- Pesquisa inédita revela
que 72% da população não sabem que existem três graus da doença e um
terço não conhece nenhum tipo de tratamento
- 40% dos homens já falharam na
cama e 71% das pessoas acreditam que o estresse é a principal causa do
problema
- Disfunção erétil
afeta 25 milhões de brasileiros e, desses, cerca da metade sofre com a
forma grave que impede o homem de ter relações
O
desconhecimento sobre seu próprio corpo, as formas de prevenção e tratamento
é um comportamento típico do brasileiro. É o que acontece especialmente com
os homens em relação à disfunção erétil. Segundo pesquisa da SBU, De Volta ao
Controle, que avalia a percepção masculina e feminina sobre a doença que
afeta 25 milhões de brasileiros - sendo que desses, 11,3% convivem com
as formas moderada e grave - 72% dos entrevistados não conhecem os diferentes
níveis de gravidade da doença, que podem ser leve, moderado ou completo.
O
desconhecimento mais prevalente está entre a população na faixa de 40 a 49
anos (78%). Os que detêm mais informação têm idade entre 60 e 69 anos (41%).
"O conhecimento maior sobre a doença nessa faixa etária deve-se
principalmente ao fato de que a disfunção erétil está relacionada, entre
outros fatores, ao avanço da idade. Portanto, é natural que entre o público
mais velho haja maior familiaridade com o assunto, pois muitos homens já
enfrentaram ou enfrentam o problema com maior frequência do que os
jovens", analisa o urologista Carlos Eduardo Corradi Fonseca, presidente
da SBU.
Um terço
da população desconhece tratamento
Outro dado
relevante é que um terço dos entrevistados (34%) diz não conhecer nenhum tipo
de tratamento contra a doença. Entre as opções terapêuticas atualmente
disponíveis para a disfunção erétil, as mais conhecidas pelo público são os
medicamentos orais (61%), seguidos pelo implante de prótese maleável (38%),
implante de prótese inflável (21%) e injeção (21%). O maior nível de
desconhecimento está na região Sul, onde 42% dos entrevistados dizem
desconhecer todas as formas de tratamento.
Quando
perguntados se não pudessem ser tratados com medicamentos, 42% dos homens
consideram fazer um implante capaz de restabelecer a função do pênis,
enquanto 45% das parceiras(os) têm dúvidas a respeito. Já 57% dos homens
dizem que não sabem, provavelmente ou certamente não fariam o implante. Entre
as parceiras (os), o percentual é 11% maior.
Na
avaliação de Corradi, é preciso falar sobre a doença e, principalmente, sobre
como tratá-la. "É possível recuperar a função sexual". Ele enfatiza
que o tratamento vai muito além das medicações orais e injetáveis, mais
comumente conhecidas. "Ainda há esperança quando essas terapias falham
ou não funcionam mais e como recurso para os casos mais graves, há as
cirurgias de implantes penianos, tanto infláveis quanto semirrígidos, que
recuperam de forma plena a atividade sexual", afirma.
O médico
destaca também que o tema impotência ainda é cercado por tabus e isso se
reflete no amplo desconhecimento da população sobre a doença. "A taxa de
prevalência da disfunção erétil cresce anualmente em todo o mundo e possui
estreita relação com problemas de saúde epidêmicos como o diabetes e doenças cardiovasculares",
alerta Corradi.
Além da
alta prevalência, o distúrbio sexual tem um significativo impacto sobre a
qualidade de vida, afetando o homem em suas relações mais íntimas. Isso
ocorre pelo distanciamento social que a doença acarreta e pela dificuldade de
falar sobre o problema. "Angústia, vergonha, tristeza, raiva e
ressentimento também são emoções comuns nessas situações", explica o
médico.
Falha é
mais comum do que se imagina
Outro dado
significativo trazido pela pesquisa De Volta ao Controle é que mais de 52%
dos homens assumem que já tiveram ou têm alguma falha de ereção durante o ato
sexual. Entre os parceiros, os resultados são semelhantes. Cinquenta e seis
por cento dizem que já passaram pela experiência do companheiro falhar na
cama. Desses, 10% convivem com o problema de forma recorrente. Por outro
lado, a população que diz estar mais satisfeita é a dos homossexuais - 62%
afirmam que seu parceiro nunca teve falha de ereção, contra 45% entre o
público feminino.
Medo de falhar
não impede novas relações
Embora a
disfunção erétil possa afetar a autoestima masculina, 72% dos homens não
deixariam de ter relações sexuais por medo de falhar, segundo a pesquisa.
Dezessete por cento dos homens cogitariam a possibilidade de desistir de uma
transa, enquanto 29% dos parceiros compartilham da mesma opinião. "Esses
dados demonstram que os parceiros têm mais dúvidas em relação à segurança
emocional dos homens", avalia Corradi.
Não
desistiriam do relacionamento
Perguntados se
desistiriam do relacionamento caso tivessem disfunção erétil, 78% dos homens
dizem que não, seguidos por 77% dos parceiros. Apenas 2% de ambos os lados
assumiram que tomariam essa decisão. Os companheiros mais persistentes estão
na faixa dos 60 a 69 anos. Para 84% deles, a disfunção erétil não é motivo
para separação.
Parceiros
são compreensivos
Embora o
problema possa afetar as relações afetivas, 65% dos parceiros afirmam que
compreendem o problema e não ficam chateados. Essa mesma opinião é
compartilhada por 62% dos homens. Somente 4% deles acreditam que seus
parceiros ficariam irritados e 9% acham que seriam indiferentes, caso
tivessem algum problema de ereção. Por outro lado, 28% dos parceiros revelam
que compreenderiam a situação, mas ficariam chateados.
Estresse
é o grande vilão para a maioria
Para 71% dos
entrevistados pela pesquisa De Volta ao Controle, a principal causa da
disfunção erétil é o estresse, seguido por problemas de saúde como diabetes e
hipertensão (54%), consumo de álcool (52%) e drogas ou anabolizantes (45%).
Entre as doenças associadas, para 62% dos entrevistados a depressão aparece
em primeiro lugar, seguida do câncer de próstata (48%), diabetes (46%),
sobrepeso ou obesidade (42%), problemas vasculares (39%) e doenças
cardiovasculares (30%). Trinta e três por cento não sabem responder ou
indicam outras enfermidades.
"A
disfunção erétil é, na maioria das vezes, uma doença multifatorial, que
requer investigação detalhada para se chegar a um diagnóstico preciso e indicação
de tratamento adequado. O estresse, assim como outros fatores de risco, como
doenças associadas ou tabagismo, podem comprometer a função erétil.. Daí a
importância de avaliar um amplo aspecto da saúde do homem, uma vez que as
causas podem ser orgânicas ou psicológicas", recomenda o chefe do
Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, Antonio de
Moraes Jr.
Avanço
da idade piora desempenho sexual
A pesquisa
também mostra o que já é constatado em estudos: o avanço da idade piora progressivamente
a performance sexual. Vinte e oito por cento dos homens entre 60 e 69 anos
dizem falhar mais de uma vez ao mês na cama, enquanto entre os mais jovens,
nas faixas de 50 a 59 anos e 40 a 49, os percentuais caem para 19% e 9%,
respectivamente.
Na ótica
dos parceiros, mais de uma falha mensal é a realidade de 12% dos homens entre
40 e 49 anos, 22% entre os que têm 50 e 59 anos e 28% no grupo dos que estão
acima dos 60. Os homens acima de 60 anos são os que mais admitem ter falhas
com a ereção - 48% afirmam já ter enfrentado a situação alguma vez na vida e
23% dizem ter a doença.
Falar
sobre impotência parece não ser tabu
Falar sobre
disfunção erétil parece não ser problema para 78% dos entrevistados, que
afirmam não ter dificuldade em discutir o assunto. Por outro lado, 18%
assumem que sentiriam algum constrangimento e 4% não conversariam sobre o
tema. "O advento e a popularização dos medicamentos orais, há cerca de
duas décadas, não só mudou a perspectiva do tratamento da disfunção erétil,
mas também provocou uma mudança cultural e de comportamento em toda a
sociedade. Falar sobre o assunto ainda não é uma tarefa fácil para alguns
homens, mas houve progressos e cada vez mais a população têm se
conscientizado sobre a importância de cuidar da saúde, inclusive da sexual, e
esse processo deve incluir o diálogo aberto, seja com o médico, parceiro ou
mesmo um amigo", analisa Moraes Jr.
Urologista
é a primeira escolha
Ao detectar o
problema, a maioria dos homens entrevistados tomaria como primeira providência
procurar um médico. Para 76% dos entrevistados, o urologista é o especialista
a ser consultado. Em segundo plano, 39% deles conversariam com a parceira ou
o parceiro. Para 38%, a alternativa seria procurar um clínico geral e 18%
iriam a um psicólogo.
Procura
pelo médico ocorre logo nas primeiras falhas
Um terço dos
homens (37%) procuraria um médico logo após a primeira ou segunda falha.
Outros 35% esperariam entre três e cinco falhas para buscar orientação
médica. Somente 2% esperariam um ano e 4% não procurariam um médico. As
parceiras(os) tendem a esperar um pouco mais - 26% acham que os homens
deveriam procurar um médico após uma ou duas falhas; 43% após três ou cinco
falhas; 2% esperariam mais de um ano e 2% não buscariam ajuda de um especialista.
Campanha
de conscientização
Melhorar a
qualidade de vida de milhões de brasileiros com indicação cirúrgica para
reversão da ereção também está entre os objetivos da SBU. Para isso, a
entidade criou a campanha nacional De Volta ao Controle - www.devoltaoacontrole.com.br,
lançada neste ano para desmistificar o assunto e garantir acesso à informação
sobre todas as soluções disponíveis, fazendo o paciente procurar tratamento
adequado para a recuperação da atividade sexual, sobretudo nos casos mais
graves.
De
Volta ao Controle quer mostrar os benefícios e as vantagens da utilização
das próteses penianas, mais especificamente do dispositivo inflável, para a
forma irreversível da doença. A finalidade é alertar sobre a importância da
ampliação do acesso da população a alternativas mais modernas de tratamento.
Estatísticas
da DE
A DE afeta, em
algum grau, 50% dos brasileiros acima dos 40 anos, ou seja, 25 milhões de
homens. Desses, 11,3% convivem com as formas moderada e grave da doença.1
A projeção de um
milhão de novos casos anualmente no Brasil demonstra que a disfunção erétil
deve ser considerada um problema de saúde pública.2
Sobre a
pesquisa De Volta ao Controle
A pesquisa
inédita da SBU, De Volta ao Controle, avalia a percepção masculina e feminina
sobre a doença, popularmente conhecida como impotência sexual. Ao todo, foram
entrevistadas 1.506 pessoas, independente da orientação sexual, entre 40 e 69
anos, das classes ABC de todas as regiões do País. A pesquisa foi realizada
pelo CONECTA, plataforma web do IBOPE Inteligência, de 16 a 24 de outubro
Sobre
a Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil - De Volta ao Controle
A Campanha
Nacional Contra a Disfunção Erétil - De Volta ao controle é uma ação da
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com objetivo de conscientizar a
população brasileira sobre prevenção e tratamentos disponíveis para a doença,
sobretudo nos estágios severo e completo. A ideia é desmistificar o assunto,
garantir o acesso à informação sobre todas as soluções disponíveis, fazendo o
homem procurar tratamento adequado para recuperação da atividade sexual.
Melhorar a
qualidade de vida de milhões de brasileiros com indicação cirúrgica para o
tratamento da disfunção erétil também está entre os objetivos da ação. De
Volta ao Controle quer esclarecer os benefícios e as vantagens da utilização
da prótese peniana inflável para a disfunção erétil irreversível. A
finalidade dessa iniciativa é conscientizar a população quanto à importância
da ampliação do acesso às alternativas terapêuticas mais modernas para a
disfunção erétil irreversível. Com a campanha, a SBU cumpre seu papel de
promoção à saúde urológica no país.
Referências
[1] Moreira ED
Jr, Abdo, CHN, Torres, EB et al: Prevalence and correlates of erectile
dysfunction: results of the Brazilian study of sexual behavior. Urology
58: 583-588, 2001.
2 MOREIRA, E. D.
et al. Incidence of erectile dysfunction in men 40 to 69 years old: results
from a population-based cohort study in Brazil. Urology, n. 61, p.
431-436, 2003
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