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quinta-feira, 18 de maio de 2023

Cardápios digitais: incômodo ou mais acessibilidade de forma sustentável?

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Não é de hoje que os cardápios digitais, via QRCode ou tablets, vem ganhando cada vez mais espaço em restaurantes, bares, lanchonetes, cafeterias e outros estabelecimentos que atuam com foco em alimentação fora do lar. Sabemos que, como qualquer outra mudança, é necessário um certo tempo para nos acostumarmos com essa nova realidade. Mas, tal iniciativa vem sendo questionada pelos consumidores saudosos do cardápio físico. Será que o que nos incomoda pode ser bom?

Antes de sua leitura deste meu ponto de vista, vale a pena lembrar que o setor de restaurantes, bares, lanchonetes e similares vive da fidelização de seus clientes, que buscam alimentos saborosos, acessíveis, sem renunciar à qualidade e muitas vezes necessitam de rapidez, e a diferenciação entre os negócios muitas vezes é a hospitalidade. É um setor muito competitivo, com várias opções no mercado. E quando o consumidor não é bem atendido, muitas vezes troca o estabelecimento por outra opção, e é por isso que atender seu cliente com um bom produto e serviço a preços justos é um cuidado muito importante.

Voltando ao cardápio digital, é importante levar em consideração alguns fatores, principalmente relacionados à idade dos clientes. Na 6ª edição da pesquisa Alimentação Hoje: a visão do consumidor, realizada pela Galunion, podemos observar que as novas gerações preferem digitalização e ter autonomia no momento de efetuar o pedido na hora das refeições. Para os entrevistados de 18 a 23 anos, 52% preferem este meio para acessar o menu, 43% para realizar o pedido e 45% para realizar o pagamento. Na faixa etária que vai de 24 a 38 anos, 48% preferem o digital para acessar o menu, 41% para realizar o pedido e 45% para pagar o pedido. Porém, quando considerada as idades entre 39 e 54 anos, apenas 38% preferem acessar o menu digital, 36% realizar o pedido e 42% efetuar o pagamento.

Apesar da preferência do consumidor contar muito na jornada de compra no mercado de Food Service, a implantação de cardápios digitais, como o QRCode, trazem benefícios e vantagens ao setor como um todo, em diferentes frentes. Uma das questões é a praticidade e autonomia, já que é possível acessar as opções disponíveis no menu com apenas um clique, de forma mais rápida, sem a necessidade de esperar pelo garçom. Isso facilita muito a dinâmica principalmente quando o local está com alto volume de pessoas.

Levando em consideração os novos hábitos oriundos da pandemia, trata-se de uma opção mais higiênica se comparado ao cardápio em papel ou plástico, que podem não ser limpos com a frequência necessária ao longo do dia. Esta alternativa também visa questões de acessibilidade, já que na evolução dos cardápios digitais sabemos que é possível ouvir o cardápio em caso de pessoas com deficiência visual, por exemplo, promovendo mais autonomia na hora da escolha. Para aqueles que acham as letras pequenas, basta aumentar a tela por meio de zoom, para facilitar a visualização, ou até mesmo as letras. Para pessoas com baixa visão, os smartphones atuais tem a opção de deixar o fundo preto e as letras brancas, melhorando a leitura. E na questão das pessoas que possuem alergia a ingredientes e precisam das informações nutricionais, podem ter links para facilitar o acesso, que muitas vezes o atendente ou garçom não saberiam explicar.

Talvez você esteja pensando: mas fui em um estabelecimento e o cardápio por QRCode não tinha todas estas funcionalidades. O fato é que a adoção das melhores tecnologias faz parte de um processo constante de aprimoramento do setor.

Uma das melhores vantagens é que o cardápio digital acaba sendo mais ecológico, pois não há a necessidade de ser impresso. Sim, isso reduz custos, o que é importante para os preços do cardápio continuarem a ser competitivos. Mas também traz outras vantagens: o cardápio digital pode ser atualizado antecipadamente a cada mudança de prato, alteração de valores ou inclusão de promoções esporádicas. Por meio do digital, as promoções podem ser aproveitadas de forma melhor e mais ágil, ganhando destaque logo que o consumidor acessa o menu da casa. Há muitos chefs que adotam produtos mais frescos e sazonais, e o cardápio digital facilita a introdução das novidades. No caso do impresso, há uma dificuldade nas alterações, pois há a necessidade de uma nova versão. Ou seja, também há uma redução considerável na produção de lixo e nos gastos com impressão de inúmeras cópias.

Pensando do ponto de vista do estabelecimento, o próprio dono pode acessar, editar e incluir as novidades de maneira prática e dinâmica. Isso possibilita o lançamento de promoções com mais frequência, que acabam sendo uma alternativa mais atrativa e barata aos próprios clientes. Na parte visual, as fotos acabam sendo um destaque a parte, já que, como sabemos, comemos primeiro com os olhos do que com a boca. Assim, as imagens dos produtos também facilitam no momento de escolher o que beber ou comer em determinada ocasião.

Temos ainda o benefício, no cardápio digital, de atualizar os produtos que temos em estoque: aquela bebida que acabou, ou ingrediente, pode ser facilmente atualizado e no cardápio consta apenas o que realmente se tem. Ou seja, sem o consumidor ficar frustrado por pensar em pedir algo e de repente o garçom informa que infelizmente este item não poderá ser servido.

Os benefícios são inúmeros, mas há quem não goste ou não se adapte a esta nova realidade. Para isso, os bares e restaurantes devem sempre prezar pela hospitalidade, tendo o QRCode ou tablet como opção principal, mas ter formas de atender os consumidores que tem alguma resistência ou dificuldade de verificar as opções por meio de uma tela. E isso também pode ser feito digitalmente, com um tablet do garçom que explica o menu. Ou pelos exemplares impressos, que, no entanto, limitam a introdução de novidades, aumentam os custos, são menos higiênicos e podem não ter as fotos que tantos gostam no momento da escolha.

Mais autonomia para uns, incômodo para outros. Porém, as questões que envolvem o quesito sustentabilidade, seja ela no âmbito social, econômico ou ambiental, acabam sempre prevalecendo quando optamos pelo digital. Pode dar um pouco de trabalho para alguns, há necessidade de evoluirmos nas transformações da jornada dos consumidores para quem opta pelo digital, mas é fato de que pode ser bom para o planeta como um todo.

Breve resumo dos principais benefícios possíveis do cardápio digital para os consumidores:

  1. É mais higiênico;
  2. É mais ecológico, pois não gera novas impressões constantes;
  3. Autonomia para o consumidor: chega e já pode acessar o menu;
  4. Pode ter fotos que facilitam a escolha;
  5. Pode ser atualizado constantemente com novidades, promoções em horários diferentes
  6. Pode ser atualizado com estoque, facilita a escolha e não gera frustração;
  7. Pode ter o link com a lista de nutrientes e alergênicos dos ingredientes do cardápio;
  8. Pode ter sua letra aumentada facilitando a leitura;
  9. Podem ter link para pedido e pagamento automáticos, gerando mais rapidez;
  10. Podem facilitar os cardápios sazonais e de produtos frescos da estação.

 

Simone Galante  - fundadora e CEO da Galunion, consultoria especializada em alimentação fora do lar e catalisadora de conhecimento, network e inovação em prol dos negócios e dos profissionais do setor. A Galunion atua em projetos de consultoria e estratégia, estudos, missões técnicas, eventos e soluções inovadoras. Engenheira de alimentos, Simone tem mais de 25 anos de experiência no mercado de foodservice. Pela Galunion, realizou mais de 270 projetos customizados de consultoria para empresas e associações líderes do mercado brasileiro de alimentação fora do lar.   

Reforma tributária: taxação de lucros e dividendos impacta área médica; especialistas explicam

Profissionais que são contratados como PJ por hospitais e clínicas devem ser os principais atingidos; há preocupação no setor sobre qual será a alíquota proposta


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A reforma tributária que deverá ser debatida e apreciada pelo Congresso Nacional nos próximos meses vai impactar diretamente a área médica. É o que antevê a administradora Júlia Lázaro, sócia-fundadora e CEO da Mitfokus, startup especializada em soluções financeiras para a área de saúde. Impacto esse que deverá ser traduzido em aumento da carga de tributos.

O peso desse aumento ainda vai depender de como o novo governo e o atual legislativo vão conduzir as propostas. Cálculos de dois anos atrás projetavam um acréscimo de 75%. Esse incremento virá principalmente da taxação de lucros e dividendos, que atingirá em cheio os profissionais contratados como pessoa jurídica (PJ), prática cada vez mais recorrente no setor.

Tanto por parte do Ministério da Fazenda, como do Ministério do Planejamento e Orçamento e da articulação política do governo no Congresso já deram sinalizações de que a ideia é manter, como base da reforma tributária, as propostas de emenda constitucional 45/2019 e 110/2019. Ambas estabelecem o fim de cinco tributos (ISQN/ISS, municipal; ICMS, estadual; PIS, Cofins e IPI, federais), sendo substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), federal.

Mas, para Júlia Lázaro, a taxação de lucros e dividendos no Imposto de Renda Pessoa Física inevitavelmente será incluída. A definição aguardada é sobre em que condições – alíquotas, formas de incidência – se dará tal taxação. “Desde 1995, os lucros e dividendos recebidos pela pessoa física são isentos de Imposto de Renda na fonte, entendendo que a tributação já ocorre no Imposto de Renda Pessoa Jurídica”, relembra a especialista.

Na proposta da equipe econômica do governo anterior, enviada em junho de 2021 ao Congresso, a alíquota prevista era de 20%. O advogado Lucas Souza, do jurídico da Mitfokus, constata que o impacto será sobretudo para médicos que constituem pessoa jurídica em grupo. Trata-se de uma prática recorrente entre profissionais que trabalham em hospitais e clínicas, principalmente de especialidades e funções que demandam equipes 24 horas por dia.

“Os grupos costumam ser grandes, com até 30 profissionais sob uma única PJ. Então, esse grupo acaba tendo faturamento além do enquadramento do Simples Nacional. A taxação de lucros e dividendos será para faturamento acima do limite do Simples Nacional, que está em R$ 4,8 milhões por ano”, explica o advogado.

Souza acrescenta que a carga tributária, até esse limite de R$ 4,8 milhões, é, em média, de 16%, incluindo Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre Lucro Líquido e PIS/Cofins, além do municipal ISS (Imposto Sobre Serviços). Com a proposta anterior, essa carga se elevaria para quase 26%, isto é, um incremento de dez pontos percentuais, ou quase 75%.

De acordo com o consultor Lucas Ribeiro, fundador e CEO da ROIT, fintech de hiperautomação de gestão contábil, fiscal e financeira de empresas, de fato, atividades dentro do setor de serviços, como as ligadas à saúde, devem ficar atentas à tramitação da reforma tributária. Embora a substituição de cinco tributos pelo IBS seja benéfica, pela simplificação do sistema e pela eliminação de efeitos cascatas, há detalhes que precisam ser bem definidos, a fim de se evitar o aumento da carga.

Por exemplo, as regras de transição e de obtenção de créditos tributários, por parte das empresas. “No que estava tramitando anteriormente, havia pelo menos 20 pontos a serem olhados com atenção”, recorda-se. Na avaliação de Ribeiro, um passo importante para mitigar os efeitos é garantir uma reforma tributária ampla, consistente, e não de forma “fatiada”.

A julgar por manifestações públicas tanto de representantes do governo como dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a reforma tributária será prioridade no Congresso. O relator do tema, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), tem afirmado que a votação ocorrerá neste ano.


MAIS INFORMAÇÕES

Sobre as propostas de reforma tributária: https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/ReformaTributaria/index.html.

Mitfokus: https://www.mitfokus.com.br/


A Lei de Guardiola e sua aplicação na Construção Civil

O renomado treinador de futebol espanhol Josep Guardiola, com passagens por grandes equipes como Barcelona, Bayern de Munique e Manchester City, sempre defendeu a ideia de que os campeonatos são vencidos nas últimas oito rodadas e perdidos nas oito primeiras. Essa teoria despertou a atenção de muitos times para a importância de um bom começo no campeonato, buscando ficar próximos da liderança, e de um final sólido, sem perder o controle da campanha realizada até então.

Essa lei, de origem esportiva, também pode se aplicar a outras áreas. E isso não é diferente quando se trata de projetos na construção civil. Ao analisar a tradição desse setor, pode-se constatar que muitas empresas acabam perdendo seu "campeonato" ao atrasar prazos ou exceder custos, justamente por não darem a devida atenção às fases de Ramp-up (Mobilização) e Phase-out (Desmobilização).

Essas fases que, juntas, representam entre 20% e 25% do progresso dos projetos, são frequentemente negligenciadas pela gestão que, muitas vezes, delega a responsabilidade a equipes com pouca autonomia e autoridade para garantir a agilidade necessária.

Na maioria dos casos, o gestor da obra entra no projeto já no meio do "campeonato" e acaba saindo antes do final, pois precisa gerenciar outra obra que já foi iniciada. Essa constante troca de gestores ao longo do projeto é apenas um dos problemas que explicam por que as empresas perdem "pontos" no início e na reta final.

Além disso, outros fatores também podem ser identificados, como o longo tempo necessário para mobilizar equipes, a falta de colaboração e priorização na fase de concepção dos projetos, a carência de integração entre produção e qualidade e a ausência de uma sistemática eficaz para remover restrições, entre outros.

A realidade é que esses conceitos da Lei de Guardiola precisam se difundir na indústria da construção civil, pois, somente assim, veremos um movimento das empresas reconhecendo a importância da estruturação adequada do Ramp-up e do Phase-out nas obras, visando obter uma partida mais ágil e um maior controle na fase final.

Dados e estatísticas reforçam a relevância dessa abordagem. Uma análise da McKinsey indicou que, de 2015 a 2019, época pré-pandemia, a produtividade na construção civil caiu. Analisando 100 megaprojetos brasileiros, a consultoria identificou que 80% deles estouraram o orçamento e tiveram atrasos de quase 20 meses. E a maior parte desses atrasos aconteceu durante as fases iniciais e finais do projeto - o que destaca a importância de um planejamento e execução eficientes do início até a conclusão da obra.

Além disso, é fundamental considerar o impacto financeiro dessas fases. A falta de uma boa gestão do Ramp-up e do Phase-out pode representar um aumento expressivo nos custos de em um projeto. Portanto, está claro que negligenciar essas etapas pode resultar em prejuízos significativos para os negócios do setor.

É nesse contexto que a Lei Guardiola, quando aplicada na construção civil, pode tornar mais eficiente todos os processos. Ainda utilizando jargões do futebol, é preciso deixar de lado aquela máxima que diz que “em time que está ganhando não se mexe”, pois, para vencer, é preciso colocar para jogo os profissionais corretos na largada e também dar a devida atenção às últimas etapas. Assim, amplia-se muito as chances de entregar a obra sem atrasos e dentro do orçamento estipulado. E isso é tudo o que mais se deseja!

 



Marcus Fireman - Engenheiro Civil graduado pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas); Mestre em Gestão da Construção com ênfase em Lean pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Doutorado em andamento em Gestão da Construção com ênfase em Lean Construction pela UFRGS. Cofundador da empresa Climb Consulting, foi um dos idealizadores do Fórum de Inovação da Construção. Além disso, é palestrante em congressos e workshops nacionais sobre a aplicação do Lean Construction..

Exigência de visto para conexões no México causa problemas para brasileiros

De acordo com Daniel Toledo, advogado e especialista em Direito Internacional, existem relatos de pessoas detidas, com celulares e passaportes confiscados

 

Em 2022, o governo do México passou a exigir vistos de turismo para brasileiros que entrassem em seu território. No entanto, a decisão criou uma série de dificuldades para aqueles que desejam visitar ou trabalhar no país. Além de afetar negativamente as relações comerciais e diplomáticas entre os dois países, o movimento pode prejudicar as oportunidades de intercâmbio cultural e turístico, dificultando o acesso a oportunidades de trabalho e estudo no México.

As novas regras já estão apresentando diversos problemas para brasileiros que não sabiam da novidade e contam com uma conexão no país mexicano. Eles alegam que estão sendo detidos, obrigados a pagar taxas inexistentes e tem seus documentos e celulares confiscados, além de sofrerem constantes discriminações.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, o problema teve origem no ano passado, quando o México indicou dificuldades na fiscalização de passageiros vindos da América do Sul. “Isso causou uma enorme pressão por parte do governo americano, que pediu atitudes para conter a onda de imigração ilegal. Com isso, entrou em vigor a necessidade de um visto, até mesmo, para conexões no país. Apesar da medida extremamente restritiva, o governo brasileiro não realizou as mesmas exigências para a população mexicana que visita o Brasil, ao contrário das medidas adotadas recentemente para os EUA, Japão, Austrália e Canadá”, relata.

Com isso, é importante que brasileiros que pretendem viajar ao país ou apenas precisem de uma conexão, agendem uma visita ao consulado Mexicano para a solicitação de um visto. “A taxa para o procedimento é de 51 dólares e tudo deve ser feito no consulado mais próximo do endereço residencial do solicitante. Pessoas que possuem visto americano, canadense, japonês ou europeu contam com a isenção dessa necessidade. No entanto, o processo é alvo de muitas reclamações por ser extremamente burocrático, além de contar com um site pouco intuitivo para usuários menos experientes”, declara.

As regras para conexão exigem que os passageiros não saiam dos aeroportos mexicanos durante seu período de estadia. “Além disso, as autoridades pedem que as pessoas não fiquem no país por mais de 24 horas. Adotando um movimento mais radical para evitar qualquer tipo de imigração ilegal, os mexicanos estão retendo o passaporte e deixando os brasileiros em uma salinha, apelidada de chiqueirinho. É uma situação complexa para aqueles que estão viajando e são obrigados a passarem pelo México”, lamenta Toledo.

Após a adoção das exigências de visto, o fluxo de brasileiros passando pelo México apresentou uma grande queda. “Dados apontam um declínio de 60% no número de brasileiros visitando o país, causando um prejuízo de aproximadamente um bilhão de dólares para as companhias aéreas. Com isso, houve uma redução de 15% nos voos com destino ao México”, finaliza o especialista em Direito Internacional.

  


Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 180 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos.


Toledo e Advogados Associados
http://www.toledoeassociados.com.br

 

Melhor declarar o IR de forma incompleta ou pagar multa?

Quem for retificar precisará ter em mãos o número do recibo da declaração enviada e será preciso redobrar os cuidados para evitar a malha fina   

 

A entrega da declaração do Imposto de Renda tira o sono de muitos brasileiros. Avessos à burocracia, muitos deixam a obrigação para o último minuto, aumentando as chances de erro no preenchimento dos dados ou se deparando com a falta de documentos importantes e que precisariam constar na declaração. O que fazer nesta situação: entregar a declaração do IR 2023 de forma incompleta ou pagar uma multa pelo envio fora do prazo?   

Na avaliação de Valdir Amorim, coordenador técnico jurídico e tributário da IOB, smart tech que entrega conteúdo de legislação e sistemas de gestão contábil e empresarial, é melhor entregar incompleto e fazer um ajuste depois.  “Acredito ser importante observar que durante a retificação, se for realizada após o prazo de entrega, não é possível alterar o modelo de declaração entre simples e completa. E o contribuinte precisa ficar atento para não cometer erros neste ajuste. Caso contrário, é grande a chance de cair na malha fina”, alerta Amorim.    

Outra dica importante para quem não tem muita habilidade com o programa da Receita Federal é prestar atenção nas deduções legais permitidas. Se o contribuinte não tem muitas deduções, deve optar pela declaração com desconto simplificado. Já o contribuinte que tiver muitos recibos com gastos médicos, educacionais e dependentes pode acabar com uma restituição maior se optar pelo modelo completo da declaração, selecionando a opção “por deduções legais”. Por isso, durante o preenchimento, o contribuinte precisa ficar atento no menu ao lado esquerdo onde apresenta a “opção pela Tributação” e avaliar qual é a melhor opção.  

A multa por atraso na entrega do Imposto de Renda é de, no mínimo, R$ 165,74. A penalidade para o contribuinte que fizer a declaração fora do prazo pode chegar até 20% do imposto devido mais juros. O prazo para entregar a declaração do IR 2023 vai de 15 de março a 31 de maio. 

  

Saiba como retificar  

 Quem tiver que retificar precisará do número do recibo da declaração enviada. Ele pode ser encontrado no menu da declaração já enviada. Com essa informação é possível realizar a Declaração Retificadora no portal e-CAC no site da Receita Federal, ou mesmo pelo programa da Receita.  

É preciso buscar a seção "Transmitidas" e encontrar a declaração a ser corrigida. A retificação também pode ser feita no menu "Identificação do Contribuinte", onde haverá a opção de realizar a Declaração Retificadora.  

Vale lembrar que deve declarar o Imposto de Renda em 2023 qualquer pessoa que resida no Brasil e que recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ R$ 28.559,70 no ano passado, ou cerca de R$ 2.380 por mês, incluindo salários, aposentadorias, pensões e aluguéis; que recebeu rendimento isento, não tributável ou tributado exclusivamente na fonte acima de R$ 40 mil; e que obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeito à incidência do imposto.  

No que diz respeito à atividade rural, também deve declarar quem obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50; quem pretenda compensar, no ano-calendário de 2022 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2022; e que tinha, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil. 

  

IOB - smart tech que reúne o melhor de dois mundos: conhecimento e tecnologia.

 

Dia Livre de Impostos: a importância da conscientização tributária


Me lembro de quando mais novo ter feito uma viagem aos EUA e, ao chegar, fui comprar jogos para meu então Nintendo 64. Eu tinha o exato valor indicado na gôndola. No entanto, no caixa, veio a surpresa. Fui apresentado ao sales tax, que é o imposto sobre vendas. Meu dinheiro foi insuficiente e fiquei aborrecido, já que, aparentemente, no Brasil, não havia nada daquilo. Mal sabia eu que a diferença é que a tributação norte-americana sobre o consumo é transparente, enquanto a brasileira é invisível, o que nos dá a sensação de que ela não existe, gerando uma baixa conscientização da população sobre o quanto se paga de impostos no país.

Por aqui, a alíquota padrão do ICMS é de 18%, podendo chegar à 25% em alguns casos. O PIS/COFINS, que também recaem sobre o consumo, possuem alíquota combinada de quase 10%, de modo que podemos estimar uma carga tributária de 25% sobre o consumo.

Para visualizar o impacto disso sobre as pessoas, é possível compararmos dois indivíduos, sendo um isento do IR ganhando até dois salários-mínimos e consumindo toda sua renda para viver, e outro ganhando R$ 15 mil ao mês, mas gastando R$ 5 mil para viver. Percebe-se que, apesar daquele que consome toda a renda não ter tributação sobre sua renda, todo seu consumo (que é igual a sua renda) está sujeito aos 25% a título de tributação sobre o consumo.

Por sua vez, o indivíduo que poupa, que paga o IR (19% considerando a dedução simplificada), acaba sujeito à uma carga tributária de 27%, dado que apenas parte de sua renda está sujeita aos tributos sobre consumo. Apesar disso, aquele que isento do IR tem a sensação de não estar pagando ou estar pagando muito menos impostos que o segundo – fenômeno que só é possível num sistema de tributos embutidos nos preços. em vez de transparente.

Por isso, o Dia Livre de Impostos (DLI), que acontece em 25 de maio, é tão relevante. A ideia é que, neste dia, os lojistas concedam desconto correspondente ao tamanho da carga tributária em seus produtos, fazendo alguns preços caírem em até 70%. A pauta é ainda mais importante porque se discute uma possível reforma tributária sobre o consumo (IBS), que consiste na unificação de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS), uniformizando as alíquotas, permitindo a não-cumulatividade plena e acabando com o chamado cálculo por dentro (onde o tributo incide sobre ele mesmo), medidas que auxiliam na transparência do sistema.

O objetivo do DLI é mais amplo, já que chama atenção também para os tributos incidentes sobre a renda – como o IRPJ e a CSL – e propõe ainda a reflexão sobre o baixo retorno dos impostos arrecadados, o que está intimamente correlacionado com o mal uso do dinheiro público. Afinal, o cidadão precisa saber quanto paga de impostos para exigir que esse recurso seja bem empregado.

Podemos não chegar ao nível de transparência norte-americana, mas, certamente, o DLI auxiliará na importante missão de trazer transparência ao sistema tributário, viabilizando debates mais aprofundados sobre o tema.

 


Felipe Dias - sócio e head da área tributária no Arbach & Farhat Advogados.


Arbach & Farhat Advogados
https://arbachefarhat.com.br/

 

Má gestão, falta de recursos e juros altos: a combinação perfeita para demissões em massa

Nos últimos meses tem se intensificado a divulgação sobre demissões em massa, principalmente de setores da chamada nova economia, a economia digital (startups e fintechs). Esse fenômeno é digno de atenção. Milhares de postos de trabalho estão sendo eliminados em vários países, e aqui não é diferente. Empresas cortando dez, vinte, trinta e até cinquenta por cento da força de trabalho.

Inclusive muitos desses processos são realizados de maneira pouco respeitosa: demissões por chamadas de vídeo e em grupo se multiplicam. “Se você está nessa reunião, é porque seu contrato de trabalho com nossa empresa está sendo encerrado”.  Caramba, é assim mesmo? 

Na hora da contratação, presentinhos e carinhos devidamente registrados nas redes sociais,  as companhias gostam dessa propaganda disfarçada. Na hora da saída, uma chamada de vídeo! As equipes merecem mais atenção e respeito. Uma conversa de 15 ou 20 minutos, olho no olho com a pessoa responsável imediata é o mínimo que se espera de uma relação saudável entre empregador e empresa.

Esse é um ponto. A outra questão são os motivos desses grandes cortes. Temos dois principais. Os grandes investidores nacionais e internacionais dessas empresas, os fundos de Venture Capital, criados justamente para captar recursos de investidores e aplicá-los em novas companhias, que ainda não são públicas, estão com poucos recursos para continuar alimentando essa enorme quantidade de novos negócios criados nos últimos anos.

Por conta de um longo período com taxas de juros muito baixas no mundo todo, que começou após a crise de 2008, aquela dos imóveis nos EUA, que desestimulava as pessoas manterem o dinheiro parado e incentivavam que os investidores, principalmente institucionais (fundos de previdência, fundos de investimentos, bancos, famílias ricas etc.), colocassem seus recursos em novos negócios.

Esse fator contribuiu, inclusive, para que uma enxurrada de dinheiro fosse transferida para nós - países emergentes. E assim as novas empresas surfaram nessa maré, muitas com negócios ainda não testados suficientemente, algumas ainda no pré-projeto,  mas tudo bem, né? Afinal, os investidores queriam participar do novo ciclo e não perder o bonde. Todos em busca do novo Google, Facebook, Youtube, Amazon.

Então, em 2020, veio a crise da Covid-19, os juros baixos sumiram tão rápido quanto o álcool gel nas prateleiras das farmácias naquele período. A inflação voltou no rastro da confusão logística que se criou, quando vários países pararam muitas atividades, principalmente as estruturas de exportação. E as rodadas de investimento acabaram, ou quase. A opção das empresas que viviam dessa transfusão de recursos gigantes foi fazer uma parada de arrumação e cortar despesas. Lay-off neles. 

O segundo motivo está ligado ao primeiro, sempre né? As taxas de juros, agora nas alturas, que se seguiram como solução para baixar a inflação, fizeram com que ficasse muito caro para as empresas buscarem dinheiro nos bancos, e aí tiveram que cortar custos, senão as contas não fechavam.

Esses dois motivos parecem suficientes para explicar os cortes massivos de postos de trabalho. Mas não totalmente. Existe muita incompetência nesses processos. Gestores despreparados e inconsequentes, muitas vezes, contratam times em excesso, sem pensar no que vão fazer caso algo não funcione bem. E, como sabemos, muita coisa não funciona.

As ressacas não perdoam, e elas sempre retornam. Não muito tempo atrás você lia sobre CEOs, CFOs e outros diretores estrelados numa postura orgulhosa em entrevistas falando da quantidade de novos contratados e o gigantismo de suas equipes, como se isso fosse prova de sucesso. 

Numa corrida meio maluca por ver quem contratava mais. Prova de competência deveria ser não precisar demitir. Manter o time estável, com baixa rotatividade, sim, deveria ser uma métrica de saúde das empresas a ser buscada.

Tem ainda aquele pessoal que está em pleno lay-off e defende que a empresa está indo muito bem, com planos maravilhosos e que o sucesso é o único caminho a ser seguido. Vamos reduzir a conversa fiada. Lay-off nunca é bom. Porém se a empresa está em risco nas operações e precisar reduzir urgentemente despesas para manter e sobrevivência, seu uso pode ser justificado, para garantir a sobrevivência da companhia e dos empregos. 

Também é justificável quando a empresa compra outra companhia e tem sobreposição de áreas e departamentos. A redução no quadro de funcionários é natural. Os empregados já sabem que vai acontecer. O pessoal usa uma expressão para isso: criação de sinergias.

Agora, bater no peito e falar que está tudo ótimo, não dá, né?

 

João Victorino - administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas pela Universidade e com MBA pela instituição.

 

Imposto de Renda: erros na hora de declarar podem levar à malha fina

A declaração do IR 2023 pode ser feita até dia 31 de maio. Especialista alerta que em casos de erros, além de não receber a restituição, é possível cair na malha fina.



A Receita Federal está de olho nos pequenos deslizes que os contribuintes podem cometer ao preencher a declaração do Imposto de Renda 2023. Qualquer dado incorreto pode ser suficiente para levar à perda do valor total da restituição e também à famosa malha fina, ou seja, quando o documento fica retido até que se esclareça possíveis erros. 

 

Neste ano, a declaração vai até 31 de maio e as restituições começam a ser feitas em maio e serão pagas em cinco lotes até setembro. De acordo com dados divulgados pelo Fisco, somente em 2022, mais de 1 milhão de pessoas caíram na malha fina da Receita Federal, e o principal motivo foi a omissão de rendimentos.

 

Debora Correa Rebellato, contadora e diretora da Contax Contabilidade e Planejamento Tributário, sobre os erros cometidos na hora da declaração que levam à malha fina. “A cada ano que passa o Fisco está conseguindo enquadrar cada vez mais contribuintes com o cruzamento de informações eletrônicas em relação aos rendimentos tributáveis e gastos pessoais”, explica. 

 

Por isso, a contadora alerta que neste ano os contribuintes precisam ficar atentos às novas mudanças estabelecidas pela Receita Federal. Uma das novidades deste ano é que o contribuinte poderá utilizar a declaração pré-preenchida, sem a necessidade de certificado digital. Essa nova opção está disponível no Programa Gerador de Declaração (PGD) e também na solução Meu Imposto de Renda. “Todo contribuinte com conta nível prata e ouro no Gov.br poderá usar o serviço. A medida tem como intuito minimizar erros e oferecer maior comodidade aos contribuintes”, explica. 

 

Ainda sobre essa novidade, a contadora revela que a declaração pré-preenchida possui informações relativas a rendimentos, deduções, bens e direitos e dívidas e ônus reais e que são alimentadas diretamente no programa do Imposto de Renda 2023. “O contribuinte fica responsável por verificar todos os dados pré-preenchidos na declaração e deve realizar as alterações, inclusões e exclusões das informações, se for o caso”, reforça. De acordo com a Receita Federal, o intuito é que  25% das declarações sejam feitas no modelo pré-preenchido neste ano. 

 

Outra novidade é que quem usar a declaração pré-preenchida ou optar por receber a restituição por pix terá prioridade nos lotes de pagamento. Debora ainda alerta sobre as mudanças relacionadas à venda de ações. “Quem vendeu ações cuja soma é maior que R$ 40 mil, é obrigatório a apresentação da declaração”. 

 

Além dessas novas regras, as de 2022 também se mantêm. “É obrigado a declarar, entre outros requisitos, quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2022. Além de quem tinha, até 31 de dezembro de 2022, posse ou propriedade de bens ou direitos de valor total superior a R$ 300 mil. Na atividade rural, a obrigatoriedade vale para receita bruta superior a R$ 142.798,50”, explica Debora. 


 

Fica atento na restituição do IR 2023 

 

Sobre a restituição deste ano, Debora explica que a pessoa que escolher um dos métodos de restituição - por pix ou fizer a declaração pré-preenchida - entra na lista de prioridade para receber a restituição pelo simples fato de evitar erros.

“A restituição começa a ser feita pela lista de contribuintes com prioridade legal que são idosos com idade igual ou superior a 80 anos, em seguida os idosos acima de 60 anos, pessoas com deficiência física, mental, moléstia grave e pessoas cuja maior fonte de renda seja o magistério”, relata.

Depois das prioridades, as restituições vão ser pagas de acordo com a forma escolhida, ou seja, declaração pré-preenchida, restituição via pix e, por fim, a data de envio da declaração. “Quanto mais cedo entregar, mais cedo o contribuinte pode receber o dinheiro da restituição”, alerta a contadora.  

O primeiro lote de restituição será pago em 31 de maio; o segundo lote, em 30 de junho; o terceiro, em 31 de julho; o quarto, em 31 de agosto, e o último em 29 de setembro.


Influência dos Aplicativos e os Conteúdos de Violência Entre Crianças e Adolescente

A Nova Face do Abuso e da Violência Extrema

 

Em um mundo em constante evolução, onde as demandas do trabalho nos mantêm ocupados durante todo o dia, é compreensível que a tarefa de supervisionar as atividades online de nossos filhos possa se tornar desafiadora.

 

No entanto, à medida que a tecnologia avança, é imperativo que estejamos cientes das influências prejudiciais que nossos filhos podem encontrar nas redes sociais e nos aplicativos que utilizam.

Tristemente, testemunhamos um aumento preocupante nas atrocidades cometidas por crianças e adolescentes, tanto contra si mesmos, quanto contra animais inocentes.

 

Um dos aplicativos que tem chamado a atenção é o Discord, amplamente popular entre os jovens. Infelizmente, esse espaço tem sido explorado por indivíduos mal-intencionados que promovem automutilação, pedofilia e crueldades contra animais. Conversas perturbadoras e transmissões ao vivo disseminam conteúdos alarmantes como "jogos" e “desafios” que incitam a violência contra si mesmos e contra os animais.

 

No mês de setembro de 2022 foi registrado em São Paulo, na região metropolitana, vimos o caso de uma adolescente de apenas 13 anos, que foi flagrada tentando sufocar um gato e inserir uma faca no animal. Essa atrocidade foi denunciada por uma veterinária e ativista pelos direitos dos animais.

 

“Infelizmente, a falta de monitoramento por parte dos pais agrava ainda mais essa situação alarmante. A maioria de nós desconhece os tipos de conteúdos aos quais nossos filhos estão expostos, bem como as influências negativas e as terríveis consequências que podem surgir” ~ Alerta a Dra. Gesika Amorim, Pediatra, Pós-graduada em Neurologia (Harvard) e Psiquiatria, especializada em Saúde Mental, Neurodesenvolvimento e Tratamento Integral do Autismo.

 

Esses problemas não se limitam a um único país. Nos Estados Unidos, o Discord, juntamente com outros aplicativos, está enfrentando ações judiciais movidas pelos pais de uma menina que, aos 11 anos, foi vítima de exploração sexual nas redes sociais. O trauma vivenciado pela criança resultou em uma tentativa de suicídio. 

Pesquisas já indicam que o mal uso de celulares estão prejudicando a adolescência, e a associação civil Safernet, responsável por receber denúncias de violações na internet, também constatou um aumento preocupante da violência online.

 

“O crescimento da violência não se resume apenas ao aumento das denúncias de conteúdos extremistas na internet, mas também à crescente quantidade de material que demonstra sadismo e crueldade. Infelizmente, a fiscalização desses conteúdos ainda é precária”Diz a Neuropsiquiatra, Dra. Gesika Amorim, que atende diversos casos como estes de crianças em seu consultório.

 

Diante dessa realidade angustiante, é hora de agirmos. Como pais, temos a responsabilidade de proteger nossos filhos e garantir que cresçam em um ambiente seguro e saudável, tanto online quanto offline.

 

É fundamental que estejamos cientes das atividades virtuais de nossos filhos, estabelecendo limites claros e estando presentes para orientá-los. Compreendemos que nem sempre é possível estar ao lado deles o tempo todo, mas existem medidas que podemos adotar para minimizar os riscos: “Conversem abertamente com seus filhos sobre os perigos que podem existir na internet. A prevenção ainda é a melhor forma de evitar que casos extremos de violência e abuso ocorram.” – Finaliza a especialista. 



Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa) e Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
https://dragesikaamorim.com.br
Instagram: @dragesikaautismo


Sírios lutam para ter acesso a cuidados de saúde em meio ao medo de deportações no Líbano

Atmosfera de intimidação fez com que muitos refugiados tenham receio de deixar a segurança de suas casas

 

Refugiados sírios que vivem no Líbano estão encontrando cada vez mais dificuldades para acessar serviços médicos vitais devido a relatos de deportações forçadas e restrições à liberdade de movimento. As equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e seus parceiros ouviram de pacientes que a situação está sendo exacerbada pela retórica discriminatória contra refugiados, criando um ambiente de medo e preocupações em relação à segurança da população refugiada.

A atmosfera de intimidação deixou muitos refugiados com medo de deixar a segurança de suas casas, até mesmo para ir em busca de cuidados médicos essenciais. A situação é particularmente grave em Arsal, uma cidade isolada ao norte do Líbano, perto da fronteira com a Síria, onde equipes de MSF trabalham há mais de 10 anos.

“Todo mundo está estressado e fica em casa, paralisado pelo medo”, diz Farhat*, 75 anos, refugiado sírio que recebe tratamento para diabetes na clínica de MSF em Arsal há nove. “Ninguém tem coragem de se aventurar pelas ruas, mesmo para as necessidades básicas.” Ele tem medo de ser preso pelas autoridades e deportado do Líbano. Um receio que, segundo Farhat*, muitos outros também têm.


Impacto nos atendimentos de MSF

Nas últimas duas semanas, as equipes de MSF notaram um número crescente de pacientes que não foram às consultas, supostamente devido aos temores de enfrentar a deportação enquanto passam pelos postos de controle para chegar às unidades de saúde.

Os profissionais de MSF também relatam que o clima de medo está afetando a capacidade de realizar encaminhamentos médicos urgentes para hospitais. “Tivemos um paciente que, apesar de precisar de cuidados médicos urgentes, se recusou a ser transferido para um hospital. Ele estava aterrorizado com a possibilidade de deportação, já que não está registrado”, diz o Dr. Marcelo Fernandez, coordenador-geral de MSF no Líbano.


Dificuldades com meios de transporte

Por conta da recente aplicação rigorosa de políticas e de restrições em relação aos refugiados no Líbano, muitos sírios tiveram seus carros e motocicletas confiscados. Muitas vezes, esses veículos eram o único meio de transporte acessível após a crise econômica, que fez com que o custo dos táxis e do transporte público aumentasse.

Mahmoud*, de 56 anos, está recebendo tratamento para diabetes na clínica de MSF em Arsal, que fica a cinco quilômetros de sua casa. Ele é um dos muitos pacientes que agora lutam para ir até a clínica realizar exames e buscar seus medicamentos.

Muitos dos moradores de Arsal vivem em situação de vulnerabilidade social, enquanto os serviços e a infraestrutura na área são limitados. Tanto residentes libaneses quanto refugiados enfrentam desafios significativos no acesso a serviços essenciais, dentro e fora da cidade.

“A apreensão de veículos deixou muitas pessoas vulneráveis sem um meio de transporte disponível”, diz Dr. Fernandez. “Essa medida exacerbou os desafios enfrentados por indivíduos que já têm recursos e liberdade de movimento limitados, dificultando ainda mais o acesso a cuidados médicos essenciais”.

“Esta situação é insustentável”, completa Dr. Fernandez. “Nenhuma ação deve ser feita em detrimento da saúde das pessoas. Todos os grupos de pessoas devem ter acesso a cuidados de saúde em tempo hábil, de forma equitativa, independentemente de sua origem ou status social.”


*Os nomes dos pacientes foram alterados para proteger a identidade.

MSF é uma organização médico-humanitária internacional independente que oferece assistência médica gratuita para pessoas que mais necessitam, sem discriminação. MSF começou a trabalhar no Líbano em 1976 e suas equipes atuam no país sem interrupções desde 2008.

Atualmente, a organização trabalha em sete locais em todo o Líbano, oferecendo assistência médica gratuita para comunidades vulneráveis, incluindo cidadãos libaneses, refugiados e trabalhadores migrantes. Os atendimentos de MSF incluem serviços de saúde mental, saúde sexual e reprodutiva, cuidados pediátricos, vacinação e tratamento para doenças não transmissíveis, como diabetes. Com mais de 700 profissionais no Líbano, as equipes realizam cerca de 150 mil consultas médicas por ano.


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