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sábado, 27 de maio de 2023

Tá na hora de tirar a camisa xadrez


O despertador do iPhone 14 Pro toca às 5h30. Eu me levanto e vou ao banheiro para lavar o rosto. Na sala, peço à Alexa para me informar a temperatura e a previsão do dia. Pego uma xícara de café na minha máquina e me sento para ler, no meu iPad Pro, as principais notícias do dia sobre tecnologia, conferir a bolsa de Nova York e os tweets do Elon Musk. 

Após fazer outras atividades diárias, pego o meu carro e ouço os áudios do WhatsApp, envio e-mails e faço ligações, tudo pelo bluetooth. Por fim, chego na minha obra, onde visto a minha botina suja, com bico rasgado, a minha calça jeans com marcas de ferrugem do vergalhão e a minha tradicional camisa xadrez. E, fazendo isso, é como se dissesse: “Ah, agora sou engenheiro raiz, tirem essas tecnologias de perto de mim”. Isso soa familiar?

Existem diversos fatores que contribuem para a baixa adoção de tecnologia na construção de edifícios no Brasil. Segundo o estudo “Produtividade e oportunidades para a cadeia de construção”, da Deloitte, um dos principais motivos é a cultura conservadora do setor que, muitas vezes, é resistente a mudanças e inovações. Além disso, a falta de conhecimento e capacitação dos profissionais da área em relação às novas tecnologias também é um obstáculo. Outro fator que o estudo menciona é o alto custo de investimento em inovação que, muitas vezes, é visto como um gasto desnecessário pelas empresas da área. Aliás, a falta de padronização e interoperabilidade entre as diferentes soluções disponíveis no mercado também pode dificultar a adoção.

Compreendo tudo isso, mas, afinal de contas, será que veicular um QR Code para a análise e visualização de projetos é um custo tão alto assim? Fazer uma pergunta técnica para uma IA (Inteligência Artificial) disponível no WhatsApp é tão caro? Implantar ferramentas que centralizem as informações em um único lugar irá estourar o orçamento? Pouco provável. 

Há uma verdade que o engenheiro raiz se recusa a enxergar: como as construtechs podem ajudar na produtividade da construção de edifícios de diversas maneiras. Uma das principais, é por meio da adoção de tecnologias inovadoras que permitem a automatização de processos, redução de erros e retrabalhos, aumento da eficiência e produtividade.

Além disso, as startups podem oferecer soluções integradas que conectam diferentes atores da cadeia de construção, como projetistas, construtores, fornecedores e clientes, permitindo uma gestão mais eficiente e colaborativa do projeto. A propósito, as construtechs também podem oferecer soluções de análise de dados e IA, permitindo uma tomada de decisão mais confiável e uma gestão mais eficiente dos recursos. 

Por vezes, o setor de construção civil também utiliza o argumento de que o segmento é grotesco e não está preparado para a cultura da tecnologia. Na visão de muitas pessoas os mestres de obras, pedreiros, serventes e demais profissionais não têm acesso a dispositivos ou, até mesmo, não saberão utilizar as inovações nas obras, o que não é verdade. Hoje, a maioria dos brasileiros têm acesso a smartphones e já estão acostumados a utilizar apps em seu dia a dia. Prova disso, há mais celulares inteligentes (242 milhões) do que habitantes (214 milhões) no país, segundo um levantamento da FGV (Fundação Getúlio Vargas), com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ainda assim, existe uma certa resistência quando falamos em levar a tecnologia para os times de campo, como se as equipes não fossem se adaptar a essa evolução. Os times de campo precisam assumir que já são usuários da tecnologia, seja ao enviar uma foto ou vídeo pelo WhatsApp ou, até mesmo, ao fazer a compra de um bilhete QR Code para o uso do transporte público. Estamos caminhando para uma nova era! Quantas vezes as tecnologias que surgiram para a construção civil foram tidas como elementos muito à frente das suas necessidades? Foi assim com o CAD e com a RA (Realidade Aumentada). A verdade é que, quando comparados com outros setores, ainda seguimos com processos construtivos arcaicos simplesmente pelo “medo do novo” ou por acharmos tecnologias caras

Se pararmos para analisar, o dia a dia de um engenheiro de obra, em sua maioria, está ligada ao uso da tecnologia. O celular de última geração, a Alexa, o carro com bluetooth, o computador, etc. O engenheiro que usa a tecnologia em cada momento do seu dia precisa implementar todos os recursos disponíveis também no canteiro de obras - onde, por vezes, ainda há muita resistência para aderir a soluções inovadoras.

Está na hora de deixar de lado a velha camisa xadrez para se tornar o engenheiro tecnológico que a nova geração da construção civil não apenas merece, mas precisa ter.

 

Cícero Sallaberry - sócio-fundador da Construflow. Formado em Engenharia Civil pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), possui experiência em gestão de canteiro de obras de grandes construtoras e em projetos na plataforma BIM. Além disso, é empreendedor na área de inovação e tecnologia, incentivador da mudança de mentalidade e melhoria da produtividade da construção civil.

Saúde mental para estudantes de medicina é assunto urgente, segundo psiquiatra

Divulgação
O Dr. Nelio Tombini destaca a importância de cuidar da saúde mental dos estudantes de medicina diante de altos índices de pressão e suicídios

 

A saúde mental dos estudantes de medicina tem sido uma preocupação crescente nos últimos anos, com índices alarmantes de pressão e suicídios entre essa população. O Dr. Nelio Tombini, renomado psiquiatra, escritor e palestrante, enfatiza a necessidade urgente de abordar esse problema e fornecer o apoio necessário aos estudantes de medicina em todo o país. "Os estudantes de medicina estão sujeitos a uma enorme carga emocional e psicológica durante sua jornada acadêmica. É fundamental que prestemos atenção a esses desafios e ofereçamos o suporte necessário para ajudá-los a enfrentar essas dificuldades", afirma o Dr. Tombini.

Segundo dados divulgados pela pesquisadora Fernanda Mayer, da Faculdade de Medicina de São Paulo,  41% dos estudantes de medicina do Brasil têm depressão e 81,7% apresentam ansiedade em algum momento da graduação. O ambiente competitivo, a carga de estudos extenuante e a responsabilidade emocional de lidar com a vida e a morte contribuem para a deterioração da saúde mental desses estudantes. Infelizmente, isso resulta em taxas preocupantes de depressão, ansiedade e, em casos extremos, suicídio. Segundo dados divulgados 

Tombini enfatiza que a conscientização sobre a saúde mental e a criação de um ambiente de apoio são cruciais para prevenir crises e garantir o bem-estar dos estudantes de medicina. Ele recomenda a implementação de programas abrangentes de saúde mental nas instituições de ensino médico, que incluam acesso a serviços de aconselhamento, suporte psicológico e educação sobre autocuidado.

Além disso, o psiquiatra destaca a importância de uma abordagem colaborativa, envolvendo professores, supervisores clínicos e colegas de classe para identificar sinais precoces de estresse excessivo ou transtornos mentais entre os estudantes. Ele enfatiza a necessidade de reduzir o estigma em relação à saúde mental, encorajando um ambiente de apoio e compreensão. Outros aspectos que podem pesar no adoecimento dos alunos. Escolher medicina como uma forma de ganhar dinheiro e ascender socialmente. Neste caso, a medicina e os pacientes serão um fardo e motivo para piorar a saúde mental. Também é relevante o número exagerado de novas faculdades, sem corpo docente preparado e sem condições logísticas para se aprender medicina. Estes alunos ficam sobrecarregados emocionalmente e sem o pai/professor para dar um suporte nas horas difíceis.

"A saúde mental é um componente essencial do bem-estar geral dos estudantes de medicina. Precisamos agir agora para garantir que eles recebam o apoio necessário para enfrentar esses desafios e se tornarem profissionais de saúde resilientes e compassivos", acrescenta o Dr. Tombini. 


A vida na meia-idade: um livro sobre a importância de não desistir dos sonhos

Em "Falando de Si", Simone Santos Guimarães escreve sobre temas como maternidade tóxica, autoestima da mulher e preconceitos por meio da história de uma protagonista que desafia o etarismo


Existe uma idade certa para correr atrás dos sonhos? Na contramão da cultura imediatista, Simone Santos Guimarães publica o livro Falando de Si para se conectar a todos aqueles que, depois dos 50 anos, perceberam que ainda há muitas experiências a serem vividas.

Neste drama psicológico, a autora conta a história de Maria Elisa que, perto de seu aniversário, começa a refletir sobre passado, presente e futuro. Ao se casar e engravidar antes de iniciar a faculdade de Medicina, a personagem abriu mão dos próprios objetivos para cuidar da família. Mas, após ter se dedicado à criação dos filhos, percebe que ainda quer explorar a carreira de escritora.

Às vésperas de completar 50 anos, devaneio: não me encaixo mais na realidade em que vivo e que parece se distanciar de tudo o que imaginei quando era criança e se aproximar de tudo o que vivi naquela época. Eu não me encaixava. Por minha culpa — insistem em dizer meus devaneios — estou me tornando uma pessoa infeliz por não fazer o que realmente desejo e estou adoecendo ao ponto de tornar-me tóxica. (Falando de Si, pg. 25)

A protagonista entrelaça suas visões pessoais às trajetórias das diferentes gerações de “Marias” de sua linhagem. Todas com o mesmo nome, ela fala de mulheres como sua avó, a primeira referência de carinho materno, e sua progenitora, com quem nunca conseguiu manter uma relação saudável. A partir desta narrativa intimista e profunda, a autora percorre temas como o abandono familiar, mães narcisistas, autoestima na adolescência e preconceitos sociais.

Ficção e autobiografia se misturam, porque Simone Santos Guimarães também queria focar na literatura, porém as exigências com a docência e a maternidade demandavam muito tempo. As palavras eram somente terapia de férias, e foi após a independência da filha e o distanciamento das salas de aulas que passou a se dedicar à escrita.

Mas a autora sabe que incentivar o sonho não é o suficiente: economista e especialista em Gestão Empresarial, ela ainda explica a importância do planejamento financeiro a longo prazo. A escritora encoraja as pessoas, principalmente mulheres, a pôr em prática seus desejos com o exemplo de Maria Elisa que, perto de seu cinquentenário, já se programou até os 100 anos.

 

Divulgação
/ Simone Santos Guimarães
FICHA TÉCNICA

Título: Falando de Si
Autora: Simone Santos Guimarães
ISBN: 978-65-00-65076-1
Páginas: 128
Preço: R$ 40 (físico) e R$ 19,99 (e-book)
Onde comprar: Amazon

Sobre a autora: A catarinense Simone Santos Guimarães é economista, especialista em Gestão Empresarial e mestre em Engenharia de Avaliação e Inovação Tecnológica. Começou a escrever ficção paralelamente ao seu trabalho na docência e publicou obras como “Minha Vida de Solteiro”, “As Aventuras de Dorinha” e “O Verdadeiro Significado do Natal”, além dos lançamentos “Falando de Si” e “Bruxa, sim. Má, não!”. Na literatura nacional, faz parte da Associação de Contistas, Poetas e Cronistas Catarinenses (ACPCC) e assumirá, ainda neste ano, uma cadeira na Associação Nacional de Cultura, Literatura e Artes (Ancla).

Redes sociais: Instagram | Facebook


Amor e paixão: na prática, são totalmente opostos

 Você consegue distinguir o amor da paixão? Pois saiba que, apesar das semelhanças, os sinais de que alguém está apaixonado(a) são bem diferentes de quem está amando. O amor, normalmente, está relacionado a um sentimento bonito, estável e sereno, enquanto a paixão é tida como arrebatadora, turbulenta e, muitas vezes, sofrida. 

A palavra “paixão” vem do termo grego Pathos, cujo conceito está relacionado a sofrimento, a algo que nos invade, domina nossos pensamentos e nos faz sair do nosso controle. Por outro lado, o amor é menos intenso, mais pacato, mais confortável, mais controlável e menos temido. 

Na paixão, enxergamos na pessoa aquilo que desejamos que ela fosse, e não o que ela realmente é. Ou seja, o(a) outro(a) é idealizado(a) e transformado(a) em um personagem. Já o amor estabelece um padrão mais homeostático. Vemos a pessoa com seus defeitos e suas virtudes, de forma mais realista, e a amamos mesmo assim. 

Seria difícil estabelecer qual dos dois sentimentos têm mais valor. No período medieval, a paixão era considerada uma doença para a maioria das pessoas. Já para os românticos era uma forma, talvez a única, de se relacionar amorosamente. 

Algumas pesquisas empíricas sustentam que a paixão duraria algo em torno de seis meses, enquanto o amor parece ter uma vida mais longa. Para Nelson Rodrigues, "todo amor é eterno; se morreu, não era amor". No entanto, penso que determinar um tempo cronológico específico para a paixão seja como cercear as narrativas individuais, que são únicas e particulares. 

Para a paixão se transformar em amor, primeiramente, ocorre uma quebra da fantasia criada em relação a outra pessoa, que deixa de ser uma projeção e passa, lentamente, a ser vista como ela é. 

Neste processo há, naturalmente, uma perda afetiva imaginária, já que o ideal de perfeição primário dá lugar ao que é real. Assim que houver a aceitação desse processo e o surgimento de uma nova forma de identificação, o amor passa a existir. 

Em suma, amor e paixão são estados que se parecem, mas, no fundo, são bem distintos e não se camuflam. São sentimentos em estágios diferentes e que manifestam sensações e reações que, muitas vezes, são desconhecidas por nós mesmos. 


Claudia Petry - pedagoga com especialização em Sexologia Clínica, membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana) e especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC)



3 dicas práticas para fazer um devocional diário

Hoje já existem ferramentas que auxiliam na maior conexão com Deus


Momentos complicados surgem com frequência, seja no trabalho, na faculdade ou em casa. Muitos problemas, inclusive, parecem não ter solução quando consideramos nossas próprias forças, então pode acontecer de deixar aquele sentimento de preocupação falar mais alto, além da vontade de desistir.

São nestes momentos que o Devocional Diário pode servir de consolo, pois é o momento em que o cristão cria uma conexão direta com Deus. Em Salmos 119:15-16 está escrito: “Meditarei nos teus preceitos e darei atenção às tuas veredas. Tenho prazer nos teus decretos; não me esqueço da tua palavra”.

No mês da meditação (comemorado mundialmente no dia 20/05), explica Lu Alone, Ministra de Louvor e representante do Glorify, explica como o devocional, que é o Ato de meditar na palavra de Deus, pode auxiliar nestes momentos: “surgem problemas em nossas vidas em que não sabemos o que fazer. É aí que devemos separar um tempo ainda maior com Deus, pois n’Ele encontraremos as respostas. O devocional serve para fazer essa conexão e ajudar o cristão a encontrar sentido em Jesus.”

Outro benefício do devocional diário é a sabedoria adquirida. Está escrito em Tiago 1:2-4: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem que falte a vocês coisa alguma. Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida”.

Estudos da Universidade de Waterloo ainda mostram que a meditação também pode aperfeiçoar as funções e níveis de energia cerebral. A pesquisa aponta um aumento da capacidade de controlar julgamentos rápidos estereotipados, ações e pensamentos rotineiros.

Além de práticas, muitas destas ferramentas são gratuitas como o Glorify, maior aplicativo devocional cristão do mundo disponível para Android e IOS. Em poucos minutos, a pessoa tem acesso ao devocional diário e também a Bíblia. Na aba Ouvir há diversos conteúdos também separados por temas para apoio em diversos momentos do dia e da vida.


Confira 3 dicas práticas para fazer um devocional diário:

- Reserve um tempo na agenda

A correria do dia-a-dia pode até ser o vilão do tempo. Assim como as pessoas dedicam um tempo para ir à academia ou passar no shopping, fazer o devocional requer constância e disciplina. Por isso, reservar um tempo na agenda, de 10 a 15 minutos já bastam para fazer o devocional completo. Em Colossenses está escrito: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo”.

- Faça em qualquer horário

Muitas pessoas, de fato, preferem fazer seu devocional na parte da manhã, pois é como se fosse o combustível para as tarefas diárias. Porém, é possível ter o seu momento com Deus em qualquer hora do dia. Em Josué 1:8 está escrito: “Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido”. Ou seja, você pode fazer tomando café da manhã, almoçando ou indo para o trabalho, por exemplo. Desde que você consiga meditar e refletir sobre aquilo que está sendo falado.

- Anote!

Anotar é uma boa dica para pessoas que às vezes podem esquecer ou deixar passar alguma informação. Use o bloco de notas ou um caderno para colocar suas reflexões e entendidos sobre o devocional. O legal é que você pode voltar a leitura quantas vezes quiser.

 

Glorify


Como construir metas desafiadoras e alcançáveis

Plano de ação deve considerar rotina já estabelecida e estratégias para converter comportamento em hábito


Manter uma rotina regular de exercícios físicos pode parecer uma tarefa muito desafiadora. Mas alcançar um estilo de vida ativo não precisa ser um objetivo distante e, quase sempre, inatingível. Ao estabelecer metas eficientes e alcançáveis, é possível criar um plano de ação realista e, assim, incorporar a atividade física em sua vida diária. 

Para que um comportamento se torne hábito, ele precisa de repetição, claro. Mas existe uma tríade que, se completa, facilita a instalação do hábito: um fator desencadeante, o comportamento em si e a recompensa. Logo, se identificamos o gatilho que leva ao comportamento desejado e reforçamos a recompensa, as chances de sucesso aumentam. 

O Gerente Técnico da Smart Fit, Guilherme Micheski, sugere essa e outras ferramentas para facilitar o processo. "Começar a treinar nada mais é do que incluir esse novo comportamento na sua rotina. Eu sugiro pensar com cuidado em como encaixá-lo no dia a dia e com o menor estresse possível, alterar minimamente uma rotina que já funciona, assim você tende a incorporar o novo hábito mais facilmente", diz. 

O ideal, por exemplo, é escolher uma academia perto de casa ou do trabalho, determinar um horário fixo para o treino, aquele que costuma ser o mais tranquilo do dia, separar uma roupa apropriada com antecedência. Para os iniciantes, Micheski aconselha organização e ajuste de expectativas. "O aluno tem que entender que a consistência vale muito mais do que um ou outro treino forte isolado. Também não dá para esperar resultados estéticos imediatos, é preciso encontrar uma gama mais diversa de indicadores de sucesso."

A advogada Renata Paprocki, de 44 anos, começou a treinar na Smart Fit há dois anos, quando recebeu o diagnóstico de protusão discal, como é conhecido o desgaste do disco localizado entre as vértebras. Na ocasião, seu médico recomendou exercícios de fortalecimento. "Comecei sozinha, mas por não saber executar bem os exercícios passei a ter dores ainda mais fortes. Procurei uma personal, que é quem me acompanha até hoje, e não apenas deixei de sentir dores como descobri um novo estilo de vida. A Smart fica ao lado da minha casa, é muito fácil”, conta.

No início, o objetivo de Renata era fortalecer a musculatura e se livrar das dores. Ela desenhou as metas com a personal, passou a treinar três vezes por semana sob orientação e duas sozinha. As dores desapareceram e ela emagreceu 10 quilos. "Comecei focada em sanar meu problema de saúde, mas alcancei muitos outros objetivos. Antigamente, eu não podia colocar um salto alto para sair, porque no dia seguinte estava travada. Isso nunca mais aconteceu. Uso salto, faço minhas tarefas domésticas, tudo sem me preocupar." 

A construção de metas eficazes envolve um processo contínuo de reflexão, ajuste e aprendizado. Para te ajudar, a Smart preparou 10 dicas e um treino completo, com vídeo, para você começar já: 

  1. Identifique o objetivo final: Comece definindo claramente o que você deseja alcançar. Seja específico e detalhado ao descrever o resultado desejado. Isso ajuda a criar uma visão clara e inspiradora para sua meta.
  2. Estabeleça metas realistas: Certifique-se de que suas metas sejam alcançáveis e realistas. Definir metas muito ambiciosas ou inatingíveis pode levar à frustração e desmotivação. O progresso gradual e consistente é mais eficaz para criar hábitos duradouros.
  3. Divida em etapas menores: Divida sua meta em etapas menores e específicas. Isso torna a tarefa mais gerenciável e permite que você acompanhe seu progresso ao longo do tempo. Metas menores também fornecem uma sensação de conquista à medida que são alcançadas, o que aumenta a motivação.
  4. Crie um plano de ação: Elabore um plano detalhado de como você vai atingir suas metas. Identifique as ações específicas que você precisa tomar e estabeleça prazos realistas para cada etapa. Um plano estruturado aumenta as chances de sucesso.
  5. Associe sua meta a hábitos existentes: Uma maneira eficaz de alcançar suas metas é vinculá-las a hábitos existentes. Identifique um hábito já estabelecido em sua rotina diária e ancore sua nova meta a ele. 
  6. Pratique a consistência: A consistência é fundamental para a formação de novos hábitos. Tente trabalhar em direção à sua meta todos os dias, mesmo que seja apenas um pequeno passo. Quanto mais consistente você for, mais fácil será manter o impulso e integrar a meta em sua vida diária.
  7. Monitore e ajuste seu progresso: Acompanhe seu progresso regularmente. Isso pode ser feito por meio de anotações, registros ou aplicativos de acompanhamento. Analise seu progresso periodicamente e faça ajustes conforme necessário. Celebrar marcos e conquistas ao longo do caminho também é importante para manter a motivação.


Assista ao Treino aqui.

AQUECIMENTO | 1 série - 30seg - sem intervalo

Agachamento
Afundo
Mobilidade de braços
Prancha isométrica
PARTE PRINCIPAL | 3 séries - 15 a 20 repetições - 45 seg intervalo
Agachamento com carga
Afundo com carga
Stiff
Supino Halter
Tríceps testa
Remada curvada fechada
Rosca martelo
Abdominal remador
Prancha isométrica
VOLTA A CALMA | 1 série - 30 seg - sem intervalo
Alongamento de posterior
Alongamento de quadríceps
Alongamento de pescoço


Smart Fit

https://www.smartfit.com.br/


Como conseguir terminar aquilo que se começa?

Em livro publicado pela Editora Hábito, Jon Acuff, autor best-seller do The New York Times, instiga iniciadores crônicos a finalizarem suas tarefas


Por que as pessoas abandonam projetos? Qual a razão de iniciar um planejamento, mas não terminar? Como concretizar as metas? São respostas para perguntas relacionadas a esse tema que o jornalista Jon Acuff busca responder em Termine: a alegria de acabar o que você começa, lançamento da Editora Hábito.

Logo nas primeiras páginas do livro, o autor conta que lutou contra um fantasma errado e lidava com as próprias frustrações. Segundo ele, muitas listas de resoluções elaboradas e pensadas para o início de um novo ano não são executadas. Para o autor, esse era um problema decorrente da falta de esforço.

“Comecei a levantar mais cedo, tomava bebidas energéticas suficientes para matar um cavalo, contratei um coach e passei a comer mais superalimentos. Nada funcionou, mas desenvolvi um belo tremor nas pálpebras por causa de tanta cafeína. Parecia que eu estava flertando com todo o mundo, batendo os cílios, sabe?”, relata Jon Acuff.

Termine: a alegria de acabar o que você começa é uma obra dedicada para aqueles que estão cansados de serem iniciadores crônicos e desejam tornarem-se finalizadores consistentes. Segundo o autor, existem duas opções: continuar a se cobrar cada vez mais, ou dar-se o presente de concluir seus objetivos.

As estratégias dele são baseadas em estudos, com centenas de participantes, conduzidos por um pesquisador. A proposta é que o leitor se divirta, elimine regras secretas e escolha algo para falhar intencionalmente. Isso porque, como já apontam diversos especialistas, quem se diverte tem a tendência em ser mais bem-sucedido.

Experiências como as de Jon Acuff estão representadas também em dados. Uma pesquisa do WalletHub relatou que até 92% das resoluções de ano novo acabam falhando. Além disso, segundo levantamento da MindMiners em 2020, 33% dos brasileiros abandonaram algum projeto ou objetivo pessoal no ano anterior.

Objetivos que você se recusa a tentar atingir não desaparecem; tornam-se fantasmas que o assombram. Sabe por que, hoje em dia, as pessoas se enfurecem e se ofendem na internet e põem logo a raiva para fora? Porque a paixão delas não tem outra saída. Quando você se recusa a usar a alegria, não deixa de ser capaz de senti-la; apenas canaliza toda essa energia para outro lugar. Muitos trolls nasceram da dor de cabeça de uma meta que não ousaram terminar. Talvez um troll seja só alguém que perdeu para o perfeccionismo tantas vezes que desistiu de seus objetivos e decidiu derrubar os de outra pessoa. Mas nós tentamos, agimos, fracassamos e tentamos de novo. Por que eu acredito em acabar as coisas que começamos? Porque eu acredito em você. Eu acredito que há mais.

(Termine: a alegria de acabar o que você começa, p. 183 e 184.)

Diante de própria angústia de Jon, a ideia para Termine: a alegria de acabar o que você começa surgiu enquanto ele ministrava um curso online de trinta dias para ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos. O jornalista aprendeu — e quer repassar — que os exercícios mais eficazes não são aqueles que conduzem a esforços maiores, mas os que aliviam a pressão. Para ele, o obstáculo mais traiçoeiro é o perfeccionismo. 


Divulgação
Editora Hábito
Ficha técnica:

Título: Termine: a alegria de acabar o que você começa
Autor: Jon Acuff
Editora: Hábito
ISBN: 978-65-84795-17-4
Páginas: 192
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 49,90
Link de venda: Amazon

Sobre o autor: Jon Acuff é um incentivador daqueles que desejam começar e completar com sucesso seus projetos. Formado em jornalismo pela Samford University e autor best-seller do The New York Times, seus livros, escritos com toque humorístico, são aclamados pelos críticos e pelos leitores. Quando não está escrevendo, Acuff pode ser encontrado no palco ministrando palestras.

Acompanhe o perfil do autor no Instagram: @jonacuff

 

Editora Hábito

Instagram: @editorahabito


Seu marido virou “filho”? Veja como mudar isso em casa!


Filho e marido são coisas diferentes, faça com que
ele se comporte como adulto (Foto:Freepik)
Responsabilidades devem ser divididas entre o casal, especialista explica como não transformar marido e filho sem que você perceba!


 

Culturalmente, as mulheres são criadas para o cuidado. Essa criação é baseada na ideia de "papéis de gênero", conceito que tipifica socialmente o lugar da mulher e do homem. Por ser uma ideia presente há muito tempo, é comum que alguns casais mantenham essa forma tradicional de vida: o clássico papel do homem provedor e o da mulher cuidadora. Não tem nada errado em cuidar do parceiro, desde que isso seja uma via de mão dupla e nenhum dos dois fique sobrecarregado. Porém, não é o que geralmente acontece. 

"Tradicionalmente, as meninas são incentivadas a cuidar de outras pessoas e a assumir as tarefas de casa mais cedo do que os meninos. Por causa disso, algumas mulheres, quando entram em um relacionamento, tendem a reproduzir o modelo de mãe com seus parceiros, geralmente sem perceber. No caso dos homens, alguns ficam acomodados e aceitam continuar a ser tratados como se estivessem na casa de suas mães. Essa é uma das principais razões que geram conflitos e esse ciclo deve ser interrompido”, diz Maicon Paiva, Fundador da Casa de Apoio Espaço Recomeçar.

 

Uma Pesquisa lançada pela Companhia de Desenvolvimento do Distrito Federal (Codeplan) mostrou que 93% das mulheres se dedicam a tarefas domésticas, enquanto a proporção de homens é de 79,7%; dessa porcentagem apenas 46,1% dos homens declaram realizar tarefas diariamente, enquanto 70,8% das mulheres se ocupam com a tarefas do lar todos os dias. O resultado é que elas se dedicam, em média, 8 horas a mais por semana do que eles. 

O tempo dedicado às tarefas do lar e o comportamento de cada gênero é designado socialmente desde cedo, fazendo com que mulheres confundam o cuidar com assumir todas as responsabilidades, sejam elas materiais ou afetivas. Essa situação gera sobrecarga para elas, que ficam priorizando dar conta de todas as tarefas, preocupadas em não frustrar as expectativas do parceiro.

Para que a dinâmica do casal não se transforme em “mãe e filho”, o Espiritualista Maicon Paiva, do Espaço Recomeçar tem dicas para que o amor da sua vida não se torne seu filho:

 

Você consente e assume todas as responsabilidades: Pensamentos como “deixa que eu faço para ele” condicionam a mulher a assumir todas as responsabilidades e tornam o cônjuge acomodado. Para que seu par não se torne seu filho, não assuma o lugar dele nas tarefas. Cumpra a sua parte do acordo e entenda o limite das suas responsabilidades;

 

Errar faz parte do aprendizado: Algumas mulheres assumem as tarefas de casa, pois acreditam que seu parceiro não é capaz de fazer nada. Mesmo que possam estar certas, pois homens não são incentivados a aprender a cuidar da casa no mesmo tempo das mulheres, fazer com que eles não criem responsabilidades com o lar acaba por não incentivá-los a ao menos tentar. Tudo bem querer ensinar, mas nada de tomar o lugar dele nessa hora;

 

Não fique lembrando o tempo: Uma atitude muito comum entre mães com crianças pequenas é ficar lembrando o que precisa ser feito. Saiba que como esposa, essa não é a sua tarefa. Você não está lá para isso, muito pelo contrário. A relação deve ser constituída por pessoas que se enxergam como iguais;

 

Crie uma hierarquia lateral: Mulheres que agem como mães de seus cônjuges acabam exercendo poder sobre eles. Por serem vistas como a figura materna, os homens consultam as esposas antes de fazer qualquer coisa. Isso é apenas o começo da “mãe e filho”, por isso é importante que os dois tenham o mesmo peso nas decisões, para que um não dependa do outro.

 

Tratar o marido como um filho pode frustrar muitos casais, resultando na perda de admiração de um pelo outro e, por consequência, o romantismo. A dinâmica do casal é ditada por diversos fatores, inclusive a espiritualidade. A convivência pode alterar as energias do casal e fazer com que tudo mude de repente. Para não cessar o amor arde em ambos os corações, conheça os serviços do Espaço Recomeçar e mantenha as energias equilibradas.

 

 

Espaço Recomeçar

 

Culpa materna é resultado de ideia vendida pela sociedade de que a mãe deve ser perfeita

Segundo a psicóloga e arteterapeuta Cecília Rocha, para lidarem com a culpa materna, mulheres precisam, em primeiro lugar, conscientizarem-se de que o ideal de maternidade é irreal e opressor

 

A mãe é a peça-chave para o desenvolvimento emocional dos filhos. Isto porque ela é a grande responsável por fornecer o cuidado necessário para que a criança se sinta acolhida em seus sentimentos e adquira confiança em sua autoimagem e autoestima, características fundamentais à vida adulta. Por desempenharem esse importante papel é comum que muitas mães se sintam culpadas quando algo sai diferente daquilo que elas imaginaram no que diz respeito à criação de seus filhos.

Para a psicóloga e arteterapeuta Cecília Rocha, porém, a origem da culpa materna vai além. Ela tem raízes profundas no que a sociedade projeta como sendo a imagem de uma mãe ideal e nas exigências impostas à função de mãe. Segundo Cecília, é vendida a ideia de que ser mãe é completude, mas o puerpério caracteriza-se por mudanças hormonais e sentimentos ambivalentes, sendo muito comum, nesta fase, surgirem pensamentos ligados a arrependimento e raiva. “Tendo sentimentos que dizem a elas que não 'deveriam' ter, muitas mães desenvolvem culpa”, explica.

Favorece também o sentimento de culpa, o fato de as mães serem julgadas enquanto mulheres. Conforme a psicóloga, na sociedade atual, a mãe precisa ter inteira responsabilidade pela maternagem e ainda ser uma boa esposa, não abandonar a carreira, ser ótima profissional, cuidar da aparência, da autoimagem e da autoestima, ler, fazer cursos, praticar atividade física e ter vida social. “Quando a mulher percebe que não consegue dar conta de tudo isso, compara-se com outras mulheres, sente-se inferior, cansada e extremamente culpada”, comenta.

De acordo com a especialista, para evitar o excesso de funções, é preciso difundir a ideia de que a mãe não é a única pessoa que pode cuidar do filho. “Na história ancestral, o bebê humano era criado em pequenos grupos. Isso mostra que a natureza do bebê humano não é ser cuidado por uma pessoa só”, afirma. Neste contexto, segundo Cecília, o pai tem papel fundamental. “Parentalidade não é só trazer dinheiro para a casa, é participar do cuidado”, enfatiza.

A psicóloga destaca ainda a importância de a mãe ter uma rede de apoio para que não se sinta sobrecarregada e culpada. Nesse sentido, a psicóloga aborda a necessidade de se substituir a noção de culpa por responsabilidade, sendo que esta deve ser dividida por aqueles que de alguma forma entram em contato com a criança no dia a dia. “Todos que interagem com a criança na fase matriarcal, - onde há a construção do 'eu' - são responsáveis pela qualidade do desenvolvimento emocional e físico dessa criança”, diz.

A culpa materna é nociva tanto para a mãe quanto para o filho e por isso deve ser combatida. Segundo a arteterapeuta, o sentimento de culpa vem acompanhado de uma sensação de incapacidade, ineficácia, frustração e inferioridade, que acaba por afetar a saúde mental da mulher, causando tristeza e angústia, que, por sua vez, podem agravar-se em quadros de ansiedade e depressão.

Não é de se estranhar, dessa forma, que a relação com os filhos também seja afetada. De acordo com Cecília, mães com sentimento de culpa acabam não contrariando seus filhos. “Elas sentem medo de frustrar, impor limites e estabelecer regras de convivência e isso é muito nocivo, tanto para o relacionamento entre pais e filhos, quanto para o desenvolvimento emocional dessas crianças”, comenta. Conforme a psicóloga, crianças se inserem na sociedade através da frustração, ao entenderem que a prioridade do outro pode ser maior do que a delas.

Com o objetivo de auxiliar as mulheres a lidar com a culpa materna, algumas estratégias podem ser adotadas, segundo a arteterapeuta. “Em primeiro lugar, as mulheres precisam se conscientizar de que o ideal de maternidade é irreal e opressor. Assim conseguirão observar a culpa de um lugar mais consciente e realista”, diz. Segundo a psicóloga, a partir desse novo olhar, muitas mães começam a compreender sua própria humanidade dentro do processo da maternidade. “Isso é libertador, pois a mãe percebe que a perfeição é uma grande ilusão, em todas as áreas da vida”, ressalta.

Conforme Cecília, é também de grande valia no enfrentamento da culpa materna a comunicação aberta e o apoio emocional. A psicóloga enfatiza que a maternidade exige que a mãe conheça e cuide dos seus limites. Nesse sentido, comunicação e o apoio emocional são essenciais. “Identificar, nomear e expressar as emoções é sempre um caminho transformador, pois melhora nossa relação com os outros e conosco mesmos, preservando nossa autoestima, que costuma ficar abalada pelo sentimento de culpa”, diz.

Do mesmo modo praticar a autocompaixão contribui para que as mães fiquem menos suscetíveis ao sentimento de culpa, porque elas se sentem mais seguras e confiantes. A psicóloga explica que autocompaixão ajuda as pessoas enfrentarem os desafios da vida com um olhar mais gentil sobre si mesmas, com menos autocrítica e praticando o autoperdão. “No caso da maternidade traz mais flexibilidade no agir, diminuindo assim o medo de errar e tornando mais fácil a tarefa de encontrar novos caminhos”, afirma.

Cecília também enfatiza a importância de descontruir mitos e estereótipos sobre a materndade com o intuito de reduzir a culpa materna. “Só assim as mulheres estarão abertas a enfrentar os desafios da maternidade (que são muitos) em paz consigo mesmas e poderão ser mães inteiras e humanas, trazendo essa inteireza e humanidade para as próximas gerações”.

Para concluir, Cecília traz uma outra reflexão: “é importante entender que quando uso a palavra mãe, não precisa ‘necessariamente’ ser a mãe concreta, mas sim a pessoa que está cuidando da criança. A maternagem é uma função, então a palavra mãe refere-se a pessoa que exerça, na vida da criança, a maternagem, o cuidado, que pode ser mulher, homem, quem for”, conclui.

 

Cecília Rocha – Psicóloga, Especialista em TCC (terapia cognitiva comportamental) pela FMUSP, Arteterapeuta, Mediadora de conflitos.


Culpa materna é resultado de ideia vendida pela sociedade de que a mãe deve ser perfeita

Segundo a psicóloga e arteterapeuta Cecília Rocha, para lidarem com a culpa materna, mulheres precisam, em primeiro lugar, conscientizarem-se de que o ideal de maternidade é irreal e opressor

 

A mãe é a peça-chave para o desenvolvimento emocional dos filhos. Isto porque ela é a grande responsável por fornecer o cuidado necessário para que a criança se sinta acolhida em seus sentimentos e adquira confiança em sua autoimagem e autoestima, características fundamentais à vida adulta. Por desempenharem esse importante papel é comum que muitas mães se sintam culpadas quando algo sai diferente daquilo que elas imaginaram no que diz respeito à criação de seus filhos.

Para a psicóloga e arteterapeuta Cecília Rocha, porém, a origem da culpa materna vai além. Ela tem raízes profundas no que a sociedade projeta como sendo a imagem de uma mãe ideal e nas exigências impostas à função de mãe. Segundo Cecília, é vendida a ideia de que ser mãe é completude, mas o puerpério caracteriza-se por mudanças hormonais e sentimentos ambivalentes, sendo muito comum, nesta fase, surgirem pensamentos ligados a arrependimento e raiva. “Tendo sentimentos que dizem a elas que não 'deveriam' ter, muitas mães desenvolvem culpa”, explica.

Favorece também o sentimento de culpa, o fato de as mães serem julgadas enquanto mulheres. Conforme a psicóloga, na sociedade atual, a mãe precisa ter inteira responsabilidade pela maternagem e ainda ser uma boa esposa, não abandonar a carreira, ser ótima profissional, cuidar da aparência, da autoimagem e da autoestima, ler, fazer cursos, praticar atividade física e ter vida social. “Quando a mulher percebe que não consegue dar conta de tudo isso, compara-se com outras mulheres, sente-se inferior, cansada e extremamente culpada”, comenta.

De acordo com a especialista, para evitar o excesso de funções, é preciso difundir a ideia de que a mãe não é a única pessoa que pode cuidar do filho. “Na história ancestral, o bebê humano era criado em pequenos grupos. Isso mostra que a natureza do bebê humano não é ser cuidado por uma pessoa só”, afirma. Neste contexto, segundo Cecília, o pai tem papel fundamental. “Parentalidade não é só trazer dinheiro para a casa, é participar do cuidado”, enfatiza.

A psicóloga destaca ainda a importância de a mãe ter uma rede de apoio para que não se sinta sobrecarregada e culpada. Nesse sentido, a psicóloga aborda a necessidade de se substituir a noção de culpa por responsabilidade, sendo que esta deve ser dividida por aqueles que de alguma forma entram em contato com a criança no dia a dia. “Todos que interagem com a criança na fase matriarcal, - onde há a construção do 'eu' - são responsáveis pela qualidade do desenvolvimento emocional e físico dessa criança”, diz.

A culpa materna é nociva tanto para a mãe quanto para o filho e por isso deve ser combatida. Segundo a arteterapeuta, o sentimento de culpa vem acompanhado de uma sensação de incapacidade, ineficácia, frustração e inferioridade, que acaba por afetar a saúde mental da mulher, causando tristeza e angústia, que, por sua vez, podem agravar-se em quadros de ansiedade e depressão.

Não é de se estranhar, dessa forma, que a relação com os filhos também seja afetada. De acordo com Cecília, mães com sentimento de culpa acabam não contrariando seus filhos. “Elas sentem medo de frustrar, impor limites e estabelecer regras de convivência e isso é muito nocivo, tanto para o relacionamento entre pais e filhos, quanto para o desenvolvimento emocional dessas crianças”, comenta. Conforme a psicóloga, crianças se inserem na sociedade através da frustração, ao entenderem que a prioridade do outro pode ser maior do que a delas.

Com o objetivo de auxiliar as mulheres a lidar com a culpa materna, algumas estratégias podem ser adotadas, segundo a arteterapeuta. “Em primeiro lugar, as mulheres precisam se conscientizar de que o ideal de maternidade é irreal e opressor. Assim conseguirão observar a culpa de um lugar mais consciente e realista”, diz. Segundo a psicóloga, a partir desse novo olhar, muitas mães começam a compreender sua própria humanidade dentro do processo da maternidade. “Isso é libertador, pois a mãe percebe que a perfeição é uma grande ilusão, em todas as áreas da vida”, ressalta.

Conforme Cecília, é também de grande valia no enfrentamento da culpa materna a comunicação aberta e o apoio emocional. A psicóloga enfatiza que a maternidade exige que a mãe conheça e cuide dos seus limites. Nesse sentido, comunicação e o apoio emocional são essenciais. “Identificar, nomear e expressar as emoções é sempre um caminho transformador, pois melhora nossa relação com os outros e conosco mesmos, preservando nossa autoestima, que costuma ficar abalada pelo sentimento de culpa”, diz.

Do mesmo modo praticar a autocompaixão contribui para que as mães fiquem menos suscetíveis ao sentimento de culpa, porque elas se sentem mais seguras e confiantes. A psicóloga explica que autocompaixão ajuda as pessoas enfrentarem os desafios da vida com um olhar mais gentil sobre si mesmas, com menos autocrítica e praticando o autoperdão. “No caso da maternidade traz mais flexibilidade no agir, diminuindo assim o medo de errar e tornando mais fácil a tarefa de encontrar novos caminhos”, afirma.

Cecília também enfatiza a importância de descontruir mitos e estereótipos sobre a materndade com o intuito de reduzir a culpa materna. “Só assim as mulheres estarão abertas a enfrentar os desafios da maternidade (que são muitos) em paz consigo mesmas e poderão ser mães inteiras e humanas, trazendo essa inteireza e humanidade para as próximas gerações”.

Para concluir, Cecília traz uma outra reflexão: “é importante entender que quando uso a palavra mãe, não precisa ‘necessariamente’ ser a mãe concreta, mas sim a pessoa que está cuidando da criança. A maternagem é uma função, então a palavra mãe refere-se a pessoa que exerça, na vida da criança, a maternagem, o cuidado, que pode ser mulher, homem, quem for”, conclui.

 

Cecília Rocha – Psicóloga, Especialista em TCC (terapia cognitiva comportamental) pela FMUSP, Arteterapeuta, Mediadora de conflitos.


Responsabilidade afetiva e o perigo de ser empático demais

 

Antes de iniciarmos vale a pena definir que a responsabilidade afetiva é estarmos cientes de que nossos comportamentos têm consequências sobre as emoções dos outros, sejam elas positivas ou negativas, quando estabelecemos um vínculo com alguém. E que a empatia é a capacidade de entender emocionalmente o que as outras pessoas sentem, ver as coisas do ponto de vista delas, e se imaginar no lugar delas. Essas duas ações em desequilíbrio, podem afetar toxicamente a sua vida

 

Estava lendo um artigo na Forbes esse final de semana, da Prudy Gourguechon, que é psiquiatra, psicanalista nos EUA, onde ela comenta sobre como o excesso de empatia pode ser perigoso. Dizia: “uma liderança não pode liderar de forma eficaz sem uma capacidade altamente desenvolvida de empatia. A capacidade de sair de sua própria estrutura mental e se colocar no lugar de outras pessoas é essencial para uma comunicação assertiva, gerenciamento de crises, estratégia de negócios, vendas, marketing e relacionamentos comerciais bem-sucedidos”.

No entanto, é igualmente importante saber quando parar de ser empático. Isso se torna tóxico quando você começa a se envolver em problemas que não são seus, toma a dor pra si e torna-se co-dependente e co-responsável pelo problema do outro. É preciso também ficar atento, pois, muitas vezes, olhamos excessivamente para os outros porque não conseguimos encarar a nossa própria realidade e sombras. Olhar para o outro também é uma forma de se distrair das próprias questões.

 

Devemos nos blindar da empatia em excesso?

 

Foi quando vi uma analogia fantástica de como devemos nos blindar neste tipo de situação: “Pense nisso como sua pele. Sua pele protege você de objetos estranhos ou produtos químicos que podem entrar em seu corpo. Uma parede empática protege você de perspectivas externas e das emoções dos outros que sobrecarregam seu próprio processo mental.” , citada no artigo da Forbes.

Já parou pra pensar em quantos problemas emocionais de terceiros você já levou pra casa?


E sabem quem mais sofre com isso? As mulheres. Somos em maioria mais acolhedoras e muito mais propensas a nos tornarmos dependentes dos problemas alheios. Se isso é genético, da criação ou do mundo que nos colocou nessa posição, não nos cabe discutir, o que precisamos entender é que acolher é necessário, mas adoecer por isso, não.


 

Um dos segredos é desenvolver autoconsciência!

 

Quando eu entendi que a autoconsciência era uma condição para eu sair de uma zona de manipulação, compreendendo que o problema do outro era minha responsabilidade até um certo ponto, comecei a desenvolver ações mais assertivas.

 

Autoconsciência é uma habilidade que deve ser desenvolvida pois tomar decisões imediatas baseadas nas suas emoções e perspectivas - é um erro, e quando você faz isso pelo outro, aí sim, você se torna parte literal do problema. Existem pessoas que se sentem no direito de te contar tudo o que estão pensando e sentindo. Essas mesmas pessoas podem ser enormes drenos de energia e paralisar sua capacidade de pensar. Aqui entra o libertador: NÃO. Nem sempre você precisa ouvir as mesmas reclamações. Nem sempre você estará disposto. Nem sempre você precisa ser o foco da solução da vida de alguém.

 

Portanto, podemos concluir que não sentir nada nos tornaria frios demais e eu não sugiro que a empatia seja desencorajada. Há momentos em que se colocar no lugar de alguém é um primeiro passo para uma ação positiva. Diante disso, estabeleça limites. Aprenda a separar os problemas de outras pessoas dos seus. Você não é obrigado a assumir o fardo de outras pessoas e antes de ser gentil com os outros, seja gentil com você.  


 



Jéssica Simões - estrategista de LinkedIn, LinkedIn Creator, especialista em reputação de marca pessoal para lideranças, Inteligência e Gestão de Carreira, Employer Branding, Marketing de Comunidade e GhostWriter. Também é Co-Fundadora e Diretora de Relacionamento na Aster, uma empresa especializada em vendas B2B, Captação de Leads e Produção de Conteúdo, responsável por atender grandes marcas do setor da Educação e Tecnologia, com foco em fortalecimento de Cultura Organizacional.


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