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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Consciência e cidadania para um Brasil mais limpo




A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em agosto de 2010 (Lei nº 12.305), tem dois eixos principais, que são o fim dos lixões em 2014 e a implantação da Logística Reversa, esta voltada a equacionar o destino final dos restos do consumo, incluindo eletrônicos, lâmpadas, pneus e baterias. Independentemente do atraso no cronograma de implementação dos projetos, que precisam ser agilizados, há algo crucial, mais importante até mesmo do que as ações do poder público: a consciência da sociedade quanto à atitude de cada indivíduo, família, condomínio e empresa para a consolidação de uma nova cultura no trato da questão dos resíduos sólidos.
É premente que todos entendam, como princípio fundamental, a necessidade de, por um lado, não sujar o ambiente urbano e, de outro, dispor todo o lixo produzido de modo ambientalmente correto. Esse avanço implica mudança de hábitos de todas as pessoas, em casa, na escola e no trabalho. Tais posturas cívicas e comportamentais são decisivas para que nossas cidades fiquem mais limpas.
Em primeiro lugar, é necessário rever o anacrônico conceito de que a sociedade paga impostos ao setor público para que este limpe as ruas e as cidades e se encarregue de coletar, transportar e dar destino final aos resíduos sólidos. Já passou da hora de avançarmos para um conceito mais contemporâneo de que é responsabilidade de cada um não sujar as ruas nas quais transita e a cidade na qual vive. Do mesmo modo, efetuar corretamente a deposição do lixo para a coleta é um compromisso de cada residência, condomínio, empresa, escola e instituição pública ou privada.
Cada pessoa deve ser um agente proativo do processo e não mais um usuário reativo do trabalho dos serviços de limpeza, varrição e coleta do lixo produzido pela sociedade. Todos devem comprometer-se com a meta de que o Brasil tenha cidades mais limpas e um habitat humano mais saudável e agradável. Qualidade ambiental é uma responsabilidade de todos.
O mesmo raciocínio aplica-se à questão da logística reversa, que objetiva dar solução adequada aos produtos no final de sua vida útil. Esse item da Política Nacional de Resíduos Sólidos é o que define a responsabilidade compartilhada das distintas cadeias de suprimentos e da sociedade quanto à restituição, reaproveitamento, reciclagem ou destinação final ecologicamente correta dos bens de consumo e suas embalagens. Porém, por mais eficazes que sejam as estruturas de coleta seletiva, estratégias e programas de devolução em pontos de venda e centros de recepção das indústrias e importadores, nada será viável sem a participação e engajamento da população.
Isso é fundamental para o Brasil vencer o grande desafio da salubridade ambiental e qualidade da vida. No enfrentamento desse problema urbano, é necessária sinergia entre indústrias/importadores, distribuidores, comércio e consumidores brasileiros. Todo cidadão deve sentir-se participante e responsável. Cabe ao Ministério do Meio Ambiente e ao de Cidades coordenar os Grupos Técnicos Temáticos encarregados de desenvolver modelos, normas e procedimentos para a logística reversa, para que se costurem acordos setoriais e se cumpra a legislação.      
Nada, contudo, será factível se cada cidadão não participar, com adequado comportamento quanto à coleta seletiva, ou na devolução dos rejeitos nos postos de coleta das respectivas cadeias produtivas.
Como se observa, civismo e educação ambiental são elementos imprescindíveis para que a Política Nacional de Resíduos Sólidos tenha êxito. Ao fazer a sua parte e dar o exemplo, a sociedade também ganha mais força política para cobrar o poder público municipal, estadual e federal quanto à execução dos projetos e recuperação dos atrasos. Consciência, portanto, é o paradigma basilar da salubridade ambiental urbana!

Ariovaldo Caodaglio - cientista social, biólogo, estatístico e pós-graduado em meio ambiente, é presidente do SELUR (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Postar ou não postar – como se portar nas redes sociais




Como as redes sociais podem influenciar em relação ao trabalho? Essa questão é cada vez mais usual para as pessoas, em função da amplitude que esses meios de comunicações tomaram. E uma coisa eu posso afirmar – com certeza, o que você coloca em suas redes sociais pode ter reflexo em sua vida pessoal.

Por isso, acho relevante falar dos principais pontos relacionados ao tema:

Postar ou não postar, eis a questão!

Vivemos uma realidade na qual o que se fala, curte, quem segue e tudo mais pode ser usado a favor e contra profissionalmente. Vejo muito isso em contratações, onde as áreas de recursos humanos já utilizam desse artifício. Frases mal postadas, preconceito, xingamentos, declarações desnecessárias com certeza pegam muito mal. Sem contar que sempre se deve buscar escrever de forma correta. Pense sempre que as redes sociais segue a vida real, assim, pense quais situações não seriam adequadas tomar na frente de seus pares do trabalho e reproduza esse conceito para as redes socais. Como pode ver, são inúmeras as situações a serem evitadas.

Para postar, basta ter bom senso e utilizar as redes sociais com inteligência, tendo a consciência do impacto das suas ações. Coloque em uma balança os pontos positivos e negativos de uma postagem. Sei que parece chato, e tira um pouco a graça dessas redes, mas essa é a única forma de garantir que o postado nas redes sociais não interferirá no lado profissional. As pessoas hoje tem acesso ao que você faz 24 horas. Por isso, preserve sua imagem. Lembrando que ser feliz não o que se está na rede mundial.

Baladas e Bebedeiras

Exemplos recorrentes são os impactos de constantes fotos no Facebook - ou outras redes - de bebedeiras, baladas e ‘pegação’. Não cabe a ninguém julgar o estilo de vida das pessoas, mas expor o mesmo de forma inadequada trará consequências negativas para imagem de um profissional. Hoje vivemos um momento em que o compartilhamento de informações é muito rápido, e com isso também é muito fácil ser visto e ser alvo de entendimentos errôneos e pré-conceitos nas redes sociais, não que isso seja correto, mas é recorrente as pessoas avaliarem os profissionais pelo que observam em fotos.

Por isso recomendo que, antes de tirar qualquer foto, como os famosos selfie, tenha em mente que você será julgado por ele. Um erro comum é a pessoa bloquear o acesso das pessoas as suas fotos nas redes sociais e achar com isso que está segura, ledo engano, pois outras pessoas poderão compartilhar a mesma foto, e assim de nada adiantou essa preocupação. Um profissional deve ter sempre como palavra de ordem em suas redes sociais a prevenção da imagem.

Adicionar ou não adicionar superiores?

Ponto bastante complexo, a respostas dependerá da relação que se tem com a pessoa. Recomendo como postura mais adequada uma posição passiva, mas, caso seja convidado pelo chefe, recomendo que o adicione, pois, mais do que o lado profissional, estamos sempre lidamos com indivíduos, que possuem em suas personalidades características diversas, assim, tenha em mente que o fato de não aceitar uma solicitação pode ser levado como uma ofensa, ou com o fato que tem muito a esconder, criando um desconforto não adequado.

Uma dica para quem não quer adicionar é deixar claro de forma indireta que não gosta de ter colegas de trabalho em suas redes sociais. Outro ponto é também se conter, não é porque começou um novo emprego ou tem uma nova rede social que deve chamar todos para serem seus amigos. A pessoa também pode não gostar de ser adicionado e ficar assim em uma saia justa. Por fim, busque sempre convidar para suas redes pessoas com quem realmente tenha relacionamento. Hoje se tem uma verdadeira competição para ver quem tem mais amigos nas redes sociais, todavia, as pessoas não percebem os riscos que existem com isso.

Uma rede profissional e outra pessoal

Essa é uma boa saída para quem quer privacidade, mas não é garantia nenhuma, sempre haverá os que vão querer participar das duas redes e também os que irão acessar todas, buscando saber o que você faz de sua vida. Não se iluda com soluções simplistas, a postura preventiva é a melhor saída.


Ricardo M. Barbosa -  diretor executivo da Innovia Training & Consulting. Consultor em Gestão de Projetos há 15 anos e já atuou como executivo em grandes empresas como Ernst & Young Consulting; Wurth do Brasil; Unibanco; Daimler Chrysler.

Cuidar da higiene bucal é o principal hábito saudável adotado na rotina dos brasileiros




·         Enquanto no mundo, dormir tempo suficiente foi o hábito saudável mais citado em pesquisa, no Brasil ter uma rotina regular de higiene bucal aparece na frente de passar tempo com a família, amigos ou animais de estimação e dormir
·         Na, Índia, 100% das pessoas dedicam-se aos cuidados bucais contra menos de quatro em cada dez pessoas na China e na Indonésia

Quando a GfK perguntou para consumidores do mundo todo quais atividades eles fazem regularmente para manter sua saúde física, a principal resposta dos brasileiros foi cuidar da higiene da boca (68%).. Nesse quesito, as mulheres brasileiras se destacam – representam 73% contra 62% dos homens brasileiros.
Já o resultado global da pesquisa realizada pela GfK em 23 países descobriu que dormir o suficiente para manter a saúde física está em primeiro lugar entre os hábitos saudáveis adotados, com 66%.
No Brasil, a segunda atividade mais citada é passar tempo com a família, amigos ou animais de estimação (67%), tópico que aparece na quinta posição no resultado global, com 53%. Nesse item, as mulheres também permanecem na liderança com 74% e os homens ficam com 60%.
A adoção de um sono saudável aparece em terceiro lugar no Brasil, com 67%. As mulheres também se preocupam mais que os homens em dormir um sono suficiente para manter a saúde – são 72% contra 62% dos homens.
Assim como a liderança feminina pode ser constatada nos principais temas citados pelos brasileiros, é possível notar que a adoção desses mesmos hábitos saudáveis aumenta com a idade. Entre 15 e 19 anos, pouco mais de 50% dizem se dedicar a eles, enquanto entre as pessoas acima de 60 anos esse número supera os 80%.
As mesmas atividades pelo mundo
Observando o quanto estes comportamentos saudáveis dominam nos diversos países, a pesquisa da GfK indica que o cuidado com a higiene bucal – quarta atividade adotada no mundo com 54% – aparece com destaque na Índia (100%), Alemanha (71%) e Rússia e Suécia (ambos com 68%).  
Entre os países em que as pessoas mais se dedicam a passar um tempo com a família, amigos e pet, aparecem como líderes Argentina e Canadá, com 73%, Estados Unidos e Alemanha, com 71%, e México, com 70%.
A pesquisa mostra que a Indonésia (85%), Índia (77%) e China (73%) são os três principais países onde os consumidores costumam dormir o suficiente para manter a saúde física.
Curiosidades brasileiras
O estudo indicou ainda a liderança do Brasil quando o assunto é o cuidado da pele contra o sol. Consumidores brasileiros lideram o uso de protetor solar em nível nacional (46%), seguido pelo Canadá e Coreia do Sul (ambos com 43%) e por Austrália e Espanha (ambos com 42%).
O Brasil também é destaque no uso de produtos de cuidados com a pele ou de beleza/produtos de cuidados pessoais, com 47%, empatado com Estados Unidos. Nesse item, são superados pelos líderes Rússia, com 60%, e Alemanha, com 55%.  
A decisão de fazer uma pausa da tecnologia ou se desconectar foi tomada por 28% dos brasileiros. Os países líderes nesse quesito são Argentina e Estados Unidos (ambos com 47%) e o mais apegado à tecnologia é a Índia, onde apenas 5% declararam se desconectar em nome da sua saúde.
Resultado global  
Os dados globais indicam que, após a adoção de sono suficiente, a atividade mais comum é comer alimentos saudáveis, nutritivos – 59% dos consumidores mundiais fazem isso regularmente para manter a saúde física. Em terceiro lugar, está a prática de exercícios físicos: 57% dos consumidores globais exercitam-se regularmente para manter o bem-estar físico. E aí os homens ganham das mulheres: 60% contra 54%.
No Brasil, a preocupação com alimentação saudável está na quarta posição, atingindo 63%, e a prática de exercícios físicos surge em quinto lugar, com 54%.
Sobre o estudo
Para a pesquisa, a GfK entrevistou mais de 28.000 consumidores com idades entre 15 anos ou mais em 23 países, online ou pessoal, no verão de 2014. Os países incluídos foram Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Polônia, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Turquia, Reino Unido, Ucrânia e EUA.

Corrupção e o mecanismo psicológico da negação




Dilma disse a um jornal chileno: "O Brasil não vive crise de corrupção nem tem intocáveis". Gilberto Carvalho, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, deixou o cargo dizendo: "(...) nós não somos ladrões"; alguns "tombaram", mas não vão levar "desaforo para casa". Para o ministro da Justiça a corrupção é cultural: "os mesmos que criticam atos da classe política "são aqueles que quando um guarda de trânsito para e quer multar pensam numa "propininha'; "O mesmo empresário que por vezes protesta, e com razão, dos desmandos dos nossos governantes é aquele que quando chega um fiscal de rendas diz "bem, como podemos acertar isto?"", criticou Cardozo. "Vivemos numa sociedade que até o síndico de prédio superfatura quando compra o capacho", completou. Todos os políticos acusados de envolvimento no escândalo da Petrobras (de todos os partidos: PT, PMDB, PP, PSDB etc.) negam, em seguida à revelação do seu nome, ser corrupto. Como entender o fenômeno humano da negação?
Negar um problema social grave ou diminuir a importância dele constitui uma das reações mais usuais do humano, especialmente quando ocupa algum cargo público (que envolve o poder e a dominação). De muitas maneiras isso pode ser explicado. Uma das possibilidades reside nomecanismo psicológico da negação. Como funciona? A negativa de um fenômeno real (ou a diminuição da sua relevância ou a atribuição à esfumaçada cultura do povo) serve de muleta (psicológica) para a pessoa (num determinado momento) não ter que tomar providências concretas desagradáveis ou não ter que fazer dolorosas revisões de sua identidade ameaçada (de pessoa impoluta, honesta, escorreita) (veja F. Gil Villa, La cultura de la corrupción: 19). A negativa do problema ou mesmo sua projeção (os outros são corruptos, eu não), anula o custoso processo de escutar a voz da nossa consciência. Nos exime do trágico exercício de "revisão moral pessoal". Nega-se a existência de um problema para não se ter o trabalho de lidar com ele (de enfrentá-lo).
Psicologicamente, como se vê, a negação (ou justificação) de um problema nos traz conforto (ainda que momentâneo). Ela é feita, portanto, para nos liberar do peso da reprovação social. Também para não afetar nossa crença (nossa autoimagem) de que somos íntegros, honrados, honestos etc.; para não nos obrigar, ademais, a um exame de consciência. Mas tudo isso, no entanto, não passa de uma mentira. Mentimos para os outros e, sobretudo, para nós mesmos (para não afetar nossa autoimagem, que é geradora de um autoengano - veja E. Giannetti, Vícios privados, benefícios públicos?). Ocorre que enquanto não reconhecemos o problema assim como o tamanho dele, nunca vamos encontrar as soluções. A corrupção é sim cultural, mas isso não exime de responsabilidade quem a pratica. A cultura não é justificativa suficiente. Aliás, a rigor, nem pode ser justificativa.
Refutar a corrupção no Brasil é contrariar o óbvio (seria negar que a Terra gira em torno do Sol). Para os que não querem mirar o lado trágico da História brasileira (de corrupção, cleptocracia, plutocracia, parasitismo, escravidão e violência), que contemple então a genialidade do compositor Bezerra da Silva (1927-2005), que deu a senha: "Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão". Para essa espirituosidade crítica olhava? Para um pagode para o qual ele fora convidado e onde não havia pobre (diz a letra da canção). Nesse ambiente, logo percebeu, "pisa-se de mansinho, especialmente quem é da cor, escurinho". Lá estava reunida toda a nata: doutores, senhores e até magnata. Com a bebedeira e a discussão (e só depois disso!), ele acrescenta, tirei a minha conclusão: "Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão".
A alta ladroagem (a que tem acesso e possibilidade de dividir o orçamento do Estado) possui um nome: se chama cleptocracia, que vem do grego ("klépto" + "cracia"), ou seja, governo de ladrões ou "Estado cogovernado por ladrões". O Brasil não é, com toda certeza, a única (talvez nem a maior)cleptocracia no mundo, mas não há dúvida de que é um dos mais cobiçados paraísos dela (em virtude de todas as circunstâncias favoráveis: históricas, sociológicas, psicológicas, antropológicas e jurídicas). Como assim? É que aqui (como em tantos outros lugares) sempre houve corrupção, patrimonialismo (confusão entre o patrimônio público e o privado), ladroagens, extorsões, roubos... e tudo transcorre sob o manto da quase absoluta impunidade (em razão da fraqueza institucional sistêmica, que nunca fez do império da lei uma realidade perceptível por todos - o emblemático caso Maluf não deixa margem à dúvida). A solução desse problema passa, em primeiro lugar, pelo reconhecimento dele de forma clara e inequívoca. Sobretudo os que governam não podem jogar essa sujeita para debaixo do tapete. Joaquim Levy (ministro da Fazenda) foi explícito: "É preciso acabar com o patrimonialismo no Estado" (patrimonialismo significa a confusão entre o público e o privado, a usufruição da coisa pública como se fosse coisa privada). Em lugar de esconder o problema, se faz necessário dizer o seu nome, o seu formato, a sua dimensão. Assim se inicia o processo de cura (que será longo e penoso).. Mas a doença da corrupção tem cura. Outras nações conseguiram dominá-la. Há saídas para o problema (outros países - os melhores colocados no ranking da Transparência Internacional - já a encontraram).
P. S. Participe do nosso movimento fim da reeleição (veja fimdopoliticoprofissional. Com. Br). Baixe o formulário e colete assinaturas. Avante!
Luiz Flávio Gomes - Jurista e Professor

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