertidas

- acampamento diferente: vale montar a barraca no meio da sala ou improvisar com lençóis, cadeiras e almofadas;

- piquenique maluco: que tal estender uma toalha no chão da sala e fazer um jantar diferente?

- jogos diversos: de tabuleiro, pega varetas, dominó, memoria, damas;

- uma caixa de papelão grande pode virar uma casinha ou um foguete. Use a imaginação!

- caça ao tesouro: esconda as pistas pela casa;

- corrida de aviões de papel: vale decorar os aviões com canetinha ou usar as folhas de uma revista velha;

- memória de objetos: selecione alguns objetos  e peça para a criança observar por alguns segundos. Depois esconda um e ela tem que descobrir qual objeto está faltando!

- troca-troca de lugar: observar por 1 minuto um dos cômodos da casa – a sala por exemplo - e depois sair. Mudar algo de lugar (ex: colocar na estante o vaso que estava na mesa). Voltar para o cômodo e tentar adivinhar o que foi mudado de lugar;

- batata quente com o celular: passar o celular de mão em mão com o timer ligado. Aquele que for fotografado, perde;

- barquinhos de papel:  vale colocar os barquinhos para flutuar no balde com água ou banheira;

- fui para a lua e levei... : pode ser brinquedos, alimentos, peças de roupas, animais, qualquer categoria. O primeiro diz: “Fui para a lua e levei uma maçã.” O outro diz: “Fui para a lua e levei uma maçã e uma banana”. E assim sucessivamente, sempre acrescentando um item. Quando alguém errar a ordem ou esquecer de alguma coisa começa tudo outra vez com outra categoria;

- qual é a música: falar uma palavra e tem que cantar uma música que tenha aquela palavra na letra. Use o repertório da criança.






FICA A DICA

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