Especialista esclarece os principais
questionamentos sobre o tema
Constituir uma família, vivenciar os
bons momentos de uma gravidez, ver os filhos crescendo e aproveitar momentos
únicos de alegria com os pequeninos correndo e brincando pela casa, é o sonho
de muitos casais. No entanto, nem sempre isso pode se tornar real por meios naturais,
o que leva muitos casais a procurarem ajuda médica especializada. Após tomarem
esta decisão, é comum que inúmeras dúvidas apareçam, afinal, a Reprodução
Assistida compreende técnicas diferentes e que estão, a todo momento, se
aperfeiçoando. Para esclarecer um
pouco mais as dúvidas que permeiam o assunto, a ginecologista especialista
em Reprodução Humana da Criogênesis, Dr. Renato de Oliveira, fala sobre
alguns mitos e verdades.
A idade da
mulher é o maior fator de prognóstico para se conseguir uma gravidez.
VERDADE. A idade da mulher deve ser considerada quando se
decide calcular as possibilidades de gravidez de um casal. Isto porque, a idade
afeta tanto a quantidade, quanto a qualidade dos óvulos. A partir dos 35 anos,
a fertilidade feminina começa a cair bruscamente e as chances de engravidar
após os 40 anos são muito menores, além de maiores chances de malformação e
abortamento. Se a mulher pensa em ter filhos somente após esta idade, é
essencial que converse com seu médico para avaliar a possibilidade de
criopreservação dos óvulos.
Tratamentos
de reprodução assistida garantem a gravidez.
MITO. Nenhuma das técnicas de reprodução assistida
garante a gestação. Alguns métodos, no entanto, são mais assertivos. As chances de uma fertilização in vitro (FIV)
resultar em gravidez giram em torno de 25 a 55% por tentativa. Já nos casos de
Inseminação Artificial, as taxas variam de 10 a 18% por ciclo, e com o Coito
Programado, as chances são de aproximadamente 15% por tentativa.
Usar
regularmente a pílula do dia seguinte pode afetar a fertilidade
VERDADE. O uso abusivo da pílula do dia
seguinte pode levar a alguns distúrbios hormonais e atrapalhar o perfeito
funcionamento do ciclo menstrual. Por isso, o medicamento só é indicado em
casos emergenciais e não deve ser usado com frequência.
Nos
tratamentos para gravidez sempre nascem gêmeos.
MITO. Das gestações
obtidas por fertilização in vitro (FIV), 70% podem ser gestações únicas,
27% gêmeos e 3% triplas ou mais. Atualmente, com a nova regulamentação
do CFM, mulheres de até 35 anos recebem, no máximo, dois embriões; de 36 a 40
anos, recebem até três embriões; e mulheres com mais de 40 anos, o número
máximo de células transferidas sobre para quatro. A tendência mundial é que
cada vez mais se opte por transferir apenas um embrião de maior qualidade.
Mulheres
atletas, que se exercitam demais, podem ter dificuldades para engravidar.
VERDADE. As mulheres que praticam exercícios físicos
extenuantes podem apresentar amenorreia, ou seja, a ausência de períodos
menstruais e ovulação. Isto ocorre quando o nível de gordura do corpo cai a
condições inferiores às necessárias para ajudar na ovulação. Aquelas que
desejam engravidar devem reduzir seus exercícios para níveis mais moderados.
Há, no entanto, mulheres que, mesmo com rotina de superatletas, continuam a
menstruar regularmente, mantendo a sua fertilidade.
No Brasil,
é possível pagar por uma barriga de aluguel.
MITO. A prática comercial, envolvendo órgãos do corpo
humano, é proibida por lei, por isso, o termo mais adequado seria Útero de
Substituição ou Barriga Solidária. Além disso, é necessário que a mulher que
vai gerar o bebê tenha um grau de parentesco com o casal e caso isso não seja
possível o tratamento deve ser realizado após autorização do CFM. A nova regra
do Conselho Federal de Medicina (CFM), determina que sejam parentes de até
quarto grau, como tias e primas. As regras também determinam a permissão do uso
das técnicas de reprodução assistida por mulheres solteiras ou por casais do
mesmo sexo. Nesse último caso, com casais masculinos, o óvulo para procedimento
precisa ser de doadora anônima.
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